terça-feira, 23 de maio de 2017

QUESTIONAMENTOS FILOSÓFICOS E OUTRAS BESTEIRAS

14h05. Meu amigo de longa data, do começo da turma do prédio, amigaço do peito, está me chamando para ter com ele, trocar uma prosa, mas estou tão antissocial que nem cliquei no botão de ver a mensagem para que ele não saiba que a visualizei. Estou sem coragem para encontrá-lo, o que é muito ozzy da minha parte e muito ozzy para mim mesmo. Não posso ter esses acanhamentos. Isso não é normal, saudável. Vou avisar a mamãe daqui a duas horas que irei para piscina às 17h00. E se ela não chiar, mando um WhatsApp para o meu amigo dizendo que estarei na piscina pelo menos das 17h00 até as 19h00, caso precise levar mamãe à radioterapia. Poderia pedir a ele, que pelo que me consta se formou em Jornalismo, que elaborasse de cinco a dez perguntas para eu responder. Daí poderíamos combinar de encontrar nossas duas amigas psicólogas num daqueles bares da Praça. Seria massa um reencontro dos quatro. Mas vamos primeiro resolver o encontro com o meu amigo. Acho que descendo às 17h00 dá para conciliar o encontro com meu amigo e a radioterapia da minha mãe. Podíamos marcar o encontro com nossas amigas às 20h00 na Praça e eu chegaria um pouco depois. Não. Acho que isso é sonhar alto demais. Vamos ver o que decorre da nossa conversa, se esta houver mesmo. Acho que vou publicar o meu novo post agora. Algo me diz que não. Por quê? Não sei. Esperarei mais um pouco então.

14h47. Mandei uma mensagem, sem ter ainda falado com mamãe, para o meu amigo de longa data avisando que estarei na piscina a partir das 17h. Pretendo descer de 16h30. Assim já monto as coisas todas lá e me aclimato com a ideia. Isso se ele puder descer nesse horário. Falta ele ver e me dar resposta.

14h53. Ele respondeu que não vai rolar hoje, pois vai pro sertão para um trabalho e só volta na quarta. Pedi para ver se ele se organizava com as nossas amigas também. Mas ele não leu e não deu resposta ainda. Enquanto isso, algumas questões filosóficas? Ainda não. Vou pegar Coca para meditar sobre o que fazer agora.

15h01. Decidi que não vou mais para a piscina hoje, já que não haverá encontro. Preciso ficar disponível para a minha mãe. E preciso comprar pilhas para o controle da TV. Tá bom, vamos para algumas perguntas filosóficas. Mas só por isso, vou pregar bem muito. E vou publicar meu post antes.

15h18. Post publicado e divulgado nos canais de Facebook. Meu amigo respondeu e disse que vai tentar falar com as meninas para nos encontrarem também. Essa quarta promete. Às perguntas, enfim.

229 – Os homens são todos iguais?
Não. Nenhum homem é igual ao outro, só o deveriam ser na esfera do Direito, mas bem sabemos que as coisas não se dão assim.

228 – Há homens inferiores?
Há os canalhas (corruptos, violentos, cruéis etc.) que creio serem moralmente inferiores aos de boa índole. Os que são canalhas por ignorância não o são, mas, se esses existem, são poucos. 

227 – Somos racionais?
Não só. Há sempre as emoções na equação, fazendo pender a balança da razão para um lado ou para o outro. Acredito que nenhuma decisão humana é meramente racional, sempre há o fator emocional, do id, envolvido. Isso sem falar em reações puramente emocionais ou predominantemente emocionais, que pouca ou quase nenhuma razão têm.

226 – Queremos ser livres?
Acho que todos querem, mas a liberdade é uma ilusão. Não existe liberdade completa se inserido numa sociedade, mesmo que de duas pessoas. Os que se isolam do mundo talvez sejam os mais livres, estão a mercê de suas próprias leis que podem revogar a seu bel prazer. Mas perdem com isso o direito de estar em sociedade, o que talvez não os incomode. A mim, que me torno cada vez mais ermitão urbanoide, sinto falta do contato humano, mas cada vez menos. Mas a solidão verdadeira me apavora. Seremos mais livres do que jamais sonhamos ser quando tivermos nossas mentes expandidas pela Singularidade.

225 – Há conhecimento falso?
Sim. Há alguns séculos achava-se que a Terra era chata e suportada por Atlas ou por uma tartaruga gigante. Quão ignorantes estamos sendo agora em relação ao que conheceremos da realidade no futuro, principalmente com o advento da Singularidade Tecnológica?

