15h36. Faz tempo que não pego uma página em branco, é uma
sensação boa e libertadora. Ontem fiquei sabendo do fenômeno de internet que é
Camila Coutinho e vi que meu blog não tem a mínima chance de se tornar um
campeão de acessos. Hahaha. O blog da supracitada trata de celebridades e do
que elas usam para conseguir os “looks” tão ambicionados e invejados pelas
demais mortais. Lógico que poderia criar um “Garotos Estúpidos”, se já não
houver, o que acho muito provável, e tratar do gel que Cristiano Ronaldo usa.
Sei que ele tem caspa e usa All Clear. Hahaha. Mas sair me informando e
divulgando cosméticos e todo o tipo de produto em que coloco as mãos não é a
minha praia, então nunca serei uma Camila Coutinho. O que me resta é me conformar
com os meus 20, 30 leitores e seguir em frente dizendo realmente o que quero
dizer, tenho meu blog como vitrine apenas das minhas ideias, se faço propaganda
é da Sideshow que acho a melhor fabricante de bonecos de colecionador da
atualidade. E a de preços menos inacessíveis. Estou ainda acordando, mas fiquei
impressionado que Camila Coutinho tenha mais de dois milhões e trezentos mil
seguidores no Instagram. É um retrato bastante colorido dessa sociedade
capitalista até a medula e do culto à imagem e às celebridades. Para quem gosta
– e aparentemente muitos gostam – é um prato cheio e muito bem servido. Não
poderia estar mais distante dos meus interesses e por isso sou relegado aos
calabouços cibernéticos. Se invejo Camila Coutinho? Não, ela é escrava de todas
as marcas que tem que propagandear, eu não ganho um centavo com o meu blog e as
minhas palavras não são de ninguém, só minhas. Acho que ela chegou no momento
certo e aproveitou a oportunidade. Foi muito inteligente e teve visão. Duas
coisas que não são o meu forte. Ademais se tem uma coisa que odeio fazer é
propaganda. Por mim, dormiria mais, mas acabei de acordar. Ontem saí com o meu
amigo redator e foi ótimo. Fomos para o Relaxa o Bigode aqui em frente ao meu
prédio, tivemos a presença ilustre e temporária do filho mais velho dele, que
está em plena ebulição da adolescência. Naquela fase transitória entre ser e
não ser um homem formado. Época boa. É um garoto comunicativo e cheio de
verdades. Lembrei-me de quem não devia agora, pensando nas desventuras amorosas
tanto do pai quanto do filho. O bar é bem agradável e meu amigo redator gosta,
tem boa música, rock, aqueles chopes afrescalhados, serviço de primeira e uns
tira-gostos bem legais. É ótimo para conversar sobre a vida, que é um dos
melhores passatempos que há. Com pessoas queridas, principalmente. Estou no
grupo de WhatsApp da Cana’s Gang, como nos intitulávamos na época da faculdade.
Meu amigo redator me adicionou ontem.
Eis o que escrevi ontem, antes de o meu amigo chegar ao
Relaxa o Bigode.
20:23. Enquanto espero o meu amigo redator, observo um casal
enamorado comendo churrasco duas mesas à frente, onde sentamos da última vez.
Ele bem mais alto que ela, tipo meu irmão e esposa, o que não é uma grande
referência para o leitor, eu sei. Basta dizer que é uma diferença considerável.
Sinto uma inveja boa. Gostaria de estar namorando. Mas já disse isso muitas
vezes aqui. E meu destino, se não me surpreender, será a solidão. Se ele for
surpreendente mesmo eu serei inominavelmente feliz. Vou comunicar ao meu
primo-irmão que estou aqui. Momento. Passando “Pretty Woman”.
Pronto, já comuniquei. Acho que meu amigo vai chegar por
volta das 21:00.
20:41. Chegou uma supergata aqui. Verdadeira musa. Pena que
sentou de costas para mim. Realmente uma pena. É uma garota deslumbrante e
vestida de forma encantadora. O cara é realmente muito afortunado, se ela for
uma garota legal, digo. Me apaixonaria fácil. E o cara é careca. Calvo, no
mínimo. É, mas se a vida sorrir pra mim serei muito feliz. Só falta eu fazer a
graça certa à vida. Ela foi ao banheiro, queria olhar mais uma vez. Não deu.
