139 – Podemos ter
opiniões objectivas?
Não. Opiniões, por sua própria natureza e definição, são
subjetivas.
138 – Certeza é
verdade?
É uma verdade pessoal subjetiva que pode não corresponder à
verdade do outro.
137 – O futuro pode
influenciar o passado?
Se de alguma forma algo for revelado no futuro que tenha
forte correlação com um acontecimento passado que faça ver tal acontecimento
por outra perspectiva, acredito que sim. Afora isso, só a Suprainteligência
Universal pode, do futuro, enviar ao passado mais longínquo, o espaço-tempo
zero, o estímulo capaz de gerar o Big Bang com propriedades que inevitavelmente
levarão ao surgimento da própria Suprainteligência Universal, ou seja ela
criará o universo para poder gerar a si mesma.
136 – Posso
sobreviver à morte do meu corpo?
Só se você estiver vivo quando a Singularidade for capaz de
fazer o upload de mentes para dentro de sim, senão não. Morreu, acabou.
135 – Quando devo
perdoar?
Sempre. Embora nem sempre seja tão fácil ou possível.
134 – O que é a
alienação?
Eu sou um alienado, me concentro apenas na escrita e escrevo
só sobre mim, assim me alienando de todo o resto. Alienação é o estado de estar
alheio ao que acontece ao mundo ao seu redor, não é muito mais que isso.
133 – O que é a
amizade?
É a relação não familiar e não romântica mais íntima que
você pode ter com outra pessoa.
132 – O que é ser
amigo?
É estar presente para celebrar e compartilhar os momentos
bons e oferecer ombro e apoio nos momentos difíceis.
131 – Quando é que o
meu eu-pessoal se opõe ao meu eu-social?
No meu caso, quase sempre. Estou virando um ser cada vez
mais recluso, logo meu eu-pessoal sobrepuja e reprime o meu eu-social. Este
último tem cada vez menos importância para mim, o que é deveras preocupante.
Acredito que o eu-pessoal é algo bem maior que o eu-social, ou eu-social são
facetas ou máscaras que o eu-pessoal usa de acordo com a ocasião, por exemplo o
eu-social que apresento quando estou com os amigos é diferente do eu-social que apresento quando estou em reunião com minha família materna. Embora, como
já disse, a reclusão me leva a pertencer a ambos os grupos de forma meio
isolada, distante, pouco participativa ou ativa.
130 – O que é ser
virtuoso?
É ser igual ao meu irmão. Ter valores e comportamentos
morais elevados segundo todos os parâmetros. É ser uma pessoa boa e não fazer
propaganda disso. Como disse, é ser igual ao meu irmão.
129 – O que é a
angústia?
É um sentimento detestável advindo de uma situação de vida que
se tem como insuportável.
127 – Seria bom se
conhecessemos tudo?
Eu acharia, embora não acredite que tenha capacidade
cognitiva para isso. Ainda. Mas a Singularidade Tecnológica está chegando.
126 – O que nos faz
pensar?
Tudo. Todo e qualquer estímulo e até a falta de estímulos,
embora a falta de estímulos seja uma situação utópica, sempre estamos a receber
estímulos, mesmo que apenas dos nossos sentidos. Dizem que quem medita esvazia
a mente, mas acredito que mesmo nesse estado está se pensando em algo: no vazio
da mente. Pensar é ser.
125 – É possível ter
a certeza de alguma coisa?
Não, mas mesmo assim temos inúmeras certezas que nos dão
segurança para existirmos e agirmos na realidade.
124 – É possível
conhecer a verdade?
É possível conhecer os fatos.
123 – O real é
pensável?
É, mas de maneira subjetiva, o que distancia o pensamento do
que é real de fato. A ciência é nosso melhor esforço para pensar o real de
forma objetiva e imparcial.
122 – Toda a
ignorância é igual?