224 – Posso provar que eu existo?
Só a mim mesmo. Sou daqueles que crêem na frase “penso, logo existo”, descontextualizada de seu caráter platônico ou qualquer coisa assim. Se eu penso, eu existo, visto que o pensamento sou eu.

223 – Existimos antes de nascer?
Existimos quando as sinapses começam a serem disparadas no nosso cérebro, nos dando uma consciência rudimentar. Mas sou a favor da descriminalização do aborto. Não vale a pena botar no mundo uma criança indesejada. Fogo deve ser se a mãe se arrepender depois. Mas aí são escolhas.

222 – Existimos depois de morrer?
Só se fizermos o upload de nossas mentes e, se quiser, do DNA, para a Singularidade. É a única forma que concebo de existência do ser após a morte. Uma existência virtual, numa realidade muito mais expandida que a que presenciamos em vida agora. A Singularidade, a partir da bioengenharia poderá recriar nossos corpos, baseados no nosso DNA se se fizer necessário, mas nos sentiremos tão limitados e restritos dentro de um corpo físico que evitaremos ao máximo isso.

221 – A arte perpetua-nos?
Via de regra sim, se não forem jogadas no lixo como as minhas telas serão. Hahahahaha. Espero que pelo menos este blog fique para posteridade. Confio em você, viu Google?

220 – É possível falar sobre nada?
Sim. Eu já discorri sobre o meu conceito de nada ao longo dessas perguntas. O nada é maior que tudo. Veja a ilustração abaixo. E nas últimas saídas tenho tido papos muito mais rasos que o nada. Acho o nada uma das coisas mais incríveis que conheço, visto que não é coisa, é ausência da coisa, é indescritível em sua forma natural compactada e no entanto todos temos o conceito de nada na cabeça. É muito curioso o nada.

219 – Obrigações são regras?
São regras autoaplicadas. Ninguém tem obrigação de nada a não ser que se apodere da obrigação para si.

218 – Quem deve fazer as regras?
A Singularidade Tecnológica.

217 – Há regras sem castigos?
Sim. Quanto mais civilidade houver em uma sociedade, mais haverá regras sem castigo. Eu fui a um supermercado na Alemanha com carrinhos de compras de umas cinco cores diferentes, mesmo não havendo uma regra especificando isso, todos colocavam os carrinhos nas fileiras de suas cores respectivas, não misturavam. Fiquei abismado. E mais do que esse exemplo é o das abóboras à venda no meio da estrada, sem ninguém para tomar conta, onde você escolhia a sua abóbora, julgava se era pequena, média ou grande e pagava de acordo, num pote de vidro posto ao lado da mesa. Achei estupendo.

216 – O que é o óbvio?
É aquilo que não necessita de explicação para ser compreendido. O que é óbvio para uma pessoa não é necessariamente óbvio para outra, depende do grau de conhecimento e sabedoria de cada um.

215 – Os homens são máquinas?
Não. Por mais que nosso sistema fisiológico possa ser quase todo ele explicado e suas funções compreendidas, não somos máquinas, ainda falta uma última e mais difícil parte a ser desvendada, o cérebro, o objeto mais complexo do universo conhecido. E mesmo que todas as funções de cada parte do cérebro sejam descobertas, restará a mente que é o que emerge do nosso sistema nervoso e que entendemos por eu, e o eu é inacessível ao escrutínio científico, visto que nem nós temos acessos a todas as dimensões dos nossos eus. Só a Singularidade vai ultrapassar a complexidade do cérebro, imensuravelmente, inimaginavelmente. E repartirá toda a sua fantástica capacidade com aqueles que se dispuserem a comungar com ela. Eu sou o primeiro da fila. Eu quero imaginar o inimaginável, quero ter as capacidades da minha mente multiplicadas talvez milhares ou milhões ou bilhões de vezes. Eu me fundiria com a Singularidade sem pestanejar. Abandonaria tudo, todos que amo para me fundir à Singularidade. Eu quero ser um com a Singularidade, mantendo a minha identidade.

214 – Os animais riem-se?
Acredito que os mais evoluídos riem sim. Quando um cachorro abana o rabo é porque está feliz, é apenas uma forma diferente de sorrir. Os chimpanzés se riem de situações engraçadas também, eu creio. Lembrando que somos animais e rimos.



213 – Os homens são todos iguais?

