sábado, 19 de maio de 2018

SEU VITAL QUE NÃO FOI


10:12. Minha mãe me acordou de 8:35, estou zumbi aqui. Estamos à espera do médico, aliás, eu estou à espera de voltar à minha cama. Tenho pensamentos de enamorado hoje, devo ter sonhado com algo do gênero. Minha impressão é essa, visto que não me ocorreu estímulo nenhum nesse sentido. O único contato feminino, por assim dizer, além da minha mãe, foi a voz do GPS.

11:45. Dormi até agora e até agora mamãe não foi atendida. Incrível isso que se dá com médicos brasileiros, não há um que atenda no horário, geralmente passam e muito do combinado com o cliente. Bom, vim e estou fazendo companhia a minha amada genitora.

11:52. Ia comprar uma Coca-Cola, mas a moça que vende desapareceu. Estou segurando o dinheiro enquanto digito, cinco reais. A Coca-Cola é quatro. Há umas atendentes até apetitosas. Já estou com vontade de fumar outro cigarro. Se conseguir comprar a Coca, vou. Ainda estou abismado com a demora. Estou ficando com sono de novo, acho que é de olhar para essa tela pequena com minha vista cansada. 12:04. Finalmente mamãe foi chamada. Quis ir sozinha o que não me incomoda nem um pouco. Acho até melhor, pois não sei se conseguiria memorizar tudo o que transcorreu na consulta para repassar a meu padrasto. Nossa, como queria estar de volta ao meu quarto-ilha. Com uma Coca-Cola cheia de gelo e meu computador. Antes, eu fumaria um cigarro saboreando a bebida, que é a primeira coisa que farei quando chegar em casa, sabe-se lá de que horas, pois teremos que enfrentar o trânsito recifense. É um saco deslocar-se por esta cidade. Recebi um e-mail mas não posso ver de quem é enquanto escrevo isso. Aliás, acho que posso. Era do change.org apenas. Nem vi do que se trata, vejo no quarto-ilha. Vã esperança de ser de Seu Raimundo. Espero que mamãe alugue o médico bem muito para valer todo o esforço empreendido. Há um botão com um + e uma bolinha vermelha na barra de sugestões de palavras que praticamente implora para ser apertado, mas não o farei agora que já digitei tanto. Não quero arriscar perder. Mamãe saiu aparentemente satisfeita com a consulta. Foi ao banheiro. Escrevo mais quando retornar ao quarto-ilha.

15h27. Estava revisando e postando o texto anterior. O médico disse que não é caso de cirurgia, recomendou fisioterapia, hidroginástica e perda de peso. Então acho que vamos viajar. Falando em viagem, talvez saia com o meu amigo corretor, que vai tentar a sorte em Portugal na segunda-feira, para uma despedida no Seu Vital, no Poço da Panela, se não chover. E logo hoje, o meu amigo jurista me convidou para ir ao cinema. Mas havia combinado com o meu amigo que vai para Portugal antes. O céu está limpo, acho que não vai chover. Mas o clima daqui muda de uma hora para a outra. Veremos. Estou é cada vez mais animado para ir ao lançamento do livro da minha conhecida. Curioso isso. Acho que é para sentir a energia de quem publica o primeiro livro. Sei lá por quê. Algo me chama para isso. Talvez o faça. Talvez não. Há tempo ainda para isso. Dia 5/6 às 17h00 na Católica. Veremos também.

15h55. Não sei o que fiz nesse intervalo todo, mas foi muito pouco para tanto tempo. Acho que fiquei a cismar. Não estou particularmente inspirado para escrever e a não ser que uma revolução no meu juízo aconteça, esse post só vai ser divulgado no meu grupo. Não merecerá a postagem nos demais. Não tenho nem foto para colocar nesse. Não faço ideia do que fotografar para ter ao menos uma imagem. Hoje não quero nada com nada. Acho que foi porque acordei cedo e havia pouco café. Amanhã à tarde meu irmão JP vem com sua família para cá. Quando penso em mim, penso tão mal de quem eu seja. Me vi pelo reflexo na TV, refletindo o que eu esquecia e, como sempre, me decepcionei com o que vi. Quem sabe esse meu amigo corretor não tenha umas amigas interessantes? Vai ser uma saída diferente, nova para mim. “Landlady” toca, o que não é nenhuma novidade para quem lê esse blog. Eu tenho uma posição peculiar de me posicionar diante do computador, mais à esquerda. Sentado meio de lado na cadeira. É peculiar e é a forma mais cômoda que encontrei de escrever, o corpo vai buscando institivamente a melhor maneira e a minha, para variar, tinha que ser torta.

