terça-feira, 22 de maio de 2018

TERAPIA E CESAR


Olá, estou de volta. São 12h15. Acabei de acordar e fumar o primeiro cigarro do dia. Hoje é dia de terapia, mas não quero nem pensar nisso no momento, estou despertando ainda e com a alma nada preparada para tal evento. Isso é uma coisa que leva um certo tempo. Despertares para mim são momentos difíceis do dia. Acordo indisposto para as coisas do mundo. Que negócio estranho, recebi na minha aba principal um e-mail que geralmente recebo na minha aba promocional e quando abri não havia conteúdo. Resolvi então voltar para a aba principal e recarregá-lo, mas ele misteriosamente havia sumido de lá. Acho esses eventos sinistros. Fico com medo da privacidade dos meus dados. Acredito que não fui ainda roubado nisso por pura sorte, por haver tanta gente conectada, tantas possíveis vítimas, que vira uma loteria ser atacado, a probabilidade de eu ser a vítima cai. Que papo mais chato. A fantástica faxineira está fazendo café. Talvez isso me anime mais. Nossa, como hoje não estou preparado para encarar Ju, espero que seja só uma questão de tempo. E café.

12h42. Fiquei bestando no e-mail e pensando. Nada que se aproveite. Culpas e expectativas. Nada que mereça menção aqui.

13h02. Acabei de me comunicar com o meu amigo corretor sobre o nosso encontro em Portugal, para onde ele parte hoje em busca de uma nova vida.

13h10. Peguei uma xícara de café e fumei mais um cigarro. Estou sem saber o que dizer. Pensamentos que me cruzam a cabeça? Terapia principalmente. E pouquíssimos cigarros. Espero que minha mãe me dê quando eu voltar da sessão. Só tenho três, dois para antes da terapia e um para depois. Enquanto isso, Vaporfi. Liguei o ar. Estou com calor. Urinei um pouco na cama hoje. Que coisa de criança, ainda bem que acordei quando senti que era de verdade e acabei o ato no banheiro, mesmo assim molhou meu pijama e a colcha. A fantástica faxineira está com o tempo contado hoje, então nem vou aperreá-la com isso. Fica para trocar na quinta. Meu amigo cineasta vai ser pai! Não sei se contei isso aqui, mas, se contei, fica recontado. Notícia boa é para se repartir. Por mim dormiria mais, mas agora que já estou razoavelmente desperto resistirei. Me prometi ir ao oculista essa semana, mas não estou agora nem um pouco animado a fazê-lo. Mamãe está alugando a filha da fantástica faxineira. Parece que minha irmã PE está aqui. Acho que vou pegar mais uma xícara de café. Preciso reativar os neurônios. Sinto que ainda não recuperei o sono da noitada. Estou ficando velho para essas coisas. Temo pelo meu amigo corretor. Espero que seja infundado. Tomara. Perguntei do meu amigo redator, mas os celulares dele parecem desligados, a mensagem não chega. Que seja. Somos todos adultos e, em tese, responsáveis por nossas vidas. Eu sou o que menos se encontra nessa posição por causa da minha peculiar situação jurídica. Queria publicar o que escrevi ontem aqui, mas é conteúdo para o Vate, não há dúvida em relação a isso. Ontem fiquei de novo de olhos grudados nas pegadinhas de João Kleber. E passei praticamente uma hora olhando para elas. São algo que me absorve a atenção de uma forma única. A cara de pau dos atores não tem limites. É entretenimento do mais baixo padrão. E talvez por ser esse ponto fora da curva que me atraia tanto. É lixo. Não há melhor palavra para descrever. E, no entanto, me entretém deveras. Tanto que fico querendo saber qual é a próxima, e a próxima e a próxima. Assisti a coletânea de pegadinhas até o final. Quando foi carregar outra coletânea foi que parei de assistir, senão não sei quanto tempo passaria vendo aquilo. Coloquei U2 para ouvir. Não estou com disposição para ir à terapia hoje. Mas terei que arrumar. Posso falar dos temas que não posso tocar aqui. A terapia é um espaço em que me sinto mais livre que no Profeta. Lá, me sinto no Vate. Só que em vez de algo solitário, há uma pessoa com quem posso repartir, alguém bastante compreensiva e afinada com os meus dilemas. “Landlady”, para variar. Acho difícil para um leitor imaginar o significado que essa música tem para mim sem ter vivido o que vivi à época em que vivi, nas circunstâncias em que vivi. Afora que a música é uma graça, bem bonita. A primeira parte é melhor que a segunda. Mas isso também já comentei aqui. Já vão dar 14h00. A terapia se aproxima. Estou cada vez menos intimidado com o prospecto. Isso é bom. Ju é a pessoa menos intimidante que conheço. Com ela não guardo segredos. E acho que assim seja a melhor forma de levar uma terapia. É preciso ter esse vínculo de confiança para se extrair o máximo do processo, acho eu. E nós temos. E não há temor de julgamentos ou condenações morais. Espero que a mensagem de desabafo para o meu tio não tenha chegado a seus olhos. Não sei por que fui publicar aquilo. Nem sei em que post foi. Sei que há coisas que quando o ânimo esfria parecem totalmente despropositadas, essa é uma delas.