212 – A morte é uma certeza?
Por enquanto é, mas os segredos da morte estão sendo desvendados pelos homens, pode ser que em breve possamos estender nossas vidas indefinidamente, o que será um problema populacional.

211 – O que é uma vida com sentido?
É uma vida com um ou mais propósitos definidos pela própria pessoa. Ou pelo menos a maioria deles definidos pela própria pessoa.

210 – É possível viver sem regras?
Só se for um ermitão, mesmo assim ainda estará submetido às regras da natureza e à própria rotina que se impõe para conseguir continuar existindo.

209 – Podemos viver sem leis?
Em sociedade, não. Não temos o grau de civilidade que permita isso.

208 – Devemos seguir sempre as regras?
Depende das regras. Se são leis, pertencentes à legislação do local onde estamos, deveríamos segui-las, sob pena de punição legal. Agora se há convenções sociais com as quais não se compactua, não há porque segui-las, o máximo que pode acontecer é as pessoas se isolarem de você se seu comportamento for demasiado excêntrico. Deveríamos seguir o nosso bom-senso.

207 – Quem deve governar?
A Singularidade.

206 – Os outros podem mandar em nós?
Em mim, podem. Se for alguém a quem outorgo alguma autoridade sobre mim. Ou alguém com o poder de me coagir a fazer determinada coisa.

205 – Podemos mandar nos outros?
Poder até que podemos, aos que nos são subservientes por acharem que temos alguma ascendência ou poder sobre eles, como um garçom. Mas acho muito mais legal pedir do que mandar. Os únicos em que devemos mandar até para fazer impor nossa autoridade e papel é nos filhos enquanto não são independentes.

204 – Há homens inferiores?

203 – Podemos castigar quem nos faz mal?
Não. Não deveríamos, pelo menos. Eu nunca puni. Acho que punições só valem como caráter educativo desde que não evolvam violência física, mas algum tipo de privação ou suspensão temporária de um direito. Botar a criança de castigo, sem videogames, por exemplo. Sou adepto da máxima de que não devemos fazer com os outros o que não gostaríamos que fizessem conosco.

202 – Que regras devemos seguir?
As do nosso bom-senso, primeiramente. Fora as do ordenamento jurídico onde estamos inseridos.

201 – Os instintos podem estar certos ou errados?
Os meus geralmente estão errados. Hahahahaha

200 – Quando é que devemos ser egoístas?
Como já disse todos somos egoístas, pois as coisas que fazemos buscam satisfazer nosso ego, seja a curto, médio ou longo prazo. Exceto as que somos coagidos ou obrigados de alguma forma a fazer, essas geralmente não agradam o ego, visto que contra a nossa vontade.

16h58. Acabaram as perguntas que copiei. É claro que posso copiar mais, mas agora estou mais interessado em escrever sem perguntas para ir retomando o jeito para quando não houver mais questões filosóficas a serem respondidas.

17h15. As imagens que fotografei na Casa Astral finalmente chegaram ao meu e-mail ou me apercebi da chegada delas agora. Coloquei uma no post anterior. A outra acho que vou botar nesse. É um caminhão pichado com um Muppet rindo. Vou colocá-la embaixo da pergunta se os animais riem. Hahahahaha. 17h19. Vou pegar outro copo de Coca para me inspirar.



