quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Este eu nem vou compartilhar no Facebook...

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Palavras são amigas, geralmente submissas, mas às vezes se rebelam, às vezes brincam de esconde-esconde. Palavras vêm sabe-se lá de onde, vão sabe-se lá para quem. Às vezes saem em gotas, às vezes em enxurrada. Às vezes ferem, noutras dão porrada. Palavras são minhas, são suas, são de qualquer um. E cabem para fazer todo tipo de coisa: tratados, poemas, petições, repartir conselhos, despertar emoções. Juras de amor. Juro que amo as palavras e sei que elas de mim gostam também, pois se apresentam sempre solícitas quando as busco, quando as moldo, quando as distribuo. Palavras são minhas melhores amigas. Nunca me traem (a não ser que eu queira me trair). Aí não é culpa das palavras, mas de quem as usou para esse fim.

Ficou uma merda, mas é um começo diferente de post, ao menos. 12h08. Fumar tomando uma xícara de café (feito por mim mesmo [e ficou bom, visse?]).

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12h21. Mas fora de brincadeira, as palavras têm sido minha âncora, meu refúgio, meu esconderijo, meu abrigo, meu escape, meu prazer. Elas têm sido a minha melhor terapia, a única que tenho por enquanto. Mas preciso de uma terapia de fato, isso é fato. Ou não é, quero ver a terapeuta me convencer a me mover de um lugar do qual eu não quero sair. Mas tudo é possível. Se até Deus é possível, o que mais pode não ser? Botar um Coltranezinho para ouvir. Ontem me caiu como uma luva para escrever.

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Estou por fora do que acontece no mundo e isso não me incomoda, pois acredito que tudo segue como deveria seguir, pois esta é a forma do universo se comportar e ela é imutável. Claro que nossos livres-arbítrios devem ser levados em consideração, mas digamos que eles fazem parte da equação universal. São um elemento necessário. Porque Deus ele mesmo precisará ter livre-arbítrio. Por mais que ele vá ser invariavelmente bom, posto que será uma evolução de nós e porque se não formos todos bons até lá não conseguiremos nos unir para formar a consciência suprema universal que é Deus. Então, se seremos todos bons, o resultado da soma de todos nós – Deus – vai ser boa também. Todos nós que digo são todos os seres de razão que se unirem em Consciências Coletivas, consciências estas que se unirão na consciência suprema que é Deus. Se você não sabe do que estou falando, esta é a maior das profecias do profeta e está explicada concisamente em Algo 0003. Aliás, Algo 0003 é, em verdade, o único post que importa neste site. Foi por causa dele que este espaço existe, para divulgar esta boa nova, de que o futuro será melhor, de que haverá um paraíso na Terra (mesmo que virtual) e que a humanidade se unirá numa grande nação quando as desigualdades sociais mais gritantes tenderão a desaparecer e todos terão uma vida confortável e repleta de prazeres, agora, inimagináveis. A natureza será deixada mais em paz, o dinheiro perderá parte do seu grande interesse e o poder será mais dividido entre todos os cidadãos do planeta. Isso tudo levando ao surgimento de uma Consciência Coletiva onde os homens unidos à tecnologia serão muito maiores que a soma de suas partes individuais. Impensavelmente maiores. Magnânimos. Este será o tempo da bondade e da prosperidade, além da imaginação de qualquer um de nós. Não sei se eu chegarei a pegar este tempo, tudo depende de quando a singularidade tecnológica acontecer. Mas certamente, mesmo fora do mundo como estou, estou certo de que ele caminha para frente e que cada vez, as coisas se tornam melhores do que já foram. A natureza antes desprezada têm ganhado sua relevância como parte essencial da cadeia de eventos que leva o homem a existir e sua preservação vem sido tomada cada vez mais a sério. Ambições à parte, em geral das grandes corporações, o homem médio tem ficado muito mais educado em relação à interdependência da natureza consigo mesmo e o quanto a degradação dela resultará na degradação dele próprio. Eu sei que ainda falta muito a caminhar, mas também sei que já demos grandes passos, impensáveis há algumas décadas. E o pior, eu sei que isso tudo é lugar comum e todo mundo já sabe, então vou mudar de assunto.

