Forró da Casa Astral. |
18h05. Estou na piscina. Meu amigo já me mandou um WhatsApp perguntando se eu viria. Acabei de responder que havia acabado de chegar.
269 – Quando devemos
ser altruístas?
De acordo com o nosso bom senso. Quanto mais altruísta
melhor, eu acho, só não consigo muito. Meu irmão consegue. Na verdade, acho que
estou cada vez mais egoísta. Quando da minha morte, se ainda tiver os meus
bonecos, num quarto com as estantes apropriadas e iluminadas, é claro, eu vou
dizer para o comprador do apartamento que pega sete mil reais nas estátuas num
leilão. Ou mais, pois espero viver muito (até a Singularidade), então esses
bonecos vão se tornar mais raros e caros, eu acho, se o colecionismo de bonecos
sobreviver até lá. Eu suponho que até lá as impressoras 3D vão se tornar
baratas e caseiras. Criações de grandes criadores e designers estarão à venda,
haverá talvez pirataria dos arquivos, então você poderá imprimir um vaso de um
criador, ou criar o seu próprio, muitas criações serão gratuitas. Será que vai
ser assim o futuro? Com scanner, impressora em 3D e pintura em 3D? A preços
acessíveis? Ou será um artigo de luxo, para o mercado de luxo com grandes
designers fazendo e vendendo suas criações mais mirabolantes para uma elite? Acho
que o software de criação deveria ser aberto, opensource, para que qualquer criador e pessoa possa modelar o que
lhe der na telha e os programadores poderem fazer mods e upgrades no programa. Mesmo
nesse cenário, acho que criações originais do passado, como as que possuo,
terão grande valor de mercado. Meu amigo disse que Infected Mushroom parece
música de propaganda de celular. Achei a comparação um tanto injusta e agora
fico com esse estigma na mente. Não, eu vou esquecer isso. Vou me incomodar com
isso, não, passou uma parte tão nada-a-ver-com-uma-propaganda. Eu acho que
algumas vezes IM alcança o nível de genial, uma explosão de criatividade e
talento. Não é o tempo todo, mas em algumas músicas em alguns trechos específicos,
eles são geniais, são uma espécie de rococó digital de tão trabalhado que o som
é. Acho que estou sendo um pouco hiperbólico aqui. Em outras não, esta música inclusive
está parecendo propaganda de Prestobarba. Hahahaha. 21h25.
268 – Quando devemos
ser egoístas?
Somos todos egoístas, até Madre Tereza de Calcutá fazia o
que fazia para agradar seu ego, quase tudo o que fazemos é para agradar o ego
ou esperando uma recompensa futura que agradará o ego.
267 – Quando é que
devemos aceitar a autoridade?
Aceitamos autoridade daqueles que temos como símbolos de
poder. Seja do poder público seja alguém a quem outorgamos certo poder sobre
nós. Como um policial ou minha mãe, no meu caso, por exemplo.
266 – O que é viver
bem?
Eu acho que isso é muito subjetivo. Mas voltando ao ponto em
comum que acho que exista em relação àqueles que vivem bem é que todos gostam
de viver. Acho, então que viver bem é gostar de viver.
265 – Quando é que a
vida tem sentido?
Quando criamos ou produzimos ou fazemos algo que gostamos.
Seja num ofício do qual se gosta, seja criando os filhos, seja com um hobby.
Sei que a vida não tem sentido no tédio ou depressão.
264 – A morte é
compatível com o sentido da vida?
É a direção em que a vida se encaminha. Apesar de parecer incompatível,
a morte nos lembra que temos que fazer o melhor por nossas vidas agora, pois
não se sabe quando ela virá. A morte dá um certo sentido de urgência à vida,
que a mim me faz procurar melhorar minha vida o mais rápido possível, enquanto
tenho saúde e vitalidade. A velhice e a decrepitude física me parecem mais
incompatíveis com o sentido da vida que a morte em si, pois embora vivos,
estaremos limitados/debilitados para persegui-lo. Além de que os velhos são
meio desprezados nas sociedades ocidentais.
263 – Como distinguir
verdades de pontos de vista?
Quando os pontos de vista se aproximam do senso comum.
Embora o senso comum possa ser bastante ignorante. Mas os pontos em comum entre
as diversas percepções e pontos de vista sobre o mundo são o mais próximo que
chegamos da verdade. Se muitos compartilham da mesma opinião, mesmo pessoas dos
mais diversos backgrounds, talvez isso indique que aquilo seja algo próximo de
uma verdade.