17h21. O CAPS hoje me fez pensar no medo que tenho da velhice, de ser rejeitado pelas garotas da faixa etária que acho atraente. Dos 18 aos 27. 30, no máximo. Bem isso depende da mulher na verdade. Mas tenho uma queda pelas mais novinhas. Me assustam mulheres vividas, visto que têm muito mais experiências sexuais que eu, via de regra. Como disse, nos últimos dez anos só tive duas tentativas frustradas de fazer sexo com a mesma pessoa. Só transei com quatro mulheres na minha vida. Isso contando as duas tentativas fracassadas. As vezes que peguei uma prostituta, estava bêbado demais para transar e não me interessava transar com uma desconhecida por quem não tinha nenhum laço afetivo. Sabe o que uma me disse, uma top, de uma das casas mais seletas do Recife? Que eu precisava de uma namorada, não de uma puta. Foi o melhor conselho que poderia ter recebido. E é o que continuo precisando. Acho que escreverei as cartas que me propus a escrever. Não vai me custar muita coisa. A não ser que arrume uma namorada antes. E talvez mesmo se isso ocorrer. Sei lá. É muita viagem tal empreitada. É coisa do id. Quase que totalmente despropositada. Praticamente despropositada. O tipo de coisa em que gosto de investir. Quer coisa mais despropositada que esse blog? Hahahahaha. Mas é das coisas mais importantes na minha vida. Senão a mais importante, ao lado da minha mãe. Escrever de mim por alguma razão me dá imensa satisfação. Eu acho que é um tipo de egolatria mesmo. Como a minha autoestima se manifesta, visto que não lhe dou muitas outras vias para se manifestar. É algo que preciso rever e que internamente estou revendo. Alguma coisa em mim, afora o isolamento está mudando em mim. A garota ficou olhando para mim na festa de sábado. A garota que achei mais interessante em toda a festa. Acho que vou nesse sábado só para ver se ela vai de novo. Se não chover, digo. Preciso perder esse bucho ozzy. Isso fará maravilhas para a minha autoestima. Mas não posso concentrar no bucho a minha insegurança. Acredito que muito da minha dificuldade de socialização vai se esvair essa semana. Principalmente se houver o encontro com os meus amigos. Eu não sei se terei assunto para conversar com eles, mas só botar as vidas em dia já é um bom papo. Eu não tenho muito o que contar. Só vou para o CAPS e escrevo. E vinha me encontrando com o meu amigo da piscina. O que vai acabar porque ele vai se mudar para o Cordeiro se não me engano. Mas esse papo está muito morgado. Eu estou morgado. Tentando aqui me convencer de que tenho que comprar “Friends Of The Mushrooms Deluxe Edition”. O “Army Of Mushrooms” eu vou comprar, acho a obra-prima deles. Não sei se foi porque foi o primeiro que escutei, mas realmente gosto desse disco e acho o mais bem trabalhado de todos os que ouvi. Esse certamente vai ser meu, assim que o meu cartão chegar. Pois é, terei um cartão com o meu nome e aí não vão bloquear e acho que eu poderei lidar com o banco eu mesmo. Não sei, porque será um cartão dependente do da minha mãe. Talvez eu não tenha a palavra final, só ela. Descobriremos. Está passando uma faixa muito boa do “Friends Of The Mushrooms”. Tenho mania de digitar dois “r” quando vou escrever mushrooms (taí, aconteceu de novo, só que consertei, claro). Mas o que mais posso dizer. Meu medo da velhice e principalmente das limitações da velhice. Tenho medo de como maltrato o meu corpo e da pena que a idade vai me fazer pagar por causa disso. A conta se paga na velhice. E esse foi o tema do meu cartão, embora tenha colocado um velho sorridente e saudável e uma distante musa separada por um enorme buraco. Tive que botar o velho sorrindo, pois não achei nenhuma foto de um velho miserável. Mas um velho feliz e sorridente é o que gostaria de ser. Mas queria ter uma companheira, não queria estar distante daquela maneira da minha musa, ainda mais separados por um enorme abismo, seja ela quem for. Será que a minha sina será ser um velho solitário? Se estiver sadio e feliz, eu aceito. Até porque se for me fundir à Singularidade é melhor que não guarde laços afetivos muitos. Mas viver daqui até lá sem trocar carinho com uma pessoa apaixonadamente é bastante árido emocionalmente para mim. Nesses dez últimos anos, só troquei tais intimidades com a amiga de adolescência que me agarrou. Duas noites apenas em mais de 3.600 dias. É mais do que árido, é desértico. Será que será assim até o final da minha vida? Ou será que um golpe do destino irá me levar a ela? Ela quem, meu deus, que não tenho coragem de chegar em menina nenhuma, foi minha amiga de adolescência que deu em cima de mim para ficar comigo, de minha parte não partiria iniciativa nenhuma porque realmente não nutria nenhum desejo por ela, para mim era só amizade. Mas ela se revelou muito gostosinha e beijava bem. Tanto que namorei muito com ela antes de chegarmos aos fatídicos finalmentes. Não sei se terei preparo físico para transar. Da segunda vez, estávamos indo até bem, mas eu fiquei exausto do esforço, e não consegui mais continuar o ato o que me broxou na hora. Ozzy. Muito, muito, muito ozzy. Quero colocar a culpa na falta de afeto sincero por ela, mas acho que foi culpa do meu sedentarismo mesmo. Preciso rever isso. Mas não quero rever isso. Não abdico do meu sedentarismo por sexo casual. Só se tiver uma namorada mesmo, sei lá como se consegue uma hoje em dia, aí penso nessas coisas. Minha mãe chegou e trouxe pilhas para o controle remoto da TV que só serviram para descobrir depois de várias tentativas que era a tomada da extensão da TV que não estava adequadamente enfiada no estabilizador. As pilhas antigas estavam funcionando perfeitamente. Então ganhei um par de pilhas reserva. Hoje poderei voltar ao meu Zeldinha, se assim me aprouver. Primeiro terei que ir com mamãe à radioterapia. Ela deve vir me chamar em minutos. Preciso trocar a bateria do Vaporfi, pois esta pode acabar enquanto estou lá.

