Olá, estou de volta. São 12h15. Acabei de acordar e fumar o
primeiro cigarro do dia. Hoje é dia de terapia, mas não quero nem pensar nisso
no momento, estou despertando ainda e com a alma nada preparada para tal
evento. Isso é uma coisa que leva um certo tempo. Despertares para mim são
momentos difíceis do dia. Acordo indisposto para as coisas do mundo. Que negócio
estranho, recebi na minha aba principal um e-mail que geralmente recebo na
minha aba promocional e quando abri não havia conteúdo. Resolvi então voltar
para a aba principal e recarregá-lo, mas ele misteriosamente havia sumido de
lá. Acho esses eventos sinistros. Fico com medo da privacidade dos meus dados.
Acredito que não fui ainda roubado nisso por pura sorte, por haver tanta gente
conectada, tantas possíveis vítimas, que vira uma loteria ser atacado, a
probabilidade de eu ser a vítima cai. Que papo mais chato. A fantástica
faxineira está fazendo café. Talvez isso me anime mais. Nossa, como hoje não
estou preparado para encarar Ju, espero que seja só uma questão de tempo. E
café.
12h42. Fiquei bestando no e-mail e pensando. Nada que se
aproveite. Culpas e expectativas. Nada que mereça menção aqui.
13h02. Acabei de me comunicar com o meu amigo corretor sobre
o nosso encontro em Portugal, para onde ele parte hoje em busca de uma nova
vida.
13h10. Peguei uma xícara de café e fumei mais um cigarro.
Estou sem saber o que dizer. Pensamentos que me cruzam a cabeça? Terapia
principalmente. E pouquíssimos cigarros. Espero que minha mãe me dê quando eu
voltar da sessão. Só tenho três, dois para antes da terapia e um para depois.
Enquanto isso, Vaporfi. Liguei o ar. Estou com calor. Urinei um pouco na cama
hoje. Que coisa de criança, ainda bem que acordei quando senti que era de
verdade e acabei o ato no banheiro, mesmo assim molhou meu pijama e a colcha. A
fantástica faxineira está com o tempo contado hoje, então nem vou aperreá-la
com isso. Fica para trocar na quinta. Meu amigo cineasta vai ser pai! Não sei
se contei isso aqui, mas, se contei, fica recontado. Notícia boa é para se
repartir. Por mim dormiria mais, mas agora que já estou razoavelmente desperto
resistirei. Me prometi ir ao oculista essa semana, mas não estou agora nem um
pouco animado a fazê-lo. Mamãe está alugando a filha da fantástica faxineira.
Parece que minha irmã PE está aqui. Acho que vou pegar mais uma xícara de café.
Preciso reativar os neurônios. Sinto que ainda não recuperei o sono da noitada.
Estou ficando velho para essas coisas. Temo pelo meu amigo corretor. Espero que
seja infundado. Tomara. Perguntei do meu amigo redator, mas os celulares dele
parecem desligados, a mensagem não chega. Que seja. Somos todos adultos e, em
tese, responsáveis por nossas vidas. Eu sou o que menos se encontra nessa
posição por causa da minha peculiar situação jurídica. Queria publicar o que
escrevi ontem aqui, mas é conteúdo para o Vate, não há dúvida em relação a
isso. Ontem fiquei de novo de olhos grudados nas pegadinhas de João Kleber. E
passei praticamente uma hora olhando para elas. São algo que me absorve a
atenção de uma forma única. A cara de pau dos atores não tem limites. É
entretenimento do mais baixo padrão. E talvez por ser esse ponto fora da curva
que me atraia tanto. É lixo. Não há melhor palavra para descrever. E, no
entanto, me entretém deveras. Tanto que fico querendo saber qual é a próxima, e
a próxima e a próxima. Assisti a coletânea de pegadinhas até o final. Quando
foi carregar outra coletânea foi que parei de assistir, senão não sei quanto
tempo passaria vendo aquilo. Coloquei U2 para ouvir. Não estou com disposição
para ir à terapia hoje. Mas terei que arrumar. Posso falar dos temas que não
posso tocar aqui. A terapia é um espaço em que me sinto mais livre que no
Profeta. Lá, me sinto no Vate. Só que em vez de algo solitário, há uma pessoa
com quem posso repartir, alguém bastante compreensiva e afinada com os meus
dilemas. “Landlady”, para variar. Acho difícil para um leitor imaginar o
significado que essa música tem para mim sem ter vivido o que vivi à época em
que vivi, nas circunstâncias em que vivi. Afora que a música é uma graça, bem
bonita. A primeira parte é melhor que a segunda. Mas isso também já comentei
aqui. Já vão dar 14h00. A terapia se aproxima. Estou cada vez menos intimidado
com o prospecto. Isso é bom. Ju é a pessoa menos intimidante que conheço. Com ela
não guardo segredos. E acho que assim seja a melhor forma de levar uma terapia.