262 – Há verdade
absolutas?
Não. Embora cada um as tenha. É preciso ter certas crenças,
admitir certas coisas como verdadeiras para lidar com o mundo. Como sairia na
rua se não tivesse a certeza de que a calçada não vai sumir debaixo dos meus
pés?
261 – Existem valores
absolutos?
Não. Mas um deveria ser, amar ao próximo como a si mesmo. Ou,
em outras palavras, se algo me fere não devo fazê-lo ao próximo. Isso para mim
deveria ser uma percepção universal. Acho que é, mas outros valores culturais
do meio onde o cidadão está inserido se alevantam e se sobrepujam a esta
constatação. Aliás, acho que essa é a única percepção universal. O único valor
absoluto, o que me fere, fere o outro.
260 – Todos os
valores são subjectivos?
São, mas alguns são mais amplamente reconhecidos que
outros.
259 – Um daltónico
sabe o que é vermelho?
Não sei. Não entendo nada de daltonismo, menos ainda do que
entendo de Filosofia. Hahahaha. Mas parece que criaram uma lente que permite a
daltônicos enxergarem normalmente. Não sei se é balela, mas assisti uma
propaganda desses óculos na internet.
258 – Quando é que
devemos ajudar os outros?
Quando está ao nosso alcance e o pleito é válido para nós.
257 – O que fazer
para nos tornarmos mais virtuosos?
Praticar o Bem sempre que possível. Buscar sabedoria.
256 – O que é ser
responsável?
É ser independente, no sentido de se manter por seus
próprios meios, e assumir as consequências pelos seus atos, sejam boas ou
ruins.
255 – Escolhemos o nosso
futuro?
Chegamos até aqui através das nossas escolhas e de uma boa
dose de acontecimentos externos com força maior que a nossa vontade. Acho que
uma mistura dos dois continuará a determinar nossas vidas até o final.
254 – Podemos
justificar juízos de valor?
Podemos justificar qualquer coisa, resta ver se os outros
acatarão nossas justificativas.
253 – Somos
responsáveis pelo nosso futuro?
Em parte. Vide resposta 255.
252 – O que é a
amizade?
É o relacionamento mais íntimo possível entre dois indivíduos
que não seja familiar ou romântico. Embora possa e deva haver amizade nesse
dois também.
251 – Como nos
podemos tornar seres humanos mais livres?
Com menos leis e regras. Tomando mais as rédeas das nossas
vidas, se possível. Conhecendo mais os nossos direitos.
250 – Há
conhecimentos filosófico?
Sim, como não? Se tais conhecimentos condizem com a
realidade cabe a cada um julgar.
249 – Podemos
controlar o nosso destino?
De novo? Só a parcela que nos é controlável, há uma
enormidade de variáveis que fogem ao nosso controle.
248 – Quando é que o
ressentimento é um sentimento bom?
Quando fico ressentido comigo mesmo por causa de um erro que
cometi e de posse desse ressentimento decido não mais incorrer no erro.
247 – Por que é que a
religião conduz à guerra?
Por causa do fanatismo, pelo desrespeito às religiões e
crenças alheias, por ambição dos que conduzem tal religião.
246 – Há beleza sem
seres humanos?
Acho que há, tanto é que os animais selecionam qual o par
mais adequado para procriar. Isso é uma percepção rudimentar da beleza.
245 – Há beleza
noutras galáxias?
Há. Acho inclusive, outras galáxias coisas belas. Se há algo
que perceba a beleza em outras galáxias? Acredito que sim, são tantas galáxias
e a probabilidade de vida é tão grande em nosso universo que não posso descrer
que exista mais vida inteligente boiando por aí pelo espaço.
244 – O belo existe?
Acho que é subjetivo, mas existe. Tanto é que existe uma
palavra para o fenômeno e essa palavra é amplamente compreendida pela maioria
senão por toda a raça humana.
243 – Onde está a
beleza?
A beleza está nos olhos de quem vê.
242- A beleza é um
sentimento?
Em mim me desperta um sentimento de encantamento que não
necessita de palavras. Aliás, com a resposta desse questionário eu tenho me
dado conta da quantidade de pensamentos que tenho que não necessitam de
palavras para se manifestarem.