Não, até porque a palavra tem mais de uma acepção. Podemos
tratar alguém com ignorância, o que significa sermos agressivos ou intolerantes
ou violentos de alguma forma com outrem. Podemos ignorar alguém, ou seja, não
dar atenção a determinado indivíduo. Mas indo ao que a questão realmente quer
dizer, na minha opinião, cada um de nós é ignorante de uma forma diferente.
Somos muito mais ignorantes que sábios. Sabemos muito pouco do tudo que há.
Cada um sabe a sua parte e sabe de si. E mesmo a soma de tudo o que sabemos não
abarca a realidade toda.
121 – Devemos
silenciar as opiniões erradas?
Erradas para quem? Não acho que devemos silenciar as
opiniões de ninguém, todos têm o direito de manifestá-las, por mais destoantes
que possam ser das minhas.
120 – O que é
conhecer algo?
É algo impossível, visto que não conseguimos conhecer nem a
nós mesmos. Mas diria conhecemos mais algo à medida que temos mais intimidade
com este algo.
119 – Não provar a
culpa prova a inocência?
Acredito que juridicamente, sim. Em todos os outros âmbitos
acho que não.
118- Quando é que
devemos evitar a verdade?
Eu evito dizer a verdade – omito – quando posso magoar
desnecessariamente alguém. Por exemplo, dizer que acho alguém feio, para que
vou dizer isso?
117 – O que é a
transparência?
É a propriedade que certos materiais têm de serem translúcidos, como o vidro. Hahahahaha. Falando um pouco mais sério, seria não
ter segredos, o que é praticamente impossível. A transparência seria aproximar
ao máximo o eu-social do eu-pessoal, mas só os loucos são transparentes, pois
expressam tudo o que realmente sentem e desejam.
116 – O que é a
liberdade?
O que a Singularidade vai nos dar em grau que nossas
limitadas mentes sequer podem imaginar. E mesmo assim não será a liberdade
completa, pois esta não existe. É um conceito utópico, platonismo.
115 – As regras
limitam a liberdade?
Sem dúvida. É para isso que as regras servem para limitar as
liberdades individuais visando, via de regra, o bem social.
114 – Quem sou eu?
Sou este que pensa essas palavras idiotas.
113 – O que é um
“eu”?
É uma produção da mente que se reconhece a si mesma.
112- Uma criança que
não fale é um “eu”?
Sim. Cachorros também não falam, mas acredito que tenham uma
noção de eu.
111 – Há mais que um “eu”?
Há um eu para cada habitante da Terra. Mas falando de um
indivíduo só, acredito, como foi aventado em uma das questões anteriores, que
há o eu-pessoal e diversos eus-sociais, um para cada situação ou grupo social
em que se está inserido. Isso sem falar nas diversas percepções que as pessoas com quem convivo têm do meu eu.
110 – O que é que em
mim é só meu?
Tudo em mim é só meu. Ou deveria ser. Por mais que tenha
pontos em comum com os demais. Meu corpo e o eu que ele produz são só meus.
Posso até repartir tanto o primeiro quanto o segundo com os demais, mas
continuam sendo meus.
109 – O que é que em
mim é dos outros?
A parte de mim que reparto com a sociedade. Mesmo assim
tenho a impressão que o que reparto com os outros continua sendo meu.
108 – Eu sou o meu
corpo?
Não só. Existe a mente que é algo produzido pelo corpo, mas
que não é o corpo.
107 – Eu sou os meus
pensamentos?
Sim, principalmente. E o corpo também.
106 – Há verdade sem
conhecimento?
Acredito que não, se eu possuo uma verdade é porque a
conheço e a compreendo.
105 – Há conhecimento
sem verdade?
Há, basta que ensinem-nos uma mentira. Teremos conhecimento
da mentira e até poderemos a ter como verdade, mas de fato não é.
104 – Existem vários
tipos de verdades?
Uma para cada habitante da Terra. Embora haja muitos pontos
em comum entre as verdades de cada um. Todos, por exemplo, por experiência
empírica, acreditam que o sol vai nascer amanhã.
103 – Existe verdade
sem linguagem?
Sim, a verdade dos sentidos e dos sentimentos.