É preciso ter esse vínculo de confiança para se extrair o máximo do processo,
acho eu. E nós temos. E não há temor de julgamentos ou condenações morais.
Espero que a mensagem de desabafo para o meu tio não tenha chegado a seus
olhos. Não sei por que fui publicar aquilo. Nem sei em que post foi. Sei que há
coisas que quando o ânimo esfria parecem totalmente despropositadas, essa é uma
delas.
14h05. Meu amigo redator respondeu, está tudo bem. Que bom.
Fico feliz e aliviado. Comentei dos meus receios acerca do nosso amigo
corretor. Mas debaterei tudo isso na terapia. Lá e não aqui é o local adequado
para trazer esses assuntos à baila. Eu me repito muito nas minhas expressões,
demonstração clara de um vocabulário limitado. Não o faço num mesmo post, mas
de um post para outro, o que não diminui muito a repetição. Porém, com 536
posts publicados, fora os paralelos, é difícil não me repetir, principalmente
multiplicando 536 por 7 que é o número médio de páginas que escrevo. Vou pegar
mais café.
14h18. Acho que a conversa com o meu amigo redator acabou.
Demonstrou a mesma preocupação que eu. Não sei se falei do livro para ele,
realmente não lembro, devo ter falado por alto, mas não me aprofundei no
assunto. O que debatemos bastante foi o fato de irmos ou não ao lançamento do
livro da nossa amiga escritora. Ele pareceu bastante decidido a não ir. Por
outro lado, a tem na mais alta conta. E o passado ficou, bem, no passado. Ela
deixou bem claro que acharia ótima a presença de ambos no evento. Vamos ver.
Tenho até o dia 5 de junho para convencê-lo. Ele falou de um lugar absurdamente
caro que ele disse que dá várias quarentonas à caça de parceiros. Pena que não
seja a minha praia, nem pelos preços, nem pelo público. Se bem que uma Coca
Zero nesse lugar não pode ser mais de dez reais. Eu faço uma salada mista de
uso de numerais no meu blog. Me perdoem a ignorância. Pelo menos acho que dá
para entender o que estou dizendo, né?
14h32. Estou cada vez mais aclimatado com a ideia de ir à
terapia, diria que começo já a me animar com a ideia. E é bom que não preciso
pensar em nenhum roteiro predefinido, é chegar lá e dizer o que me vai na alma.
Embora já institivamente trace um roteiro ou pelo menos fico olhando para
dentro de mim para ver o que há de saliente na alma. No momento, é o meu amigo
corretor. Talvez comece com isso. Sei lá, talvez não. Estou meio sem cérebro
hoje. O brinco coça em minha orelha. Saco isso. Vou pegar mais café. Acho que a
terapia de hoje não vai render muito. Ou vai. Nunca se sabe. Parece que o iPod
já descarregou. Não estou sabendo desligá-lo ou a bateria já era. Ao café.