16h11. As horas estão voando hoje. Coloquei o celular para atualizar o Android. Ainda bem que as horas correm, pois me encontro sem conteúdo para repartir aqui. O que escrevi como desabafo para o meu tio ontem, espero que ele não veja. Se sentiria ofendido. E não sou do tipo agressivo como fui nas palavras que usei.

16h25. É, parece que há e haverá dias em que as palavras me serão arredias. Este é um deles. Liga não, não sei usar “esse” e “este” direito. Novamente meu professor aqui é o Word, embora haja momentos em que ele estranha o que não era para estranhar. Geralmente obedeço, mas nem sempre. Vou ligar o ar. Eu sou mesmo muito cheio de regalias. Como eu acho que vou suportar dois meses morando na rua? Só pode ser delírio da minha cabeça. E só faria isso se por acaso meu livro fosse publicado e alcançasse certo sucesso. Realmente estou delirando. E já começo de novo com a minha obsessão. Como não pensar nisso se é nisso e somente nisso que eu penso quando estou sozinho? Ainda bem que hoje provavelmente sairei para ver o mundo e suas cores. Quem sabe suas flores. Eu, abelha, sendo abelhudo em meio delas. Mas já sei o que vai se dar, as que acho gatas estarão acompanhadas ou não darão a mínima por mim. É o quadro que pinto da situação. E é geralmente a figura que surge. Não sei, meu amigo é predador, tudo promete uma noite sui generis. Acho que nunca saí com ele na minha vida. Só se foi para os Abril Pro Rock da vida. Parece que o rock está morrendo. Ouço esse zunzunzum por aí. Que pena. Mas é a vida e me dou por satisfeito por ter tido rock vivo e vigoroso na minha juventude. Não que gostasse de rocks pesados, hardcore, essas coisas. Até ouvia, mas não me encantava daquilo. Acho que esses rocks de nicho subsistirão. Mas não veremos um novo U2, um novo Queen, um novo Pink Floyd, um novo Rolling Stones, sei lá. Certamente não veremos um novo Beatles. Às vezes me pego na paranoia que há alguém, algum sistema, me monitorando através da câmera do notebook, nos monitorando. Porque a câmera quase nunca está disponível quando preciso fazer chamadas com imagem, o que acho deveras suspeito, como se outro aplicativo a estivesse utilizando, qual aplicativo é que é a grande questão. Mas deixemos de teorias da conspiração. A maioria dos adolescentes em diante, tirando os de mais baixa renda, têm sorrisos perfeitos hoje em dia, depois que essa onda de ortodontia se popularizou. Lá vou eu falando merda de novo. Estou usando muito a palavra merda ultimamente. Eu tinha mais pudor de usar palavras dessa natureza nos meus posts antigamente. Me continha. Hoje estou mais relaxado quanto a isso. Até uma criança fala, sabe e entende a palavra. Sempre foi assim, em verdade, mas antigamente havia um policiamento maior em relação à linguagem, eu acho. Uma repressão maior e isso foi enfraquecendo com o passar das gerações. Penso eu. Meus avós eram mais duros que os meus pais que foram mais duros que os filhos. Embora, ache que ainda haja repressão, ninguém quer seu filho falando palavrões a torto e a direito. Ainda soa feio aos ouvidos, por mais que nós os usemos. Se bem que acho que usava mais palavrões na adolescência, pelo prazer do proibido, do que os uso hoje. Também pelo hábito de escrever e me esforçar para não os colocar a não ser quando julgo estritamente necessários, tenha perdido mais o uso desse palavreado. Lembrando dos tempos de criança, apesar da minha memória cada vez mais falha, lembro que houve um período quando era bem pequeno em que deixei de chamar meus pais de papai e mamãe e comecei a chamá-los pelos seus nomes, não sei o porquê da mudança, acho que porque descobri quais eram os seus nomes e, se me chamavam pelo nome achei por bem fazer o mesmo com eles. Deve ter sido algo assim. Mas foi temporário, houve uma pressão para que eu voltasse a usar papai e mamãe, pelo que me lembro, eles estranhavam um filho os chamando pelos nomes. Apenas uma pequena recordação, que agora ficará arquivada nos servidores da Google e talvez subsista quando eu não mais estiver aqui. Me veio enquanto fumava, que é precisamente o que farei agora.

