Meu amigo da piscina disse que viu um óvni quando estava na
piscininha do prédio há muito tempo atrás e que tinha como testemunhas meu
primo e meu irmão que são álibis muito confiáveis. Já falei do meu irmão e de
como o tenho como bastião da honestidade e de todas as demais virtudes humanas.
Meu primo também não é de mentir. Obviamente duvidei da história, então fui ao
Facebook perguntar ao meu primo e ele, para a minha surpresa, confirmou o
ocorrido. Meu irmão, para quem acabei de ligar, deu resposta mais
surpreendente, disse que não se lembrava desse episódio específico, mas achava
que tinha ocorrido, e que havia visto mais dois óvnis na vida, um em Aldeia e
um do avião. Fiquei abismado e meu irmão completou dizendo que não adiantava
ele contar, só se acredita vendo. E eu, que sou São Tomé para caramba, mais
ainda. E meu irmão nunca tomou nenhum tipo de droga, logo não foi um flashback
de LSD, por exemplo. Ele acredita realmente que viu. Se isso for verdade, a
Singularidade pode estar muito mais próxima e real do que imaginamos. Do que
imagino. Se realmente há essa troca de informação com os humanos como apregoa o
meu amigo da piscina, isso é deveras útil ao surgimento da Singularidade. Mas
não sei se esses contatos realmente aconteceram. Não acredito nem em óvnis para
começo de conversa. Se bem que meu irmão dizendo, fica difícil duvidar. Não deu
para perguntar detalhes dessas visões porque ele estava ocupado. Quem de vocês
acredita ou já viu óvnis? Nem adianta perguntar isso, pois podem responder que
viram por pilhéria, para tirar onda da minha cara. Bem, fica uma grande dúvida
na minha cabeça agora. O que será que eles viram? Meu amigo da piscina
descreveu com detalhes, disse que era como uma estrela que ficava mudando de cores
e que começou a se mover pelo céu num trajeto geométrico, depois acelerou e
partiu. Tenho que encontrar com o meu primo para que ele conte sua versão dos
fatos. E, caso meu irmão ligue amanhã pergunto o que ele viu em Aldeia e do
avião. Agora vamos às questões filosóficas, a forma mais fácil de preencher um
post. Lembrando que não sou filósofo, não entendo patavinas de Filosofia e que
respondo as perguntas como responderia qual a minha cor predileta. Acabei o de
ontem na pergunta 749. Então hoje começo da 748. De 10 em 10, até encher o saco
de responder. Lá vai
748 – Como sei se sou
preguiçoso?
Boa pergunta, mas acho que me comparando aos meus
semelhantes. Eu me considero bastante preguiçoso, tento ao máximo me dedicar só
ao que me traz satisfação. Nesse âmbito sou bastante dedicado e trabalhador,
como no ato de escrever esse blog, por exemplo. O faço com afinco e dedicação,
diariamente. Mas coisas que fogem à minha alçada de interesse, faço de
malgrado, muitas vezes de cara feia, logo me considero preguiçoso por fazer
obrigações que não foram por mim estipuladas a contragosto. Nisso, eu e
Montaigne temos algo em comum! Hahahahaha.
747 – O que é ser
engraçado?
É conseguir trazer o sorriso ao rosto de alguém ou de
alguns. É preciso criatividade para ser engraçado e todo um modo de se portar e
dizer que não possuo, mas já possuí. Creia ou não já fui um cara muito
engraçado e divertido. Hoje não mais, não tenho mais vocação para ser o bobo da
corte ou fazer macaquices ou ficar com ironias. Me tornei mais seco. A vida me
fez assim. E a abstemia do álcool. A bebida é uma fábrica de engraçados.
746 – É errado
comprar objectos de luxo?
Acho que isso depende. Do ponto de vista Cristão é. Mas se o
cara que tem o dinheiro para comprar tais objetos e emprega seu dinheiro também
para empregar pessoas investir em tecnologias sustentáveis e ajudar iniciativas
de caridade, não vejo porque não saciar o desejo que tem por um objeto
específico se tem os meios. Ele poderia não fazer nada do que eu disse e ainda
assim comprar o objeto que não o condenaria. Só não aceitaria se fosse um
canalha e suas posses viessem de suas canalhices. Mas se ele está tentando ser
feliz honestamente que tenha o objeto que lhe convier. Embora, por experiência
própria, sei que um objeto não sacia o vazio existencial do homem por muito
tempo.