14h43. Olhei para o Nintendo Switch e ainda não sei como o
Zelda Breath Of The Wild ganhou jogo do ano nos principais veículos do meio.
Achei o jogo fraco. Talvez se só tivesse ele e não o Mario Odyssey, eu
conseguisse imergir no jogo. Mas não se deu assim e o Mario calhou de ser o
jogo que eu sempre sonhei realizado. Mas nem para o Mario tenho mais paciência.
O que é uma pena. Pois amei o jogo. Eu não sei o que fazer a respeito dos
games. É dar tempo ao tempo. Não desaprenderei os controles do Mario, pois são
praticamente os mesmos da série Mario Galaxy. Mas não vou me delongar nesse
assunto que interessa menos ainda à humanidade que as minhas ruminações
cotidianas. Menos de meia-hora para ir me aprontar para a terapia. De 15h15, eu
entro no banho. Preciso pegar um desodorante na despensa. O U2 ou a Apple, ou
ambos, decidiram disponibilizar o disco anterior da banda de graça – e de forma
compulsória – no iTunes. Nossa, 14h52. Já-já vou ter que me preparar para Ju.
Mas não estou tenso ou ansioso, só queria ter mais tempo. Acredito que o banho
me despertará o que falta ser despertado. Ainda bem que não tenho por Ju uma
transferência romântica, tenho uma transferência de amiga. Se afiro direito.
Ela é jeitosinha, namoraria com ela, mas não acho prudente trocar as bolas.
“Landlady”. Desculpe ficar sinalizando isso toda vez, é um cacoete já. Preciso
me livrar dele. Ou colocar outro disco para rodar, mas estou acostumado com
esse e gosto de coisas familiares, costumeiras. Só não gosto de tédio. A saída
de sábado e o encontro com o meu amigo da piscina foram o suficiente de imersão
no mundo social para me deixar satisfeito até o final dessa semana.
15h03. Não sei o que fazer dos meus bonecos e não quero
pensar nisso agora. Não sei direito o que fazer da minha vida além disso. De
escrever. É a única coisa líquida e certa que tenho a fazer. E encarar um banho
daqui a dez minutos para encarar Dona Ju. Poderia debater com ela o fato do
Facebook ficar me sugerindo que eu seja seu amigo na rede social, mas já sei
desde já que é um contato muito pessoal para além da relação
terapeuta-paciente. Não vou nem tocar nesse assunto. Ou vou, sei lá. O que me
der na telha, eu falo. Sete minutos. Três cigarros. Nenhum no estoque. Fui
depauperado pelo meu amigo redator e meu amigo da piscina. Seis minutos. Ainda
terei que acordar mamãe para que faça o cheque. Cinco minutos. Essa contagem de
tempo coloco apenas para dar um senso de urgência à narrativa, mas não sei se o
efeito é esse. Quem ler interpretará à sua maneira. Quatro minutos. Ficou chata
essa contagem de tempo, deixar isso para lá e escrever o que me vem à cabeça
enquanto me resta alguns minutos. Não me vem muita coisa. Irei com a roupa que
usei na saída se sábado. Na minha opinião ainda está plenamente usável. Eu não
sei o que dizer, só quero me deixar aqui até o último minuto. Não estou
totalmente preparado para Ju ainda. E nunca-sempre estou, esta é a verdade. Não
é preciso preparação, só sinceridade. Último minuto. Vou logo tomar o meu
banho. 15h14.
