O negócio com Ju hoje foi denso. Cheguei à conclusão que me
vejo como uma aberração em todos os âmbitos da minha vida (social, familiar,
afetivo, profissional, pessoal etc.). A pior notícia nem é essa. É que só quem
pode mudar essa visão de mim sou eu mesmo. Ju disse que me vê qualquer coisa
outra muito diferente de uma aberração. E eu não tenho a mínima ideia de por
onde começar. Penso que a aprovação do livro por quem de direito me faria
escritor. E isso seria fundamental para a minha autoestima. Ser digno de ser
publicado porque alguém meritório acha válida tal publicação. Me dizer
escritor, o que só posso me considerar dessa forma, faria um bem enorme para a
minha autoimagem. Mas não guardo muitas esperanças disso. O mais irônico é que,
se publicado, serei execrado pelos leitores. E muitos deles provavelmente serão
meus amigos. Então vencerei por um lado, realizando o meu maior sonho
profissional e perderei por outro, pois todos os meus amigos e quem mais ler me
terá por um canalha imoral e pervertido. Se não for publicado, nunca realizarei
um dos meus dois maiores sonhos e tudo permanecerá como está. Não sei o que
dizer nem o que pensar. Ou sei, prefiro realizar o meu grande sonho – e
novamente para isso preciso da anuência de Seu Raimundo ou de uma editora – e
receber o repúdio à minha pessoa do que passar a vida inteira ou o que me resta
dela, me achando um blogueiro de meia tigela. A realização profissional nos
meus moldes, me seria um pilar fundamental da minha autoestima. O que as pessoas
vão achar já me é aguardado. A pena de ser excluído socialmente me dói
profundamente, mas anseio ainda mais profundamente ser reconhecido como
escritor. Queria não me sentir medíocre uma vez na vida. Queria sentir que
alcancei o meu grande sonho, que cheguei lá, que viram valor na minha obra.
Valor esse que eu mesmo não enxergo nela. Mas como acho que tudo o que sou e
que faço uma merda, quem sabe eu possa estar enganado dessa vez. Seria a vez
perfeita para cometer tal engano. Em me sentindo escritor eu me sentiria um ser
humano válido e isso mudaria radicalmente a minha autoimagem. Pena que dependa
dos outros para isso. E nem sempre os outros correspondem às expectativas. Bem
que poderiam corresponder dessa vez. Mas não acredito sinceramente nisso.
Contraditoriamente, guardo esperança de realizar o meu sonho. Está entregue às
mãos do destino/acaso. Queria tanto mudar minha percepção de mim de aberração
para excêntrico apenas. Mas isso é muito difícil, acho o meu fracasso tão
completo e total, em todos os âmbitos, que não sei como jamais mudarei essa
visão de mim. A pergunta que Ju me fez é que me deixa ainda mais encasquetado:
de que me serve esta posição de aberração? E mais, por que tenho que estar à
altura das expectativas do meu pai? Por que preciso estar à sua altura? Eu que
o coloco num patamar extremamente alto? Inalcançável para mim? Por que não
posso eu mesmo desenvolver o meu padrão de qualidade? Um que seja mais adequado
a quem eu sou? Simples, porque acho o padrão de qualidade do meu pai o ideal. Se
estiver de acordo com esses padrões que eu mesmo julgo inalcançáveis, serei um
ser humano válido. Não confio em mim o suficiente para determinar os meus
próprios padrões de qualidade. O único lugar onde consigo alcançar isso é nas
palavras. A única válvula de escape, o único lugar onde me sinto livre dos
grilhões que, no final das contas, eu mesmo me imponho. Os padrões de qualidade
do meu pai não entram aqui porque ele não era dado a escrever, logo não há como
aplicá-los aqui. Tampouco os da minha mãe. Aqui os padrões são meus e são
bastante mais flexíveis que os deles. Meu pai nunca ousou se dizer em palavras,
intimidado que era pela sua própria enorme bagagem cultural. Minha bagagem
cultural é leve, não me pesa a ponto de impedir as minhas palavras. Aqui, no
meu quarto-ilha eu sou rei, aqui nessas palavras sou déspota muito pouco
esclarecido. Nos demais lugares, me ponho com personagem secundário ou
terciário. Novamente Ju me questiona, de que vale estar nesses papéis
secundários? A respondi que era para não perceberem o grande imenso e
gigantesco fracasso que sou. Que eu acredito que seja. É necessário me lembrar
que quem me determina aberração e fracassado em primeira e última instância sou
eu mesmo. Eu definitivamente não sei lidar comigo mesmo. Ju disse que eu posso
abrir mão das expectativas dos outros. Do meu pai, da minha família, da
sociedade. Viver de acordo com as minhas expectativas. Mas eu não sei quais
elas são. A minha grande expectativa é ter o reconhecimento de Raimundo
Carrero. É alta o suficiente para passar pelos padrões de qualidade do meu pai.