102 – Para que serve
a verdade?
Para que a busquemos. Para que exista honestidade.
101 – É possível
pensar sem qualquer referência à verdade?
Não. Até a pensar numa mentira necessita que pensemos na
verdade e numa forma de anulá-la. Lembrando que a verdade é subjetiva.
100 – É possível
pensar sem qualquer referência aos valores?
Não. Atribuímos a tudo que pensamos um valor positivo ou
negativo ou ambivalente, mesmo que não nos apercebamos claramente disso.
Lembrando que os valores também são subjetivos.
99 – Devemos confiar
na nossa consciência?
Eu confio, por mais que o meu superego seja muito tirânico
comigo. Mas aos poucos estou aprendendo a dominar o bicho e não me culpar
tanto.
98 – Devemos confiar
nos nossos instintos?
Não confio nos meus. Meus instintos sempre tendem a me
colocar em roubadas ou me impedem de tomar certas atitudes necessárias (como o
instinto que me impede de me aproximar de uma garota da qual esteja interessado
por achar que levarei um fora).
97 – Podemos violar
todas as leis?
Não podemos violar as leis da natureza, como a gravidade. As
leis dos homens podemos violá-las todas, mas não creio que deveríamos, embora
acredite também que as leis dos homens sejam muito primitivas e não reflitam a
democracia de fato.
96 – O presente é
mais real do que o passado e o futuro?
Sim. O passado são memórias e memórias falham (a minha falha
bastante) e o futuro ainda não é, logo não é real ainda. Só o agora é real.
Pelo menos para seres com cognição limitada como a nossa. A Singularidade
talvez desenvolva uma compreensão de tempo muito mais sofisticada que a nossa.
E sua memória vai ser infalível visto que arquivada ciberneticamente.
94 – Os pensamentos
podem doer?
Sem dúvida. Pensamentos de culpa, ódio, mágoa, angústia,
depressão etc. causam muito sofrimento.
93 – Se tudo tem um
fim o que é que tem valor?
O agora.
92 – Existe o nada?
Isso é um paradoxo. Pois o nada é a inexistência, porém,
vejamos o nada desdobrado num conjunto matemático e veremos que ele é maior que
tudo.
91 – Pode ser
legítimo matar?
Só se for matar animais para alimentação. Ou um aborto de um
feto indesejado.
90 – Há arte sem
beleza?
Hoje em dia, sim. Há arte que é feita para chocar ou
questionar, não necessariamente para gerar beleza. Falando em arte stricto
sensu. Para mim tudo o que é feito com paixão, dedicação e esmero é uma arte
(lato sensu).
89 – A beleza é
importante para nós?
Para mim é indispensável, dou muito valor à beleza, talvez
até mais do que a maioria das pessoas. É um defeito meu que não sei como me
desfazer. Nem sei se quero. Sou suspeito para responder essa.
88 – Há verdade no
erro?
Sim. Quando se comete um erro afeta-se a realidade da mesma
forma, provocando uma alteração verdadeira na realidade.
86 – O tempo é real?
Sim. Einstein provou. Espaço-tempo, tudo uma coisa só
quadridimensional
85 – O amor é
cultural?
Não sei. Sei que o amor da mãe pelo filho é algo universal.
O amor romântico pode ser cultural, mas sofro dele deveras.
84 – A vida vale a
pena?
Nem sempre. Só quando se quer viver.
83 – A filosofia pode
ser prática?
Os valores filosóficos podem ser postos em prática. E há a
lógica. Do mais, não sei. Não sou versado em filosofia. Se prática é sinônimo
de objetiva, acho que não. Embora as ciências que derivam da Filosofia
trabalhem com o universo objetivo através de suas metodologias experimentais.
82 – O que é a
filosofia?
Acho que é pensar sobre a vida. Se questionar.
81 – O outro é um
limite à minha liberdade?
Sem dúvida. A minha liberdade acaba onde a do outro começa.
80 – Porque existe o
mal?