17h15. Voltei da terapia. É triste concluir que a mulher com
quem mais tenho contato físico é a minha terapeuta. Hahaha. Falamos da saída da
noite e das percepções que tive dos meus amigos e da identificação e
estranhamento com suas situações. Depois cuidamos de Aurora. E depois me foi
pedido para escolher três imagens para compor um cartão com elas. Escolhi uma de
uma corrida com vários carros estranhos, uma foto de Cesar de “O Planeta dos
Macacos” armado e montado a cavalo e um olho que tinha refletido na retina a
bandeira do Brasil. Esta última ficou de plano de fundo no cartão. A pista de
corrida, da qual tirei duas raias apenas, ficou do lado esquerdo da imagem e o
macaco montado a cavalo do direito. Disse que a corrida era a batalha diária
dos demais seres humanos pela sobrevivência e que era uma corrida da qual não
participava mais e odiaria participar novamente. Do outro lado, eu, o macaco
mais inteligente de todos, que usou o sistema a seu favor justamente para não
participar da corrida. Ju ressaltou que o macaco estava armado e a cavalo,
então bem preparado para enfrentar o caminho que decidiu trilhar. Eu disse que
tinha tudo o que precisava na vida, ela me questionou se tudo mesmo e eu disse
que só me faltava uma namorada, mas que temia tal relacionamento. Especialmente
por medo de falhar sexualmente. Por causa do meu desinteresse pelo sexo. Se
mais coisas me vierem à mente sobre a terapia, digo. Ah, falei que uma coisa
que não tinha era a bendita fronha do Manicômio e que essa não conseguirei
mais. Ela atenuou minha perda dizendo que o que eu queria transmitir com a
fronha eu já transmito como pessoa. Meu amigo redator disse que iria pensar em
ir para o lançamento do livro de nossa amiga. Já é um progresso. Falei para Ju
também do livro, o meu no caso, e que estava mais relaxado em relação a isso.
Que ainda precisaria da validação de Seu Raimundo ou alguém de igual quilate
para satisfazer o meu pai que existe em mim, para estar de acordo com os padrões
de qualidade dele. Me disse me sentir meio mau-caráter por não ter a retidão do
meu irmão. Por me achar muito egoísta. Por que egoísta? Porque ajudo só o
suficiente na casa, poderia oferecer muito mais, mas não me ponho disponível
porque eu prefiro estar aqui me dizendo. Eu sou o macaco mais esperto porque
usei o sistema para me prover e me permitir fazer o que mais amo na vida que é
escrever. O que não me traz remuneração nenhuma, mas me recompensa muito mais
profundamente que quaisquer outras opções profissionais. Às vezes a ânsia de
dizer é tão grande que engulo palavras. Acho que estou ficando disléxico mesmo.
Me peguei, eu que ouço agora e há vários dias U2, me imaginando num show da
banda e me perdi do que escrevia aqui. Me senti bem escolhendo o macaco mais
inteligente de todos para me representar. Ju estava com pinturas indígenas nos
braços pois havia ido visitar uma tribo. Muito interessante. Seria uma pessoa
com a qual me relacionaria sem problema nenhum, mas não vou fazer essa transferência
para ela. Não vai me ajudar em nada. Melhor vê-la como uma das minhas melhores
amigas. Eu que perigo perder as minhas. Afora a Gatinha. A Gatinha pode se
distanciar de mim, mas sempre vai me acolher e entender. Pelo menos é isso que
sinto em relação a ela e o que ofereço em retorno. Tomara que realize seu
próximo sonho profissional, que não posso revelar aqui. Mas acho que tem
capacidade para tal. A Gatinha merece tudo de melhor que a vida possa oferecer
pelo tanto que a mesma vida lhe roubou. Acho que eu fui um dos únicos homens
que genuinamente amou. E isto é uma grande honra, a maior que poderia receber
dela. A gente sempre vai se amar, não como casal, mas como pessoas. Isso é raro
e precioso. E belo. Eis aí, uma parte que eu acho bonita em mim, ter cultivado
essa amizade tão profunda e transparente como o poço da mais límpida água, de
onde, de cima, se vê claramente o fundo. Sou grato por mais essa, existência.
