Sem motivo para escrever só a vontade e a falta de outra
atividade que desperte meu desejo. Sobre o que posso escrever? Sobre a vida,
este grande mistério metafísico? É incrível que exista e que a própria vida
possa pensar sobre si mesma. Pensar, quer coisa mais abstrata e mais real que
esta? É real que penso e, como disse o filósofo, isso é prova suficiente de que
existo. Se o que percebo é real ou ilusório isto é muito mais do campo da
semântica do que da filosofia, pois para mim é real o bastante. Aliás,
filosofia e semântica muitas vezes se confundem e disso diversas polêmicas são
erigidas dado que tudo o que os filósofos têm para filosofar são as palavras, a
linguagem. Muitas vezes a picuinha é por causa de palavras postas de forma
sutilmente diferente. Mas nada tenho a reclamar da filosofia, eu mesmo costumo
pensar bastante sobre o que me cerca e sobre o sentido – se é que existe
sentido – disso tudo que me cerca e do que eu sou. Não que eu tenha chegado a
grandes conclusões...
-X-X-X-
16h29. Falei com minha amada tia no Skype. Está no hospital
de novo. Já virou rotina devido à maldita Síndrome de Behçet. Ela – ao
contrário de mim – é uma gurerreira, não desiste nunca e suporta os terríveis
sintomas desse mal com uma leveza e tranquilidade inacreditáveis. Não perde o
bom humor apesar de todos os pesares (que na condição dela são pesadíssimos).
-X-X-X-
18h06. Alguma coisa aconteceu que não me lembro e acabei
indo tomar café e fumar cigarros com Nice, empregada aqui do lado. Antes de
continuar a escrever aqui vou postar o PROFECIAS II.
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18h43. Pronto, postado e divulgado no Face no horário de
pico, o que percebi que influi muito no número de acessos ao blog.
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19h22. Falando com gente no Facebook. Acho que vou me
desconectar dele por um tempo para escrever aqui.
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20h06. Escrevi uma parada para o meu outro primo-irmão.
Agora me sinto livre para voltar a falar sobre sabe-se lá o quê. Ouvindo Don’t Watch Me Dancing, do Little Joy. É
uma delícia. Tô a fim de queimar uma coisinha, mofada
mesmo, hoje.
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20h10. Sem nada na cabeça para escrever. O café acabou, mas
tenho 2 litros de Coca normal, mais 2 litros de Coca Zero para a noite.
Combinei com mommy que o Dalmadorm só às 21h30. 20h00 é muito cedo. E se eu fumar unzinho, posso tomar os outros remédios e
esconder o Dalmadorm para tomar só no final da lombra. É isso. Excelente plano, Batman.
-X-X-X-
20h17. So pleeaase be kind if I’m a mess... Cigarettes and Chocolate Milk.
Eu acredito que o mundo é cheio de oportunidades, mas também
acredito que há pessoas com mais oportunidades que outras. O mundo não é justo
como vai ser um dia. Acredito que estamos caminhando para isso. Acredito do
fundo do meu coração. E não me considero um otimista, me considero um realista.
Há hoje coisas que eram piores do que antes? Com certeza há. Há o crack, para
citar um pequeno grande exemplo. Mas há muito mais coisas melhores. Há lugares
em guerra ainda, onde a ignorância reina, mas acredito que o entendimento, a
compreensão do bem comum vai inevitavelmente chegar lá. Putz, Plainsong do The Cure. Combina muito com
o que estou escrevendo, não pela letra, mas pelo clima. Uma das minhas músicas
mais amadas de todos os tempos. Vou postá-la abaixo do texto. Voltando ao
assunto, eu vejo uma mudança de paradigma tomando forma, estamos passando da Era
da Economia, para a Era do Bem Comum. Vejo um mundo mais unido em que há menos
antagonismos, passamos dos tempos de tese e antítese para os tempos de síntese.
Eu vejo um futuro com menos desigualdade. Eu vejo essa desigualdade diminuindo
neste exato momento. Ainda há muita desigualdade, é verdade. Mas as coisas
mudarão. Pois o paradigma mudará e a virtualização vai ter papel importante
nisso. Eu acredito que através da virtualização será possível criar paraísos
acessíveis a todos, paraísos personalizados e muito superiores a qualquer
realização material que o homem possa almejar no mundo real. Eu acredito que
sendo virtualmente rico, ser realmente rico perderá o seu valor e que a
virtualização permitirá um nivelamento cultural por cima de toda a humanidade e
nos enxergaremos como irmãos e partes de uma grande obra maior que cada um de
nós, nos sentiremos uma humanidade só e de fato. Claro que viveremos a
realidade também, mas com um desprendimento material que só a virtualização
pode proporcionar. Pode achar louco. Vou fumar e pegar Coca-Cola.