Por causa da carga genética herdada de nossos ancestrais,
por causa do nosso lado primitivo, irracional, de traços evolutivos hoje
desnecessários que tomam conta quando o nosso bom-senso falha ou nos falta. A
ganância e a ambição são dois traços que ao mesmo tempo em que nos impulsionam
para buscar mais e melhor para nós e para os nossos e gerem desenvolvimento,
também podem levar à corrupção e à maldade. A violência, nem se fala.
Tudo o que é violento é mal, a não ser que em legítima defesa.
79 – Existe o bem e o
mal?
Existe uma simples constatação: o que dói ou fere a mim, dói
ou fere o outro. De posse dessa constatação, a base do bom-senso, na minha
opinião, pode se escolher ferir ou não ferir os demais. Os que ferem sabem que
estão fazendo algo mal, o que ajudam o ferido fazem o bem. Então, sim, existe o
bem e o mal, pelo menos para os homens. Fora dos homens, acredito que não.
78 – A vida tem
sentido sem Deus?
Sim, sim. Se não acreditasse na Singularidade, no que creio
com ressalvas, a vida teria sentido do mesmo jeito pois hoje gosto de viver.
Para mim a vida só tem sentido se se gosta de vivê-la.
77 – Por que é que a
vida ganha sentido com Deus?
Não acredito em Deus. Repito a vida não tem sentido maior,
transcendente, a razão para viver é uma única para mim, gostar de viver. Quando
não se gosta de viver, não há sentido em permanecer vivo, pelo menos era assim
que me sentia quando odiava viver por causa do manto negro da depressão que me
envolvia.
76 – Somos livres?
Só da cuca para dentro. Minto, nem mesmo aí, pois há o
superego para nos azucrinar e reprimir.
75 – Perguntas
filosóficas podem ter respostas empíricas?
Não sei. Sinceramente, essa eu pulo.
74 – A filosofia
depende da ambiguidade dos termos?
A ambiguidade dos termos certamente ajuda bastante, visto
que cada um pode empresta-lhes diferentes significados, desencadeando assim
novas correntes de pensamento.
73 – Pode a filosofia
morrer?
Todo homem é um filósofo, sempre nos questionaremos sobre o
porquê das coisas, logo, acho que não.
72 – Os conceitos
podem ser bonitos?
Sem dúvida. O conceito de valor moral é belíssimo.
71 – É possivel criar
uma necessidade?
Com certeza. É a mola-mestra do capitalismo. Basta a
Nintendo lançar um novo jogo de Mario ou Zelda ou Metroid que uma necessidade
de tê-los e jogá-los irrompe em mim. Se bem que ultimamente estou sem saco para
videogames. Ou a Sideshow lançar um boneco que realmente ache belo. Ou o The
Cure ou Björk ou Strokes lançarem um novo álbum. Tudo necessidades criadas. Pensar que
vivi num mundo sem internet, que por longos anos não tive acesso a
computadores, coisas que hoje são fundamentais para o meu bem-estar e para o
meu modo de ser e estar no mundo. O documentário que meu amigo disse que
planeja fazer comigo me gera uma nova necessidade: a de ter uma câmera. E por
aí vai. As necessidades básicas permanecem as mesmas, entretanto, mas acredito
que hoje, para a maioria dos humanos, não são suficientes para preencher o
vazio existencial gerado pela nossa cultura.
70 – É melhor
filosofar sozinho ou acompanhado?
Mil vezes sozinho. Realmente não gosto de trabalhar em
equipe. Não teria paciência para as divergências de opiniões e as infindáveis
discussões até a chegada de um consenso. Sozinho é bem melhor para o ser
antissocial que me torno.
15h57. Como previ, o meu cartão de crédito chegou hoje.
Precisamos desbloqueá-lo e liberá-lo para compras internacionais. Para ver se
posso comprar a câmera se essa se fizer realmente necessária. Além dos CDs do
Infected Mushroom e do Nirvana. Mais perguntas. Quero ver se acabo isso hoje. Ou
pelo menos chego até à quadragésima pergunta.
69 – O que é a beleza
para um cego?