745 – Posso obrigar
os outros a fazer o que acho correcto?
O que você acha correto? Ou o que a sua sociedade acha
correto? Há uma grande diferença aí. E não acho que ninguém deva coagir
ninguém, a não ser que a outra pessoa esteja ameaçando você e/ou outros e
violando os seus direitos. Ou que sejam seus filhos. Mas certamente, em vez de
coagir, acho mais correto tentar ensinar.
744 – Como descobrir
a verdade?
A verdade em relação a quê? Há uma verdade para cada ser
humano na Terra. Para mim, é impossível saber a verdade. Vivemos de crenças,
são elas que se transvestem de certezas ou verdades para que possamos guiar
nossas vidas com o mínimo de confiança e convicção.
743 – É melhor ganhar
ou perder?
Depende de com quem você esteja jogando. Eu esteja jogando.
Mas, em verdade, não gosto de perder. Mas gosto menos ainda de prejudicar o
outro. A não ser que considere a outra pessoa injusta em seu pleito.
742 – Vale a pena ser
inconformista?
É uma coisa natural dos jovens, uma força que, se bem
organizada pode trazer mudanças sociais positivas para a sociedade. O que era
inconforme com os preceitos sociais pode se tornar um novo preceito social.
Como o casamento gay. O inconformismo certamente é necessário para as
transformações sociais. E valia a pena quando eu era jovem. Agora, mais maduro,
me aquieto mais e me foco mais nos meus demônios interiores. Mas isso é um
comportamento meu. Por me achar cada vez mais um ser ignorante quanto às
questões sociais e me fechar mais e mais no meu universo particular. Ainda
assino petições sobre causas que acho pertinentes, mas essa é a maior
contribuição social que dou. Em síntese, se a pessoa se sente recompensada de
alguma forma em ser inconformista. que seja. Desde que não viole os direitos
dos outros.
741 – Sou mais
importante que os outros?
Não. Sou inclusive menos importante que a maioria dos
demais. Só não sou menos importante que os mais canalhas do que eu.
740 – A igualdade
opõe-se à liberdade?
Sim. Ninguém é totalmente livre para fazer o que lhe der na
telha quando se vive em sociedade. Há regras para manter a igualdade e, se há
regras, há o tolhimento de certas liberdades. Só acredito na liberdade de fato
com o advento da Singularidade. Aí poderemos realizar todas as nossas
fantasias, das mais sublimes às mais cruéis, dentro de uma realidade virtual
tão crível quanto o mundo real, só que com muito mais potencialidades
criativas, posto que o virtual não está atrelado às leis da Física que governam
o universo e que por si só já nos tolhem algo da liberdade.
739 – A Filosofia
pode mudar a sociedade?
Sim. Se for ensinada nas escolas, a Filosofia vai fazer
brotar uma sociedade de pessoas mais iluminadas. E com mais dúvidas que
respostas! Hahahahaha. Mas não entendo de Filosofia, repito.
Pronto. Dez questões se foram. E estou sedento por mais dez.
Vou lá buscar na página. Peguei mais de dez porque há algumas que são
repetidas.
738 – A filosofia
pode mudar-nos?
Sim, profundamente.
737 – Tudo o que
existe é feito de matéria?
Tendo a crer que senão só de matéria, de matéria e energia.
A matéria é inclusive feita de energia, segundo a famosa fórmula de Einstein E
= mc² (energia igual a massa vezes velocidade da luz ao quadrado). Em todo caso
sou um materialista, não acredito no sobrenatural, por mais que acredite que o
cérebro possua mais potencialidades latentes do que possamos imaginar.
736 – As coisas têm
valor em si mesmas?
O primeiro exemplo que pensei foi em um livro e acredito que
ele tem valor em si mesmo. Valor latente, até que alguém o pegue e leia. Mas o
valor atribuído às coisas tem muito de cultural, social e pessoal. A moda, por
exemplo, para mim é algo inexplicável. Acho que é um exemplo de vontade
coletiva.
735 – As leis morais
são construções humanas?