E me daria por satisfeito com a sua bênção. Me sentiria válido uma vez na minha
vida. A vez mais importante de todas. Mas tenho que botar na cabeça que isso
não vai acontecer, que é delírio meu. E decidi que não mais aperrearei o velho
escritor em busca de uma posição. Se der três meses e ele não me responder, é
porque nunca mais vai me responder. Talvez envie um desabafo a ele. A esse
direito pelo menos eu posso me dar. Mas se ele me respondesse positivamente,
ah, que maravilha, poderia olhar firmemente nos olhos dos meus pares e me dizer
escritor. Mas isso não vai acontecer seu idiota, seu texto é medíocre. Esse
Raimundo Carrero nunca vai lhe responder. Ponha isso na sua cabeça oca de uma
vez por todas. É o superego enxerido. Como queria que ele estivesse equivocado
essa única vez. Mas já faz quinze dias, já era tempo para alguma comunicação se
esta fosse acontecer. Mas esperarei até a minha amiga revisora entregar a
primeira revisão. Tudo a seu tempo, foi o que Ju me disse. E é uma frase que
tem me perseguido ultimamente. Tudo pode ser ainda, inclusive nada. Mas nada é apenas
um dos diversos resultados que podem acontecer. Vamos ser um pouco otimistas. É
porque acho que um dos meus dois maiores sonhos se realizar impossível. Não me
acho merecedor disso. Já tendo sido agraciado de tantas maneiras na vida. Acabei
até de ganhar um iPod que mamãe não usava mais para mim. Pena que seja dos que
tem tela, mas é muito melhor que nada. Já atualizei e formatei, não tenho
coragem de escolher as músicas agora. Coloquei algumas, mas vai me custar um
tempo enorme, prefiro fazer isso depois, por mais que tenha me dispersado
completamente do texto.
19h55. Coloquei todas as músicas que queria no iPod, agora
ele não quer ejetar. Vou tentar mais uma vez abrir o iTunes para ver se
funciona. Consegui. Pronto. De volta ao texto. Mas antes, uma Coca e um
cigarro.
20h10. Voltando a ser uma aberração, bom, não me agrado
desse papel em que eu mesmo me coloco. O isolamento é parte do que intensifica
essa condição, as interações sociais vão se tornando tanto mais penosas quanto
mais tempo passo isolado. Não sei que solução dar a isso, pois não a diviso.
Todos trabalham, então só me resta ficar aqui escrevendo enquanto aguardo o
final de semana e a possibilidade de uma saída. E cada vez me sinto menos
motivado a sair. Toda a minha vida parece um enorme vazio nesse momento, só me
agarro a estas palavras para subsistir. É certo que amanhã terei uma saída
muito especial. E por isso mesmo temida. A ansiedade me acomete antes de
qualquer evento social nos dias de hoje. Mas não posso dar para trás amanhã.
Pode significar um caminho para a publicação do livro. Ou não. Sei lá, sei que
se alguém pode me tirar do papel de aberração esse alguém sou eu. Eu tenho que
me aceitar, eu tenho que me dar valor, eu tenho que gostar de mim, mas eu não
consigo, é difícil demais. Não sei nem por onde começar. Aliás, sei de um
excelente começo, o bendito livro, mas o que quero alcançar com ele não depende
de mim. A minha parte eu já fiz. Falta pouco, ajeitar o livro com a incrível
revisora. Afora isso é ver o que vai se dar amanhã e torcer para Seu Raimundo
ler o livro e gostar. Em ambos os casos estou na mão de terceiros. Da boa
vontade deles. Será que Seu Raimundo terá essa boa vontade com um desconhecido?
Acho duvidoso. A demora da sua resposta para mim só pode significar duas
coisas, ou achou uma porcaria e nem vai me responder, ou gostou e está lendo e
me responderá a seu tempo, quando tiver terminado a leitura. Sei lá. Já
martelei tanto e tanto sobre esse assunto que não tenho mais nem cara de
comentar isso aqui. Sei que sua bênção seria um milagre para a minha
autoestima. Eu me sentiria digno, válido, escritor de fato. Eu me sentiria
alguém. Me sentiria mais interessante e me daria um pouco de importância. Mas
isso até agora é só delírio da minha cabeça. E provavelmente continuará sendo.
O que faço é só descrever, não é escrever. Estou me iludindo à toa. Vai ser uma
decepção enorme. Nossa, chega dá vontade de chorar. Juro. E não sou dado a
lágrimas. E elas não virão. Uma ponta de esperança reside em mim. Acredito que
pelo menos uma resposta ele há de me dar, não é possível. Aliás, é
completamente possível. Aberração. O próprio livro me pinta como uma aberração.