17h07. O lusco-fusco já se dá dentro do meu quarto. Estou curioso com a noite de hoje. Espero que dê tudo certo. Não chova e meu amigo não desista de ir. “Landlady”. Liberdade. Preciosa liberdade. Longe da escravidão do vício e das grades do Manicômio, exercendo a minha vocação, pois é assim que enxergo as palavras, não consigo ver de outra forma, essa mania de me dizer, esse senso de realização quando o faço. Posso não ter o dom, mas tenho ao menos a vocação. E a exerço sempre que possível e quase sempre me é possível. Não exercerei hoje à noite. Hoje a noite vai ser de observar, apreender, experimentar. Hoje a noite não vai ser contada, vai ser vivida. Não que escrever não seja uma maneira de viver, mas é uma maneira solitária e ensimesmada. Hoje vou me abrir um pouquinho para o mundo. As dobradiças estão enferrujadas, vamos ver o que se dará. Certamente serei introduzido a um grupo social totalmente outro. Se houver grupo social at all. Pode ser que ele se sociabilize na hora com desconhecidos e desconhecidas de lá. Isso será ainda mais desafiante para mim. Mas não me incomoda muito. Sempre me resta calar. Vou ver se boto o iPod de mamãe para carregar. O iTunes o diz carregado, mas vou deixar conectado até a hora de sair para ver se rola alguma coisa. Vai ver que a bateria do bicho morreu. Tanto tempo esquecido na gaveta.

17h26. Meu amigo é autoconfiante, eu me perdi nas inseguranças da adolescência e nunca me desvencilhei delas, por isso não me considero um adulto. Vejo adultos como pessoas com autoconfiança, de onde a tiram é o que me é o grande mistério. Eu não possuo essa qualidade e não sei onde posso ir buscar. Dentro de mim, digo. Não a encontro em lugar nenhum. Eu não confio no meu taco e hoje confio menos ainda. Parece que quando era criança eu era mais autoconfiante do que sou agora. Hahaha. Foi durante a adolescência que algo em mim se perdeu, se partiu. Diria que quando tive verrugas, isso minou a minha autoimagem, foi a partir daí que me senti uma aberração, por isso tenho verdadeira ojeriza por verrugas e sinais protuberantes. Isso me faz perder o interesse pela figura num instante. Embora ache certos sinais charmosos, mas é raro. Sim, mas falava de autoconfiança. Acho uma qualidade exemplar a invejo tremendamente. Se curtir, se gostar, se respeitar, estar de boa com quem se é. Eu não alcancei isso e nem sei se jamais alcançarei. Tenho esperança. Como tenho várias outras esperanças que podem ou não se concretizar. Pelo menos para as demais esperanças eu faço o movimento de alcançá-las, mas a tal da autoconfiança eu não sei como fazer para obter. Alguém ou algum evento minou a minha autoconfiança e desde então me sinto uma porcaria. Não consigo me aceitar com as minhas belezas e limitações, pois só consigo enxergar as últimas. Preciso de muita terapia ainda nessa vida. Será que preciso mesmo descobrir a causa para fazer as pazes comigo mesmo? Ou será que existe outra via, como se passasse um risco imaginário no caminho da minha vida e determinasse que, a partir daquele ponto, o que passou, passou e que agora eu tenho um eu novo para preencher com o que gosto? É uma boa ideia, não entendo a dificuldade tendo imaginado isso, de deixar tudo para trás. Todas as coisas ruins. E só trazer as boas. Acho esse caminho mais promissor, mas não sinto que consiga fazer isso. Posso tentar. Me decidi que a partir de hoje dei um boot para uma atualização do sistema. Mário 2.0. Hahaha. Mas, sem brincadeira, acho que é muito por aí, carrego muito peso morto, o que me deixa com a alma carregada. Eu poderia ser mais confiante se deixasse uma série de estigmas de lado.