Tudo o que os demais sentidos lhe proporcionarem de
superiormente agradável e prazeroso.
67 – O que é ser bom?
É não fazer mal aos demais e, se possível, fazer o bem
sempre que conveniente. É ser que nem o meu irmão. Vocês precisam conhecer ele
para crer.
66 – Quando é que a
segurança limita a liberdade?
Sempre, mas, quando não por neurose, por um bom motivo.
64 – Um escravo pode
ser livre?
Só nos pensamentos. Acho absurdo que ainda existam formas de
escravidão hoje em dia, casamentos forçados, tudo isso é absurdo e incompatível
com a realidade em que vivemos. Embora isso seja parte da realidade em que
vivemos, infelizmente.
63 – A filosofia
opõe-se à vida?
Não. Não vejo por que isso. Meditar sobre a vida é uma forma
de vivê-la.
62 – A filosofia
conduz à felicidade?
Não sei, não entendo nada de filosofia, o que sei é que pode
conduzir à morte, pois vários alunos de filosofia de mente mais fraca já se
jogaram do alto prédio de ciências humanas da universidade onde estudei.
61 – O objectivo da
filosofia é a felicidade?
Eu pensei que era a busca da verdade, mas posso estar
enganado, reitero que nada sei de filosofia. Mas acredito que aos filósofos que
criam uma nova vertente filosófica deve trazer alguma felicidade pelo feito,
sim.
60 – O amor traz
felicidade?
A mim me traz, mas depende do amor. Se for um amor
excessivamente dependente ou demasiadamente protetor, dentre outras formas de
amor desequilibrado, não-saudável, pode gerar infelicidade.
16h26. Vou comprar duas Cocas ali embaixo e volto para ver
se dá tempo de responder mais dez. Ia falar com o meu irmão, liguei para ele,
mas mamãe apareceu e como era aniversário dela, eu a deixei com o telefone e
ela desligou. Não vou ligar de novo, pois ele deve estar trabalhando agora.
16h46. Voltei. Vamos às perguntas.
59 – A poesia pode
ser filosofia?
Não vejo por que não. Fernando Pessoa tinha poesias bastante
filosóficas.
58 – O homem
descobre-se ou inventa-se?
Acho que os dois. Mas acho que descobre-se mais do que
inventa-se. Assim me parece que ocorre comigo. Pouco de mim eu acho que
inventei. Se o fiz foi mais na infância. Fora a minha crença que inventei na
vida adulta. E que, por sorte, houve alguém de renome para dar algum respaldo,
pelo menos à parte inicial dela.
57 – Em que é que
filosofar se equipara a morrer?
Não consigo ver correlação, a não ser que filosofando
gasta-se tempo, logo aproxima-se da morte ao filosofar. Pode ser também a morte
metafórica do ser que se descobre algo diferente ou maior com a filosofia, morrendo
e renascendo como a fênix.
56 – As ideias podem
impedir-nos de pensar?
Essas perguntas estão ficando cada vez mais complicadas. As
ideias, para mim, são o suprassumo do pensar. Ter uma ideia é usar a mente da
forma melhor e mais criativa possível. Quem tem uma ideia amplia o seu mundo e
os do que o rodeiam.
55 – A nossa personalidade
impede-nos de pensar?
A nossa personalidade pode direcionar e talvez limitar as
nossas formas de pensar, mas não consigo imaginar nada, a não ser um coma, que
nos impeça de pensar. Até no sono pensamos.
54 – A arte é uma
linguagem?
Sem dúvida. Todas as formas de arte são formas de comunicar,
nem sempre o belo ou apenas o belo, quase nunca apenas o belo.
53 – A música é uma
linguagem?
A música para mim é uma forma de arte, então vale a resposta
acima, ou seja, sim, é uma forma de comunicar, muitas vezes de protestar.
52 – As crianças
sabem fazer filosofia?
A famosa fase dos por quês das crianças o que é se não uma
forma de filosofar de conhecer e indagar sobre a realidade que os cercam?