Vou fumar. O cara sabe a sorte que tem. Ou a verba que tem. Não vou julgar,
isso é preconceituoso. E ela ainda está com as costas nuas e eu amo costas
nuas, sem sinais, tatuagens ou sem sutiã. Perfect!
Meu amigo redator disse que está a caminho. Só faltava a
musa da noite ter nome e voz bonitos. Não saberei. Acho que já estou dando
bandeira demais olhando para lá.
21:07. Ousei agora, tirei uma foto das costas da moça.
Hahaha.
21:11. Meu primo-irmão vai para Olinda. Corajoso. Perguntei
à garçonete se havia Wi-Fi e se poderia trazer meu computador para escrever
aqui enquanto tomo uma Coca-Cola. Ela respondeu que sim a ambas as perguntas.
Passa Strokes. Massa. “Last Night”. Escrevi até um bocadinho agora. Vou ver se
boto essa ideia do computador para frente, mas acho difícil. Vou perguntar se
abrem amanhã.
16h40. Voltando ao aqui e agora, pelo que entendi o bar
funciona de quarta a domingo até à meia-noite, mas não sei se irei lá realmente
com o meu computador. Esperarei das 17h00 para pegar mais Coca e fumar um
cigarro. Se eu pudesse contar tudo o que foi conversado daria uma história
muito interessante, mas infelizmente não posso e não gosto de fofoca. Ou gosto,
sei lá. Sei que não vou contar a pedido do meu amigo redator. A vida dele anda
movimentada em todos os âmbitos para o bem e para o mal, é o que posso dizer.
Acho que vou pegar a Coca e fumar antes das 17h00. Vou agora.
16h58. Voltei. Se Camila Coutinho tem algo a dizer que seja
publicável em livro, por que não eu? Fiquei curioso, curioso é exagero, mas
gostaria de saber o que ela conta em sua obra de tão relevante. Parece que até
fã-clube tem. Impressionante. Falando bem de cosméticos, roupas, pousadas em
Fernando de Noronha e celebridades. É uma sacada muito boa e ela deve ter algum
diferencial que me escapa pelo blog que vi. Fato é que ela mesma se tornou uma
celebridade. Um negócio, business. Um produto. Não digo que essa foi a história
mais interessante da noite, mas é a que me toca mais pessoalmente por estar na
minha seara de blog e livro. Ela é tida como a blogueira mais influente da
América Latina e foi a única recifense convidada para o casamento do príncipe
da Inglaterra. Não anseio tanto. Tanto até me incomodaria. E, sim, meu amigo
redator passou a ficha completa da figura. O filho dele é amigo do irmão da
blogueira. Que, sem dúvida, tem muito mais autoconfiança que eu e uma
habilidade sem precedentes de criar network. Na verdade, eu não consigo
entender o fenômeno e sua dimensão. Ela deve entender muito do que fala. E tem
o poder de criar tendências e um alcance enorme de sua opinião. Não poderia ter
conteúdo mais díspar do meu. Acho que estou é na roedeira de inveja dessa disparidade.
Mas a liberdade de dizer o que me vai na cabeça não tem preço nem público.
Vamos testar se o nome dela é realmente poderoso, o coloquei no título do post.
