Recanto. |
Postei o que escrevi ontem com menos receio do que
imaginava, liguei o botão do “foda-se” e publiquei. Foi um post muito
revelador, onde me expus completamente. Dei minha cara a tapa. Falei
abertamente de mim e da danada da Singularidade, levado pelos provérbios de
Salomão, cujo conceito de sabedoria é muito vago e amorfo a única constante é
que para ser sábio tem que se ouvir os sábios, principalmente ele, Salomão, e
aceitar a Deus, ah, e não cobiçar a mulher do próximo nem se entregar a
prostitutas. É certo que não ouvi tudo. Vou colocar de novo para ouvir mais, tendo
Infected Mushroom como música de fundo. Ele ainda está muito focado nas
mulheres infiéis. Vamos ver se no próximo capítulo ele trata de outro assunto.
Acho que vai começar outro, é vai. Pôxa, esse Salomão é petulante. E se repete
bastante. É muito contraditório. Ele diz que a sabedoria vale mais que ouro e
que ela vai encher os sábios de riquezas. Ele está incorporando a própria
sabedoria agora. Outra coisa que descobri sobre a sabedoria de Salomão. Ela é
inimiga do mal. O que é um conceito muito vago e abrangente. A sabedoria
preparou um banquete, que curioso. Não entendi a metáfora. Lá vem ele falar mal
de mulher infiel de novo. Não vou ficar aqui comentando os ditos de Salomão.
Mas também não sei o que dizer. Minha mãe leu o que escrevi ontem no grupo, mas
não entendeu o contexto, achou que as frases eram algo manifesto e é justamente
o contrário. Bom, se ela ficou feliz, é isso que vale. Eu acho. Penso, entretanto,
que seria mais proveitoso para a nossa relação que ela soubesse o verdadeiro
contexto daquelas palavras. Talvez fosse legal ela ler o post anterior, para
ter um retrato fiel de mim, mas como ela relaciona Singularidade com mania,
levado pelo pensamento do meu padrasto de que isso é um sintoma irrefutável de
que estou em surto, eu acabaria me lascando. Melhor deixar quieto. Engordei de
ontem para hoje. Comi demais à noite. Acho que vou descer hoje e principalmente
hoje que tem reunião de condomínio, para que ela saiba que não acontece nada
demais nas minhas descidas à piscina. Preciso revisar mais uma vez o texto que
publiquei. Quando o revisei, Tico e Teco ainda estavam despertando. 16h44. Um
momento.
17h25. Achei alguns erros e construções truncadas, fiz o
melhor para tornar o texto o mais inteligível possível. Vou fazer um gráfico
dos conjuntos “tudo” e “nada” para ilustrar melhor as minhas ideias do post
passado.
17h44. Gráfico feito e post alterado.
17h53. Me aprontando para descer. Vou desligar o computador.
Até breve.
18h17. Estou na piscina sendo ombro amigo pelo celular.
18h23. Um alarme disparou logo quando botei a música do
Infected Mushroom para rolar. Combinou. Embora o alarme fosse muito alto. Eu
teria que ter o som do meu quarto no 20 para equalizar o volume com o do carro.