Eu me pinto como uma aberração. Eu não sei como desfazer isso, Ju. Isso me
angustia. É um pensamento doloroso esse que me imponho. O que teria que fazer
para me sentir um ser humano válido que não envolvesse o livro? Eu sinceramente
não sei. Para mim tudo em mim aponta aberração, até com certo escárnio. Eu
confesso que estou perdido em mim mesmo. Não consigo entender como as pessoas
gostam de si mesmas. Tal sentimento me é alienígena e sempre foi. A não ser por
um curto período de tempo em que repetia incessantemente que gostava de mim.
Essa autossugestão funcionou e me senti bem por um mês ou dois. Depois deixei
de praticar e isso evanesceu. O papel com os comandos ainda está grudado na
minha parede, de repente se eu ficar repetindo de novo faça alguma diferença.
Mas me parece uma coisa superficial e não interior. Talvez tenha que me
conformar e seguir a existência miserável de aberração. Desistir da humanidade,
me isolar definitivamente no meu quarto, o que não solucionaria nada, pois
continuaria a me sentir aberração aqui dentro como me sinto no momento. Por que
eu sou uma aberração? Porque sou um fracasso como filho, sou um fracasso como
escritor, sou um fracasso socialmente, sou um fracasso com a família, sou
infantilizado, sou imprestável, sou preguiçoso, incompetente, fraco, inseguro,
sou barrigudo, não tenho vaidade, não tenho o pau grande, não tenho lábia, não
tenho atrativos, sou dado a platonismos etc. Ficar sozinho no meu quarto a
escrever é o maior prazer da minha vida medíocre e não quero substituí-lo por
nenhum outro. Eu realmente não sei o que fazer. Além do que tenho um caráter
para lá de duvidoso. Eu não sei de que essa humilhação pública me vale. Pelo
menos exponho a mim mesmo as coisas que me levam a crer que sou uma aberração.
Combater todo e cada um desses fatores me levaria duas encarnações. Ainda bem
que não acredito nessas crenças, essa vez já está de tamanho bom demais para
mim. Seria uma verdadeira maldição continuar sendo eu mesmo após a morte. Seria
uma piada de muito mau gosto do criador. Pediria para ele me deletar do
sistema, dá control + shift + delete na minha alma ou sei lá o que quer que eu
fosse. Colocando o livro aprovado por Seu Raimundo na equação, transforma
bastante o quadro. Mas isso é devaneio, que saco. Tenho que parar de me agarrar
no que não vai existir. Saco. Não sei mais o que dizer. Cutucamos a onça com
vara curta hoje na terapia e ela me abocanhou de uma só mordida. Não estou
suportando nem as palavras. Hoje estou me sentindo mais do que costumeiramente
uma merda. Bom, esperemos por amanhã.
21h13. Se amanhã houver, pois meu tio veio falar comigo e
não sei do que se trata. Talvez tenha lido o meu post. Espero que não. Nem
lembro o que coloquei. Mas não acho que o denigra de alguma forma. Talvez tenha
dito que não guardo grandes esperanças a respeito da publicação, se muito. Pelo
menos essa comunicação me roubou um pouco de mim. Estava muito ruim estar
imerso em mim no parágrafo anterior. Não quero mais pensar em mim como
aberração. A vida é muito curta para ficar me martirizando assim. Se eu sei
como me aceitar? Não. Mas remoer tudo o que acho equivocado e odioso em mim de
nada vai adiantar nesse intento. Então deixar esse papo pesadão e
autodegradante de lado. E ver outras coisas. Bom, meu tio silenciou-se. Não sei
qual foi. Talvez não vá haver a gravação do tal programa de rádio amanhã. Bom,
não sou adivinho. Me coloquei disponível.
21h25. Agora fiquei curioso. Mas não deve ser nada demais.
Ou é o que eu espero que seja. Sei lá. Estou apenas querendo saber o que ele
quer me comunicar.
21h30. Bom, vou continuar a escrever. O meu WhatsApp está
conectado. Se apitar eu vejo. Mas é isso, a vida é muito curta e é preciso
amá-la, isso eu consigo. Mas o tal do amor próprio é um bocado mais difícil.
Não adianta, não consigo me concentrar com essa expectativa do que é que meu
tio queria comigo. Estou virando uma pessoa ansiosa, qualquer migalha de
novidade já mexe comigo. Acho que porque minha vida é tão isenta desses
acontecimentos que qualquer coisinha me causa frisson. Acredito que seja
precisamente isso que se dê. Espero que meu padrasto não detone a paella hoje porque aí quem a detonará
sou eu. Já estou até com água na boca. Do mesmo jeitinho de ontem, acompanhada
de Ruffles cebola e salsa.
21h37. O mistério continua. Espero que não seja nada de
ruim. Não sei o que dizer no momento. Estou ouvindo “Utopia” de Björk pela
enésima vez. Já estou saturado do álbum. Acho que vou botar a lista 6 para
rolar, faz tempo que não ouço.