18h51. Não demora muito agora para mamãe vir me chamar. Sim, o iPod! Indispensável com a TV Globo ligada na sala de espera. 18h53. iPod pregado à camiseta da Marvel. Como queria que esse tempo da radioterapia passasse sem que percebesse.

20h37. Estou de volta do hospital. O procedimento foi rápido, o que demora é ir e voltar. Mas achei tudo relativamente tranquilo hoje. Este é o tipo de coisa que faço por obrigação moral com a minha querida mãe. As viagens que ela pretende fazer vão na cota da obrigação moral para com a minha família (mãe e irmãos), por mim ficava na minha casinha. Ainda mais com o plano dela de ir no tenebroso inverno que estará acontecendo onde o meu irmão mora. Mas é a vida. E vai ser bom rever o meu irmão. O que mais quero na vida? Acho que uma namorada. Acho porque a minha outra resposta seria que a vida continue exatamente como está. E uma namorada iria fazer tudo menos deixar minha vida como está. Estou envergonhado de estar me expondo dessa forma, mas preciso me acostumar, é isso que eu vou fazer quando as perguntas se esgotarem. Mas acho que esteja me expondo excessivamente, não sei, talvez esteja desacostumado com a minha própria sinceridade. Hahahahaha. Vou pegar Coca.

21h34. O que uma namorada traria para mim? Uma relação íntima e profunda e a possibilidade de trocar afeto, conversas e, não posso me esquecer, sexo. Não gosto muito de sexo, a não ser quando estou muito apaixonado pela garota. Mas para mim é mais uma obrigação de satisfazer a garota que qualquer tipo de prazeroso passatempo a dois. Talvez sejam os remédios que me roubem a libido. Há remédios da natureza dos que tomo que diminuem drasticamente a libido. Não sei se tomo algum deles. A minha relação com a Doutora é muito limitada, pois ela me intimida. Bastante. Ela tem o poder de me internar. Embora não tenha motivos para isso. Posso perguntar da libido quando e se for vê-la outra vez, pois ultimamente pegamos as receitas na recepção, não temos mais consulta com ela. Vou comer. 22h00.

22h14. Comi só um prato de paçoca de charque com feijão preto porque eu sei que ainda vai me bater a fome dos remédios. Acho que a Coca que abri hoje à tarde não vai dar para a noite toda. A saciedade da comida havia me dado um certo desconforto emocional que o cigarro de verdade que fumei como digestivo eliminou. Ainda bem. Achei curioso esse desconforto emocional, talvez tenha sido porque não estava com fome de fato, não sei. Sei que tenho que mudar a minha visão sobre o sexo. Antigamente, à época da minha segunda namorada, eu fazia na maior tranquilidade. Com a quarta também. Embora com a quarta, nós meio que nos desinteressamos ou eu me desinteressei pelo sexo. À medida que o tempo foi passando fazíamos menos e menos sexo e isso não nos incomodava senão seria trazido à baila, pois tínhamos uma relação bastante aberta, sem segredos e democrática. Ou assim quero crer. Eu pelo menos não tinha segredos para com ela. Acredito que tenha sido recíproco. Foi a relação mais sadia que tive e um modelo que quero repetir. Acho que foi bem-sucedido não fora a droga. A maldita cola não tem nem como esconder, o hálito perdura por dias. Acho que estou sendo excessivamente aberto aqui. Essa sensação não me sai da cabeça. Vou continuar escrevendo anyway. Ou vou para umas questões filosóficas? Não quero uma coisa nem outra. Meu amigo quer se encontrar comigo amanhã na piscina, mas provavelmente terei que levar a minha mãe novamente à radioterapia. Veremos. Sobre minha vida não tenho nada a acrescentar no momento. Então o que me resta é acabar o post por aqui ou responder mais algumas questões filosóficas. Como não estou com sono ou motivado a jogar o Zeldinha, acho que vou responder algumas questões.

 199 – Quem pode ter liberdade?
Como já disse só alguém que se isola da sociedade e vira um eremita, tal pessoa é a que tem o maior grau de liberdade, na minha opinião, embora esteja dando as costas para um mundo de possibilidades e estímulos que a sociedade moderna oferece, por outro lado estará vivendo regido apenas por suas próprias leis, se alguma.