Este post está muito vazio, o que posso acrescentar para dar mais profundidade
a ele? Seria estranho demais e estremeceria uma amizade de mais de 20 anos com
um amigo se eu viesse a namorar a pessoa dos cotovelos doloridos, a que estou
servindo de ombro amigo. E também servir de ombro amigo é dois passos dados em
direção à amizade, dois passos de distanciamento do amor eros. Xapralá. Já
disse que a vida que se encarregue disso, eu joguei a toalha, não vou mais me estressar
com isso. Tenho até um livro para entregar a ela, mas toda vez que menciono o
bendito livro, ela desconversa. Xapralá. Permanecerá lacrado como está até que
ela se resolva o que fazer do presente. Ou permanecerá lacrado para sempre. A
bateria do computador arreia rápido. Talvez seja o som. Abaixei o volume. É uma
pena não ter internet aqui, mas isso era para ser uma benesse para que eu me
foque só na escrita. É porque não tenho nada a dizer hoje. Estou vazio de
ideias. Já me acostumei a essa aberração que é “ideia” sem acento. Nós somos a
maior nação que fala Português no planeta. As outras é que deveriam se dobrar
as nossas regras linguísticas e não o contrário. Não sei se me comunico com o
meu amigo avisando que estou na piscina. Vou deixar que me procure, se tiver
interesse. É, esta vai ser a minha posição. Que questionamentos mais profundos
eu poderia me fazer para engrossar o caldo desse texto? Se sou um pervertido
sexual? Usarei a sábia observação do meu (ex?) psicólogo que disse que todos são
pervertidos sexuais reprimidos, de todos os tipos de perversão e fetiches, só
que os bipolares, por alguma razão, talvez por terem mais acesso ao id,
conseguem enxergar um pouco mais esses desejos proibidos pela sociedade e
consequentemente suprimidos pelo superego. Isso para não falar nos borderlines
que vão ao extremo de praticá-los visto que têm a libido bastante acentuada e
muitas vezes apresentam comportamentos bissexuais para dizer o mínimo. Não me
considero um pervertido sexual, em suma, mas dou conta de mais desejos que a
maioria das pessoas. Para falar a verdade, eu não gosto muito de sexo. Já
gostei bastante na minha juventude, quando tudo era mais simples e mais singelo
e mais puro. Na idade adulta o jogo é outro ou é assim que vejo. Eu me cobro muito
em relação ao meu desempenho sexual e isso só me atrapalha. Acabo encarando o
sexo como um trabalho uma obrigação de satisfazer a minha parceira, o que é um
pensamento, convenhamos, bastante broxante. Não sei como me livrar disso a não
ser com uma paixão arrebatadora. E como disse, entreguei às minhas paixões nas
mãos do acaso ou destino. Se carrego culpas? Quem não as carrega? Talvez eu
carregue mais que a maioria, mas nunca aferi isso. Nem sei como arguir uma
pessoa, mesmo um amigo, a respeito de suas culpas. Então é algo que vai ser um
eterno mistério para mim. Se bem que posso perguntar a um psicólogo se é
possível ou se é o padrão viver uma vida sem culpas. Talvez esteja enganado e a
maioria dos homens não carreguem culpas dentro de si. Mas, se a história de
Maria Madalena for verdadeira todos carregam alguma culpa dentro de si. Eu
tendo a crer nisso. Não há esse que nunca errou, mas não sei se tantos se
martirizam com suas culpas quanto eu. Eu acho que às vezes beiro a paranoia. Se
estou satisfeito com quem eu sou? De forma nenhuma e acho miraculoso que alguém
se sinta satisfeito com o que é. Não acho impossível, aliás acho até provável
que existam no mundo muitas pessoas assim. Mas, sinceramente acho uma alienação
do espírito. Sempre há espaço para se melhorar como pessoa, na minha modesta
opinião. Se bem que uma coisa não invalida a outra. A pessoa pode se sentir bem
com o estado de evolução moral em que se encontra. Eu não me sinto assim e por
isso não me aceito. Talvez quando alguns nós se desfizerem eu me sinta mais
aliviado dos pesos da alma. Acho que o momento da minha vida em que sentirei
mais culpa e arrependimento vai ser quando a minha mãe morrer, por ter deixado
a vida passar inteira e não ter feito por ela um décimo, um centésimo do que fez
por mim. O máximo que consigo é não causar problemas. Queria muito que isso
fosse suficiente para ela. Que fosse suficiente para mim. Mas acho que não é o
suficiente para nenhum dos dois. Infelizmente. E não sei como dar mais. Não me
sinto disponível para isso. Mas se é uma situação que me incomoda, eu deveria
tomar a iniciativa de estar mais presente na vida dela. É um caso a se pensar
com muito carinho, o carinho que não consigo acessar em mim. Não queria que ela
se fosse desse mundo e não estivéssemos completamente em paz um com o outro. Ou
pelo menos sem muitos rancores um para com o outro. Acho que se eu não recair
na cola já será um grande passo. Tal droga não me desperta nada agora. Não
posso garantir que não me desperte nunca mais, um viciado nunca sabe isso. Mas,
por ora, estou bem tranquilo. Digitei nos diários da minha recaída na droga e
não me deu nenhuma fissura. Ainda bem. Que continue assim. Se tenho inimigos?