Acredito que elas são evoluções das leis sociais que
governavam a linhagem de hominídeos que nos precedeu e que foram mudando e
evoluindo com as mudanças sociais, culturais e tecnológicas humanas. Em outras
palavras, parte dela vem impressa em nosso DNA.
734 – Quando morremos
acabamos?
Sim. A não ser que a Singularidade permita o upload de
nossas consciências para dentro de si. Senão, o homem acaba, permanecem só suas
obras boas ou más na Terra, tanto mais sobreviverão quanto mais relevância
tenham ou tiveram para o desenvolvimento ou os conflitos da humanidade.
733 – Como sabemos
que sabemos?
Acho que é um mecanismo automático. Deve ter alguma coisa
haver com os nossos sentidos, memória e com o grau de confiança que temos da
fonte do conhecimento adquirido. Mas acho que é meio automático mesmo, meio
inconsciente. É uma convicção do cérebro que abarca tanto o consciente quanto o
inconsciente.
732 – É possível
saber alguma coisa com certeza?
Eu não tenho certeza de nada. Antes acreditava nos meus
olhos, hoje nem isso.
731 – Existe a
“vontade colectiva”?
Já respondi essa pergunta, mas acrescento um exemplo de
vontade coletiva que me veio agora, respondendo essas questões de hoje. A moda,
seja uma cor, um tipo de vestido ou um corte de cabelo, o que for. Peguemos o
corte de cabelo Neymar, por exemplo, foi uma moda amplamente praticada por
jovens, especialmente os da periferia; acho isso um exemplo de vontade
coletiva, um desejo que alcançou milhares de pessoas no Brasil ao mesmo tempo.
Uma vontade coletiva de ter aquele corte de cabelo.
730 -O poder
torna-nos maus?
Já respondi no post anterior.
729 – O dinheiro
torna-nos maus?
Já respondi no post anterior.
728 – É imoral andar
nu?
Já respondi no post anterior.
Vou responder mais algumas, isso é bastante divertido. Só
devo estar falando besteira! Hahahahaha.
19h58. Como muitas das perguntas se repetem eu vou cortar as
que já respondi. Apenas a construção da frase muda, o que talvez para filósofos
faça alguma diferença, mas para mim, não a vejo.
727 – Por que nos
rimos dos outros?
Porque graças aos céus, a evolução nos presenteou – mais a
uns que a outros – com senso de humor e podemos desfrutar do prazer
indescritível da risada quando fazem alguma coisa que nos toca o nosso senso de
humor.
726 – Seria bom
sermos visitados por extraterrestres?
Obviamente isso depende das intenções dos extraterrestres
para conosco ou nosso planeta. Mas acho que seres evoluídos o suficiente para
detectar vida inteligente em outro planeta e deslocarem-se distâncias incríveis
para nos visitar devem possuir um grau de civilização/civilidade bem mais
avançados que o nosso e que se tentam um contato, ao invés de, por exemplo, nos
lançar alguma praga e nos exterminar, deve ser bem-vinda. Se bem que me lembro
do que os Portugueses fizeram com os índios quando aqui aportaram ou com os
escravos que traziam da África e isso me deixa com uma pulga atrás da orelha.
722 – Vale a pena ir
contra as crenças do nosso grupo?
Como dizia o poeta, “Tudo vale a pena se a alma não é
pequena”. Claro que vale ir de encontro às crenças do nosso grupo, mesmo que sendo
minoria, isso se chama democracia.
718 – O que é uma
pessoa medíocre?
Uma pessoa que, como eu, não gosta de si mesmo é medíocre ou
está num estado de mediocridade. A depressão faz isso com as pessoas. Também
acho medíocres as pessoas menos virtuosas moralmente que eu, como os políticos
corruptos do nosso país. Não só políticos mas toda instituição corrompida do
governo. Acho-os abaixo de medíocres.
717 – Quando se pode
dizer que alguém “falhou” na vida?
Quando lhe confiam uma coisa, você se diz apto e se
compromete a fazer a coisa, mas não cumpre com o combinado. Mas “na vida” como
um todo, não acho que ninguém falhe, todos estão fazendo o melhor que podem, inclusive
os medíocres. Há falhas em menor ou maior grau, mas a vida toda ser falha, não
acredito nisso.
716 – O que é ser um
“falhado”?
