0h32. Ouvindo I’m the
Highway para variar (mesmo set list de sempre) e lembrando de Karina,a
Clementine que surgiu lá no manicômio, passou apenas 10 dias mas mexeu comigo.
19 anos, rosto e jeito de anjo, a combinação, para mim, impossível de não me
encantar. Escrevi alguns textos que entreguei a ela, declarando o encantamento
escancaradamente e ela disse ter gostado de todos; pena eu ser um gordo barbudo
de 35 anos. Fiquei igualmente feliz e decepcionado por sua estada ter sido tão
breve e eu não ter podido conhecer mais sobre a pessoa por trás da visão
angelical e, quem sabe, fazer o destino sorrir para mim. Mas acho que não
aconteceria assim, seu interesse maior parecia ser por um interno mala tatuado,
mais jovem e magro que eu. Será que haverá esse anjo que se encante por este
ogro? Será que com mais tempo eu seria capaz de fazer a mágica acontecer com
ela? Será, será, será... preciso de um é
.
Estou em casa, volto ao manicômio no domingo. Tenho dois
compromissos a cumprir neste interregno: uma visita ao meu sobrinho e o
aniversário de uma prima, ambos em Aldeia. Sem cerveja. Já me imagino sentado
numa mesa afastada enchendo a cara de Coca-Cola. Amo minha família, mas sei
repartir esse amor melhor acompanhado de umas geladinhas. Quanto tempo vai
durar esta dieta etílica é um ponto de interrogação. Se ingressar no N.A. – o que
não desejo – será para sempre. Este será
não se tornará um é. Espero após a
alta poder voltar a tomar minhas cervejinhas. Estava sendo tão comedido neste
aspecto. Usando apenas como uma ferramenta social para dissipar minha timidez
seletiva (festas e pessoas conhecidas principalmente).
0h51. Blower’s
Daughter. Esta lembra Karina mesmo... Hahahahahaha! Como sou babaca e
romântico! Tudo hoje é tão pouco romântico que não caibo. Romântico descabido!
Hahahahahaha!
0h54. Era para eu estar trabalhando em Algo agora. Eu não
sei por que eu não tiro isso da minha cabeça e entendo de uma vez por todas que
este sonho é uma defesa, uma justificativa para a minha paralisia. Mas enchi um
caderno inteiro com anotações lá no manicômio (um caderno fino, diga-se de
passagem). A nova desculpa é que quero estar aqui fora pra que possa me dedicar
integralmente e não me perder, pois, sinceramente, eu perdi o fio da meada do
que escrevei no final de semana retrasada. Vou ver se meu primo-irmão está no
Facebook.
1h12. Tá não. Minha tia me deu uma dica de só entregar
bilhetes para Karina depois de bater bastante papo. Fiz tudo ao contrário!
Hahahahahahahaha! Vou repor a Coca e fumar um ou dois Derby.
-X-X-X-
1h51. Sem nada para escrever e com vontade de escrever e
ouvir música (está tocando Giz, da
Legião). Cadê a tampa da minha panela? Será que alguns são destinados à solidão
ou se autodestinam a ela? Solteirão de 35 anos que deseja ninfetas: qual a probabilidade
disso acontecer? Desse desejo ser satisfeito e satisfazer a ninfeta? Esta
postura de autopiedade não ajuda em nada. O negócio é totalmente outro, como
disse meu primo-irmão: você tem que ir com a postura de que ela é que vai estar
perdendo se te desprezar. Difícil encontrar essa versão dentre os meus vários
eus. Questão de prática, talvez.
Deveria estar fazendo a camisa do New Order que planejei mas
estar aqui nesta página com estas letras ouvindo Little Joy é uma pequena
diversão tão maior no momento. Mas sem temas é de lascar. Vou fazer pipi e
fumar mais um ou dois Derby para ver se algo me ocorre.
-X-X-X-
2h23. Tomei o Dalmadorm e acho que ele já começa a fazer
efeito. Brincar com as palavras, me expor, tem sido há um bom tempo meu melhor
e maior passatempo. Acho que sou um exibicionista. Até na minha timidez me
exibo agindo em desacordo com a manada e chamando atenção para mim mesmo. Acho,
aliás, tenho certeza de que sou carente, talvez por isso esse divertimento com
as palavras. Com elas me dou a atenção que não consigo de outras formas. Não
sei, sei que me diverte como um puxa a próxima e elas vão se emendando nisso
que sou eu em forma de letras. Não sei por que não me envergonho disso, meu pai
nunca ousaria, acharia ridículo, desnecessário, um desperdício. Para mim é a
coisa mais necessária. Sentar aqui para escrever (e criar as estampas de
camiseta) é tudo o que penso em fazer e não posso no manicômio. Muitos me
perguntam sobre as pinturas, mas peguei abuso, medo delas, o mesmo tipo de medo
que tinha e tenho do trabalho. Vagabundo que produz apenas palavras que se
perderão na imensidão cibernética e agradam só a mim. Por que escolhi e estou
vivendo a vida assim é uma questão que ainda está sem resposta para mim. A única
que encontro é porque é a mais fácil e a que sofro menos, tenho prazer. Santa Chuva, com Maria Rita. Putz, estou
fumando muito, já estou com vontade de mais um cigarrinho depois dessa música.
Até porque vi que a próxima não tem nada a ver com esta – Cigarettes and Chocolate Milk de Rufus Wainwright. E o sono está
batendo mais forte. Acabou a música, vou fumar.
-X-X-X-
2h56. Mommy veio me mandar dormir. A coleira às vezes aperta
o pescoço. Ainda bem que há o sono do remédio para combinar. Mas a vontade é a
de continuar tecendo palavras, estava com tanta saudade disso. Sobre Algo,
posso dizer que vejo sinais de que vai acontecer ao meu redor, como diz All Is Full of Love (que ouço agora): twist your head around, is all around you.
Pronto. Vou revisar, achar uma imagem e publicar. E fumar mais dois cigarros!
All around you |
Acho que Algo acontecerá sim. Eu também vejo sinais, inclusive nos documentários que vejo. Muitas das coisas que vi estão de acordo com o que ouvi de ti. Acho que cada um tem sua versão de Deus, mas todas elas tem algo em comum e de realmente verdadeiro. Ao meu ver, ninguém está errado, mas ninguém está completamente correto tampouco. Vi um documentário religioso dizendo que o messias e o anti-cristo já estão provavelmente entre nós. Como todo o meu egoísmo, às vezes me pergunto se um de nós será um deles como nossas idéias loucas de religião. A resposta é obviamente não, mas não deixo de pensar nisso, como se m sentisse culpado pro escrever sobre coisas sobre religião que são tão contraditórias com o que fui pregado na escola.
ResponderExcluirEm termos de relacionamentos, meu velho, o negócio é tentar abstrair, e deixar a maré te levar. Eu estava numa aflição danada depois de ter passado minha adolescência inteira sem namorada. Mas, decidi me abstrair e fazer meus hobbies e o que gosto. Acabei encontrando meu amor num dos círculso de amigos relacionados a uma dos meu hobbies. Essas coisas acontecem quando menosse espera. Se você for você mesmo e seguir seu rumo, tenha fé que ele te levará ao caminho certo e de sua potencial amada. Keep the faith.
Eu acho que estou mais para anticristo! Hahahahahaha! Brigado por ter respondido. Estou relativamente abstraído em relação às questões emocionais. Se já pintaram amores lindos para mim, por que não hão de pintar outros?
ExcluirVocê viu que a enquete empatou?
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