Vamos ver se vai bater recorde de visualização. Seria curioso. Quem teria mais
capacidade de se tornar uma celebridade do mundo cibernético seria a irmã
caçula do meu primo-irmão. Acho que ela tem jeito para a coisa. E estilo. É uma
pessoa diferente de uma forma que chama a atenção, ao contrário de mim, um
quase ermitão urbanoide. Mas cada um o que é de cada um. Às vezes, que têm sido
mais frequentes, eu me questiono sobre a viabilidade e pertinência dos meus
projetos. E vejo como insanidades da minha parte. E insanidades cada vez
maiores eles me parecem. Fico na dúvida se é válido de alguma maneira levá-los
adiante. E não acredito que alcançarão os intuitos desejados. Esses momentos de
clareza fria e dura me atacam e me desanimam de tudo o que me anima a alma. São
chatos. Eu sou um chato. E me torno mais chato a cada dia. Não sei se é a
idade. Por falar em idade, há pessoas que ficam mais bonitas com a idade,
parece que as marcas de expressão lhes definem melhor os rostos os deixando com
contornos mais definidos e agradáveis. Outras, entretanto... mas deixemos
questões estéticas de lado, por mais importantes que elas me sejam. Não a ponto
de me mover para uma condição estética mais favorável. Ou seja, perder o bucho.
Tenho que me aceitar como sou. Vi um cara buchudo, mas com um corte de cabelo
legal, bem vestido, e, acima de tudo, repleto de confiança e muito bem consigo
mesmo. Esses dois últimos são o que me faltam. Parecia um cara que interessaria
uma garota. Acho que guardo as mesmas propriedades e esse choque de realidade
me deixou cismado e um tanto mais confiante comigo mesmo. Embora aparentemente
ele também estivesse solteiro, mas pode ter deixado a sua dama em casa para
curtir com os amigos, sabe-se lá. Ah, a foto da musa da minha noite.
E uma da mesa em que estava no Relaxa o Bigode.
“I am sinking”
canta Robert Smith. É como me sinto. Devagar e sempre me afundando em mim
mesmo. É como se visse minha vida escorrer pelo ralo rumo ao fim e eu não fazer
nada para aproveitá-la, por mais que tenha saído com o meu amigo, o que foi um
grande prazer e uma senhora variada na rotina. Mas o resto é aqui com as
palavras. E hoje elas me faltam, malditas palavras, porque me agarro a vocês
como se minha vida dependesse disso? Por que me dedico com toda a pouca energia
que possuo a dizê-las? Eu não sei, não sei por que esse foi o método de
preencher a minha vida. Aliás, sei, porque é o mais fácil que conheço. Mas me
espanta e às vezes, como agora, me cansa. Me cansa olhar para esse teclado,
para as palavras na tela branca do Word. Quando der 19h00, eu vou fumar outro
cigarro e colocar mais Coca. Ou posso ir agora, num ato impulsivo como da outra
vez. São 18h49. Não vai fazer muita diferença o tempo a mais, digo. Já fumar
agora seria uma recompensa bem-vinda. Às vezes penso que minha mãe tira
cigarros da minha carteira, mas acho que ela não desceria tão baixo.
19h10. Fui fumar precisamente às 19h00. Estou de volta as
essas palavras que não trazem nenhum prazer no momento. Elas me saem difíceis e
sem vontade. Quase que como se não quisessem ser manifestadas. Ou eu estou
indisposto para com elas. Acho que é mais o caso. O pior que não há nada mais
que queira fazer. Essa pobreza de repertório da minha vida em momentos como
esse me causa um sentimento ruim. A vontade é de dormir até amanhã, mas sei que
não conseguiria. Pensei em ir escrever lá embaixo. Só para variar, mas não
encontro ânimo. “Ciranda da Bailarina” passa e a vida passa a fazer mais
sentido. Pena que seja tão curta. Se bem que “Wild Honey” entrou e é outra que
levanta o meu espírito. Que bom, melhor que não as ter. O gelo na minha boca
também me agrada, pena está acabando. Acabou. Me focar nos pequenos prazeres da
vida me acrescenta uma camada de bem-estar no que seria a falta absoluta de
prazer. Tédio, enfado, quase um cansaço de existir. Odeio quando esses momentos
se dão. Fico a pensar que estou girando muito perto de um ciclo depressivo.
Principalmente desacreditado que estou dos meus projetos que são as minhas
possessões mais preciosas. Não vejo valor algum neles agora. Quem tirou a foto
que queria colocar como capa do segundo projeto, tinha um sincero encantamento
pelo objeto da foto. A mim é evidente isso. “Cheek To Cheek”. Deveria me animar
também, mas não me sinto animado. A conclusão de que nada do que eu faço e
anseio é válido é por demais pesada para que a leveza aflore em minha alma. Eu
sou um tremendo desperdício de existência. É como me sinto hoje.