Se falhado em Português de Portugal significa falho, só
posso imaginar alguém que nasça com uma patologia física ou mental. O que não
invalida de forma alguma a pessoa “falha” como um cidadão muitas vezes
produtivo da sociedade. Na verdade, não há aquele que não seja falho em algum
aspecto da sua vida. Aliás, há: o meu irmão.
715 – O que é ser-se
burro?
Não sei. Nunca encontrei ninguém que não tivesse algum
pedaço de sabedoria a repartir.
714 – Sou “burro” em
absoluto ou apenas em relação a outros “menos burros”?
Eu ficaria com a segunda opção, em relação aos menos burros
que eu.
713 – Uma criança é
burra?
Não. Muito pelo contrário, seu cerebrozinho está em
frenética atividade, aprendendo e apreendendo tudo, muito mais do que nós
adultos com nossas convicções cristalizadas.
712 – Qual a
diferença entre um “burro” e um “ignorante”?
O burro pode ter um tipo de patologia, algum tipo de retardo
mental, que dificulte sua capacidade de aprendizado; o ignorante – e todos o
somos em alguma instância – não aprende porque não quer ou não tem acesso à
sabedoria ou não se interessa, porém não apresenta nenhum tipo de enfermidade.
711 – Só é burro quem
quer?
Não. Como disse anteriormente há doenças que lentificam,
dificultam e limitam o aprendizado, mas reitero que há sempre o que aprender
até com o mais burro dos burros.
710 – Quando é que nos
sentimos burros?
Eu me sinto burro quando encontro alguém que sabe mais que
eu sobre determinado assunto ou quando não consigo entender algo que me
explicam. Geralmente me sinto mais alienado que burro, mas tenho plena
consciência que a ignorância que carrego é uma escolha minha e da prioridade
que dou aos meus fúteis assuntos de predileção.
709 – Pode haver
Felicidade em demasia?
Em psiquiatria esse estado de felicidade em demasia é
chamado de mania. Eu sou bipolar então oscilo, quando não assistido por
remédios e terapia, entre os pólos depressivo e maníaco. Numa crise de mania
tive a minha visão de deus materialista que até hoje carrego e que é até certo
ponto suportada por grandes nomes da atualidade. Enfim, numa crise de mania,
tive uma epifania que me levou à minha fé, que não abandonei depois que saí da
crise. Noutra, torrei quase toda a minha parte da herança paterna em bonecos de
colecionador e fui fazendo um negócio pior que o outro até conseguir parar com
a ajuda do meu irmão. Hoje, fico preocupado se estou me sentindo bem demais.
Como estou atualmente. Fico desconfiado. Mas não acho que esteja em estado de
mania atualmente, por falta de dois sintomas principais, a ausência de sono e o
excesso de psicomotricidade.
708 – Existe
progresso moral?
Sim, sim. Não só do indivíduo, mas de toda uma sociedade e,
mais além, de toda a humanidade. É tudo uma questão de educação. Sou um
otimista.
707 – As coisas
podiam ser diferentes do que são?
Não, as coisas são exatamente do jeito que deveriam ser. Não
acredito no “e se” nem em universos paralelos que sejam muito similares a este
onde tomamos decisões diferentes e os caminhos se tornam completamente
diversos. Acho isso ficção científica, muito mais que a hipótese da
Singularidade.
Acho que para o leitor já está de bom tamanho este
questionário. Sobre o que posso dizer agora? A amiga do meu primo-irmão me
chamou para a Casa Astral. Olha aí outra mulher que não me interessa
aparecendo, vai acabar pintando uma que bate comigo. De toda forma a Casa
Astral já vai acabar dentro de uma hora, daqui que me apronte e chegue lá
faltará o que uns 20, 30 minutos para fecharem o barraco. Matei 70 questões em
dois dias, se contarmos que outras irão se repetir, posso fechar esse
questionário em uns dez dias. Por mim, continuava a responder mais perguntas.
Vou responder só mais sete para cegar nos 700.
706 – Para que serve
a religião?
Para explicar o inexplicável. E para dar esperança de tempos
melhores aos miseráveis e ajudá-los a suportar a pesada carga que a vida os deu.
É para isso que a minha serve.
705 – É legítimo
matar por vingança?
Não é legítimo matar, a não ser um aborto.
704 – Seria bom saber
o dia da nossa morte?