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Minha mãe me intimou a comer mesmo sem estar com fome. Que Ozzy... vou fritar uns dois ovos daqui a pouco para comer com arroz. Fumando e tomando café, não sinto fome alguma. Ela já fica me chantageando emocionalmente, dizendo que isso significa que eu não estou bem e isso e aquilo, depressão etc. e tal. Ozzy...

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12h58. Caso meu padrasto não volte eu vou acochar unzinho para fumar. Assim, certamente a fome virá. Fumar unzinho e ouvir Coltrane... (Leila, do Legião Urbana)
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 13h02. Acho que tenho alguns leitores fiéis e isso me enche de orgulho. Estou agora falando com Maria, empregada de papai, pelo Facebook, a quem disse que daria metade da herança que recebesse do espólio dele.

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15h10. Pursuance, de Coltrane, ao vivo é muito louca.

Para Atanaia, existem apenas três assuntos: trabalho, família e TV (talvez fé/religião).

Viajei na de Contrane: é como se houvesse um fraseado, mas ele vive fugindo, só às vezes se entrega. Ele é livre para fazer o que quiser. Aí vem a doideira, o cara falando “A Love Supreme, A Love Supreme, A Love Supreme”. (Desculpe se isso foi um spoiler para alguém). Deus deu ao cara o poder se expressar pela música da forma mais completa possível. O teclado parece duas coisas querendo se encontrar na harmonia e na melodia, mas sempre falhando, nenhuma consegue, até que finalmente conseguem e Coltrane volta à cena para um dueto com esse teclado que está mais comportado.

Depois do conselho da Legião Urbana sobre John Coltrane, eu posso dizer que chapei no cara. Este disco já entrou para um dos melhores de todos os tempos. Eu chapei como eu chapei com Disintegration do The Cure, como eu chapei com a Nona Sinfonia de Beethoven, como eu chapei com Medúlla de Björk. Eles estão um patamar acima, eles abrem sua mente para as possibilidades da música. Porra o batera é incansável, deu outro solo de bateria no final. E agora ficou só contrabaixo pirando. E para finalizar botando para foder, a música com mais melodia e harmonia e grandiloquência, Psalm. Ela tem um certo pesar. Coltrane está mais contido. Mostrando apenas o que de mais belo o instrumento pode produzir não tudo o que ele pode produzir.

Depois desse, só botando o Medúlla de Björk que é do mesmo top. É muita doideira também. Pleasure Is All Mine parece ter uma orquestra de vozes. Aí vem Show Me Forgiveness e parece que Björk está sozinha num enorme galpão branco e vazio ou na vastidão de um deserto. Aí vem Where Is The Line que é quase um heavy metal com vozes. Vokuro parece que ela entrou numa catedral de gelo onde as paredes cantam como monges. Oll Birtain é doideira. Who Is It  é ela provando que é possível fazer música pop, que soe pop, só com vozes. Desired Constallation (se essa for acompanhada por vozes elas estão altamente distorcidas em algo que não é mais um som humano. Eu acho a mais bonita do disco, mas é eletrônica eu acho, não vozes. A única.

(Parece que uma teia de poeira – não pode ser de aranha, é muito frágil, se eu soprar forte ela de desmancha, já testei – se formou entre o boneco articulado para desenho, a lava lamp e a parede. Incrível a poeira se organizar numa teia. Amanhã tiro uma foto. Agora, 16h45, acho que está muito escuro).

Passaram umas músicas e não falei nada. Oceania que é maravilhosa, parece que há cardumes de peixinhos ou de golfinhos mergulhando e a letra é superinteligente. Aí vem Sonnets/Unrealities XI e depois Ancestor a mais terrível do disco, intencionalmente horrível. Mouth’s Cradle outra prova de pop, mas além de ser menos pop é menos bonita que Who Is It. Vou fumar. 16h54. The Triumph of a Heart, a última, uma tentativa de fazer meio que uma dance music só com vozes.