241 – A beleza é uma
ideia?
Não, é mais do que isso, acho que se aproxima de um
sentimento.
240 – O belo
conhece-se?
Não entendi a pergunta. Mas algo só se conhece se tiver
consciência. Logo, pessoas podem se achar belas.
239 – O belo pode ser
feio?
Pode. E mesmo sendo feio gerar o encantamento das coisas
belas. A história de um catador de latas era muito triste e feia, ele era feio
e feliz apesar de todos os pesares e achei isso tremendamente belo.
238 – O que é a
beleza?
É algo que nos produz um sentimento de encantamento
diferenciado das coisas neutras ou não-belas.
237 – A cidade
abre-nos horizontes?
Pode abrir para muitas coisas e fechar para outras. Mas abre
mais do que fecha, principalmente se for uma grande metrópole e se nos
decidirmos por explorar as oportunidades culturais que têm a oferecer. O povo,
entretanto, tende a ser mais fechado e mais indiferente que os das cidades
menores, pelo menos aqui no Brasil.
236 – O conhecimento
depende da experiência?
A sabedoria depende da experiência, o conhecimento depende
do experimento para comprová-lo.
235 – O que é uma
pessoa?
É um indivíduo da espécie Homo Sapiens com tudo o que essa
condição dá direito de bom e de mau.
234- Existem vários
tipos de pessoas?
Cada pessoa é única, então existe tantos tipos de pessoas
quanto existem pessoas no mundo ou sei lá para onde nós iremos com nossas
brincadeiras interplanetárias.
233 – Que tipos de
pessoas há?
Não dá para estereotipar pessoas, é limitar demais a
condição de ser humano. Há, por ora, mais de 7 bilhões de tipos.
232 – A consciência
liberta-nos?
Ela nos dá o livre-arbítrio, então de certa forma
liberta-nos para tomarmos nossas próprias escolhas dentro das limitadas
condições que temos.
231 – A filosofia
ensina-se?
Não entendi a pergunta. Existem as obras dos grandes
filósofos aí para quem quiser ler e aprender sobre Filosofia. Filosofar já acho
que seja algo inerente ao homem. Não há aquele não filosofe em algum momento de
sua vida.
230 – Podemos
conhecer a realidade?
Só em parte, porque temos a cognição e os sentidos
limitados. A Singularidade Tecnológica irá ampliar inimaginavelmente nossa
percepção da realidade.
São 16h47 do domingo, 21 de maio de 2017. Vou escrever sobre
mim e o universo ao meu redor um pouquinho, o que minha principal leitora acha
a parte chata do meu texto. Desculpe-me, mas sinto essa necessidade. Não posso
ficar só dependendo de perguntas para compor os posts é algo limitador e finito
visto que das 777 perguntas agora só restam 229 a serem respondidas. Acredito
que não podia ter encontrado uma forma melhor que essas perguntas filosóficas
para pregar sobre a minha crença na Singularidade e, dela, na Suprainteligência
Universal. Também foi bom para fazer uma autoavaliação dos meus valores e
pensamentos. Interessante que me percebi menos canalha do que julgava ser. E
percebi quão diferente e boa está minha vida quando comparada aos anos negros. Então
essa empreitada teve e tem, afinal ainda não acabou, muitos lados positivos,
não consigo pensar em um que não seja, talvez só o fato de que vá acabar e tudo
o que terei para escrever será a partir da caixola. Por isso inclusive esse
texto final, para me recondicionar a escrever sem os estímulos das questões.