14h05. Meu amigo redator respondeu, está tudo bem. Que bom. Fico feliz e aliviado. Comentei dos meus receios acerca do nosso amigo corretor. Mas debaterei tudo isso na terapia. Lá e não aqui é o local adequado para trazer esses assuntos à baila. Eu me repito muito nas minhas expressões, demonstração clara de um vocabulário limitado. Não o faço num mesmo post, mas de um post para outro, o que não diminui muito a repetição. Porém, com 536 posts publicados, fora os paralelos, é difícil não me repetir, principalmente multiplicando 536 por 7 que é o número médio de páginas que escrevo. Vou pegar mais café.

14h18. Acho que a conversa com o meu amigo redator acabou. Demonstrou a mesma preocupação que eu. Não sei se falei do livro para ele, realmente não lembro, devo ter falado por alto, mas não me aprofundei no assunto. O que debatemos bastante foi o fato de irmos ou não ao lançamento do livro da nossa amiga escritora. Ele pareceu bastante decidido a não ir. Por outro lado, a tem na mais alta conta. E o passado ficou, bem, no passado. Ela deixou bem claro que acharia ótima a presença de ambos no evento. Vamos ver. Tenho até o dia 5 de junho para convencê-lo. Ele falou de um lugar absurdamente caro que ele disse que dá várias quarentonas à caça de parceiros. Pena que não seja a minha praia, nem pelos preços, nem pelo público. Se bem que uma Coca Zero nesse lugar não pode ser mais de dez reais. Eu faço uma salada mista de uso de numerais no meu blog. Me perdoem a ignorância. Pelo menos acho que dá para entender o que estou dizendo, né?

14h32. Estou cada vez mais aclimatado com a ideia de ir à terapia, diria que começo já a me animar com a ideia. E é bom que não preciso pensar em nenhum roteiro predefinido, é chegar lá e dizer o que me vai na alma. Embora já institivamente trace um roteiro ou pelo menos fico olhando para dentro de mim para ver o que há de saliente na alma. No momento, é o meu amigo corretor. Talvez comece com isso. Sei lá, talvez não. Estou meio sem cérebro hoje. O brinco coça em minha orelha. Saco isso. Vou pegar mais café. Acho que a terapia de hoje não vai render muito. Ou vai. Nunca se sabe. Parece que o iPod já descarregou. Não estou sabendo desligá-lo ou a bateria já era. Ao café.

14h43. Olhei para o Nintendo Switch e ainda não sei como o Zelda Breath Of The Wild ganhou jogo do ano nos principais veículos do meio. Achei o jogo fraco. Talvez se só tivesse ele e não o Mario Odyssey, eu conseguisse imergir no jogo. Mas não se deu assim e o Mario calhou de ser o jogo que eu sempre sonhei realizado. Mas nem para o Mario tenho mais paciência. O que é uma pena. Pois amei o jogo. Eu não sei o que fazer a respeito dos games. É dar tempo ao tempo. Não desaprenderei os controles do Mario, pois são praticamente os mesmos da série Mario Galaxy. Mas não vou me delongar nesse assunto que interessa menos ainda à humanidade que as minhas ruminações cotidianas. Menos de meia-hora para ir me aprontar para a terapia. De 15h15, eu entro no banho. Preciso pegar um desodorante na despensa. O U2 ou a Apple, ou ambos, decidiram disponibilizar o disco anterior da banda de graça – e de forma compulsória – no iTunes. Nossa, 14h52. Já-já vou ter que me preparar para Ju. Mas não estou tenso ou ansioso, só queria ter mais tempo. Acredito que o banho me despertará o que falta ser despertado. Ainda bem que não tenho por Ju uma transferência romântica, tenho uma transferência de amiga. Se afiro direito. Ela é jeitosinha, namoraria com ela, mas não acho prudente trocar as bolas. “Landlady”. Desculpe ficar sinalizando isso toda vez, é um cacoete já. Preciso me livrar dele. Ou colocar outro disco para rodar, mas estou acostumado com esse e gosto de coisas familiares, costumeiras. Só não gosto de tédio. A saída de sábado e o encontro com o meu amigo da piscina foram o suficiente de imersão no mundo social para me deixar satisfeito até o final dessa semana.