-X-X-X-
21h04. Três cigarros e dois copos de Coca-Cola depois, estou
de volta. Novamente sem assunto. Odeio armas. Claro que se viesse uma fera me
atacar eu gostaria muito de ter uma, mas... odeio armas mesmo assim!! Estou
fazendo disso uma prévia das profecias e isso não é legal. Legal era aquela
menina da festa do filme nos meus braços, nos meus abraços, nos meus
lábios, na minha boca, louca. Mas isso está tão distante da realidade quanto
tudo o mais que o meu coração tem sentido ultimamente. Não sei por que com ela
achei que era mais possível. Me pareceu quase plausível. Foi muito curioso.
Deve ser por já tê-la visto antes e, mesmo não me lembrando, algo ficou no meu
subconsciente. É, deve ter sido isso. Algum truque do subconsciente, não é
porque ela é a garota certa para mim. Só sei que foi um sentimento diferente,
como se pudesse tê-la e que tudo transcorreria com uma facilidade, uma
tranquilidade, uma espontaneidade que não senti com mais ninguém desde minha
última namorada-esposa. Droga de subconsciente, quase me fez acreditar no meu
taco. Acabou que era só mais uma Clementine...
-X-X-X-
21h16. Quase a hora combinada pro remédio... coloquei quase
todo o Disintegration do The Cure
nesta lista de músicas, tá o bicho. Queria ouvir
doidão... vamos ver se consigo dar o ninja no remédio mesmo com Alfredão na
sala, já liguei ar do quarto e fechei a porta, para poder acochar o negocinho
na tranquilidade.
-X-X-X-
21h20. Vou logo fazer essa mandinga,
não tem por que esperar. Eu levo a caixa para a cozinha e lá boto o Dalmadorm
no bolso. Minha mãe acabou de aparecer no quarto para me lembrar dos remédios.
Disse que faltavam ainda dez minutos. Ela riu e saiu. Será que ficará à
espreita? Vou de 21h25. São 22h23... Vou agora mesmo, dane-se.
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21h37. Consegui! Alfredão já tá indo dormir. Em breve me
tornarei o rei da noite! O rei doidão da noite!!
Vou esperar para escrever só depois disso
.
-X-X-X-
Sou o rei da noite. Todas as pessoas deveriam ter direito de
estar em seus quartos – seus quartos
– com ar condicionado ou janela ventilada, bebendo uma coca com gelo até a
boca, em frente a um computador, escrevendo suas ideias e podendo publicá-las
para o mundo inteiro ver. Todo mundo que tem a oportunidade de fazer isso, de
expressar suas ideia ao mundo, deveria exercer esse direito. Poderia surgir
gênios dentre essas pessoas e isso seria bom para a humanidade inteira que
tivesse acesso. O Google é o maior exemplo disso. Wikipedia é outro. Fico feliz
vendo que quando eu botei Pedro Álvares Cabral no Google, o Wikipedia, além de ser
a primeira opção da lista de resultados ainda oferecia a você a escolha de
linguagem, logo acima do link, com letras menores mas bem legíveis. Escrever é
uma arte, é um jogo mental. Pode ser muito divertido, pelo menos pra mim é.
Compartilhá-la com o mundo é um direito meu, quem quiser que leia, ou não leia
ninguém, mas elas estarão lá, imortalizadas, enquanto o Gloogle prover o
serviço gratuitamente, abertamente, tudo o que ele faz. Porra, aquele globo
terrestre que vira mapa e faz você ver a rua na horizontal. Porra, eu vi a casa
do meu irmão, andei pela rua dele sem nunca ter ido lá (meu visto pros EUA foi
negado). É muito doido um sistema tão completo e complexo como aquele, que vai
sempre evoluindo, ser de graça para qualquer pessoa como eu, mas que deveria
ser toda a humanidade, e não é (ainda).
A Google é demais. Tomara que continue assim, ou fique assim: (Amanhã eu faço como Gostaria que fosse e posto aqui. Estou
com muito sono e muito doidão, comi. Bati aquele rango
de resto de almoço do que sobrou na geladeira.)
-X-X-X-
Recife, 14 de novembro de 2012, 16h40.
Não tive saco para fazer o desenho da página inicial como
gostaria mesmo, mas fiz de um modo grosseiro e explico em texto. O desenho:
Em cada quadradinho desses haveria o link para um site
específico. Em cima, ficariam os dos serviços do Google, com logos bem
bonitinhos e dos lados os de quem pagasse mais, sendo uma parte para sites do
país em que o Google está sendo acessado. Teria que ter o do Wikipedia de graça
e, quem sabe, o da ONU. Nos quadradinhos vermelhos, verdes e azuis os logos só
poderiam usar a cor branca e nos amarelos não sei, talvez o azul, o vermelho ou
o verde da Google alternados para não criar também uma pandemônio visual. Ou
seria tudo branco com os ícones menores e coloridos. O fato é que o Facebook, o
Twitter, a Amazon, quem sabe o Metacritic, todos os grandes iriam querer
anunciar lá por uma alta grana e a página do Google se tornaria um portal para
os serviços que mais usamos e a Google ainda faturaria uma grana alta com isso,
pois não seria barato anunciar na sua página inicial. Ofereço esta ideia para a
Google de graça, ela só vai ter que deixar eu botar, também de graça, o link
para o meu blog por seis meses num dos quadradinhos. Um dos amarelos.