19h30. Continuo ouvindo “Cheek To Cheek” e lembrando que não
sei dançar. Não sinto prazer em dançar. Já senti. Há muito tempo. Quando não
era tão velho e tão chato. Quando tinha preparo físico. Mas nunca dancei muito
a dois. Não enchem nem os dedos das mãos às vezes que dancei em par.
19h57. Passei um bom tempo agora no Pinterest, muito
pertinente as sugestões de imagens que sugere. E de uma se entra na outra, é
difícil sair. Botei a lista com Sandy e Nirvana. Acho que vou comer.
20h32. Estou cansado das palavras e de elas não me levarem a
lugar nenhum. Onde quero chegar? Eu sinceramente não sei. Para uma existência
mais ampla, com mais coisas. Talvez volte a assistir filmes. Estou alimentado.
Percebi que o meu organismo pedia carne. Ela me vinha mais necessária que o
arroz com ketchup. Acho que vou me deitar em breve. Muito breve. Vou fumar o
meu último cigarro e me deitar. Pode ser que mude de opinião daqui a um minuto,
mas estou fortemente inclinado. Não sei. Sei lá o que quero da vida. Quero me
sentir de bem com ela. Não estou conseguindo isso hoje. Hoje falhei
miseravelmente em ser eu. Será que Camila Coutinho tem seus dias ruins ou é
tudo glamour festas e falsidade? Por alguma razão acho que a vida dela é mais
falsa que a minha. É uma vida repleta de aparências. Não gostaria de estar em
seu lugar. Bajuladora de marcas e pessoas. Cansei disso com o fim da minha
carreira publicitária. Essa foi a minha maior libertação. Mas liberdade em que
sou escravo das palavras é um contrassenso. E é tudo o que tenho. Preciso de
carinho. Dar carinho. Eu já tenho demais de todo o resto, estou reclamando
literalmente de barriga cheia. É um insulto a quem sofre privações de fato. Eu
não tenho os dilemas do meu amigo redator. Mas a vida dele é tão mais cheia de,
bem, vida. Eu não sei, não sei, não sei. Não sei por que estou escrevendo isso.
Tudo me parece sem sentido hoje. Pode ser a falta de cafeína. O controle do PS3
ao lado do computador me parece levemente convidativo. Deus EX. A barra do Word
piscando como se me pedisse palavras me irrita e me leva adiante. Me empurra a
emendar palavras que para mim pouco significado ou substância têm. Vigor não
têm. Espero que seja a falta de cafeína. O sono já está me abandonando. Por que
eu nasci? Para dar dinheiro a Sideshow? Para amar, que achei ser a minha
vocação, é que não foi. Para as palavras tampouco. Minhas palavras valem menos
do que qualquer menção da Dior feita por Camila Coutinho. E isso é muito pouco
para mim. Mas eu sonhei ser escritor, faltou a parte de sonhar ser lido. Esse
sonho só surgiu bem depois e já não coube no sonho inicial. Me entretenho com o
cheiro do meu próprio peido. Quão mais banal pode se tornar a existência?
Espero que amanhã com café as coisas sejam diferentes. Ou me pareçam diferentes
embora sejam as mesmas. Talvez amanhã tenha Ju. Como sempre uma ansiedade
negativa me bate em relação ao encontro. Vou fumar o meu último cigarro. Comer
um iogurte antes.
21h21. Tomei os meus remédios além de fazer todo o
supracitado. Vou acabar o copo de Coca e me entregar aos braços de Morfeu na
esperança de que amanhã o dia se configure melhor que hoje. Detesto dias em vão
ou que perceba como tais. Eles estão aparecendo com muito mais frequência do
que me agradaria. E o pior é que amanhã é apenas o começo da semana. E me
lembrei ainda que vou ter que enfrentar uma viagem que não queria fazer. Camila
Coutinho adoraria. Hahaha. Aliás, acho que a maioria dos seres humanos
adoraria, por que essa regalia recai sobre uma pessoa que não tem um mínimo
interesse, até mais, tem uma indisposição para fazê-la é no mínimo uma ironia
do acaso-destino. Bem fico por aqui. Por mim poderia ser o ponto final da minha
existência, mas amanhã promete ser um dia melhor.