Confesso que estou meio destreinado e nada me ocorre. Chris Cornell morreu. Era
vocalista dentre outras bandas, do Audioslave, que gosto muito, sempre tem no
meu iPod. Sobre a Lava-Jato, nada sei, sei apenas que vivemos um momento
histórico na política brasileira que tenho esperança se tornará menos corrupta
e mais transparente daqui por diante. Espero que os olhos da justiça permaneçam
focados nos malfeitos dos governantes. E de toda a estrutura do governo, de
forma a fazer uma assepsia no Estado. É necessário que o mesmo esforço que está
sendo feito na esfera federal, passe também à estadual e à municipal, que os
órgãos regionais também fiscalizem as demais esferas de governo. Seria muito
bom isso. E que lideranças menos corruptas assumissem os cargos a partir das
próximas eleições. Acredito que é preciso que alguém fiscalize o Judiciário
também. O Google sugeriu o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), mas não fui a
fundo na pesquisa porque não estou com vontade e gosto de obedecer ao máximo as
minhas vontades, exceto a de usar a minha droga de preferência, porque acredito
que esse comportamento me aproxima da felicidade, satisfazer desejos e vontades
acho que quase sempre me aproxima da felicidade, exceto no caso da referida
droga. Muitas vezes sou submetido a agir em desacordo com as minhas vontades,
mas me esforço para que esses momentos sejam o mais esparsos possível. Aliás,
não me esforço, só criei uma zona de conforto e uma persona que me facilitam
isso. Se isso é certo, eu não saberia precisar. Sei que poderia ser muito mais
prestativo e solícito do que sou, mas isso não me apetece. Prefiro ficar na
minha zona de conforto escrevendo, navegando na internet, trocando uma ideia
com o meu amigo da piscina. Por sinal, se for para ir à piscina hoje, eu
preciso me preparar já. Mas confesso que não estou com muita disposição para
fazê-lo. Por outro lado, a partir de segunda, se a máquina estiver consertada,
terei que levar minha mãe à radioterapia todas as noites e não poderei descer.
Então acho que vou encarar. Acho, preciso que alma faça um movimento mais
consistente nessa direção. Mas a preguiça reina em mim. Por mim, ficaria em
casa mesmo. Como ajo de acordo com as minhas vontades essa de ficar em casa
está me sendo soberana. Parece que para o meu amigo da piscina tem que haver algum
ganho material para que o encontro comigo na piscina lhe seja prolífico. Acho
que vou para a piscina, sim. Tem vezes que eu adoro ser contraditório assim.
18h09. Já tirei gelo, menos do que o habitual, pois não
enchi as caçambas, mas é o que dá para oferecer. Vou desmontar o computador.
18h43. Estou na piscina com o meu amigo.
19h46. Não estamos tendo sorte com a internet do prédio
20h38. Ele foi e esqueceu o documento dele aqui. Pediu para
que colocasse no elevador e o avisasse. Eu vou entregar lá. Não, é melhor que a
mãe não me veja. A Coca foi-se. O gelo também. E água de torneira pura não rola
para mim. Coloquei IM para rolar, mas estou pensando em botar o código dos
alienígenas como background embora eu ache que consuma muita bateria. Não sei.
Não sei sobre o que escrever. Detesto como me dá esses brancos. É como se nada
de interessante viesse à cabeça para ser descrito em palavras. Vimos filmes de
coisas que existiam nos anos 80, há mais de trinta anos atrás. Realmente
estamos ficando velhos. Me espantou mais a ficha telefônica e o videogame. Por
falar nisso, caí na burrice de contar-lhe que tinha dois videogames e ele já
disse que quando eu quiser vender para comprar um mais novo, eu dê os toques
para ele, o que na verdade não tem problema nenhuma apenas o fato de serem os
dois últimos videogames que eu pretendo ter e pretendo tê-los por muitos anos
ainda. Pois há muito o que jogar. Se brincar, meu irmão vai acabar comprando um
Switch, não sei por que penso isso, uma intuição que me bateu. Na verdade, isso
não tem o menor fundamento no mundo real, logo é uma viagem. Mas ninguém nos
anos 80 imaginaria a transição do Pitfall para o Super Mario Galaxy o jogo mais
3D e que faz melhor uso do 3D sendo absolutamente divertido. O cara iria pirar
na batatinha se fosse transposto do televisor antigo para um HDMi e ver o Super
Mario Galaxy ou, melhor, O Legend of Zelda Wind Waker. Não sei qual seria mais
impactante. Talvez “Red Dead Redemption” ou “The Last of Us”. É o melhor que
posso oferecer de qualidade e modernidade para transportar o nosso amiguinho da
época do Atari para a atual. Meus videogames são da geração passada. O que para