21h42. “In a Little While” do U2 rola como refresco para os
meus ouvidos. Agora “Aurora” de Björk. Não sei como as coisas vão se dar se o
meu livro vir à luz dos olhos do público. Especialmente para duas pessoas muito
especiais para mim. Se bem que o pandemônio vai reverberar muito além delas,
mas elas estão no epicentro. Terei, como já disse aqui inúmeras vezes, abrir o
jogo antes da publicação. E correrei o risco de perder duas amizades
preciosíssimas. Nossa, porque a minha vida se dá assim? Não poderia ser um
pouco menos complicada? O meu maior sonho ser a razão da perda das minhas
maiores amizades. Mas o destino/acaso se desenhou assim. E bote destino/acaso
nisso. Sei lá, mas acho que não vou encontrar quem de direito para aprovar a
minha obra como meritória, alguém que eu reconheça como tal. Então o que vai acontecer
é que nada vai mudar. O sonho vai morrer no nascedouro. É tão mais simples
assim, por que querer sonhar tão grande? Para me sentir menos aberração ao me
afirmar uma. É um contrassenso, eu sei. Mas minha vida parece repleta deles. A
canção tema da Garota da Noite toca, “Cantada (Depois de Ter Você)”. É uma
música que adoro, diz tudo em pouquíssimos e precisos versos. Mas a Garota da
Noite é passado. Ela me despreza merece o mesmo comportamento em troca. Já fiz
demais por essa causa, joguei a toalha.
22h00. Pelo visto o meu tio desistiu de falar comigo. Que
coisa estranha e curiosa. Bom, a vida tem dessas coisas. Amanhã às 18h00
estarei pronto à sua espera. Se aparecer, apareceu. Mas creio que vá se
comunicar comigo ainda. Minha vida são esperas ultimamente. Vixe, até uma cover
trash de uma música de “Mario Galaxy”
me soa como algo revigorante aos ouvidos. Estava cansado mesmo de ouvir as
mesmas coisas. Quem sabe eu não deixo a paella
para minha mãe e meu padrasto e coma dois Miojo. É uma. Estou a encher linguiça
porque não consigo tirar a cabeça do que meu tio queria comigo.
22h23. Acho que ele desistiu. Ou assunto de maior relevância
se alevantou. Já tomei os remédios, o que posso mais eu dizer? Não quero entrar
na história da aberração porque é muito sofrida no momento. E, como disse, é
perder tempo ficar me denegrindo. Não leva a nada de produtivo. Não acho que
essa tenha sido a ideia de Ju sobre deixar as ideias remexendo dentro de mim.
Ela não quer que eu me afunde na minha própria lama, ao contrário quer que eu
veja coisas válidas na minha condição de ser eu. Essa parte me é dificílima. Já
tentei fazer esse exercício outras vezes e não fui muito bem-sucedido. Eu amo a
minha mãe, acho que isso é uma coisa boa e uma conquista nova. Não é mais amor
e ódio. É amor apenas. Poderia fazer a barba e cortar o cabelo amanhã, o que
seria uma forma de autovalorização eu creio, por mais que pouco se me dá se não
tenho ninguém para agradar. A mim não faz diferença pois só olho no espelho
para pentear a juba. Vim meio despido de vaidades estéticas para o mundo.
Adoraria acordar sarado, mas não tenho disposição para alcançar tal meta. É só
fechar a boca um pouco mais que eu começo a perder peso, não é tão difícil
assim. Eita, agora é a música tema de Clementine que passa. Só vai faltar a de
Aurora, que acho que está nessa lista. Modéstia à parte, eu escolho lindas
músicas para as minhas paixões platônicas. Se bem que essa quem escolheu foi a
própria mãe ou assim reza a lenda. Eu estou enjoado de Clementine. Não tenho
mais paciência para ocupar meus pensamentos com ela. Cansei também. Só a
solidão me é fiel e companheira e possível. Isso é um tanto triste, mas já foi
mais, acabei acostumando. Por falar nisso, o texto que lemos na terapia é um
convite ao amor. Amor-próprio, amor de amantes, amor de amigos, amor materno,
amor em todas as suas formas é, quase sempre uma coisa boa, mesmo o amor
solitário e impossível, eu acho. Eu estou meio fechado para o amor. Alguém que
me apetecesse teria que me convidar para o amor, pois eu me sinto incapaz de
fazer esse convite. Pensamentos de fracasso rondam a minha cabeça como
muriçocas. Ou urubus. Pelo menos tenho o meu Hulk aqui, eterno companheirão.
22h45. Nenhum sinal do meu tio. Melhor seria que não tivesse
me enviado mensagem. Me chamar e sumir é no mínimo esquisito. Vai ver se perdeu
no bilhão de atividades que faz e eu acabei ficando para trás. Bom, se fosse
caso de urgência já teria se comunicado. Então creio que não seja nada de
relevante. Mallu canta a deliciosa “Love You” que entrará em um dos meus
projetos paralelos. Certamente. Saudade danada de ouvir Mallu. Espero que as
meninas tenham gostado de fato do presente. Se não, que posso eu fazer?