51 – O “Penso logo
existo” é necessáriamente verdadeiro?
Para mim é. É a única certeza que eu tenho. E novamente
ressalto que falo da frase por ela mesma, sem nenhuma conexão com a corrente
filosóficas de onde surgiu ou foi baseada.
50 – Sem ideias
haveria beleza?
Sim, pois há muita beleza na natureza. A pergunta mais
intrigante para mim seria, sem natureza, haveria beleza? Pois julgo que toda a
beleza provém em primeira instância da natureza. A beleza não é necessariamente
algo criado. Uma linda garota não é uma ideia, simplesmente é e encanta. A mãe
é para a criança a beleza suprema, antes mesmo de entender o conceito de ideia
(embora as crianças sejam as pessoas mais criativas que existem).
17h10. Acho que não dá para responder mais questões agora.
Estamos em cima da hora de sair. Aliás, já passamos da hora, daqui para esse
Café São Braz dá pelo menos uma hora, a depender do trânsito, que dia de sexta
deve estar punk. Duvido que cheguemos lá antes das 18h40. Bem vou tentar
começar a responder mais dez.
49 – A aparência
influencia a maneira de ser?
Sim, sim. A minha aparência afeta negativamente a minha
autoestima, pois me acho feio e só me encanto por garotas bonitas e por ser
feio me intimido em ir interpelá-las.
48 – Somos todos
filósofos?
Sim, sim. Todos nós pensamos sobre a vida em algum momento
dela.
47 – Quando é que a
vida tem sentido?
Quando gostamos de viver. Quando fazemos algo que faz
sentido para nós.
46 – Qual a origem
das ideias?
Eu tenho uma teoria que todas as ideias já existem,
precisa-se apenas ter os pré-requesitos específicos necessários para poder
fazer o “download” do mundo das ideias e através do indivíduo que a captou
manifestá-la na realidade.
45 – O tempo existe
independentemente de nós?
Sim, sim. Novamente é uma das dimensões comprovadas por
Einstein tempo e espaço são indissolúveis.
44 – As ideias são
reais?
Se se manifestam no real, por mais que sejam fantásticas,
como um polvo voador, verde e amarelo com oito mil olhos cantando É o Tchan,
ideia que acabei de ter e manifestar em forma de texto, ela está agora
materializada na realidade. Ela é uma parte da realidade mesmo sendo de algo
muito improvável de existir na forma física, assim como um teorema matemático.
Até as ideias abstratas são reais, pois fazem parte, ampliam a realidade.
43 – Qual a realidade
das ideias?
Qual o problema com as ideias em detrimentos a outros tipos
de pensamento? Elas têm graus de materialidade diversos, podem ser mais
abstratas como um cálculo matemático até ideias mais materiais como a do David
de Michelangelo.
42 – As ideias reflectem a realidade?
Nem sempre, como as ideias da Matemática mais abstrata onde
se trabalha com inúmeras dimensões, por exemplo, mas todas acrescentam algo à
realidade posto que manifestas na realidade. Mesmo que ainda apenas dentro da
cabeça de quem as imaginou, elas já possuem um certo grau de materialidade na
minha opinião, da mesma forma que um sentimento, que qualquer um que sente pode atestar
que é real.
41 – Existem verdades
absolutas?
Devem existir, mas não as conheço. A verdade mais absoluta
que eu tenho conhecimento é que penso, logo existo, visto que eu sou o meu
pensamento.
40 – Existem verdades
morais?
Não sei se é uma verdade moral, mas eu diria que o que me
fere, fere da mesma forma o outro é um fato donde se pode derivar o valor
moral mais básico que é o respeito ao próximo.
22h02. Deixarei as 39 questões restantes para uma outra e
última ocasião. Este post já está longo demais e estou cansado de pensar
filosoficamente por hoje. Cheguei agora há pouco do aniversário da minha mãe e
não estou disposto. Se bem que penso em revisar tudo isso hoje, pois não tenho
nada de mais interessante a fazer. Bem, talvez ver o bendito episódio de “The
Walking Dead”. Mas tentarei revisar primeiro.