Eu tenho extrema curiosidade em saber o dia. Se seria bom
saber? Acho que me ajudaria a planejar melhor o que fazer da vida até lá.
Mudaria uma série de paradigmas que, em verdade eu já poderia mudar hoje, pois
posso morrer amanhã, só tenho convicção, talvez falsa, de que isso não vá
acontecer. Então se temos mudanças que queremos operar em nossas vidas que as
operemos já. Pois não sabemos o dia de amanhã. Mas o lado ruim é que já sabendo
que vou morrer dois dias antes de completar 67 anos, por exemplo, isso poderia
me levar a tomar uma série de atitudes imprudentes, pondo minha vida em risco a
esmo na certeza de que sobreviveria a tais atos irresponsáveis.
702 – A morte existe?
É claro que a morte existe é quando o corpo cessa de viver.
Mas a figura personificada da morte nessa eu não creio.
701 – Quem compreende
melhor a natureza: Humanos ou animais?
Acho que ambos têm compreensões diferentes da natureza. Por
exemplo, os cachorros conseguem prever terremotos, nós não. Os animais têm o
conhecimento instintivo, intuitivo da natureza, nós temos o conhecimento
racional e empírico da natureza.
700 – A religião é
uma forma de conhecimento?
Sim. Não sei até que ponto benéfico ou maléfico para o
indivíduo e para os demais (vide as Cruzadas), mas há valiosos aprendizados
morais a se tirar das religiões, principalmente das orientais. Mas
indubitavelmente a religião é uma fonte de conhecimento, por mais que haja
equívocos e leis ultrapassadas para os dias de hoje. A religião mais avançada
que possuímos é a Ciência. Sim, vejo a Ciência como uma religião, não há
certezas para a Ciência, embora firmada sobre sólidos alicerces, tudo que é
posto pela Ciência é passível de ser sobrepujado por uma nova teoria,
entretanto quase todos nós acreditamos nela. E a temos como a verdade
definitiva. Quando a ciência é tudo menos definitiva.
Pronto. Acho que por hoje já deu de perguntas. 21h42. Não
sei sobre o que escrever. Ouvindo a discografia do Infected Mushroom em ordem
aleatória. Acho que os discos que gosto mais são o “Army of Musrooms” e
“Friends On Mushrooms”, acho que são os mais experimentais de todos. Por isso
gosto. Eles têm uma influência de Depeche Mode quando há melodias. Dando 22h30,
eu vou, com ou sem o meu amigo, fumar um cigarro na piscina. Eu podia ter ido
para a Casa Astral. Agora me arrependo. É sempre assim. Mas estava chuvoso e não
me lembrava de quem era a garota. Depois a chuva cessou, eu me lembrei quem era
a garota e mesmo assim refutei-me a ir e agora me arrependo. É típico meu esse
tipo de decisão e arrependimento. Na semana que vem não perderei, eu espero.
Tomara que o clima melhore, mas está na época de chuva mesmo, talvez seja esse
chove-não-chove esse mês inteiro.
22h22. Estou conversando com um amigo sobre videogames pelo
Facebook. Sempre bom. Ele comprou um Nintendo Switch, o sucessor do videogame
onde jogo o meu Zeldinha e que em nada me atraiu. 22h25. Ele sumiu da net.
Agora sou eu de novo com a minhas palavras. Gostaria de saber se os leitores
preferem os meus textos ou essas questões. Estou com vontade de descer para
fumar na paz da piscina. Vou esperar o meu amigo até as 23h. Continuo ouvindo
IM desde aquela hora. Sobre o que posso escrever? Estou me sentindo meio tenso.
Mas vou descer para fumar na piscina de qualquer forma. Eu acho. E depois venho
bater um Zeldinha. Eu acho. Minhas vontades são meio efêmeras, sabe? Ou melhor
são como ondas no mar, vão e voltam e à medida que a maré enche vão se tornando
mais fortes até se tornarem vontades manifestas.