18h18. “Landlady”. Fui ajudar minha mãe a subir com as compras da padaria. Sobre autoconfiança, não sei como deixar todo o meu passado para trás e me sentir livre, leve e solto com o meu presente e o meu futuro. Acho que é uma questão a ser debatida na terapia. Ela começou a ser tocada na sessão passada. Saí de lá me sentindo uma aberração e com a indagação do que eu ganho em me ver como uma aberração. Realmente só faço perder aí. Mas é costume antigo, não se desfaz da noite para o dia. Ainda não sou capaz de traçar essa linha imaginária e deixar todo o lixo para trás. Mas não descarto a possibilidade de um dia ser. Eu achava que nunca iria gostar da vida e agora gosto, então tudo é possível. Só que parece que gostar de mim é uma tarefa muito mais árdua do que gostar da vida. Tenho vários preconceitos a meu respeito. Meu amigo redator acaba de me mandar uma mensagem me perguntado a respeito deste blog, que coisa estranha, misteriosa, para que será que ele quer? Ficarei sem saber. Será que foi pelas suposições que levantei? Não pode ser isso. Foi tão cifrado. Bom, ele é criativo mesmo. Eu disse que precisava de paciência de Jó para ler e ele respondeu “meu nome é Jó!” Hahaha. Disse do encontro hoje no Vital e que daria o toque a ele caso o encontro se confirmasse. Ele disse que se der, vai. Que massa! Seria um encontro muito feliz. Para mim pelo menos. Muito especial. Faz mais de ano, eu acho, que não vejo o meu amigo redator. Tomara que tudo se concretize. Senão será uma grande decepção. Mas estou acostumado a frustrações. Estou à espera da grande frustração, a maior de todas, que é o livro dar em nada. Para essa não estou devidamente preparado. Mas a assimilarei como assimilei tantas outras. Sentirei raiva, isso é certo, mas a aceitação dos fatos acabará acontecendo. Sei que ainda guardo esperanças. Ao mesmo tempo que me vem um sentimento ruim de que o que escrevi é muito vazio e mal escrito. Que não acrescenta nada a ninguém. Por mais que eu, no fundo, ache que acrescente. Uma visão do que é o dia-a-dia de um grupo viciados num manicômio privado. Se isso é algo que valha ser contado ao público, está nas mãos de Seu Raimundo decidir. Ou do conselho editorial da editora. Ou vai ficará engavetado para sempre. Mas isso ainda leva tempo para ter um desfecho.

19h04. O tempo passa, o tempo voa. Espero que meu amigo corretor me contate mesmo quando for se aprontar para ir. Estou vazio de pensamentos agora. Vazio nunca se está. Repasso cenas do passado tanto com o meu amigo corretor quanto com o meu amigo redator. Mas nada que caiba aqui. Fato é que tenho boas memórias de ambos. Detesto criar expectativas. Melhor achar que não vai rolar, embora tenha toda a aparência de que vá. Pelo menos em relação ao meu amigo corretor e eu irmos. O meu amigo redator é uma incógnita. Foi eu falar isso e ele dizer que talvez dê para ele. Promete. Acho que vou tirar um cochilo agora antes de me aprontar.

20h47. Dormi até as 20h30. Até agora nenhum sinal do meu amigo corretor.

21h03. Ainda nada. Vou acabar indo dormir assim. Estava tão boazinha a minha cama. Se o sono for embora e ele não me chamar vai ser ozzy. É, minha vida é esperar, realmente.

21h30 e nada. Se der 22h00 e ele não se comunicar, não vou mais. Tarde demais para mim. Acho que o meu amigo redator deve achar a mesma coisa.

21h39. Ele deu notícia, disse que está indo para casa para se aprontar. Ainda. Vou comer e acho que vou dormir. Essa despedida não vai rolar para mim. Que pena.