22h43. Revisei mal e porcamente. Falei para a minha mãe da
ideia de adquirir uma câmera, a mais barata, para ajudar a compor o
documentário do meu amigo de Sampa durante nossa viagem, minha e da minha mãe, para a Alemanha. Ela a princípio concordou. Mas disse antes para eu consultar o
meu amigo cineasta. Acho que amigo cineasta fica melhor que amigo de Sampa.
Passarei a nomeá-lo assim no meu blog, então. Não sei porque não pensei nisso
desde o princípio. É algo que o define muito melhor que a cidade onde mora
atualmente.
23h13. Eu sei que poderia em vez de escrevendo, estar
respondendo mais questões filosóficas, mas estou receoso delas acabarem e eu
ficar só comigo mesmo de novo, por isso resolvi guardar 39 para um último post
de questões. Minha mente vem se cansando mais rapidamente nesses últimos dias,
não sei por quê. O que quer que seja me desestimula a responder mais filosofia
de botequim como a minha. E estou com mais vontade de dizer o que me vem à
mente. Espero que meu amigo se manifeste mesmo no domingo. Meu primo que morou
aqui no prédio disse que planeja fazer um encontro na piscina no domingo.
Espero que aconteça. Sinto que tomar uma cervejinha nesse encontro não
atrapalharia o meu tratamento, mas geraria apreensão em todos e é melhor não
arriscar. A bebida me deixa mais sociável, mas sociável demais, o que é deveras
temerário. Falo tudo o que meu id liberto pela embriaguez deseja e isso pode
ser causador de problemas, como sempre foi. Fora a ressaca e o fato de que
minha mãe perceberia facilmente que estou bêbado. Então não tem razão nem jeito
de eu beber nesse encontro, por mais seguro que seja em relação ao crack.
Melhor deixar quieto. O encontro de celebração do aniversário da minha mãe foi
bem mais agradável do que poderia supor. Tive bons momentos ouvindo as histórias
e vendo a família reunida se divertindo. Foi bem bom. Dei um abraço afetuoso na
minha irmã, filha do meu padrasto. Achei que deveria. Ela retribuiu. É tão bom
trocar carinho com quem se gosta. Não por mera formalidade, mas por um
sentimento sincero. No caso, fraternal. E o melhor é que não fazia muito tempo
que havia feito isso. No grande encontro da quarta, também troquei afetuosos
abraços com minhas amigas psicólogas. Fiquei feliz em ver quão bem resolvidos
são os meus amigos, quão saudáveis são. Isso de alguma forma me contagia para o
bem. Não sou tão bem resolvido quanto eles e principalmente quanto elas. São
duas mulheres adultas, mas de bem com suas vidas. Eu sou um adolescente num
corpo de adulto que, graças a esforços diversos, inclusive meus, também está de
bem com a vida. É verdade que ainda tenho que me entender com o meu superego e
com a minha mãe. Mas vejo dias melhores se aproximando. Estou vivendo uma maré
positiva e isso me dá medo. Quando a esmola é grande, o santo desconfia. Mas não
vou dar uma de santo desconfiado, vou aproveitar o agora enquanto tudo está
bem. Pode ser que esse estar bem perdure até o final da minha vida, não sei e
não posso fazer previsões em relação a isso. Mas a possibilidade existe. Acho
que vou dar uma pausa aqui e jogar um pouco do Zeldinha e ver um episódio de
“The Walking Dead”.
6h06. Não consegui parar de assistir “TWD”, então não dormi.