Se os tenho, os desconheço e seu mal não chega a mim. Poderia dizer que minha madrasta
foi o mais próximo de uma inimiga que eu já tive, mas isso são águas passadas,
embora um relacionamento seja impossível, não sou de guardar mágoas e a perdôo
pelo que fez. Entendo as suas motivações, pois perdeu metade de um dinheiro que
ganhava para que eu pudesse receber a minha pensão. Não vou aqui reacender
desgostos do passado, isso não acrescenta nada de bom à minha vida e minha
vida, como está hoje, está ótima, apesar das culpas e do problema de relação
com a minha mãe. Mas são coisas que posso resolver... se quiser. Esse querer é
que não me chega. Não posso viver sobre a égide das leis da minha mãe senão
minha vida se tornaria bastante desconfortável e sem graça. Muito limitada. Ela
não pode determinar todos os meus espaços. 19h38 e nada do meu amigo. Acendi um
cigarro de verdade. Um momento para degustá-lo.
19h43. Há algum tempo, minha mãe chegou e ligou pedindo que
carregasse as compras e o computador dela lá para casa, aproveitei para
pedir-lhe que, na reunião de condomínio que haverá hoje, proponha uma rede
Wi-Fi aqui para a área da piscina e que também reivindique uma geladeira para a
área da churrasqueira. As luzes do casarão já estão acesas para a reunião, mas
estou posicionado de costas para ela e para todo o resto da piscina de forma a
dar mais privacidade aos demais frequentadores da área, para que não se sintam
acanhados com a minha presença e possam fazer o que lhes convier fazer. Mas
voltando aos autoquestionamentos, o que posso me perguntar agora? O que mais
amo na vida? A vida tal qual ela se apresenta hoje para mim. Estou muito
satisfeito com ela. Há o que melhorar? Sempre há. Mas do jeito que está já é
mais do que jamais concebi que poderia ficar. O que mais odeio? Depressão
profunda e internamento forçado. Muito mais depressão profunda que internamento
forçado. Mas odeio bastante internamento forçado também. Acho uma violência na
maioria das vezes desnecessária e que dificilmente traz algum resultado
benéfico para o viciado. Tudo bem que aprendi o primeiro e definitivo passo dos
12 passos de Narcóticos Anônimos numa internação e isso mudou a minha vida,
admitir que sou impotente perante a droga. E mesmo assim, de posse desta
constatação irrefutável, ainda recaí um sem número de vezes na minha droga de
preferência. 19h56. A bateria se aproxima da metade gasta, mas me diz que ainda
tenho 2 horas e 44 minutos de uso. Tomara que a estimativa esteja certa. Hoje
pelo menos não está dando aquele alerta chato de “rede desprotegida” que o
Norton ficou dando ontem. Não sei bem por quê. E isso pouco importa. Importa
que estou livre desse aperreio. Amanhã é sexta, dia de CiBrew, mas não estou
com a mínima vontade de ir. Prefiro muito mais estar aqui embaixo escrevendo e,
quem sabe, na companhia do meu amigo, trocando ideias as mais variadas. É uma
pena que não tenha se apresentado hoje. Acho que está enjoando dos nossos
encontros. Percebi isso no de ontem, um certo desconforto, um certo desprazer
por parte dele. Se ele soubesse que, por causa dele, venho ouvindo Cid Moreira
e suas narrações bíblicas. Hahahahaha. E tendo como música de fundo Infected
Mushroom. Hahahahaha. Eu não me imaginaria nunca ouvindo nem uma coisa nem
outra há 15 dias. Tudo graças à presença dele em minha vida. Para você ver como
o contato humano é transformador. Hahahahaha. 20h08. Começou a reunião, ouço as
vozes. Pelo visto, a galera fala alto ou a acústica da casa faz o som se
espalhar. Aposto mais na primeira opção. Qualquer coisa, se estiver me
atrapalhando, eu aumento o som do computador. Já percebi que só dá para ouvir
dos arredores da minha mesa mesmo. Caminhei em volta da piscina para ter uma
ideia do alcance dele e não é mais do que alguns poucos metros, mesmo no volume