15h03. Não sei o que fazer dos meus bonecos e não quero pensar nisso agora. Não sei direito o que fazer da minha vida além disso. De escrever. É a única coisa líquida e certa que tenho a fazer. E encarar um banho daqui a dez minutos para encarar Dona Ju. Poderia debater com ela o fato do Facebook ficar me sugerindo que eu seja seu amigo na rede social, mas já sei desde já que é um contato muito pessoal para além da relação terapeuta-paciente. Não vou nem tocar nesse assunto. Ou vou, sei lá. O que me der na telha, eu falo. Sete minutos. Três cigarros. Nenhum no estoque. Fui depauperado pelo meu amigo redator e meu amigo da piscina. Seis minutos. Ainda terei que acordar mamãe para que faça o cheque. Cinco minutos. Essa contagem de tempo coloco apenas para dar um senso de urgência à narrativa, mas não sei se o efeito é esse. Quem ler interpretará à sua maneira. Quatro minutos. Ficou chata essa contagem de tempo, deixar isso para lá e escrever o que me vem à cabeça enquanto me resta alguns minutos. Não me vem muita coisa. Irei com a roupa que usei na saída se sábado. Na minha opinião ainda está plenamente usável. Eu não sei o que dizer, só quero me deixar aqui até o último minuto. Não estou totalmente preparado para Ju ainda. E nunca-sempre estou, esta é a verdade. Não é preciso preparação, só sinceridade. Último minuto. Vou logo tomar o meu banho. 15h14.

