Nada de interessante 2

Pois é, já levei de tudo na cabeça

O quê? 9h33 e o profeta já está de volta ao seu mundinho infinito? Como pode ser? O fato é que minha mãe me acordou de 8h30, me mandou tomar banho, me arrumar para... nada. Ela pensava que eu tinha que fazer exame de sangue e na verdade só quem tinha era ela. Quatro xícaras de café, dois copos de Coca-Zero e sete cigarros depois, aqui estou eu. O que me passa pela cabeça agora? Que o meu amigo gordinho passe no concurso. Era nisso que eu pensava enquanto sorvia os líquidos negros e sugava fumaça. Ele merece. Vai ser um peso enorme tirado de suas costas. E eu digo enorme mesmo.

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9h39. Imaginando sobre o que escrever... gosto de filmes de tribunal bem feitos, onde a argumentação dos dois lados é convincente, só que no final sempre o advogado do bem faz um discurso final superexcelente e ganha a causa. A regra geralmente é essa, nem sempre, entretanto a justiça é feita. Tenho pelo menos um filme em mente em que isso acontece, mas não vou dar nome aos bois para não estragar a surpresa de quem um dia o assistir. E gosto de ver blockbusters no cinema. Transformers 3, em 3D foi um dos melhores entretenimentos que eu tive no cinema comercial, o filme parecia uma passeio em algum brinquedo da Disney, pelo seu ritmo, pelo 3D e pelo rococó tecnológico que era a modelagem dos robôs onde se via em 3D cada engrenagem rodando (e havia muitas). Pode me chamar de alienado. Eu sei que eu sou e estou mais alienado do que nunca. E não me importo muito com isso não. Não sei discutir Hemingway como meus amigos, pois nunca li uma linha sequer do que ele tenha escrito. Li muito pouco na vida, pouco mais de 20 livros, o que a galera lê num semestre. De alguma forma, entretanto, consigo me comunicar com eles, o que é um grande alívio. Mas o fato é que só vou ao cinema ver blockbusters. O último foi o Batman. Não é tão bom quanto o segundo, mas é massa mesmo assim. O segundo tinha o Coringa, não tem como ficar melhor sem um Curinga como aquele. Pois é, curinga e coringa são ambas grafias aceitas. Falou o profeta Pasquale. Vou fumar outro Derby. 9h53.

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Às vezes eu acho que tanta Coca-Cola e tanto café sem comer nada agridem meu estômago, sabe? Me dá um negócio estranho nas entranhas. Mas estou sem fome, não tenho fome quando acordo, como já disse antes, minhas fomes são mais madrigais. É, não é um comportamento dito como saudável, mas me agrada, não fosse esse incomodozinho vez ou outra. E saber que outra garrafa de café está sendo preparada... 10h13.

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Minha mãe quer que eu ligue para os médicos marcando as consultas que devo fazer. É um saco, mas é o mínimo que posso fazer. Vou ter que fazer aqueles exames de capacidade pulmonar e correlatos. Vou me ferrar nestes, o cara vai ordenar que eu pare de fumar, e eu não vou aceitar. Eita! A promessa da academia, de falar sobre isso com minha mãe hoje. Vou lá. 10h15. Ela está ao telefone. Terei de esperar. Mas como profetizei no post anterior, tenho que cumprir a profecia.

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Like Cokatoos, do Cure. Não sei por que gosto dessa música, ela tem quase um riff de heavy metal tocado bem lento, não é muito melódica, como em geral são as músicas da banda. Talvez seja justamente por fugir à regra. Coloquei várias do Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me nesta lista que fiz do Cure. Junto com Disintegration, Wish e The Head On The Door este está entre os meus prediletos do Cure. Mas chega de falareg de The Cure, que virou relíquia do passado para os demais mortais (para mim é a música que mais me toca a alma). Mamãe saiu do telefone. Vou cumprir a profecia.

10h26. Pronto, falei. Ela falou que a academia estava de pé, mas que ia deixar para dezembro. Limpeza! Ela está falando de marcar exames agora. Péra...

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11h48. Marquei todas as consultas em 10 minutos, depois fiquei conversando com Jô (ela tem que achar esse carregador de pilhas hoje!) e com as meninas aí do lado, por isso a demora a voltar. Parece que há exames nos dias 22, 23, 26 e 27 de novembro. É exame que não acaba mais. Espero que nenhum revele nada de desastroso, apesar das crises de tosse que venho tendo durante os primeiros cigarros do dia e do meu completo e absoluto ócio.

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12h09. Descobri que tenho uma tia bipolar, que nem imaginava. Ela não quer que eu me torne dependente da minha mãe. Acha que eu posso ser produtivo de alguma forma, mas eu finco meu pé na minha decisão. É o que acho melhor para mim. E sou meio irredutível em relação a isso. Só se o CAPS operar um milagre, mas não disponho desta fé. Sem mais o que dizer no momento, a não ser que talvez haja preconceito familiar e dos amigos caso me torne dependente. Mas já há agora que não faço nada além de escrever, não vai fazer muita diferença. Tudo o que preciso é de um laudo comprovando minha incapacidade. E isto acho que vai ser tarefa dificílima de se obter. Vamos ver.

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12h30. Meu outro primo-irmão bateu aí e tivemos uma conversa vapt-vupt, como geralmente têm sido nossas conversas. Estranho isso, antes passávamos muito mais tempo conversando. Vai ver que faltou a mesa de bar. A velha mesa de bar, nada melhor para reunir os amigos e ter uma boa conversa.

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12h33. Sobre o que falar? O que me passa na cabeça é conseguir me tornar dependente de mamãe. Acredito que só haja uma pessoa que ficaria inclinada a dar o laudo, mas que provavelmente sua ética profissional não permitiria, mesmo que minha fobia seja algo real para mim. Real e aterrador. Esta pessoa gosta de mim, é por isso que vejo uma chance aí. Aliás, a ideia de procurá-la partiu da minha mãe. Se bem que há outra, a que me passou eletrochoques, que talvez, vendo que não saí do canto até agora (nem pretendo me mover), desse o laudo, já que ela tentou até eletrochoques e não funcionou. Sabe-se lá, talvez esta se sensibilizasse.

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12h42. Não quero falar mais nisso. Parar de dar uma de bebê chorão. Não tenho mais nada a dizer no momento e já entrei na terceira página de Word. Vou revisar e publicar.