Sou grato por tudo o que me proporcionou até agora. Não guardo rancores de
você, existência, apesar dos lugares em que me meteu por conta das minhas
escolhas erradas. Eu acho que mereci. Deveria achar que mereço a parte boa
também, mas me sinto indigno de tantas bênçãos, por mais que anseie por mais
duas. Uma delas sendo a aprovação de Seu Raimundo Carrero. A outra sendo amor
de amantes na minha vida. Com encantamento, beleza, respeito, cumplicidade,
intimidade, paz e espaço para a minha escrita, embora acredite que talvez na
fase da paixão não ligasse muito para as palavras tão embevecido estaria com o
relacionamento. Não sei. E acho que o destino que construo para mim não
comporta uma família. Eu ia colocar “relacionamento” no final da frase
anterior, mas, ato falho, coloquei “família”, então ficará assim. Isso quer
dizer algo de mim, mas não sei precisar o quê. Achei curioso. Será que ainda
habita em mim o desejo de ter uma família? À primeira vista a ideia me soa
assustadora e, ao mesmo tempo, desejada. Mas só há uma pessoa com a qual me
submeteria a isso e esta pessoa está muito, mas muito distante de mim. E tanto
mais ficará. Se o destino me sorrir por um lado me entristecerá por outro. Mas
o outro já se afigura triste desde já. Em suma, não terei família. Ainda bem,
posso escrever. Hahaha. Que compensação, né? Mas escrever me é muito querido, desejado
e realizado. Talvez daqui para lá essa sanha de me dizer já tenha sido saciada,
quem sabe. Daqui para lá tanta coisa pode acontecer. Inclusive eu continuar a
viver exatamente como vivo, o que me parece um tanto repetitivo, mas em não me
faltando palavras, consigo levar de boa. Tendo o Hulk ao meu lado, então, me
sinto melhor ainda. Hahaha. Sou patético. E gosto de ser assim. Bem, não gosto
de me sentir patético, mas gosto do meu cotidiano que muitos teriam por
patético. A mim não é. É solitária apenas, é preciso ter muito a se conversar
consigo mesmo para seguir pelo meu caminho. É preciso também uma sede de
exibicionismo, um despudor em se mostrar que não é todo mundo que tem, ou seja,
é um caminho para poucos. Talvez seja um caminho viável só para mim. Quando
acabar esse post preciso muito viabilizar o do Desabafos do Vate, acho que há
três arquivos que preciso juntar em um. Detesto edições. Mas vale a pena esses
textos encontrarem sua expressão no meu blog secreto. Por falar nisso, acho que
tenho que deixar um blog secreto ainda mais secreto. Um momento.
18h37. Pronto resolvido. Melhor não revelar nada antes do
tempo, se tempo houver para tal revelação. Nossa, me peguei pensando e
esperando muito a resposta de Seu Raimundo. Cada dia fica mais distante a
esperança ou mais perto de uma resposta. Meu tio levou um mês para ler. E ele é
tão ocupado quanto Seu Raimundo, quero crer. Espero que pelo menos uma resposta
eu mereça. Vixe, me bateu uma vontade de mandar um e-mail para Seu Raimundo,
mas vou me controlar. Quando receber a primeira revisão do texto, envio um
e-mail para ele. Aí é tempo mais do que suficiente. E não me furtarei a
aperreá-lo uma vez mais. Antes disso, não, nem pensar, bom, pensar pode, fazer
é que não pode. E pensar e não fazer só gera ansiedade, então é melhor não
pensar nisso. No que pensar, Homem-Aranha? Que “Landlady” acabou de começar a
tocar. Mas essas citações de “Landlady” já estão enchendo o saco do leitor. Não
foi a melhor ideia, Homem-Aranha. E você, Rei Ayanami? O que me diz? Que eu
tenho que falar mais das mulheres? O que posso acrescentar sobre esses
fantásticos seres? Que elas estão cada vez mais empoderadas, que meu amigo da
piscina disse que vão criminalizar cantadas? Não sei se isso procede, mas aí o
jogo da conquista será bastante prejudicado, inclusive para elas. Bom, não sei,
sei que amo as mulheres, para mim são mais fortes que os homens, pois vivem num
mundo que é mais inóspito para elas. Mas não gosto de sexismos. Acho que somos
cidadãos de igual tamanho e valor, mas que ambos temos particularidades que
merecem ser respeitadas. Mas antes de tudo, homens e mulheres tem que ser
amigos, companheiros, nunca inimigos. Demonizar os homens já acho uma atitude
excessiva. Bom, quem viver, verá. Não foi uma ideia muito boa, também, Rei. Ei,
e você, Coisa, o que tem a me dizer com esse olhar melancólico esse charuto na
mão? Boa, Coisa, preciso pedir minha carteira de cigarros a minha mãe e
inaugurá-la com um copo de Coca cheio de gelo. Melhor ideia de longe! Hahaha.