Agora vou ouvir o Disintegration. Plainsong, a primeira, já começa grandiosa e melancólica. É um das minhas favoritas de todos os tempos. Pictures of You, foi por muito tempo “a” minha música favorita de todos os tempos (empatada com All I Want Is You do U2). Fumar.

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17h25. Sem saco de continuar fazendo isso... quem quiser que ouça os discos e tirem suas próprias conclusões que as minhas não valem de nada mesmo. Só faço contar o que acontece em cada música. Que coisa inútil a se fazer.

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17h55. Vou fumar de novo. 18h15. Continuo sem nada a acrescentar ao desperdício de palavras acima. Nem vou compartilhar esse post no Facebook... fumar tomando água com muito gelo que é só o que tem.

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18h23. Minhas tias estão lendo o boraver de Pedro e me elogiando, pensando que o texto é meu, só porque compartilho no Facebook. Mas né fogo? Roubando minhas leitoras mais assíduas!

http://boraver.blogspot.com.br/ (porra, errei no Crtl C de novo) -X-X-X-
Coloquei Coltrane ao vivo. Viajei mesmo no som. Mas sobre o quê falarei? Meu amigo me criticou num comment de A Love Supreme... por racionalizar demais as coisas. O pior é que eu não sei fazer de outro jeito. Acho que aprendi com meu velho pai. Eu não entendo como se age sem racionalizar. Eu nem entendo direito o que é racionalizar nem sei como agir sem racionalizar ou quando estou racionalizando ou não. É complicado para mim. Queria ouvir a opinião dos demais leitores sobre o tema.

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O que busco trazer aqui é o que sai de mim, da forma mais nua e crua possível. Não sei como isso possa ser a tal da “racionalização”. Minha terapeuta anterior também me disse que eu racionalizo muito. Por isso tenho esta neura. Não sei de onde o meu amigo tirou este termo, psicológico eu acho, para comentar. Ele disse que eu vivo dizendo nos posts que estou desconfortável com a situação. E estou (não tenho uma Clementine, para dizer o mínimo). Mas estou mais confortável nessa situação do que em qualquer outra que eu possa vislumbrar. Talvez o monstro do ócio me tape os olhos. Mas acredito que estou exercendo um ofício escrevendo isso por aqui. Dedico mais horas a este blog que muitos trabalhadores aos empregos de verdade por aí. Se quero continuar a fazê-lo e se me é permitido fazê-lo por que não fazê-lo? Mas tudo bem, vai entrar o CAPS, de repente uma terapia e uma academia, eu provavelmente vou ter que parar de fumar, há uma série de mudanças boas aos olhos de todos para acontecer comigo. Talvez elas me levem a uma mudança de paradigma. Esse solo de bateria de Pursuance ao vivo é demais. Aí entra a galera toda de novo tocando, porra. 18h50. Vou fumar. (Quero ver como vou dar intervalos no meu texto quando eu parar de fumar, o desejo de fumar é que dá toda a cadência dos meus escritos!)


Lembrei da Clementine da Festa do Filme dançando uma dança bem sensual para o seu parceiro com os braços erguidos no ar e um molejo lento, lânguido e depois olhando para mim, sorrindo, lábios bem vermelhos, bem dentro dos meus olhos. Parecia me desejar em vez dele, foi como se soubesse que me provocava também com aquela dança. Mas na verdade não era nada disso, ela só sorriu porque me reconheceu como amigo de um ex-namorado. Que viagem a minha. Depois da foto no La Greca em que eu vi como eu me pareço visto assim como um alguém desconhecido, eu caí na real. Precisaria além de emagrecer deixar o cabelo crescer, bem mais, ganhar alguns músculos e manter barba bem aparada para ter o mínimo de chance com alguma Clementine. Ou então só atrairei pessoas ainda mais sem graça que eu ou mais velhas. Se elas sequer. Sem dúvida não vou compartilhar no Facebook este texto. Só me passam abobrinhas pela cabeça. 19h20. Fumar.