-x-x-x-x-
12h46. Estava revisando o texto. Tenho café a dar de rodo
hoje com a presença da fantástica faxineira e estou, acho que por conta das
duas xícaras que já tomei, melhor com a vida e o mundo. Não me incomoda a
clausura no quarto-ilha e as palavras não me vem com amargor ou amargura. Vou
tomar mais uma xícara e fumar um cigarro.
12h58. E se eu entrasse no Instagram de Camila Coutinho e
mandasse uma mensagem indicando esse link? É uma tentação que me anima. O café
parece que é combustível para as minhas sandices. Prefiro assim que a desilusão
de tudo. Seria até um teste do alcance da rede social da blogueira. Tem uma
parte de comentários no site dela. Vou ver se consigo me cadastrar e postar
quando me der por satisfeito aqui. 13h04. Não poderei tomar banho hoje para ir
a Ju, minha psicóloga, por causa do racionamento de gás que está havendo no
prédio. Não tomarei um geladão, pois não estou com disposição. “Tola Foi Você”
com Ângela Ro Ro, passa no Spotify. Dando uma de Camila Coutinho, o Spotify é um
dos melhores investimentos que um amante da música pode fazer, desde que tenha
internet e uma caixa de som com Bluetooth. Imprescindíveis para o desfrute do
serviço a contento. Não é para todo mundo, mas um dia vai ser. A tecnologia
caminha a passos largos para isso. E a assinatura é acessível para maioria dos
brasileiros. Se bem que a maioria dos brasileiros consome o que passa nas
rádios e está satisfeito com isso, a julgar pela fantástica faxineira que tem
inclusive um gosto mais sofisticado que a maioria preferindo ouvir uma rádio
que toca sucessos românticos internacionais dos anos 80, 90. No meu Spotify
agora rola “Sabotage” dos Beastie Boys e emendou com “Loser” de Beck, clássicos
para a geração que pegou a MTV quando seu foco era exclusivamente passar
clipes. As palavras me vêm mais fáceis com café, isso torna escrever novamente
uma delícia, por mais que tenha plena consciência de que só escrevo besteiras
agora. Mas darei à minha alma o que ela quer. Estou em um astral superior
agora, movido pela cafeína. Sou dependente de cafeína. É a única coisa que
difere/me separa de quem eu era ontem. Será curiosa essa trela com Camila Coutinho.
“Virus” remix do “Bastards” de Björk,
amo. Mais café.
13h22. Alguém muito mais importante que Camila Coutinho para
a minha vida, mas também uma celebridade, guardadas as proporções, Raimundo Carrero,
não deu sinal de vida. O que significa que não mais dará. Seria incrível ter o
feedback dele acerca da minha obra, mas desisti. Joguei a toalha fui além do
bom senso atrás do seu apoio e disso nada derivou, então é me resignar e seguir
adiante. Não consigo me considerar digno de ser publicado fora do âmbito do meu
blog, em papel mesmo, sem que quem direito me considere meritório para tanto. Não
o farei por egolatria, nossa, a pobre Camila Coutinho deve lidar com as pessoas
de maior ego do planeta, não queria nunca estar na pele dela, só se fosse para
encontrar Bono, Björk, Robert Smith, Chico, Caetano e Mallu Magalhães. E não
debateria cosméticos com eles. Aliás, nem sei o que debateria, eu que cada vez
mais calado me torno em meio ao social.
13h40. Meu amigo que está em Lisboa quer que eu leve umas
coisas que ele esqueceu aqui em Recife para ele. A hora da terapia se aproxima.
Queria já ir com este post divulgado. Para ter a surpresa quando voltasse, se
Camila Coutinho impulsionaria as visualizações do meu blog ou não.