máximo. Está abaixo de 50% agora, o que para mim é agradável e não perturba a
minha escrita, até por ser um som basicamente “instrumental” se é que pode se
chamar assim um som eletrônico. Mas vamos lá, mais perguntas sobre mim... falta-me
inspiração. Deixa eu pensar. O que eu mais espero da vida? A curto prazo, o
novo jogo do Zelda, a médio prazo, uma nova paixão e, a longo prazo, a
Singularidade. As vozes na reunião me chegam mais são como um burburinho,
ininteligíveis. Ainda bem. Tem sons que eu não sei se são da música ou do
ambiente, esse som é realmente muito diferente de tudo o que já ouvi, nenhum
nunca se confundiu com os sons ambientes. Eu pensei que havia cães ladrando nos
arredores, mas acho que foi algum efeito da música, de outra sorte, pensei
haver uma ambulância nas redondezas, mas era novamente a música. Mas vamos
voltar aos questionamentos. Qual é a minha definição de bem? Puxa, essa é
difícil. É fazer ou receber algo que acrescente algo de positivo à minha vida
ou a do outro. O outro pode ser um ser humano ou uma formiga que evito pisar na
rua. Qual a minha definição de mal, então? Bem, é tudo o que faço que gera
culpa em mim. Acho que essa é a definição mais precisa que posso dar. Se me
pesa na consciência é porque estou fazendo algo mal segundo os meus preceitos.
Quais são os meus preceitos? Aqueles herdados da educação do meu pai, minha
mãe, meu irmão e Maria de Buria. E das aulas de Educação Moral e Cívica do
Santa Maria! Hahahahaha. Não consigo viver completamente dentro do único
mandamento que meu pai nos disse para seguir, “ser feliz honestamente”.
“Honestamente” é algo tão abrangente que é impossível para mim não me sentir
desonesto em algum nível, a honestidade abarca, na minha opinião, a caridade e
não tenho sido muito caridoso ultimamente, só para citar um exemplo. Vamos à
próxima pergunta. As vozes da reunião começam a me desconcentrar, então
aumentei um pouco o volume. O que me faz ouvir Infected Mushroom? Acho que
muito vai de ser um comportamento excêntrico, pois é uma música estranha, mas
também porque ela é meio hipnótica e não me atrapalha na escrita, bem algumas
vezes me atrapalha, pois certos trechos me fazem viajar no som. Eu não sei bem,
só sei que foi uma experiência transformadora para mim e estou desfrutando
enquanto a novidade me agrada. É tão raro achar uma novidade musical, algo que
seja diferente de tudo o que já escutei que isso me atrai com a lâmpada à
mariposa. 20h44. Estalidos metálicos, demonstram o que acontecerá quando esses
guarda-sóis ficarem velhos. Reclamarão sem parar, gemendo com o peso da idade e
do desgaste. Outra pergunta? Puxa, como estamos demandantes hoje. Qual o prazer
em escrever? Numa epifania que tive depois de um uso de cola seguido de uma
tentativa de suicídio por causa do trabalho, me veio claro como o sol do
meio-dia que eu queria largar a publicidade e me tornar um escritor. As linhas
tortas da vida me proporcionaram isso. E realmente descobri algo que amo fazer
e o prazer está acho que em primeiro lugar em me expor, me explicar, me colocar
para o mundo; em segundo lugar porque me é extremamente fácil e divertido fazer
isso, é a coisa que tenho mais facilidade e predisposição a fazer, mais que
videogames; há também o prazer de digitar, que eu acho muito gostoso, o prazer
táctil de pressionar as teclas, o faço com força, vigorosamente, talvez porque
seja uma atividade que me encha de vida. Escrever têm sido a coisa a qual
dedico a imensa maioria do meu tempo e isso só pode ter uma razão de ser,
porque me dá prazer, muito prazer. Como já disse, posso enjoar na semana que
vem, mas acho que é uma paixão mais duradoura que isso. Há um sentimento de
estar me imortalizando através das palavras, por mais que quase ninguém leia.