mim, está de bom tamanho. Tenho tantos jogos bons para jogar só não sei para
onde foi a minha vontade de fazê-lo. Estou me perdendo em trivialidades, mas
essa coisa do meu desgosto com os videogames me preocupa. Será que realmente
escrever e só escrever vai preencher o meu vazio existencial? Descobriremos. E
ainda tenho que digitar aquele texto do diário, meu saco. Eu nunca vou lançar
aquilo. Descobriremos. Só se for de forma completamente anônima. Irrastreável
para quem me conhece. Se for possível, eu faço. Para isso é imperativo primeiro
digitar o texto. Rodamos e chegamos ao mesmo lugar. Que é um lugar que pelo
menos hoje não visitarei. Pode ser que amanhã eu faça, mas hoje,
definitivamente não. Hoje escreverei o que o cérebro pedir para dar voz. Está
pedindo mais perguntas filosóficas? Não por ora, estamos aqui embaixo e não
quero recomeçar agora, quero escrever por escrever, sem nenhuma pergunta me
controlando. Droga, fui tomado por pensamentos de Aurora. Ontem encontrei uma
garota, adulta – estava bebendo, pelo menos – que muito me interessou e
trocamos vários olhares. Tenho absoluta certeza que passou um tempo olhando
para mim, pois eu estava fazendo o mesmo em relação a ela, mas sempre que
nossos olhos se cruzavam e se fixavam eu desviava o meu olhar. Sem saber o que
fazer a partir daí, pouco depois o grupo dela foi para a área de dança e foi
essa a minha atividade afetiva esse mês. Eu fiquei surpreso que continuasse a
olhar para mim, uma menina tão bela aos meus olhos olhar para mim. Mas eu juro
que aconteceu, por alguns minutos não foi uma olhada só. Eu diria que ela
flertou comigo e eu não soube que atitude tomar. E o pior é que havíamos sido
apresentados na entrada da festa pelo amigo do meu primo-irmão que me fez
companhia no começo da festa, passei a gostar mais dele depois dessa interação
mais prolongada, principalmente por ter me apresentado Gabi. Vou perguntar a
meu primo irmão que fazer depois da etapa em que me encontrava. Eu namoraria
com ela fácil. Mas devo ter me enganado. Uma coisa tão bela quanto aquela não
iria dar bola para mim. Mas porque olhou tanto para esta pessoa que escreve?
Não sei. E é um mistério que vai talvez me motivar a ir a outro forró na Casa
Astral na esperança de encontrá-la de novo e quem sabe dessa vez eu... não faça
nada de novo, mesmo que o mesmo caso se dê. Hahahahahaha. De qualquer forma
foram momentos mágicos da forma que os percebi envolvendo uma figura, aos meus
olhos, encantada. Foi uma experiência que por si só já valeu a minha noite. E
só fui me dar conta desse pequeno grande momento agora. Que coisa rara.
Raríssima. A mulher que mais me encantou na festa trocar olhares comigo, até
que demoradamente. Momento muito bom. Quando terei outra oportunidade dessas?
Bote aí algo próximo de nunca. É tão ruim quando a chama emana só de um coração
e isso frequentemente me acontece. Aliás, é o que sempre acontece comigo nos
última década, tirando ontem. E a vez que a minha amiga de adolescência me
pegou e se deu mal. Hahahahaha. Não sei por que os pensamentos me levaram até a
última vez que fui comprar uma pedra de crack (que é a raspa do chifre do
diabo, fique longe. A lombra é uma merda e a fissura é muito difícil de
controlar). Comprei com uma prostituta que me enganou. Ainda bem. Fumei bem
pouco por causa disso, veio 1/3 de uma pedra, se muito. Para alguns daria só um
tirou. Eu dei três. É porque não é a minha droga, senão eu já estava ferrado há
muito tempo. Fodido e mal pago. Um conhecido meu, segundo o meu amigo da piscina
está para ser morto por causa de dívida com traficante por causa desse demônio
que é o crack. Acho que foi por isso que me lembrei do episódio, por isso e
porque abri para a minha amiga de adolescência que me agarrou o jogo sobre as
minhas dependências de cola, principalmente, e, secundariamente, de crack. Não
sei se é a postura certa a se tomar, mas ela falou abertamente da sua vida e eu
da minha, tivemos um papo muito bom, muito longo e profundo até. Eu satisfiz as
minhas necessidades conversar e namorar, mas quando chegou na parte sexual, que
era a parte dela, não rolou. Duas vezes. Isso mesmo, as duas experiências
sexuais que tive em dez anos foram fracassadas. Mas não quero lembrar do ruim.
O que passou, passou e bola pra frente. Será que o pra frente será Gabi? Duvido
muito. Mas seria extremamente superbom se fosse. Ela me parece ser uma menina
legal, os amigos eram bastante legais, isso é um bom indício.