22h33. E nenhuma notícia do meu amigo corretor, definitivamente agora está muito tarde para sair. Acho que vou dormir mesmo. Sei que está cedo, mas tenho medo de me deixar aqui e perder o sono. Fiquei curioso sobre o motivo que levaria o meu amigo redator a ler o blog. Agora que desisti, o meu lado desobediente quer ir. Não gosto desta faceta que possuo e que se manifesta em momentos em que há abertura para a dúvida. Eu decido uma coisa e logo após decidida, minha vontade dá uma guinada para o lado oposto. Mas não vou me desobedecer hoje. Vi umas filmagens do fundo do mar em 4K na TV nova do meu padrasto, é um espetáculo deslumbrante, as cores são muito vivas. E a nitidez mostra os menores detalhes, como grãos de areia e gotículas d’água. Acho que as imagens recebem um tratamento para ficarem com as cores supersaturadas para mostrar quão vibrantes podem ser nesse tipo de TV.

22h57. Meus dois amigos me responderam quase agora. A vontade de reativar o programa foi intensa. Mas não vou. Vou ficar com sono lá e com vontade de voltar para casa, até porque já tomei os remédios, e esse negócio tem cara de que só vai acabar com o dia amanhecendo. Estou velho para isso. Aí o que me resta agora que perdi o sono? Sentar aqui e escrever. Que coisa patética. A noite aí para eu aproveitar e eu aqui no meu quarto-ilha com as minhas palavras, mas sair de 23h00 é demais para mim. Nem sei se o Vital vai estar rolando ainda e acredito que o Vital seja a primeira parada de uma longa noite. Não vou me arrumar todo para passar uma hora lá e voltar para casa. É pouco demais para mim. Pois esticar para outro canto eu não iria. Então, fico aqui a escrever até o sono me bater. Isso me deixou meio desanimado. Com tudo e todos. Bateu um baixo-astral.

23h20. Pode ser que meu amigo corretor não tenha saído ainda. Não, deixa para lá. É me conformar que a situação é essa agora. Amanhã é outro dia, talvez a fantástica faxineira me faça café. Ou mesmo mamãe. E já começo o dia mais animado. Além do que vou pedir para minha mãe não me acordar, deixar eu dormir tudo o que eu quiser. E ainda posso comer um Grego de frutas vermelhas antes de me deitar. Nem tudo são flores, nem tudo são espinhos tampouco. Pode ser que meu amigo corretor vá para a Casa Astral amanhã. Tudo é possível. Só não estou no astral de ir. Eu sei lá o que quero. Queria que tivéssemos saído às 21h00 hoje, mas não se deu e agora eu estou aqui e é isso. Não mudará porque eu não vou num ímpeto desnecessário sair andando a essa hora da noite para o Seu Vital que nem sei onde fica. Não tem o menor cabimento. Pelo menos não caibo em tal situação. Vou pegar um copo de Coca com muito gelo agora.

23h37. Aproveitei e fumei um cigarro. Acho que o último da noite, penso em aproveitar que acordei cedo e que não saí para canto nenhum para dormir um pouquinho mais cedo. Além de que não tenho muito a dizer.