Absolutamente nada. Hahaha. U2 com “Promenade”. Linda, linda. Acho que é uma das
minhas prediletas do U2 de todos os tempos. Está sendo ótimo ouvir a lista 6
até que ela não comece a tocar Faith No More sem parar. Gosto do “Angel Dust”
mas não estou na vibe. Quero músicas ensolaradas ou estreladas, bonitas,
agradáveis, não agressivas e pesadas. Já me basta o peso que carrego nessa cada
vez mais velha alma. Hoje não soube aproveitar a deixa de Ju, mas acho que o
negócio é deixar as neuras para lá. Começou Faith No More. “Falling To Pieces”.
Não adianta eu escrever sem ter nada a acrescentar. Só estou curtindo a minha
lista de músicas, nada mais acontece. A abominação aqui está sem ter o que
dizer.
23h09. Não estou nos meus melhores dias. Nem sempre se está.
Tenho tanta coisa para deixar para trás que chega me assusta eu que as carreguei
todas esse tempo inteiro. Desde que me entendo por gente. Não sei por que
alguém me teria por alguém inteligente. Até hoje me é um grande mistério.
Talvez por ser filho do meu pai. Meus irmãos sempre foram tão mais e além de
mim. Não entendo. Ouço a música que meu irmão dedicou a nós três, “Orange Sky”
de Alexi Murdoch. Mamãe quer que, caso eu coma a paella, deixe a maior parte para o meu padrasto almoçar amanhã.
Acho que vou fazer dois Miojo para mim mesmo. Se tanto fizer. Acho que vou
detonar só a Ruffles cebola e salsa e o resto do Sucrilhos. Vou comer. E vou
dormir, acho eu.
23h45. Comi uma farta porção de paella com a Ruffles e deixei ainda uma porção generosa para o meu
padrasto, uma vez e meia o que jantei mais ou menos. Espero que seja o
suficiente. Acho que vou tentar dormir, para que esse dia um tanto depressivo
acabe logo. Fui chafurdar em mim, acabei não gostando nem um pouco do que vi.
Eu tenho que pensar que tudo são fases. Eu não sou mais o ser que habitou o
Manicômio naquela internação de dois anos atrás. Mas quem eu sou não considero
muito melhor do que aquele. É uma triste constatação e não quero ficar
revolvendo o lixo que sou. Bom, sem mais por ora, fico por aqui. A casa está de
pernas para o ar, minha mãe está meio desgovernada e sentindo fortes dores no
joelho. Isso me preocupa. Estou com muita pena da minha mãe e não sei como
ajudá-la, como ampará-la da melhor forma. Nem como filho eu sirvo. Aberração
dos diabos. Acho que minha mãe está inclusive um pouco deprê com a sua situação
e se sente meio perdida. Eu não sei o que fazer. É, acabou pior ainda o meu dia
com essas percepções sobre a minha mãe. Espero que o dia de amanhã compense de
alguma forma. Ou não. Para falar a verdade, nesse momento tanto faz. Vou comer
um Grego de frutas vermelhas para pelo menos dormir com o aftertaste delicioso do iogurte em minha boca.
-x-x-x-x-
Acordo um pouco melhor, mas já com um pedido de folder para
fazer. Sim, meu tio. Acho que era sobre isso que queria debater ontem. Estou
esperando que replique a mensagem que o enviei. Me disponibilizei a fazer o
folder. Mas preciso deixar claro para ele que quando eu achar que não dá mais,
não deu. Não sei bem como fazer isso. Ah, são 11h51. Ele me mandou a mensagem
às 10h00 e eu acordei às 11h00. O meu post de ontem já teve 34 visualizações e
foi curtido por três pessoas, uma excelente marca. Um(a) leitor(a), não sei
pois seu nome é Deus Carmo, elogiou meu texto e parece dominar profundamente a
gramática, o que é um duplo elogio. Deu-me até uma dica de escrita, da qual só
entendi o principal, a explicação sobre particípio e auxiliar não fizeram o
mínimo sentido para mim, pois, embora me sejam palavras familiares, ignoro por
completo os seus significados. Ser elogiado por alguém que entende é fenomenal.
Já ganhei o meu dia. A música tema de Aurora passa. É tão evocativa para mim e
me toca profundamente. O que o destino/acaso me reserva? Já me revelou um
folder. Golpe inesperado. Folder é uma das peças que mais odeio fazer, mas tentarei
o meu melhor. O que não faço para realizar o meu maior sonho. Mas ganhando um
elogio espontâneo de alguém que entende de português sinto-me menos aberração.
É tão raro receber elogios ultimamente. E ainda mais elogios à minha escrita.