17h15. Voltei da terapia. É triste concluir que a mulher com quem mais tenho contato físico é a minha terapeuta. Hahaha. Falamos da saída da noite e das percepções que tive dos meus amigos e da identificação e estranhamento com suas situações. Depois cuidamos de Aurora. E depois me foi pedido para escolher três imagens para compor um cartão com elas. Escolhi uma de uma corrida com vários carros estranhos, uma foto de Cesar de “O Planeta dos Macacos” armado e montado a cavalo e um olho que tinha refletido na retina a bandeira do Brasil. Esta última ficou de plano de fundo no cartão. A pista de corrida, da qual tirei duas raias apenas, ficou do lado esquerdo da imagem e o macaco montado a cavalo do direito. Disse que a corrida era a batalha diária dos demais seres humanos pela sobrevivência e que era uma corrida da qual não participava mais e odiaria participar novamente. Do outro lado, eu, o macaco mais inteligente de todos, que usou o sistema a seu favor justamente para não participar da corrida. Ju ressaltou que o macaco estava armado e a cavalo, então bem preparado para enfrentar o caminho que decidiu trilhar. Eu disse que tinha tudo o que precisava na vida, ela me questionou se tudo mesmo e eu disse que só me faltava uma namorada, mas que temia tal relacionamento. Especialmente por medo de falhar sexualmente. Por causa do meu desinteresse pelo sexo. Se mais coisas me vierem à mente sobre a terapia, digo. Ah, falei que uma coisa que não tinha era a bendita fronha do Manicômio e que essa não conseguirei mais. Ela atenuou minha perda dizendo que o que eu queria transmitir com a fronha eu já transmito como pessoa. Meu amigo redator disse que iria pensar em ir para o lançamento do livro de nossa amiga. Já é um progresso. Falei para Ju também do livro, o meu no caso, e que estava mais relaxado em relação a isso. Que ainda precisaria da validação de Seu Raimundo ou alguém de igual quilate para satisfazer o meu pai que existe em mim, para estar de acordo com os padrões de qualidade dele. Me disse me sentir meio mau-caráter por não ter a retidão do meu irmão. Por me achar muito egoísta. Por que egoísta? Porque ajudo só o suficiente na casa, poderia oferecer muito mais, mas não me ponho disponível porque eu prefiro estar aqui me dizendo. Eu sou o macaco mais esperto porque usei o sistema para me prover e me permitir fazer o que mais amo na vida que é escrever. O que não me traz remuneração nenhuma, mas me recompensa muito mais profundamente que quaisquer outras opções profissionais. Às vezes a ânsia de dizer é tão grande que engulo palavras. Acho que estou ficando disléxico mesmo. Me peguei, eu que ouço agora e há vários dias U2, me imaginando num show da banda e me perdi do que escrevia aqui. Me senti bem escolhendo o macaco mais inteligente de todos para me representar. Ju estava com pinturas indígenas nos braços pois havia ido visitar uma tribo. Muito interessante. Seria uma pessoa com a qual me relacionaria sem problema nenhum, mas não vou fazer essa transferência para ela. Não vai me ajudar em nada. Melhor vê-la como uma das minhas melhores amigas. Eu que perigo perder as minhas. Afora a Gatinha. A Gatinha pode se distanciar de mim, mas sempre vai me acolher e entender. Pelo menos é isso que sinto em relação a ela e o que ofereço em retorno. Tomara que realize seu próximo sonho profissional, que não posso revelar aqui. Mas acho que tem capacidade para tal. A Gatinha merece tudo de melhor que a vida possa oferecer pelo tanto que a mesma vida lhe roubou. Acho que eu fui um dos únicos homens que genuinamente amou. E isto é uma grande honra, a maior que poderia receber dela. A gente sempre vai se amar, não como casal, mas como pessoas. Isso é raro e precioso. E belo. Eis aí, uma parte que eu acho bonita em mim, ter cultivado essa amizade tão profunda e transparente como o poço da mais límpida água, de onde, de cima, se vê claramente o fundo. Sou grato por mais essa, existência. Sou grato por tudo o que me proporcionou até agora. Não guardo rancores de você, existência, apesar dos lugares em que me meteu por conta das minhas escolhas erradas. Eu acho que mereci. Deveria achar que mereço a parte boa também, mas me sinto indigno de tantas bênçãos, por mais que anseie por mais duas. Uma delas sendo a aprovação de Seu Raimundo Carrero. A outra sendo amor de amantes na minha vida. Com encantamento, beleza, respeito, cumplicidade, intimidade, paz e espaço para a minha escrita, embora acredite que talvez na fase da paixão não ligasse muito para as palavras tão embevecido estaria com o relacionamento. Não sei. E acho que o destino que construo para mim não comporta uma família. Eu ia colocar “relacionamento” no final da frase anterior, mas, ato falho, coloquei “família”, então ficará assim. Isso quer dizer algo de mim, mas não sei precisar o quê. Achei curioso. Será que ainda habita em mim o desejo de ter uma família? À primeira vista a ideia me soa assustadora e, ao mesmo tempo, desejada. Mas só há uma pessoa com a qual me submeteria a isso e esta pessoa está muito, mas muito distante de mim. E tanto mais ficará. Se o destino me sorrir por um lado me entristecerá por outro. Mas o outro já se afigura triste desde já. Em suma, não terei família. Ainda bem, posso escrever. Hahaha. Que compensação, né? Mas escrever me é muito querido, desejado e realizado. Talvez daqui para lá essa sanha de me dizer já tenha sido saciada, quem sabe. Daqui para lá tanta coisa pode acontecer. Inclusive eu continuar a viver exatamente como vivo, o que me parece um tanto repetitivo, mas em não me faltando palavras, consigo levar de boa. Tendo o Hulk ao meu lado, então, me sinto melhor ainda. Hahaha. Sou patético. E gosto de ser assim. Bem, não gosto de me sentir patético, mas gosto do meu cotidiano que muitos teriam por patético. A mim não é. É solitária apenas, é preciso ter muito a se conversar consigo mesmo para seguir pelo meu caminho. É preciso também uma sede de exibicionismo, um despudor em se mostrar que não é todo mundo que tem, ou seja, é um caminho para poucos. Talvez seja um caminho viável só para mim. Quando acabar esse post preciso muito viabilizar o do Desabafos do Vate, acho que há três arquivos que preciso juntar em um. Detesto edições. Mas vale a pena esses textos encontrarem sua expressão no meu blog secreto. Por falar nisso, acho que tenho que deixar um blog secreto ainda mais secreto. Um momento.