19h07. Valeu, Coisa. Foi ótimo ter fumado esse cigarro com
uma Coca estupidamente gelada. Sobre sua melancolia, eu entendo, não é fácil
ser, e mais, se sentir uma aberração. Sei como é, também sou um freak. Não vou nem perguntar ao Hulk,
que ele está com cara de poucos amigos. Sigo eu sozinho a partir daqui, claro
que com a companhia inerte de vocês, mas vamos ver o que minha própria cachola
me traz. Nada que se salve. Minhas duas fixações. E não quero falar delas.
Talvez o que eu deva fazer agora é ir para o Desabafos do Vate tentar montar o
post. Acho que é o que mais me apetece fazer agora. Vou lá. Depois volto aqui.
Ou não. 19h12.
19h24. Montei o post, ficou com 11 páginas e é uma pena que
tenha que sacrificar a parte do aniversário do meu padrasto que não é conteúdo
do Vate. Mas aqui vão fotos dos dois bolos feitas pela habilidosíssima nora do
aniversariante.
19h32. Tentei postar uma foto da caveira que tirei no
Instagram e não sei se consegui, a interface mudou e não sei mais fazer. Como
disse, estou me tornando um dinossauro em tecnologia.
19h34. Para não desperdiçar, algumas fotos que tirei no
Caverna nesse sábado.
19h35. Este é um dos posts com mais fotos que já fiz, talvez
seja o campeão.
19h41. Tentando me enviar as fotos. Incompetente até nisso.
Hahaha. Eu poderia plugar o meu celular no computador e extraí-las muito mais
rapidamente do que me enviá-las por e-mail, mas agora já fiz assim, fica para a
próxima. Quando me acostumo com um método me apego a ele e é difícil mudar o hábito.
Bom as recebi todas. Vou tratá-las no Photoshop.
19h56. Acabei. Por que não em meio a tantas fotos, não
postar duas do meu prédio, da piscina e do elevador rosa?
19h56. Agora sem sombra de dúvida é o post com mais imagens.
Hahaha. Tirei muitas fotos esses dias. É uma das principais utilidades do
celular para mim. Hahaha. Pena que sou um péssimo fotógrafo. Vou pegar uma
Coca.
20h02. Penso que não desorganizo o meu quarto porque não uso
as coisas que nele existem afora o Vaporfi o copo e o computador. E o som, como
esquecer do som com essa maravilha inexplorada que é o Spotify? Sei que o
aplicativo tem muito a me mostrar e ensinar sobre música, mas simplesmente é
tão gigantesco que chega a ser acachapante. Aí me boto a ouvir U2 entra dia,
sai dia.
20h09. Estou tentando convencer meu amigo redator a ir
comigo ao lançamento do livro, senão não vou, tenho vergonha, meu lado
antissocial me vence nesse desafio. Fui franco com ele. Se ele não for, não
vou. É a vida.
20h11. Estou sem muita inspiração para escrever. Parei de
ter raiva de mim, mas não gosto de mim, mesmo assim. Isso é algo com o que
estamos batalhando na terapia. Fiquei feliz por ter me escolhido como Cesar, o
macaco, pois acho o personagem um ícone de honra, temperança e sabedoria. Mas
não foi por esses valores que o escolhi, foi por ser o mais inteligente. Quem
sabe subconscientemente eu não o tenha escolhido por tais valores também. Não
que os possua em grande quantidade, mas são valores que admiro. Que anseio ter.