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Estou doidão de novo, fumei a outra
metade do beque. Vou escrever.
Eu gosto de causar a trava na cabeça das pessoas, fazerem
elas lembrarem do que sentem e pensam. Por exemplo, na enquete que pus lá em
cima: “O que você mais ficaria espantado em ver: um ET ou um fantasma?”, cada
um vai no seu conceito jungiano de ET e fantasma para decidir se sua imagem
geral de um ET e de um fantasma são ameaçadoras, qual a mais chocante, pensar com
um certo afinco em dois seres nos quais não pensam habitualmente (a não ser que
seja um espírita, para os quais a opção do ET seria quase obrigatória). Eu
gosto dessas coisas. De provocá-las, embora não seja muito bom nisso, a do ET eu
peguei de outra pessoa.
Viajando aqui em Björk, eu senti e refleti sobre a música,
seu começo singelo, seu ápice e depois como ela vai decrescendo. Desired Constelation. Esta também dá
para seccionar. Pagan Poetry agora.
Esta é perfeita, cheia de camadas e detalhes, vale vê-la com o vídeo (é o
último deste post aqui, eu acho). It’s
in our hands passando, vou pegar Coca Zero e fumar um cigarro (levando o telefone
como a uma coleira).
-X-X-X-
13h48. Aurora. Viagem... Acabo de criar um novo significado
para uma palavra de nossa língua: portátil. Portátil a partir de agora será também
a definição de todo aparelho multifunção (iPone e concorrentes, iPad e
concorrentes) que possa ser levado com você. Isto também inclui notebooks e
netbooks. E vidogames (estes já são chamados assim). Blower’s Daughter, de Damien Rice. Deve ser meu lado gay, feminino. 13h58. Fumar outro para ver se tenho ideias, senão fico só viajando na música.
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14h07. Posso gostar dessa música também porque no meu
subconsciente ela representa minha paixão platônica por Natalie Portman.
14h14. Bode, já? Larica já?
14h38. Sem cérebro para escrever. Tava repassando cenas do
filme Closer na minha cabeça agora.
Vou deitar um pouco pra tirar um cochilo.
15h33. Não cochilei, acabei indo conversar com as empregadas
aí do lado e ganhei – elas fizeram – o equivalente a quatro xícaras de café para
por na cafeteira aqui de casa. Estou a água agora porque as Cocas acabaram. L Acho que vou tomar
mais uma xícara para ver se desperto mais. Antes vou ouvir Plainsong assim. Perfeita. Closedown
agora. Putz. Muito lindo. A beleza em forma de som. Cigarro café e água agora.
15h56. Last Dance
agora. Disintegration: este disco faz
parte do meu DNA cultural, é uma parte considerável de quem eu sou.
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16h36. Estava postando a terceira profecia e
respondendo a uma mensagem da Clementine da festa de cinema.
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17h01. Estava fazendo um gráfico do Google que, relendo a
parte do post de ontem, vi que prometi fazer. Além de fumar bebendo água. O que
farei de novo agora. Depois terei que explicar o desenho do Google que também
não expliquei ontem e depois volto para o tempo real.
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17h29. Acabei a explicação e falei com um bróder no
Facebook. Vou fumar com um pouco de café e muita água e volto para o tempo real
e saio do Facebook para poder me dedicar só ao presente. Eu contei que num
desses intervalos eu criei a 7ª profecia?
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17h42. Se houvesse um link para o Facebook na página inicial
da Google quantas pessoas que sempre ouviram falar, mas nunca tentaram usar não
ficariam tentadas a clicar e se aventurar, vendo aquele link lá todo dia? Ou no
Wikipedia? Ou no Google+? Aliás acho que a Google devia ser mais agressiva no
marketing do Google+ e assumir o slogan “Melhor que o Facebook. Tente.” Bater
de frente mesmo, senão nunca vai passar de um experimento utilizado por
pequeninos nichos. Botava um botão bem grande “apenda a usar em 5 passos”,
criava um tutorialzinho conciso e pronto. Ou colocava popups explicando cada
ação que o usuário novato fosse tentar fazer. Just Like Heaven remix, do Cure rolando. Agora só tá rolando B-sides do
Cure.
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17h50. Eu acho que a economia, ao contrário do que os
economistas dizem, tende a uma isonomia na classe média, com picos que são os
grandes milionários, como exceções à regra, pois eles serão os grandes
provedores do mundo. Miseráveis tenderiam a desaparecer, principalmente se as
profecias se concretizarem. Eita acabou o set list, coloquei do começo de
novo e lá vem Like a Stone do
Audioslave. Beber água me dá mais vontade de fumar, eu acho (ou a coisinha). Vou lá fazer fumaça de novo... (o
café acabou... acho que vou fazer mais). Vou acabar este post aqui já está
enorme. E postá-lo. Depois começo outro novinho em folha.
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