22h38. Já estou em casa há algum tempo. Já bebi Coca,
conversei com mamãe sobre memórias e ela se mostrou uma criança interessada em
aprender, perguntando a vovô como ele conseguia tirar histórias maravilhosas
daqueles símbolos indecifráveis no papel. Eu nunca fui motivado a aprender. Já
me foi ensinado da mais tenra idade como ler pelo menos até que não consegui
entender o dígrafo “qu”, quando meu pai perdeu a paciência e desistiu de me
ensinar. Talvez esse contato prévio com a língua tenha tudo a ver com o meu
desejo de escrever e a relativa facilidade que tenho com as palavras. Foi algo
meio traumático, mas que no final se tornou a melhor coisa da minha vida de
semiermitão urbanoide. Até que uma Gabi pinte na minha vida. Vou ver quantos
acesso meu novo post teve. Eles vêm decaindo gradativamente. 22h48.
Interessante, a minha leitora mais assídua respondeu uma pergunta que eu,
profeta, não saberia responder. Hahahahaha. Mas olha que coisa curiosa, alguém
postando um comentário no meu blog. Perguntando se dar para passar no Ita sem
fazer cursinho. E o mais surpreendente ainda, uma leitora respondendo. Eu
jamais passaria, pois detesto estudar, sempre detestei. Era uma obrigação muito
chata, até por outra mudança radical da minha vida quando me tiraram de onde
estava brincando com os meus amigos de mesma idade e me botaram uma série
depois que acredito ter sido a alfabetização, visto que já conhecia os
rudimentos da leitura. Num momento estava brincando na terra com as outras
crianças, no outro estava sentado numa carteira, obrigado a ficar calado,
assistindo aula no quadro negro. Foi uma mudança radical e uma que não me
deixou muito feliz no momento e em nenhum posterior. Nunca pularia um filho meu
de série. Principalmente dando primeiro um gostinho do que eu estava prestes a
perder para sempre. Embora houvesse recreios. Depois não lembro, acho que me
acostumei com a minha nova condição e fiz amigos na classe. No princípio tinha
atração por meninas da minha idade ou mais velhas. Tive várias paixonites
durante a infância, mas a paixão que pirou minha cabeça foi a minha primeira
namorada. Tirando o dia com Aurora que foi talvez o dia mais feliz da minha
vida. Parece que o universo conspirou para que eu tivesse o dia perfeito, por
mais que não acredite em perfeição. Mas o dia mais perfeitamente sublime que
podia ser/ter. Mas não quero falar disso. É doloroso para mim. Paixões
platônicas têm essa característica de serem sublimes e ao mesmo tempo dolorosas
por causa da impossibilidade. Bem deixemos a vida me levar. Solitário ou não.
Preciso tomar um banho. Tomarei de meia-noite. Entre o hoje e o amanhã. Isso dá
um toque ligeiramente interessante à coisa, começar num dia e terminar o banho
no outro. Nunca fiz isso. Só mais uma besta primeira vez na minha vida.
Primeiras vezes na vida vão se tornando mais raras à medida que o tempo passa e
a vida se acumula. A grande primeira vez que espero é a Singularidade. Se isso
não acontecer no meu tempo de vida ficarei frustrado. Se pudesse, pediria para
que me congelassem até o momento em que eu pudesse me reunir com a
Singularidade. 23h12. Este post já está enorme. Se encontrar e me comunicar com
Gabi, direi que escrevo, principalmente para um blog e pedirei que ela leia
este post. Acho que por isso expus grande parte do que expus, na esperança de
ela ler e isso já ser uma introdução de mim. Acho que agora com os encontros
com o meu amigo encerrados, ele pretende se mudar terça-feira para o seu novo
apartamento e está bastante instigado para isso. E eu não poderei descer amanhã
porque provavelmente terei que levar a minha mãe à radioterapia. Este foi o
nosso último encontro por um bom tempo, eu creio. Queria eu ter essa coragem de
meter as caras e ser independente. Mas eu sei onde esse caminho me leva, à
dependência da minha droga de preferência. Prefiro o aconchego do meu lar, com
todas as regalias que tenho aqui. E com pessoas, sei que pessoas, pessoas
importantes na minha vida, coabitam comigo. Isso é muito bom, saudável para
mim.