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Uma das coisas mais lindas que acho são nébulas. Vou ver se acho umas três imagens para colocar aqui. 19h29.

Por favor clique em todas para vê-las ampliadas!








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19h36. Já estou entrando na quinta página de Word, mas como não vou compartilhar no Face, ninguém vai acessar, então não tem a mínima importância. Estou envergonhado deste post e não sei bem por quê. Se me envergonho deste por que não me envergonhar dos outros? Acho que este está com besteira demais. Não sou crítico musical para começo de conversa. E o resto, bem o resto não tem valor intrínseco suficiente. Meu amigo me mandou o link para um concurso de escritores. Pensei em mandar os meus 15 dias de Ócio em 50 páginas. O mínimo são 50 páginas ele tem um pouco menos, mas eu posso escrever o resto. Vou falar com minha mãe. Se ela paga a postagem, a encadernação etc. e tal. (“Etc. e tal” sempre me lembra uma música de Sandy e Junior.) 

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20h12. Levei um esporro do meu primo-irmão (o outro) por minha atitude. Ele só não explicou que atitude é esta. Onde eu estou sendo inconveniente ou chato. Agora fiquei preocupado. Mas deixa isso para lá. Eu preciso seguir adiante, apesar das críticas. Foi o que me propus a fazer. Nossa, como estou sensível a críticas, passei os últimos cinco minutos matutando.

20h20. Vou fumar um cigarro.

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20h34. Bati um rango, agora tenho de ficar de jejum para o exame de sangue de amanhã. Ainda na neura do que o meu primo quis dizer. Será que inconscientemente eu estou afastando as pessoas de mim? Não seria estranho. Vou mudar o set list. Cansei de Coltrane por ora. Quer saber, foda-se, já tenho neuras demais para carregar mais uma. Embora duas críticas severas de dois grandes bróderes no mesmo dia seja foda. Mas vamos em frente no post. Deve ser um sinal que estou falhando com ambos. Ou com todos. Que Ozzy... Ficar limpo é o suficiente por enquanto. As mudanças virão. E se eu me aceitar desse jeito, os outros, infelizmente, que vão catar coquinhos. Ou será que as traves vão ser retiradas dos meus olhos e verei um novo modo de viver e experimentar a vida, muito melhor que este? Bote fé que as traves estão travadas mesmo. Para retirar, vai ser caixão. 20h50. Melhor tomar meus remédios logo. Podem afetar o exame de sangue.

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21h02. Não tomei, senão minha mãe não vai me dar a meia carteira de cigarros da noite. Estou meio deprê, deve ser bode.
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21h30. Conversei superficialmente com minha mãe. Pedi e recebi os dez cigarros. E já tomei a medicação. Não estou me sentindo bem por dentro. Vou postar logo essa porra. Tem nada que eu queira dizer mais não. Ou tem? Queria que tivesse. Queria que esse sentimento fosse embora. Será que foi por que me cortaram um Rivotril que venho tendo essas pequenas deprês? Espero que não. Queria que meu primo-irmão-guardião entrasse no Facebook para conversar com ele. Queria era que o sono batesse logo – eu tomei o Dalmadorm – para a realidade para um pouquinho de existir para mim. Amanhã certamente estarei melhor.Não deveria ter fumado aquele unzinho, mas valeu a deprê só pela viagem com Coltrane e Medúlla.

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21h38. Vou escrever até o sono bater aí tomo um banho quente e vou dormir. Vou ligar o ar condicionado já. Espera. Liguei. Vou fumar agora para ver se algo surge para eu escrever.

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22h14. É incrível o poder dos remédios em anestesiar minha angústia. Tomei um banho quente agora, estou mais relaxado. O sono já me alcança vou revisar e postar logo this piece of crap.

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