Ouvindo
Recanto,
de Gal. Me roo ainda por não ter ido ao show. Era o que mais queria ver este
ano. Pena. É o peso da responsabilidade pelos meus atos. Mas não era disso que
queria falar. Estava pensando como minhas palavras são mais amigas da noite, da
madrugada, ao invés do dia. É como se saber que toda a metade do mundo onde eu
estou dorme me desse a paz e a calma que as palavras desejam e merecem. São
4h40. Voltei há uma hora de uma saída marrom com meu primo-irmão. Sempre ele. E
por muito tempo será com ele. É o peso da responsabilidade pelos meus atos
dividida com ele. Parece tão injusto com ele. Mas se não for ele, não saio pra
ver o mundo e a noite. Até que a confiança retorne (e esta ainda está bem
distante, nem é possível avistá-la ainda). Novamente o peso e o preço pelos
meus atos. Ainda bem que tenho estas palavras, elas são o meu recanto. Quem
importaria ler – mommy – não lê, então me sinto livre para as palavras todas.
Bem, quase todas. Algumas guardo para o sonho do livro, mas as do livro não
dizem só de mim embora sejam principalmente para mim, por mais que quisesse que
o mundo inteiro lesse. Como disse, sou um exibicionista. Qualquer um que se
dispa num blog é. E gosto de ficar nu aqui. A sensação de liberdade é
inebriante. Deve ser como ir ao confessionário. O alívio de dizer deve ser
semelhante. Aqui, escrevo para mim, por mim e quem quiser que leia, perca seu
tempo sabendo de mim e de pouca coisa mais. E a madrugada me convida a isso.
Hei, hei, neguinho é rei. 4h56. Hora de
um café e de um ou dois cigarros (deixei o café pronto antes de sair com Mateus
porque achei que ele iria fuleirar, mas eis que fomos realmente ao Antigo e não
conseguimos nos ouvir por causa do barulho da banda – boa, por sina – do Sushi
Digital). Já tomei o Dalmadorm. Fiquei em dúvida se tomaria ou não pela ânsia
de escrever que me tomava desde que estávamos no bar, mas resolver ser o um bom
menino e seguir à risca as orientações médicas. Só tomei Coca-Cola também, nada
de cerveja, o que me incomoda, pois faz falta para a minha socialização. Tenho
percebido que sem cerveja levo em torno de duas horas para me aclimatar a um
ambiente como bar ou festa. Antes disso tento ficar invisível o máximo que
posso. Bom, agora tomar o café e fumar mesmo. 5h02.
-X-X-X-
5h18. O dia já clareou, tomei duas xícaras de café e fumei
dois cigarros. Acho que não ficou quase nenhum na garrafa (o que era necessário
para mommy não saber que fiz outra depois da que ela preparou para mim).
Coloquei um copázio de Coca-Cocla para mim porque já,já ela levanta e vem me
dar um esculacho porque ainda estou acordado. Digo que quando acabar o copo vou
dormir, que já tomei o Dalmadorm, que o sono já está batendo etc. e etc. Acabou
de acabar o disco de Gal. Vou botar o de Sandy solo, Manuscrito, para ouvir
agora nestes minutos finais de digitação que aperreada. Aperreada pela
apreensão de minha mãe abrir a porta a qualquer instante. Embora seja meu final
de semana e eu devesse ter o direito de viver minha rotina notívaga, eu acho.
-X-X-X-
O disco de Sandy não é tão inspirador ou a inspiração acabou
mesmo, mas vou trocar, vou botar o velho set list de sempre.
Não está funcionando muito, a paranoia de minha mãe abrir a
porta e me dar um esporro me tira completamente a concentração. Falta ainda
achar uma imagem para este post e publicá-lo. Vou fazer isso agora e ir pra
cama, mesmo sem sono.
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