23h35. Fui comer e perdi completamente o fio da meada e não
com vontade nenhuma de ir buscá-lo. Dentro em breve me preparar para o banho.
23h42. Fui fumar um cigarro de verdade, o digestivo. Mas já
vim com vontade de dar baforadas no Vaporfi. Meus posts serão essa percepções e
ocorrências que acontecem na minha vida. Infelizmente não tenho mais nada a
oferecer que isso quando as perguntas acabarem. Entro no banho de 23h50. Faltam
exatos cinco minutos. Pois daqui que a água esquente, é preciso esperar alguns
minutos. E vou tomar aquele banho. Bem limpo e bem demorado. Para que dure até
o outro dia e porque estou motivado a fazê-lo. Três minutos para partida. Vou
aproveitá-los baforando e tomando Coca.
0h12. Consegui. Virei o dia tomando banho. Nem me foquei
nisso na hora, tão concentrado estava no meu asseio. Não foi um banho relaxante
foi de faxina no corpo mesmo. Mas já posso contar que tomei um banho que
começou num dia e só for terminar no outro dia. Grande curiosidade. Mas pode
causar surpresa de pessoas com imaginação mais fértil que não decifrarem como
consegui tal proeza. Que grande asneira tudo isso. Mas me diverte, vai ver se
eu estou lá na esquina superego. Que repressãozinha chata, esse eterno me pôr
para baixo, me censurar, taxar de besteiras as coisas que digo ou penso.
Superego, você é muito cruel comigo. Está reclamando agora que já entrei na
nona página de Word. Relaxa que grande parte das páginas está preenchida por
perguntas e respostas. Deixe eu exercitar a minha verve normal, sem
direcionamento nenhum. Bateu até uma vontade de jogar um videogame agora, mas
estou sem pilha para ligar a TV. Ou derrubaram o meu controle no chão e o
quebraram. Só há uma forma de descobrir, trocando as pilhas. Estou fazendo uma
sessãozinha de The Cure no Spotify. Só as que gosto e estou com mais vontade de
ouvir. Ouço dos discos mais novos porque são os que aparecem primeiro. Vou para
“Bloodflowers”, quando acabar essa do álbum “The Cure”. 0h32 já? Como o tempo
corre, se estivesse com videogame até instigava um virote, mas só na escrita é
demais para mim. Vou acabar escrevendo umas dez páginas de abobrinha. Li uma
carta de uma menina que se suicidou e parece que chocou o Brasil, uma carta
muito consciente de uma pessoa bastante deprimida por causa de um trauma de
abuso paterno que parece que afetou sua mãe também, o que só corroborou para o
suicídio no final. A mãe nunca irá se perdoar e acredito que nem o pai. O pior
de tudo é que a sociedade toda vai hostiliza-los já que o caso ganhou projeção
nacional. Não entendo por que deixaram a carta vir à tona. Acho que não foram
os familiares e, sim, a polícia. Sei lá, só sei que depressão profunda é ozzy
de suportar. Aliás muitas vezes tentei morrer para parar de sofrer, de acordar
no mesmo pesadelo de sempre. Ainda bem que hoje eu estou sob controle. Isso é
uma bênção. Ia botar The Cure para rolar, mas agora estou preferindo o
silêncio. A carta da menina suicida calou forte em mim. Me fez me lembrar de
quando eu estava assim, do friozinho na barriga antes de uma nova tentativa de
suicídio, algo muito verdadeiro. Mas por alguma razão continuo aqui. E não
consigo ver utilidade na minha vida senão escrevê-la, contá-la. Talvez divulgar
a Singularidade. Mas acho que não. O sentido da vida nós o inventamos. Eu
decidi que, por enquanto, o meu é escrever, portanto escrevo, já que isso
aparentemente preenche o meu vazio existencial. Que seja assim enquanto dure,
então. E, por mim, poderia durar até o final dos meus dias. Desde que
continuasse gostando da vida como estou. Acho que irei para o próximo forró na
Casa Astral só para ver se encontro a garota novamente. Gabi. Será que uma
explosão de coragem tomaria conta de mim e eu iria falar com ela, caso os
olhares se cruzassem e se permanecessem um dentro do outro como dessa vez? Acho
que não, mas tudo é possível. Eu poderia fazer o impossível acontecer, bastaria
um pouco de autoconfiança e cara de pau. O problema é essa cara de pau que eu
não tenho... vou dormir.
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