Esses são raríssimos. E preciosíssimos porque a escrita é a maior parcela do
que eu sou, da minha vida. Quem sabe – já penso novamente em Seu Raimundo – ele
não veja também tais qualidades no meu texto? Mas aí é sonhar alto demais. E,
pior, voltar à neurose. Não a quero agora. Estou inseguro em relação a fazer o
folder. Há tanto tempo não faço um. A melhor parte de ser dia para mim é olhar
o Hulk em toda a sua exuberância. É muito pouco com tanta coisa no mundo para
ser ver de dia, mas me basta. Pouquíssimas pessoas das sete bilhões que existem
no mundo têm a oportunidade de ver o busto do Hulk. Eu sou uma delas e
aproveito isso ao máximo. “The Loudest Sound” do Cure passa. Achei curioso que,
ao procurar vídeos dela no YouTube, a maioria tinha a mesma impressão que eu,
de que música trata de uma cena à beira-mar. Hoje acho que fala de um casal de
velhinhos, com uma enorme história de vida, que caminham silenciosamente pela
praia.
13h07. Nenhuma resposta do meu tio. Nem sobre o folder, nem
sobre o encontro de hoje. Acredito que ainda vá responder.
13h14. Estou meio sem inspiração para escrever. A Coca aqui
de casa acabou, não tenho dinheiro para comprar mais e não sei que horas mamãe
chega. Também disponho somente de dois cigarros, queria ter a nova carteira
caso vá ter com o meu tio hoje. Ainda inebriado com o elogio em relação ao meu
texto. Realmente é uma coisa que recompensa todo o trabalho e dedicação. Por mais
reles que seja o conteúdo. E mesmo assim. Hahaha. Entro na última página desse
post e não sei se receberei a resposta do meu tio ou não. Também estamos no
meio do horário de almoço. Só por hoje me sinto menos medíocre como escritor.
Como há pessoas com facilidade para conseguirem ser publicadas. Vi agora que
esse meu tio do folder foi ao lançamento do livro de Maciel Melo. É muito mais
fácil ser publicado quando se tem um nome ou talvez ele próprio tenha optado
por se publicar, quem sabe. Mas a impressão que me dá é que alguma editora o
publicou. Confesso que não sei o que Maciel Melo faz da vida, tenho que é algo
regional, não sei se em canção ou em forma de causos. Aparentemente seu chapéu
e óculos são icônicos porque ilustram a capa da obra. Bom, que seja. Não posso
invejar o jardim do vizinho, tenho que cultivar o meu. As sementes foram todas
plantadas, vamos ver se alguma vinga. Quero escrever, mas poupo espaço para ver
se cabem as respostas do meu tio nessa página. Lembrei que estou sem Coca. O
negócio seria fazer um café. Acho que é o que farei quando o meu padrasto for
para o seu escritório. E encher umas caçambas de gelo. Umas oito, pelo menos.
Quer saber? Vou escrever, não vou ficar poupando palavras. Aliás, vou fazer o
café.
14h28. Fiz o café e enchi as caçambas e nada do meu tio.
Novamente deve ter coisas outras, mais importantes para fazer. Espero que se lembre
do encontro que teremos hoje. Ou não teremos, sabe-se lá. Mas acho difícil ele
farrapar com meu outro tio e com o tal do poeta e artista. Pode farrapar comigo
que não sou ninguém. O café ficou forte, me agrada. Estou sem muito conteúdo
para compartilhar hoje. A obra em frente ao meu prédio, que encobrirá toda a
nossa vista, está com cada vez mais peões trabalhando. O barulho peculiar de
seus trabalhos invade o meu quarto e perturba Louis Armstrong e Ella
Fitzgerald. “Tenderly”. Vou pegar mais café.
14h41. Perguntei se iria haver o encontro hoje às 18h00.
Vamos ver se ele olha alguma das mensagens. Vi que a Garota da Noite finalmente
visualizou a minha mensagem, talvez tenha lido o post, nunca saberei. O mosquitinho
inconveniente ainda habita o meu quarto. Eita, “Poses” de Rufus Wainwright.