Acho que não dormirei mais, embora o sono esteja batendo agora. Fui ver se
haviam surgido novos hits no meu post, mas parece que o único membro dos grupos que virou a noite e está acordado e sóbrio às 6h11 da manhã de um sábado sou
eu. Hahahaha. Coloquei no carrinho de compra da Amazon a câmera, os CDs e um
cartão de memória de 64 GB. A soma deu um preço meio salgado, mas acho que
dentro do meu orçamento. O chato é que o dólar está em alta. Mas acho que está
dentro dos limites do cartão e não há mais nada no mundo que eu deseje possuir,
além do Zelda novo que meu irmão disse que me daria de aniversário. Talvez o
“Persona 5” falte, mas, para descobrir, preciso jogar o “Persona 4” primeiro
para ver se gosto do estilo de jogo. Haverá tempo para comprar o “Persona 5”,
inclusive para esperar o seu preço baixar. Acho que dentro de alguns meses ele
vai estar sendo oferecido por menos de 30 dólares. Acho que vou jogar o
Zeldinha. Não, minhas costas estão muito doloridas, acho que vou tentar deitar
e dormir. Mas antes, um último copo de Coca.
6h50. Já estou comendo o gelo da Coca. Saco, queria que o
copo ainda estivesse cheio. É claro que posso enchê-lo novamente, mas a cada
ida à cozinha eu posso acordar e receber um esporro de mamãe. Não
sei se encaro o virote e fico acordado até a noite.
Para o seu questionamento sem resposta :)
ResponderExcluirSim... Na verdade as teorias e pensamentos filosóficos nascem do empirismo e da sua observação. Filosofar, nada mais é do que questionar o sentido das coisas que observamos cotidianamente, claro que hj é uma ciência, e como tal, se utiliza de métodos científicos. Entretanto, ainda se baseia na mais pura e simples observação :)
E outra coisa a pontuar: é interessante discutir ideias ( filosóficas) c outras pessoas, pois na divergência de opiniões podemos avaliar melhor cada questão... Pois tudo na vida é como um prisma, em cada faceta podemos ver um reflexo diferente da mesma luz... E é isso o que torna a vida tão interessante
Querida Carmen, obrigado pela luz (trocadilho infame) sobre o empirismo na filosofia. Sobre debater ideias acho que meu trauma em fazer trabalhos/discussões em grupo remonta à infância e tem também a ver com a minha natureza de querer resolver minhas coisas sozinho. Sei que sem a menor sombra de dúvida debater com outros é enriquecedor, mas confesso que não tenho muita paciência, talvez porque geralmente os debates dos quais participo (aliás, observo) são com amigos que estão bebendo (eu não bebo) quando todos viram senhores absolutos da razão. Hahahaha. Infelizmente para mim, você provavelmente vá deixar de ler o meu blog, pois só me restam mais 39 questionamentos filosóficos para responder e você já mencionou o seu desinteresse pelos outros conteúdos que escrevo. De toda sorte, foi um prazer tê-la como acompanhante dessa pequena empreitada em que resolvi me meter. Acho incrível que não tenha achado todas as minhas respostas duvidosas, dado o meu completo desconhecimento sobre o tema. Respondi a todas tendo como ferramenta apenas o meu bom-senso. Obrigado por todo o apoio e os sempre bem-vindos conselhos e explicações. Tudo de bom pra você.
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ExcluirOiii :)
ExcluirNão deixarei de ler seu blog só pelo fim das questões filosóficas, só não as comento, pq acho invasivo demais da minha parte ( TB sou bem antissocial :D)... Quanto a não ter o conhecimento "cientifico" em filosofia, não se preocupe, até nosso sábio Sócrates nada sabia rsrrsrsrsrs (TB faço trocadilhos infames)... Como eu disse em comentários anteriores, gosto do que VC escreve e da forma como o faz, e sim, leio tudo o que VC escreve, mesmo que não sejam questões ... Fiquei bem feliz c a possibilidade do documentário, e se possível irei vê-lo... No mais, espero que VC fique bem... Um abraço
Que ótima notícia! Não perderei a minha leitora número um, então! Só me entristece um pouco o fato de você também ser ou estar antissocial. Não é o melhor jeito de se viver segundo todos. Embora eu esteja satisfeito assim, então espero que você também esteja. Pode comentar o que quiser e o documentário acho que, se sair, vai ser só no YouTube mesmo. Caso seja finalizado, posto o link no blog. Abraço.
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