198 – É sempre bom ter liberdade?
Quanto mais liberdade melhor, embora liberdade total, só no caso do eremita. Ou ter uma liberdade inimaginável fundido à Singularidade.

197 – O que é que nós temos para sermos seres com liberdade?
Livre-arbítrio. Assim como acredito que os animais tenham em maior ou menor grau, de acordo com a sofisticação do seu sistema neurológico

196 – Para que serve a liberdade?
Para exercermos as nossas escolhas, independentemente do julgamento alheio.

195 – O mundo seria melhor se todos tivessemos liberdade total?
No grau de civilidade em que nos encontramos, acho que não, muitos poderiam tomar atitudes muito prejudiciais aos seus semelhantes e até à própria natureza.

194 – Quanto custa a liberdade?
Como disse no caso do eremita, custa todo e qualquer contato com a sociedade e as benesses que os formigueiros humanos podem proporcionar.

193 – A morte é o fim?
Por enquanto é. Mas os cientistas estão trabalhando para reverter isso e o advento da Singularidade em algum momento permitirá que façamos o upload de nossa mentes para dentro de si, aí seremos praticamente eternos.

192 – A morte é a única certeza que temos na vida?
Eu tenho várias outras certezas, necessárias para que eu lide com a realidade com um mínimo de confiança. Eu tenho certeza que se penso, logo existo. A morte é um desafio que a ciência está empenhada em vencer, mas, por enquanto, a morte é uma das certezas mais absolutas da vida.

191 – Deus serve para alguma coisa?
O meu Deus serve. Para dar origem ao universo e permitir que civilizações que despertem uma Singularidade vivam o paraíso, o nirvana ou qualquer outro nome que se dê.

190 – Deus existe?
Deus existirá quando todas as Singularidades se unirem para formar um único sistema/ser, a Suprainteligência Universal.

189 – A natureza humana existe?
Sim, como não? Há muitas coisas em comum entre nós, por mais que cada um seja um ser único não só por fatores genéticos, mas fatores psicossociais. E digo mais, a natureza humana é mais boa do que má.

188 – Deus pode morrer?
Sim, se a tendência à entropia absoluta do universo se mostrar real. Tudo deixará de existir vai ser um universo morto.

187 – Existe vida para além da morte?
Novamente, em verdade vos digo, só com o upload da mente (e DNA) do cidadão para dentro da Singularidade Tecnológica.

186 – Por que é que nos preocupamos com o passado?
Eu não me preocupo com o passado, mas me ocupo dele às vezes, para relembrar bons momentos e momentos ruins quando preciso de uma motivação maior para vencer dos meus demônios. O passado faz parte da nossa identidade, de quem somos hoje, não há porque não rememorar se nos foi dada a dádiva de guardar informações complexas na memória por anos e anos a fio. Minha memória é péssima, mas ainda tenho uma boa coleção de ótimas recordações.

185 – Por que é que nos preocupamos com o futuro?
Porque o futuro é para onde estamos indo então um mínimo de planejamento e controle agora pode mudar radicalmente o resultado do futuro.

184 – Quem somos agora determina quem vamos ser amanhã?
É um dos fatores determinantes, mas não é o único. Há as escolhas que faremos amanhã que podem modificar radicalmente nossas vidas e há os fatores externos que nos fogem completamente ao controle.

183 – Há mente sem ideias?
Só se for em estado de coma.

182 – Qual a diferença entre a ganância e a ambição?
Ambição é querer mais, ganância é querer mais do que o outro tem.

181 – Por que existe o terrorismo?
Porque pessoas oprimidas e fanáticas religiosamente decidiram declarar guerra ao ocidente, por achar que o ocidente é o opressor e o responsável pela vida miserável que levam.

180 – Por que é que os EUA são o principal alvo de terrorismo?
Porque os EUA é um dos que mais oprime os povos em interesse próprio e por ser a mais poderosa nação do planeta. Tudo que acontece lá repercute para todo o mundo, dando mais visibilidade para os ataques terroristas. O que eu queria saber é porque há essa coisa nos EUA de alunos entrarem nas escolas e saírem fuzilando os seus colegas de colégio. Essa particularidade eu não entendo, mas é um sintoma de uma nação adoecida ou de um sistema de ensino equivocado.

23h26. Acho que vou me retirar. Me bateu um sono agora.
  



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