13h55. Ainda conversando com meu amigo que está em Portugal.
Disse que mora nos Anjos. Cada nome legal de bairro tem lá.
14h07. Fui fumar um cigarro e disse à fantástica faxineira
que ela vai direto para o Céu, que quem faz tanto sacrifício para viver não
pode seguir caminho outro, por mais que não acredite nesse folclore, ela
acredita. E, em se havendo Céu, a minha colocação foi sincera.
14h10. Já estou cadastrado no blog “Garotas Estúpidas” e em
breve terminarei este post, divulgarei lá e verei no que vai dar. Acho muito
abusiva a intrusão na minha privacidade que o site de Camila Coutinho pede, mas
tudo por um experimento com a existência. Afinal a existência está aí para ser
experimentada. Eu faço os experimentos mais esdrúxulos, mas me divertem à beça.
Ainda queria que eu seguisse mais três canais o tal do Disqus. Vade retro! Já acho o Facebook demais
que dirá seguir canais que não me despertam o mínimo interesse. A falta de
cafeína realmente é uma das razões do meu baixo-astral. Agora estou com o
astral ótimo e supermotivado a escrever. As palavras me vêm muitas e gostosas,
por mais que ache a parte de ontem tenha sido mais ponderada e doída. Não
importa o ontem, importa o agora. E agora estou muito bem, obrigado. Sinto que
é algo meio químico, da cafeína mesmo, mas não me importo. Um remedinho a mais
ou a menos não vai me matar, se me deixa bem o café, que seja, que tome café. E
eu tomo. Já me enviei as duas fotos que tirei com o celular por e-mail. Vamos
ver no que é que essa trela minha de hoje vai dar. Escreverei até as 14h40.
Depois disso revisarei a parte nova, publicarei nos canais devidos mais no blog
da menina da moda e dos cosméticos. Quero ver quando voltar da terapia quantas
visualizações terei; pegar carona nessa cauda de cometa quantas visualizações
vai me dar. Não tenho nada contra a garota, só me pôs estarrecido que tratando
de assuntos tão frívolos tenha amealhado um pequeno império. Eu com minha
fartura de palavras e nenhuma celebridade, além da figura supramencionada, não
angario mais de 50 leitores uma vez perdida. Ela me parece solteira, acho que é
casada com o trabalho, estar em tantos lugares ao mesmo tempo não deve dar
brecha para uma vida a dois. Nisso estamos empatados, por razões muito
distintas (e similares). Ela por estar em muitos lugares o tempo todo, eu por
não sair do meu quarto-ilha para ver o mundo, ambos, entretanto, sem tempo pela
dedicação exclusiva aos ofícios escolhidos. Não sei se isso a frustra, mas acho
que há tantas experiências a serem apreendidas e o trabalho ser tão envolvente
e divertido, se se assemelha a mim nisso, que não há espaço ou necessidade de
um(a) companheiro(a). Eu sinto falta. Muita. Mas acho que desaprendi a namorar
após tantos anos de solidão. Mas já disse muito isso nos posts anteriores. O
que me surpreenderia nessa empreitada no mundo das garotas estúpidas? Ver um
comentário de Camila Coutinho no meu blog. Provavelmente me achincalhando.
Hahaha. Vai ser divertido. Só falta os comentários do site dela não permitirem
o post de hiperlinks. Descobrirei dentro em breve. Hoje ainda. Se tiver 60
visualizações será por conta única e exclusiva de Camila Coutinho. Estou
repetindo muito o nome para ver se nas ferramentas de busca o meu blog aparece
ligado à pessoa. Hahaha. Fazendo de tudo para aparecer às custas da blogueira. Não
sei nem mais se ela é isso, deve ser coisa outra já, um bicho cibernético
diferente. 14h36. Quatro minutos para eu parar de escrever e revisar esse novo trecho
e partir para a parte mais interessante dessa empreitada que é a divulgação.
14h38. Meu amigo de Lisboa me envia mensagens. 14h39. Um minuto para as
considerações finais. Considero isso o final. 14h40.
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