23h27. Estive com meu amigo da piscina e falei das conversas
que tive com meu primo e meu irmão. Ele quer que eu peça a eles que descrevam o
que viram. Disse que vai levar o filho para ver a bendita moto onde quase perdi
o porta-gelos de mamãe. Ah, mamãe, por favor durma o sono dos bons e me deixe
aqui, escrevendo, ou jogando Zelda. Ouvindo agora IM, mas, desculpe Infected
Mushroom, vou ouvir The Cure “Disintegration”. 23h46. Ainda não consegui tirar
Infected Mushroom porque cada nova música me “pede” para esperar e ver em que
ela vai se transformar. Esta desconstrução e reconstrução da música de forma
completamente diferente é como uma viagem de descoberta, tipo, onde é que esses
caras vão me levar? É uma eterno desvendar a não ser quando você praticamente
decora o que rola na música o que requer uma excelente memória, que não é o
caso da minha. Mas com a repetição algo acaba ficando, pois me lembro delas
quando as ouço e às vezes fora dela. Aquele grito de “fuck!!” no final de “U R
So Fucked” é sinistro. Os cogumelozinhos falando a frase título da música, o
reggae... sim considero música de alta qualidade, uma arte, que hoje está
ganhando para The Cure, minha banda predileta. Porra, achei Björk cantando
“Pagan Poetry” ao vivo, botei na hora. Incrível. O cara que ela sempre faz um
dueto no disco, pelo menos em “Medúlla”, “Volta” e “Vulnicura”, “Biophilia” não
ouvi e não quero ouvir agora. Ou quero? Não preferi dar uma parada em
“Medúlla”. Não entendo como o Spotify não aceita acentos. O nome do álbum
“Medúlla” vem sem acento, por exemplo. Mas acho que já vi mais casos. “Desired Constellation”, mágica, “…I
shake them like dice and throw them on the table… repeatedly”. “Aurora”,
mágica também. Se os boyzinhos de hoje em dia começarem a achar que a escrita
do Spotify é a certa, a falta de acentos seria um grande desprezo com a
confiança dessas pessoas. É uma obrigação a grafia certa com acentos. Mesmo que
dê muito trabalho. Uma reclamação ao Spotify. Mas quem nunca deve errar mesmo é o Wikipedia, pois lá até eu
confio nas informações e grafias.
0h33. Estou pensando em jogar o Zeldinha, mas fiquei com
preguiça. Vou enfrentar um dungeon
agora. Então, deixa para amanhã. Ou para mais tarde, quem sabe? Espero que
mamãe não vá querer que eu vá para vovó com ela amanhã. Daqui a pouco eu vou
estar grisalho, meu deus. Que ozzy. Aí não vou atrair mais gatinha nenhuma
mesmo. Mas posso estar sem bucho e com aquele corte de cabelo que todo mundo
achou o melhor em mim. E melhor do que como estou hoje. Mas posso ficar assim
antes de ficar grisalho. Hoje amanheci com 91,2 kg. Não perdi nem ganhei. Quem
sabe não perca amanhã? Apesar do chinês que bati no almoço que era bastante
calórico. E que queria ter de novo para comer agora. Sabe o que eu quase ia
comendo quando fui botar Coca? Biscoito Tortinhas de limão com queijo
gorgonzola. Eu pensei nos dois sabores que eu mais gostava e tinha disponíveis
no momento e resolvi que iria uni-los para ver que sensação daria ao meu
paladar. Coca cola estupidamente gelada é muito delicioso. São os prazeres da
vida que você deve gozar. Aliás é um prazer muito grande da minha vida que eu
me dou ao prazer de gozar. Abundantemente. É uma delícia essa minha rotina da
Coca. É dos grandes prazeres da minha vida, sabia? Eu não sabia até me dar
conta agora. Ele está inserido em todos os lugares que eu vou. Quer eu vá para
piscina, quer eu saia com os meus amigos. Menos no CAPS onde abuso do café.
Embora o café me ataque mais que a Coca. Me ofende mais, como dizem. Me dá um mal-estar
no estômago que a Coca não me dá. E nem empachamento tenho da Coca, como tenho
do café. Especialmente da Zero.