Linda. Mas estava eu a sonhar com a Garota da Noite. Acho que o post que
escrevi foi meio que uma despedida. Para o grande alívio dela, eu suponho. Que
seja, a solidão me é fiel e nunca me abandona. Sou eu que às vezes a traio com
a presença de outras pessoas na minha vida, mas somos bem caseiros eu e minha
solidão. Geralmente saio e deixo ela em casa, mas noutras vezes me acompanha e
me sinto só no meio das gentes. É quando a solidão é pegajosa e possessiva assim
que ela me enerva e me põe cismado. No mais temos uma relação pacífica, só não
vou com a cara do amigo dela que às vezes calha de nos visitar, o tédio. Ainda
bem que o tédio não gosta de café, não suporta nem o cheiro, então para
espantá-lo faço café. Tomei duas xícaras e já me sinto superiormente disposto e
de bom humor. Eu com a minha solidão, sem tédio. Minha vida ultimamente é
repleta de esperas, o que significa que muito da minha vida está nas mãos de
terceiros, pois se dependesse de mim apenas, não haveria espera. Quem espera,
espera geralmente pelo outro. Ou por alguma coisa ou por um acontecimento é bem
verdade. Mas a maioria das vezes é pelo outro, seja num consultório à espera de
um médico, seja num banco à espera do caixa, seja pelo amor da sua vida, que se
você não investir nunca vai haver. Vou pegar mais café. No próximo café que for
pegar fumo um dos meus dois cigarros. Nossa, saber que a Garota da Noite
provavelmente leu o que eu escrevi mexe com a minha cabeça. Me faz quase crer
na possibilidade de sermos um par. Possibilidade que em verdade não há. Deveria
desencanar disso. E estou praticamente desencanado. Acho que é até o que deixo
claro no texto Carta à Garota da Noite. Que é o que espero que ela tenha
lido. Foi o link que a enviei. E surgiu do resultado de um papo num aniversário
que fui, que foi ótimo por sinal. “Small Victory” do Faith No More, gosto muito
dessa e, com cafeína no juízo, encaro melhor sons mais agitados, embora nem
seja das mais agitadas. O livro, nos meus termos, seria the greatest victory. Mas eu estou um tanto descrente dessa
possibilidade se dar. Se meu tio não me responder nem me arrumo para o encontro
de hoje. Faltam menos de três horas para o horário combinado. Não vou me
aperrear. Relaxar. O que tiver que ser será. Ou não será. Hoje estou meio no
tanto faz. Talvez porque também não queira receber o folder para fazer. Será
que meu tio vai continuar a me pedir trabalho mesmo depois e se o livro for
publicado? Se for, farei mais dois após esse fato miraculoso e depois dou a
nossa parceria por encerrada. Se há uma coisa que não quero fazer são layouts até
o final da minha vida. Os faço a contragosto, como quem trabalha mesmo, em
troca de uma recompensa, que é meu livro ser publicado por questão de mérito.
Ou seja, no mínimo, que meu tio envie a uma editora para que ele seja avaliado
se é digno ou não de publicação. O máximo seria uma resposta positiva de
Raimundo Carrero. Não sei se mereço ou meu texto merece esse máximo. Mas, no
fundo, acho que ambos merecemos. Não sei de onde tiro essa confiança toda, mas
é uma fé que eu tenho, que basta dar tempo ao tempo. Se bem que meu lado
pessimista me chama de idiota e diz que se Seu Raimundo fosse responder já o
teria feito. Mas não vou entrar nessa quebra-de-braço comigo mesmo. É um
sofrimento desnecessário. Acho que vou fumar o meu cigarro com café. Será que
meu tio espera que eu ligue para ele? Odeio telefonemas. Bem, vou fumar.
Levarei o celular, só por via das dúvidas.
15h41. Nada. Bom, sigo a minha rotina me dizendo então. Como
me sinto agora? À espera. Mas não vou me focar nisso. Pensei ter ouvido a minha
mãe me chamar. Acho que foi engano. Senão já teria me chamado uma vez mais. Ah,
cortei as minhas unhas, estava me devendo isso. Por incrível que pareça tem Blink
182 na lista 6. Graças ao meu amigo Marinheiro. “No Future”. Não acho essa
música ruim. Ouvimos muito durante a internação narrada na obra que sonho
transformar em livro. Não enunciei o nome da música em nenhum momento da
narrativa. Que seja. Se sentir necessidade acrescento, mas não vejo ponto
realmente em enunciá-la. “Boys Don’t Cry” do Cure. Essa a maioria dos leitores
já deve ter ouvido, não é possível. É, bem dizer, um clássico. Mas deixemos o
som de lado. Se algo mais me chamar atenção na lista 6 eu escrevo aqui. Há o
fato de uma certa cantora agora me lembrar uma certa pessoa. Mas isso não é
assunto para cá. Aqui é território da Garota da Noite, até o aniversário desta.
Preciso me lembrar de colocar o link lá em cima. Já havia esquecido desse
detalhe. Mas a revisão me lembraria. Eu queria saber o que a Garota da Noite
acha de mim. Mas é uma coisa que permanecerá um mistério e o qual não me
assombra muito ficar sem elucidação. Tenho pelo menos a sensação de missão
cumprida com a Garota da Noite. Fiz tudo o que estava ao meu alcance e além.
Fui até onde podia ir. Para além daí, é pagar papel de palhaço demais. Se
eventualmente nos cruzarmos e ela quiser conversar comigo, o que acho bastante
improvável, serei todo ouvidos e espero que alguma fala. Mas por enquanto tal
encontro está no rol das impossibilidades. Já ganhei o meu dia com o elogio de
Deus aos meus escritos. Hahaha. Não é sempre que a divindade se dá a esse
trabalho comigo. Diria que é a primeira vez que converso com ele(a) realmente. Hahaha.