0h06. Acabei de ter um papo massa com o meu amigo revisor e tudo indica que nos encontraremos amanhã para um bom e merecido papo. Bem melhor que a saída de hoje, para a minha vibe atual. Há males que vêm para o bem. Além do que caiu a maior chuva agora, eu estaria num lugar desconfortável, ensopado nesse momento. Valeu a pena ter ficado acordado. Agora estou mais desperto. Ele pensa em ir para o lançamento de nossa amiga escritora. Que já foi namorada dele. Ou rolo, sei lá. Naquela época acho que ainda se namorava. Hahaha. De qualquer forma vai ser mais do que ótimo encontrar com ele amanhã à noite. E tentar convencê-lo a ir ao lançamento do livro. Quero valorizar esse momento de lançar-se no mundo literário pela primeira vez, acho um momento marcante na vida de uma pessoa, especialmente se rolar um replay do casal. Hahaha. Estou mais animado agora, a frustração passou completamente. E estou mais disposto a ficar aqui mais um pouco. Afinal, hoje é sexta-feira e eu posso fazer a minha farrinha escrita aqui. Mas só até a sétima página, para manter o padrão. Acabo de começar a sexta. Então ainda cabem umas palavrinhas aqui. Os dois melhores acontecimentos da semana, esse papo com o meu amigo redator e o elogio de Deus dizendo que tinha se agradado da minha escrita (Deus é o nome ou apelido de uma pessoa que comentou no meu blog e me deu até uma aula de português, diz que lê uma hora de gramática por dia. Só posso me sentir lisonjeado!). Vou pegar mais um copo de Coca. Agora não, não é o momento ainda, não estou com a boca ou a goela muito secas agora. Dá para segurar mais um pouco. Meu amigo redator repartiu comigo uma bela música de George Harrison, “Your Love Is Forever”. Não entendi muito a letra além do refrão, ouvirei quando não estiver conversando no WhatsApp ou escrevendo para ver se capto mais, mas o nome é um tapa. Declaração arrebatadora de amor. É o que eu sempre pensava a cada novo relacionamento. Doce ilusão. E talvez ainda bem que não foram forever. Talvez o meu relacionamento para o forever que me falta ainda esteja por vir. Fiz uma Mariozice que vai deixar o meu amigo redator encabulado, perguntei a nossa amiga do livro se ela se incomodaria que ele fosse ao lançamento. Espero que ela me responda antes do encontro de amanhã. Hahaha. Perguntei também o valor da obra. Agora vou pegar a Coca. Depois dessa trela.

0h38. Peguei. Estou tão desperto agora. Me sentido tão vivo. Feliz com a novidade do possível encontro com meu amigo. Com o meu amigo corretor eu encontro em Portugal já que mamãe aparentemente quer viajar. Vai ser até uma surpresa maior. “Landlady”. À liberdade. Pena que nenhuma liberdade seja total, a não ser a que trazemos dentro da cachola. Que é dessa que me alimento e alimento essas páginas, é uma pena que o meu repertório seja tão reduzido. Mas é a liberdade que me cabe e cabe aqui. Está de bom tamanho para mim. Eu poderia dizer de minúsculos elefantes furta-cor com asas de libélula, mas isso seria fantasiar, seria ficção e ficção não me apetece. Raras são as vezes que a ficção me vem. Já torço para pelo menos uma troca de WhatsApp entre o ex-casal. Seria a glória. Hahaha.

0h53. Meu amigo jurista não foi ver os Vingadores porque só havia dublado no Plaza. Talvez haja legendado no Rio Mar ele acha, já pedi que me incluísse no programa, caso se dê. Assistiu Deadpool 2 e chorou de rir. Eu tenho grande dificuldade de rir, mas, de repente, levado pela risadagem generalizada no cinema, eu não acabe entrando na onda e rindo também? Só indo para saber. Vou me programar para ir, eu acho. Na verdade, eu acho que não terei disposição de ir sozinho, mas nunca se sabe, uma variada na quarta à tarde ou coisa do gênero. Aproveito para revelar duas fotos que quero. Ou três. E faço um lanche esperto no McDonald’s. Ou no chinês. É algo a se considerar.

1h03. Acho que está chegando a minha hora. O pior que a fome está batendo. Mas acho que vou ficar no Bono de chocolate. E no Grego de frutas vermelhas, como pude esquecer, mas antes mais um copo de Coca e talvez outro depois da matada a fome ou mato a fome agora e tomo a Coca com o último cigarro da noite. Acho que nessa ordem é melhor.

1h23. Ainda havia um sonho de goiaba, então nem me animei muito com o Bono, deixei para a fome que vai me bater na alta madrugada. Comi um delicioso Grego de frutas vermelhas e seu sabor ainda perfuma o meu hálito. Estou ficando com sono. Espero que minha mãe me deixe dormir até a hora que o sono acabar. O iPod está carregando até agora, espero que funcione. Deixá-lo-ei aí conectado até amanhã. Ou hoje, mais tarde, melhor dizendo. Não acho que terei ânimo para preencher a sétima página inteira, pois acabei de entrar nela. Fiquei feliz porque hoje não tratei obcecadamente do livro, foi uma boa mudança de ares. A obra está entregue às mãos do destino-acaso. Acho que vou me deitar, Vou fazer isso. Dou este post por visto.

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