1h10. Eu fui pegar um copo de Coca e aproveitei que havia
gorgonzola na geladeira e fiz os canapés de Tortinhas com o queijo. Não
recomendo. É melhor comer o gorgonzola com um fundo neutro como um pão. A acidez
e a doçura do biscoito eram sabores completamente alienígenas àquele que eu
queria mais degustar, que era o queijo. Foi assim que percebi. Que o queijo é
considerado por mim, mais saboroso que a Tortinha de limão. Perdi tempo demais
e a Coca ficou aguada para beber. Aguada, mas sempre bebível. Esse é meu lema,
enquanto gelada. Eu nunca deixo a Coca acabar antes do gelo. Eu gosto de comer
o gelo e não gosto que ele derreta todo no copo senão vou beber Coca ainda mais
aguada e sem ser gelada. É uma porcaria isso acontecer, como acontece às vezes quando
jogo Zelda. Mas faço o máximo para que isso não ocorra. Como não ocorreu agora.
Penso em encarar um Zeldinha agora. 1h20.
2h06. Estava no Zeldinha agora. Avancei, mas empaquei. Eu
voltei para resgatar o bichinho, mas ele está preso num lugar que aparentemente
não posso penetrar, vou tentar controlar ele para ver se ele voa para fora da
grade quando jogar amanhã, se jogar amanhã, pois minha mãe já veio ao meu
quarto mandar que eu dormisse. Vou beber um copo d’água com gelo. Não, Coca
mesmo.
2h19. Fumei meu último cigarro e peguei o meu último copo de
Coca. Quando acabar a Coca (e os gelos), fecho esse computador. Enquanto isso,
me volta a cabeça aquele questionário. Eu podia pegar só mais duas perguntas.
699 – Quando é que o
suicídio é um dever?
Eu não consigo imaginar uma situação em que o suicídio seja
um dever. Só se eu estiver em estado muito mal, sofrendo bastante, com um
câncer terminal ou alguma coisa assim, eu apelaria para o suicídio, para acabar
com um sofrimento que me está sendo insuportável. A depressão, inclusive foi um
desses sofrimentos, mas sempre tive uma pulsão de vida latente maior, perdida
lá no meio da escuridão profunda do meu ser deprimido, que me coibiu de fazer alguma
besteira letal, mas quase, já saí da varanda e fui para o parapeito do prédio
para me matar, cheguei a me empurrar para a frente algumas vezes para me
precipitar, mas algo mais forte que a pulsão de morte fez com que eu não desse
o empurrão fatal. Mas não se deve se matar por depressão, depressão tem cura.
Hoje eu gosto de viver. É muita terapia e a medicação certa, misturados com uma
mudança de mundo, de tentar afastar tudo o que lhe leva à depressão. Eu tive
que me livrar do emprego para sair da depressão. Meu emprego estava me levando
cada vez mais próximo da morte. Então chegou um momento em que minha família
entendeu isso e me acolheu. Primeiramente, meu pai e, com a sua morte, a minha
mãe. Que por sinal é minha curadora. Pois sou curatelado. Fugi da solidão. Não
sei viver só – e nunca mais viverei – se bem que gostaria muito de morar aqui
onde moro até o final da minha vida. Gostaria muito que respeitassem esse meu
desejo. A não ser que me funda com a Singularidade. Aí não tem problema. Onde
eu estiver se estiver com ela está bom.
698 – O que é “ser o
que sou”?
É tudo o que eu entendo como sendo eu. Tudo o que lembro,
penso ou sinto, racionalmente e/ou emocionalmente ou com os meus sentidos. É a
minha condição de Mário. É o conjunto de tudo o que penso, lembro, sinto, ajo
ou reajo. É uma pergunta difícil essa. Se quiser ampliar mais esse ser, pode-se
somar as opiniões/imagens que as pessoas com quem tenho ou tive contato fazem
de mim. É ainda o que eu escrevo, isso também é uma extensão de mim. É a
condição de existir como ser humano, ser o que se é. Aceitar ou não o que se é são
outros quinhentos. Eu gosto cada vez mais de ser quem eu sou. Não porque tenha
melhorado moralmente, mas por me aceitar com as minhas limitações morais.
Mais uma.
697 – Entre os Homens
há mais racionalidade ou irracionalidade?
Cada vez mais racionalidade. A cada nova geração. É isso o
que vejo e é nisso que acredito. Pode até se manter a mesma, piorar é que não
vai. Se houvesse mais irracionalidade já teríamos nos extinguido há muito
tempo. É bom ressaltar que em momentos de perigo ou luta, o lado irracional
pode irromper como resposta involuntária evolutiva da nossa raça.
2h46. Vou fechar isso antes que mamãe acorde para
fiscalizar.
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