18h37. Pronto resolvido. Melhor não revelar nada antes do tempo, se tempo houver para tal revelação. Nossa, me peguei pensando e esperando muito a resposta de Seu Raimundo. Cada dia fica mais distante a esperança ou mais perto de uma resposta. Meu tio levou um mês para ler. E ele é tão ocupado quanto Seu Raimundo, quero crer. Espero que pelo menos uma resposta eu mereça. Vixe, me bateu uma vontade de mandar um e-mail para Seu Raimundo, mas vou me controlar. Quando receber a primeira revisão do texto, envio um e-mail para ele. Aí é tempo mais do que suficiente. E não me furtarei a aperreá-lo uma vez mais. Antes disso, não, nem pensar, bom, pensar pode, fazer é que não pode. E pensar e não fazer só gera ansiedade, então é melhor não pensar nisso. No que pensar, Homem-Aranha? Que “Landlady” acabou de começar a tocar. Mas essas citações de “Landlady” já estão enchendo o saco do leitor. Não foi a melhor ideia, Homem-Aranha. E você, Rei Ayanami? O que me diz? Que eu tenho que falar mais das mulheres? O que posso acrescentar sobre esses fantásticos seres? Que elas estão cada vez mais empoderadas, que meu amigo da piscina disse que vão criminalizar cantadas? Não sei se isso procede, mas aí o jogo da conquista será bastante prejudicado, inclusive para elas. Bom, não sei, sei que amo as mulheres, para mim são mais fortes que os homens, pois vivem num mundo que é mais inóspito para elas. Mas não gosto de sexismos. Acho que somos cidadãos de igual tamanho e valor, mas que ambos temos particularidades que merecem ser respeitadas. Mas antes de tudo, homens e mulheres tem que ser amigos, companheiros, nunca inimigos. Demonizar os homens já acho uma atitude excessiva. Bom, quem viver, verá. Não foi uma ideia muito boa, também, Rei. Ei, e você, Coisa, o que tem a me dizer com esse olhar melancólico esse charuto na mão? Boa, Coisa, preciso pedir minha carteira de cigarros a minha mãe e inaugurá-la com um copo de Coca cheio de gelo. Melhor ideia de longe! Hahaha.

19h07. Valeu, Coisa. Foi ótimo ter fumado esse cigarro com uma Coca estupidamente gelada. Sobre sua melancolia, eu entendo, não é fácil ser, e mais, se sentir uma aberração. Sei como é, também sou um freak. Não vou nem perguntar ao Hulk, que ele está com cara de poucos amigos. Sigo eu sozinho a partir daqui, claro que com a companhia inerte de vocês, mas vamos ver o que minha própria cachola me traz. Nada que se salve. Minhas duas fixações. E não quero falar delas. Talvez o que eu deva fazer agora é ir para o Desabafos do Vate tentar montar o post. Acho que é o que mais me apetece fazer agora. Vou lá. Depois volto aqui. Ou não. 19h12.

19h24. Montei o post, ficou com 11 páginas e é uma pena que tenha que sacrificar a parte do aniversário do meu padrasto que não é conteúdo do Vate. Mas aqui vão fotos dos dois bolos feitas pela habilidosíssima nora do aniversariante.






19h32. Tentei postar uma foto da caveira que tirei no Instagram e não sei se consegui, a interface mudou e não sei mais fazer. Como disse, estou me tornando um dinossauro em tecnologia.

19h34. Para não desperdiçar, algumas fotos que tirei no Caverna nesse sábado.








19h35. Este é um dos posts com mais fotos que já fiz, talvez seja o campeão.

19h41. Tentando me enviar as fotos. Incompetente até nisso. Hahaha. Eu poderia plugar o meu celular no computador e extraí-las muito mais rapidamente do que me enviá-las por e-mail, mas agora já fiz assim, fica para a próxima. Quando me acostumo com um método me apego a ele e é difícil mudar o hábito. Bom as recebi todas. Vou tratá-las no Photoshop.

19h56. Acabei. Por que não em meio a tantas fotos, não postar duas do meu prédio, da piscina e do elevador rosa?






19h56. Agora sem sombra de dúvida é o post com mais imagens. Hahaha. Tirei muitas fotos esses dias. É uma das principais utilidades do celular para mim. Hahaha. Pena que sou um péssimo fotógrafo. Vou pegar uma Coca.

20h02. Penso que não desorganizo o meu quarto porque não uso as coisas que nele existem afora o Vaporfi o copo e o computador. E o som, como esquecer do som com essa maravilha inexplorada que é o Spotify? Sei que o aplicativo tem muito a me mostrar e ensinar sobre música, mas simplesmente é tão gigantesco que chega a ser acachapante. Aí me boto a ouvir U2 entra dia, sai dia.