Ou ter mais. Acho que desses, o que mais possuo é sabedoria, talvez um pouco de
temperança. Afora as minhas ansiedades por causa do livro. Hahaha. Mas me
lembrar dessa qualidade me põe até menos ansioso em relação a isso. É uma
novela que quero muito acompanhar essa do livro. Outras pessoas agora
protagonizam os capítulos, eu estou na cadeira de espectador. Talvez volte ao
protagonismo quando a primeira revisão ficar pronta. A pergunta que eu mais
queria fazer a incrível revisora é quais são as partes mais tediosas do livro.
Embora tenha medo da resposta. Mas não é um livro de ação. Não é um thriller.
Queria que tivesse a dinâmica de um, mas não há. Entretanto gostaria que
prendesse a atenção do início ao fim. Ela pode me dizer como amiga, como
leitora, a respeito disso. Eu acho. Se deveria tirar as partes que passo em
casa. Ou se a obra está com uma narrativa que prende ou gera curiosidade do
início ao fim.
21h57. Encontrei o meu amigo jurista que veio se despedir do
meu amigo corretor que talvez perca o voo dado o adiantado da hora que deixou o
prédio. Espero que consiga. Foi bom o papo com o meu amigo jurista, mas ele não
conseguiu reacender a minha paixão por games. Pode ser um período transitório,
mas sinto que não. Me agrada ter os consoles e a possibilidade de jogá-los, mas
disso a ter efetiva vontade de botar um jogo me sentar na frente da TV e
encarar vai uma longa distância. Ele queria muito me convencer a jogar Zelda
BOTW e Portal. Tenho ambos, mas não tenho o tesão, a secura que uma vez tive
por videogames. Não sei o que se dá comigo. Vai ver que a minha fase de curtir
games passou. Não sei. Sei que videogames consumiram uma grande parte da minha
vida, mas agora sou das palavras e ela são possessivas e sedutoras. Nossa, já
estou na sétima página. É a última desse post. Não estou inspirado para cá,
acho que vou para paragens outras. Não sei bem para onde. Para um documento em
branco provavelmente. Preciso revisar e postar isso. Faz uns dois dias que não
posto nada, pois estava produzindo para o Vate. “Landlady”. Uma última vez
antes do final deste post. Capaz de o meu amigo corretor perder o voo. Meu
amigo jurista falou das práticas antiéticas do capitalismo, no que está coberto
de razão. Overbooking é uma dessas
práticas. E pode ser o que pegue para o nosso amigo corretor chegando assim em
cima da hora do voo. Talvez queira inconscientemente adiar a viagem em mais
alguns dias. Bom, espero que ele embarque e a vida lá seja mais salutar que
aqui. Estou seriamente inclinado a tomar uma atitude temerária. Já a venho
ruminando há alguns dias. Não sei se hoje é o dia. E nem vocês saberão. Só quem
saberá, se tudo der certo sou eu. Pois irei escrever no Vate sobre tal decisão,
ainda tímida e incerta. Como um brotinho de ideia, mas que já irrompeu da
semente. Mas vamos mudar de assunto. Meu amigo jurista me disse para assistir
“O Jogador Número 1” ou coisa que valha. E “Thor Ragnarok”. Me disse até o site
para eu baixar, mas não me recordo do nome. Vou encerrar por aqui.
22h57. Tomei a atitude. Agora já foi, não tem volta. Nossa,
eu tenho muito o que revisar. Vi que o post do Vate precisa de complementos.
Acho que começarei por lá.
-x-x-x-x-
14h46. Minha atitude temerária se mostrou infrutífera para o
bem ou para o mal. Tanto se me dá. Confesso que estou decepcionado, mas se o
destino-acaso quis assim, que seja. Vou postar isso.
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