Embora, tenha havido uma vez que pareceu uma intervenção divina para não
comprar cola, mas não dei atenção. Ou até dei atenção, só não obedeci a
sugestão de não usar. Foi logo depois que o meu pai morreu. E eu tinha pressa,
mas peguei um caixa em que a mulher da frente havia comprado várias lâmpadas e
queria ver se todas estavam funcionando. Cada vez que o caixa acendia uma me
parecia um sinal de alerta para não comprar a cola. E foram várias lâmpadas.
Mas, fissurado que estava, ignorei tal “sinal” e comprei a cola mesmo assim.
Espero que esse negócio de cola esteja definitivamente no meu passado como
acredito que esteja. Me veio uma memória eufórica agora, mas não caio nessa
mais, não. Melhor mudar de assunto. Eita, já estou na nona página e nada de o
meu tio responder. Menos de duas horas para o suposto encontro e nenhum sinal
de vida. 16h08. Bom, eu não vou me estressar com isso, a minha parte eu fiz. Se
ele não faz a dele, não posso fazer por ele. Que seja. Quando a minha obra
estiver devidamente revisada e editada por mim e, especialmente, pela incrível
revisora, envio para as editoras. Com a bênção de Seu Raimundo ou sem ela. Se a
editora aceitar já vai me ser prova suficiente de que eu sou meritório de ser
publicado. Mas estou botando o carro na frente dos bois, pode ser que meu tio
responda. Será que ele tem contato com Raimundo Carrero? Não aí iria ser
demais, pedir para o meu tio ligar para ele e perguntar se ele está lendo o
documento que o enviei. Hahaha. Seria absurdamente patético. Hahaha. Acho que o
bom velhinho descartou a minha obra. E outra coisa me diz que não. Ele pelo
menos me mandaria uma resposta, eu creio. Nossa, não vou entrar nesse
pensamento cíclico de novo. Só faço falar nesse livro e nas possibilidades de
validá-lo. Sai fora. “it’s a beautiful
day” então tenho que desfrutá-lo com conteúdo outro por alguns instantes.
16h18. Tem dizendo que o meu tio viu o WhatsApp dele há
quatro minutos. Se ele não me responde é porque não quer. Não há nada que eu
possa fazer. E provavelmente receberei um e-mail dele com as fotos e o texto
para montar o folder. Isso vai ser deveras sem graça. O pior desdobramento dos
fatos possível. Me sentiria um tanto usado. Desrespeitado até. Mas acho que
isso não vai acontecer. Se bem que todas as minhas expectativas são
equivocadas. Então não sei ao certo o que esperar, só, bem, espero.
16h25. Preparei a foto do café para postar. Ainda não sei
usar a câmera do meu celular direito. Um dia aprendo. “Despite all my
rage I am still just a rat in a cage”. Mas como gosto da minha
jaula, o quarto-ilha e fico confinado nele porque me agrada, não porque me
obrigam, fico por livre e espontânea vontade. Está quente, acho que vou ligar
um pouquinho o ar. Liguei. Esse post está me saindo imenso. Paro de escrever quando
der 18h00. Ou antes, se meu tio se comunicar. Muito estranho o seu
comportamento. Do meu ponto de vista, que tenho, eu mesmo, um comportamento
bastante estranho. Bom, que seja. Nossa, como queria que o bom velhinho me
respondesse positivamente. Mas acho que ele não vai me responder nunca. Ficarei
na eterna espera do que nunca virá. Vamos manter a esperança até o dia 31 de
maio. Depois dou por visto. Eu acho. Talvez ainda o mande um e-mail. Acho que
não resistirei e mandarei. Penso em ser até um pouco arrogante. Não acho isso
demais. Não faz o meu perfil. E ainda há muita água para rolar até lá. Eu creio.
Eu só sei que tenho que matar um leão de ansiedade por dia à espera dessa bendita
resposta do escritor. Ozzy demais. Por ser o acontecimento possível no mundo
hoje que eu mais espero, anseio e desejo, não consigo ficar imune à
expectativa. Que se renova a cada despertar. A esperança que não quer me
abandonar. Queria saber se a incrível revisora já passou da metade do livro,
mas não vou pressioná-la porque odeio pressão. Que ela leve o tempo que lhe
cabe. Tenho até o final da vida para publicar. Não há pressa, ou assim espero.
Hahaha. Afinal a indesejada das gentes pode chegar a qualquer momento, sempre é
hora. Vou fumar o meu último cigarro. E botar talvez a última xícara de café.
17h13. Meu tio só mandou um e-mail com as informações do
folder, não mencionou encontro nem nada. Repliquei perguntando do dito encontro
de hoje, mas a essa altura já ficou tarde demais. Bom, whatever. Não me submeterei muito tempo a isso. Vou começar a fazer
o folder.
19h18. Acabei de fazer o layout do folder, já desci para
pegar o computador de mamãe no carro e depois para comprar Coca na pizzaria em
frente de casa e fumar um cigarro na piscina. Vamos ver se vai haver a parte
das alterações no folder. Cenas para o próximo capítulo.
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