20h09. Estou tentando convencer meu amigo redator a ir comigo ao lançamento do livro, senão não vou, tenho vergonha, meu lado antissocial me vence nesse desafio. Fui franco com ele. Se ele não for, não vou. É a vida.

20h11. Estou sem muita inspiração para escrever. Parei de ter raiva de mim, mas não gosto de mim, mesmo assim. Isso é algo com o que estamos batalhando na terapia. Fiquei feliz por ter me escolhido como Cesar, o macaco, pois acho o personagem um ícone de honra, temperança e sabedoria. Mas não foi por esses valores que o escolhi, foi por ser o mais inteligente. Quem sabe subconscientemente eu não o tenha escolhido por tais valores também. Não que os possua em grande quantidade, mas são valores que admiro. Que anseio ter. Ou ter mais. Acho que desses, o que mais possuo é sabedoria, talvez um pouco de temperança. Afora as minhas ansiedades por causa do livro. Hahaha. Mas me lembrar dessa qualidade me põe até menos ansioso em relação a isso. É uma novela que quero muito acompanhar essa do livro. Outras pessoas agora protagonizam os capítulos, eu estou na cadeira de espectador. Talvez volte ao protagonismo quando a primeira revisão ficar pronta. A pergunta que eu mais queria fazer a incrível revisora é quais são as partes mais tediosas do livro. Embora tenha medo da resposta. Mas não é um livro de ação. Não é um thriller. Queria que tivesse a dinâmica de um, mas não há. Entretanto gostaria que prendesse a atenção do início ao fim. Ela pode me dizer como amiga, como leitora, a respeito disso. Eu acho. Se deveria tirar as partes que passo em casa. Ou se a obra está com uma narrativa que prende ou gera curiosidade do início ao fim.

21h57. Encontrei o meu amigo jurista que veio se despedir do meu amigo corretor que talvez perca o voo dado o adiantado da hora que deixou o prédio. Espero que consiga. Foi bom o papo com o meu amigo jurista, mas ele não conseguiu reacender a minha paixão por games. Pode ser um período transitório, mas sinto que não. Me agrada ter os consoles e a possibilidade de jogá-los, mas disso a ter efetiva vontade de botar um jogo me sentar na frente da TV e encarar vai uma longa distância. Ele queria muito me convencer a jogar Zelda BOTW e Portal. Tenho ambos, mas não tenho o tesão, a secura que uma vez tive por videogames. Não sei o que se dá comigo. Vai ver que a minha fase de curtir games passou. Não sei. Sei que videogames consumiram uma grande parte da minha vida, mas agora sou das palavras e ela são possessivas e sedutoras. Nossa, já estou na sétima página. É a última desse post. Não estou inspirado para cá, acho que vou para paragens outras. Não sei bem para onde. Para um documento em branco provavelmente. Preciso revisar e postar isso. Faz uns dois dias que não posto nada, pois estava produzindo para o Vate. “Landlady”. Uma última vez antes do final deste post. Capaz de o meu amigo corretor perder o voo. Meu amigo jurista falou das práticas antiéticas do capitalismo, no que está coberto de razão. Overbooking é uma dessas práticas. E pode ser o que pegue para o nosso amigo corretor chegando assim em cima da hora do voo. Talvez queira inconscientemente adiar a viagem em mais alguns dias. Bom, espero que ele embarque e a vida lá seja mais salutar que aqui. Estou seriamente inclinado a tomar uma atitude temerária. Já a venho ruminando há alguns dias. Não sei se hoje é o dia. E nem vocês saberão. Só quem saberá, se tudo der certo sou eu. Pois irei escrever no Vate sobre tal decisão, ainda tímida e incerta. Como um brotinho de ideia, mas que já irrompeu da semente. Mas vamos mudar de assunto. Meu amigo jurista me disse para assistir “O Jogador Número 1” ou coisa que valha. E “Thor Ragnarok”. Me disse até o site para eu baixar, mas não me recordo do nome. Vou encerrar por aqui.

22h57. Tomei a atitude. Agora já foi, não tem volta. Nossa, eu tenho muito o que revisar. Vi que o post do Vate precisa de complementos. Acho que começarei por lá.

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14h46. Minha atitude temerária se mostrou infrutífera para o bem ou para o mal. Tanto se me dá. Confesso que estou decepcionado, mas se o destino-acaso quis assim, que seja. Vou postar isso.

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