Não me importo. “Sábios, então, tentarão decifrar o eco de antigas palavras”,
já dizia Chico. Quem sabe um arqueólogo cibernético não descubra o meu recôndito
e nele ache a novidade que eu encontrei no psytrance? Duvido disso, mas
acredito que minhas palavras sobreviverão até depois de mim, pois não acho que
a Google vá falir tão cedo, nem deixar de oferecer esse serviço de blog
gratuitamente. Será que se escrever Trump muitas vezes, o meu blog chamará a
atenção da inteligência secreta americana? Hahahahaha. Tudo vale em busca de
novos leitores, nenhuma palavra é proibida nesse intuito. Hahahahaha. Mas não
vou começar a fazer avaliações de produtos masculinos para virar uma
celebridade dos blogs, a minha liberdade criativa vale muito mais que a fama.
Desejo a fama, mas não a diviso como uma possibilidade real. Não com o conteúdo
que produzo. Uma aranha verde passou caminhando pela minha tela e veio pousar
no meu teclado, vendo o perigo de ser esmagada pelos meus dedos, o que
conscientemente tentei evitar, evadiu-se daqui. Enfim, eu acho que eu tenho o
dom de escrever, me é fácil e recompensador fazê-lo. Não posso dizer que o faça
com qualidade tanto de forma quanto de conteúdo, mas me esmero ao máximo para
fazer as coisas claras e compreensíveis. Nada mais posso oferecer. Entrego a
minha vida aqui, dedico minha vida a essas letras e esse é o meu ofício de fé,
como a epifania de outrora havia me mostrado. Se há alguma missão a ser
cumprida através da escrita? Só se for divulgar a minha religião, mas pouco
tenho a acrescentar sobre o assunto. Talvez publicar o meu manifesto de tempos
em tempos no meu blog, a Novíssima Religião. Quis ser chamativo com o título ou
não? Hahahahaha. Eita, a reunião já acabou. 21h10. Desfrutando um cigarro de
verdade. One moment, please.
