sábado, 20 de outubro de 2012

Recanto

Ouvindo Recanto, de Gal. Me roo ainda por não ter ido ao show. Era o que mais queria ver este ano. Pena. É o peso da responsabilidade pelos meus atos. Mas não era disso que queria falar. Estava pensando como minhas palavras são mais amigas da noite, da madrugada, ao invés do dia. É como se saber que toda a metade do mundo onde eu estou dorme me desse a paz e a calma que as palavras desejam e merecem. São 4h40. Voltei há uma hora de uma saída marrom com meu primo-irmão. Sempre ele. E por muito tempo será com ele. É o peso da responsabilidade pelos meus atos dividida com ele. Parece tão injusto com ele. Mas se não for ele, não saio pra ver o mundo e a noite. Até que a confiança retorne (e esta ainda está bem distante, nem é possível avistá-la ainda). Novamente o peso e o preço pelos meus atos. Ainda bem que tenho estas palavras, elas são o meu recanto. Quem importaria ler – mommy – não lê, então me sinto livre para as palavras todas. Bem, quase todas. Algumas guardo para o sonho do livro, mas as do livro não dizem só de mim embora sejam principalmente para mim, por mais que quisesse que o mundo inteiro lesse. Como disse, sou um exibicionista. Qualquer um que se dispa num blog é. E gosto de ficar nu aqui. A sensação de liberdade é inebriante. Deve ser como ir ao confessionário. O alívio de dizer deve ser semelhante. Aqui, escrevo para mim, por mim e quem quiser que leia, perca seu tempo sabendo de mim e de pouca coisa mais. E a madrugada me convida a isso. Hei, hei, neguinho é rei. 4h56. Hora de um café e de um ou dois cigarros (deixei o café pronto antes de sair com Mateus porque achei que ele iria fuleirar, mas eis que fomos realmente ao Antigo e não conseguimos nos ouvir por causa do barulho da banda – boa, por sina – do Sushi Digital). Já tomei o Dalmadorm. Fiquei em dúvida se tomaria ou não pela ânsia de escrever que me tomava desde que estávamos no bar, mas resolver ser o um bom menino e seguir à risca as orientações médicas. Só tomei Coca-Cola também, nada de cerveja, o que me incomoda, pois faz falta para a minha socialização. Tenho percebido que sem cerveja levo em torno de duas horas para me aclimatar a um ambiente como bar ou festa. Antes disso tento ficar invisível o máximo que posso. Bom, agora tomar o café e fumar mesmo. 5h02.

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5h18. O dia já clareou, tomei duas xícaras de café e fumei dois cigarros. Acho que não ficou quase nenhum na garrafa (o que era necessário para mommy não saber que fiz outra depois da que ela preparou para mim). Coloquei um copázio de Coca-Cocla para mim porque já,já ela levanta e vem me dar um esculacho porque ainda estou acordado. Digo que quando acabar o copo vou dormir, que já tomei o Dalmadorm, que o sono já está batendo etc. e etc. Acabou de acabar o disco de Gal. Vou botar o de Sandy solo, Manuscrito, para ouvir agora nestes minutos finais de digitação que aperreada. Aperreada pela apreensão de minha mãe abrir a porta a qualquer instante. Embora seja meu final de semana e eu devesse ter o direito de viver minha rotina notívaga, eu acho.

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O disco de Sandy não é tão inspirador ou a inspiração acabou mesmo, mas vou trocar, vou botar o velho set list de sempre.

Não está funcionando muito, a paranoia de minha mãe abrir a porta e me dar um esporro me tira completamente a concentração. Falta ainda achar uma imagem para este post e publicá-lo. Vou fazer isso agora e ir pra cama, mesmo sem sono.

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