21h18. Aproveitei para tirar uma foto do meu recanto e
devolver a chave do banheiro à portaria. Mas, sinceramente, não acredito que
minha missão como escritor seja divulgar minhas sandices sobre o futuro e Deus
na forma que o concebo. Acredito que quem viver verá, não preciso fazer nada,
pois a Singularidade fará tudo. Para mim é um caminho que vai ser trilhado quer
eu escreva aqui ou não. É inevitável. Então pôr as minhas suposições aqui em
nada ajudará ou se o fizer será numa parcela tão mínima que irrisória. Pouco
tempo me falta aqui embaixo. Mas está me dando muito gosto escrever isso. Como
todo o resto, por mais irrelevante que seja. O que acho da Singularidade, só
para não deixar o tema escapulir? Acho que não estaremos abrindo a caixa de
Pandora, estaremos desenvolvendo a panaceia para todos os males que afligem a
humanidade, não apenas enfermidades, mas todos os males sociais, políticos e
econômicos da humanidade. Será um período de grande iluminação. Inimaginável
iluminação. Vejo como o fim da civilização tal qual a conhecemos e sua incrível
evolução para o que considero ser o paraíso na Terra, em vida. E talvez após a
vida. Se me deixar saio falando um monte sobre o assunto. Em síntese, será a
melhor coisa que já aconteceu à humanidade em toda a sua história. A revolução
de todas as revoluções. E sem uma gota de sangue derramada. Ou melhor dizendo,
a evolução das evoluções. Mas mudemos de tópico senão ficarei pregando aqui. O
que entendo por amor? Querer o bem do outro em detrimento ao seu próprio. Acho
que esta é uma definição um pouco excessiva pelo seu final, mas como não me amo
muito, posso dar muito mais que as pessoas que se amam, eu acho. Não sei. Acho
que não sei o que é amor e não sei amar, em verdade. Não sei amar a minha mãe,
isso é fato. Mas o amor que ela requer é por demais exigente. Não gosto de
amores exigentes. Talvez porque eu mesmo seja alguém que ame exigentemente, não
sei. Tudo pode ser. Pula. Próxima pergunta. O que é a dor? Obviamente tudo que
nos causa sofrimento seja físico ou psíquico. Não entendo a existência da
depressão, não entendo qual o seu papel na evolução do homem, talvez seja um
bug genético, como o câncer, mas, aparentemente, há aspectos psicossociais
envolvidos também. Por exemplo, se fosse jogado de novo à minha profissão isso
seria um fator externo que certamente me levaria a uma derrocada emocional
rapidamente. Não sei também qual é a da depressão. Acho que vou continuar
escrevendo de casa. 21h42. A bateria está quase no fim e estou pressentindo que
vai chover, então vou fechar o barraco aqui.
21h59. Já estou devidamente instalado no meu quarto.
22h15. Fui checar meus e-mails e acabei me perdendo neles.
Me encontro sem muita criatividade para elaborar mais perguntas. E estou
pensando em jogar o Zeldinha. Mas vamos lá, só mais algumas. Onde prefiro
escrever, se aqui ou lá embaixo? Acho que há um empate aí. Gosto de variar
entre os dois, dá um sabor a mais ao cotidiano. Em ambos eu encontro a mesma
tranquilidade para escrever, quando o meu amigo se vai, mas sua presença é sem
dúvida um ponto positivo para a piscina. Qualquer interação humana dual me
agrada. É quando um realmente tem a atenção do outro. Qual o sentido da vida?
Eu poderia dizer para a frente, mas isso seria muito idiota, acho que é tentar
ser feliz honestamente mesmo. Pelo menos da vida humana. Ou deveria ser. E não
deixa de ser, pois estamos sempre em busca de satisfações ou recompensas,
obedecendo, via de regra, as leis da sociedade onde estamos inseridos. Estou
com vontade de fazer algo temerário, mas não farei. Já sei qual é a pergunta e
não vou responder o que seria essa coisa temerária. Pula. O que você acha da
nova efervescência do feminismo? Acho, como já disse aqui, massa as mulheres
batalharem por direitos mais equânimes entre elas e os homens, só que isso não
pode virar uma coisa anti-homem, que daí acho excessivo. Vou comer os
sanduíches que mamãe fez para mim.
22h47. Matei os dois sanduíches de gorgonzola com gouda que
mamãe fez para mim. Ia deixar um para mais tarde, mas não resisti. Acho que
este post já deu o que tinha que dar. Não estou com saco de formular mais
perguntas. Os sanduíches me deram uma preguiça e ainda tenho que tomar banho.
Para poder acordar em cima da hora amanhã.
23h43. Tomei o meu banho. Não tem mais nada que queira dizer
hoje e já está na hora de eu dormir, pois amanhã é dia de CAPS.
-x-x-x-x-
12h23. Cheguei do CAPS. Vou digitar os meus diários motivado
pelo incentivo que a psicóloga me deu de publicar até em formato físico o livro
que resultará disso. Ela acredita que o conteúdo dos diários possa interessar a
alguma editora, eu duvido! Hahahaha. Vou lá.
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