terça-feira, 14 de março de 2017

PEDESTAL




Eu coloco as mulheres, as que me interessam afetivamente, num pedestal. Como se estivesse abaixo delas e isso me é extremamente prejudicial no jogo da sedução, onde me dizem que o homem deve demonstrar segurança e controle da situação e não a insegurança de uma criança em busca da mamãe. Não sei se isso é em parte por culpa da mamãe e da relação que construímos um com um outro. Não sei quanto disso vem do meu lado ultra-romântico (não sei usar hífens com essa mudança das normas do Português) que me faz me apaixonar pelas garotas mais improváveis e inacessíveis. Essa tendência ao platonismo, a desejar mulheres que oferecem um obstáculo real para poder tê-las, como, por exemplo X, que é estagiária do lugar onde sou tratado, é algo que não sei de onde vem. Sempre gostei de desafios estimulantes, do mais difícil e do que quebra regras, do que transgride. Mas há algo há mais nisso. Björk canta “He believes in beauty Is Venus as a boy”. Talvez eu tenha um pouco desse Venus as a boy que ela canta. Talvez eu tenha um olhar muito feminino sobre as mulheres. Não sei. Estou vomitando possibilidades para este meu estado de solidão permanente em que me encontro. Ontem, quase elogiei o sapato de uma garota, objeto que realmente me chamou a atenção. Foi o salto alto mais bonito e delicado que já vi, tipo minha imagem arquetípica de um sapato de salto alto, muito delicado, preto, com tiras e salto muito finos, com cerca de 12 cm (se é que existe saltos de tal altura) e ficaram perfeitos em seus pés, que não eram grandes. Não sei por que mencionei isso, talvez para mostrar um pouco do meu lado Venus as a boy. Se é que isso é algo de uma alma feminina, ou apenas de alguém observador. Percebi também que havia muitos mauricinhos com corte semelhante ao meu, o que me desagradou um pouco, pois gosto da exclusividade. Mas, se bem que ter um corte mauricinho pode ser muito útil nessa de conquistar mulheres. Afinal, inconscientemente e, muitas vezes, conscientemente até demais, elas procuram um homem provedor e mauricinhos têm mais essa aura de provedor que alternativos cabeludos. Mas não queria namorar uma patricinha, porque se preocupam em geral muito com o material, mais do que com o emocional. Queria namorar A. Ou X. Ambas impossibilidades. Há outra estagiária do CAPS com a qual acho que me daria muito bem, mas que incide justamente no mesmo problema de X. E há ainda a questão que não sei se alguma das duas ou as duas são lésbicas ou não. Percebo que há muitos homossexuais trabalhando ou estagiando no CAPS. Posso estar enganado, mas algumas pessoas não se esforçam muito em esconder, na minha deseducada opinião. Meu radar para isso é péssimo, até porque são gente como a gente, não tem muito como perceber para mim, a não ser que dê muita pinta. Acho que alguns dão e que, por isso, extrapolo a estatística para os/as demais. Sei lá. Não quero parecer homofóbico nem nada. Só quero dizer que existe ainda esta variável para a impossibilidade de uma relação afetiva, além dos papéis incompatíveis que desempenhamos no CAPS. Este é um daqueles posts desconexos. Em que falo um monte de asneira sem sentido. Certamente o papel dominador, extremamente reativo da minha mãe, afeta o meu lidar com o sexo feminino. Por mais que muitas vezes, ele aparentemente não esteja presente, deve estar em segundo plano. Hoje foi o aniversário de uma tia amada, que mora com Maria de Buria e levantei tarde demais para ligar e felicitá-la. Preciso me lembrar de fazer isso amanhã. Lembrei-me agora de uma menina pela qual me apaixonei quando estava na terceira ou quarta séries, em São Paulo. Ela me abraçou num jogo que estávamos jogando, disse que o movimento fazia parte do jogo, mas não fazia de fato, acho que ela talvez tivesse um crush por mim também. E eu não soube aproveitar. Como aconteceu algumas outras poucas vezes na minha vida. Sempre fui muito ingênuo nas artes da sedução. Mal sabia ela que tal atitude ficaria marcada para sempre dentro de mim. Lembro como se fosse hoje, ela disse que iria me “prender como uma naja”. Hahahahaha. Bons tempos aqueles. Ótimos tempos. Antes de tudo dar errado na minha vida. Antes de eu virar essa coisa desgovernada que sou hoje. Embora bem menos desgovernada do que já fui. Eu tenho quase tudo o que quero em termos materiais, falta uma boneca e um jogo. E alguns CDs que foram lançados ou que serão. Não muita coisa realmente. Emocionalmente, entretanto há um abismo enorme. Um rombo na minha alma que insisto em preencher com o impossível. Ah, por que as coisas para mim têm que ser assim? De onde tirei essa mania dos amores improváveis? Só quero crer que foi de ouvir muito The Cure e Legião Urbana. Não vejo outra explicação. Todas as namoradas que tive, a exceção das ficadas, foram figuras extremamente difíceis de conquistar pelos mais diversos fatores. Sempre havia um complicador. Ou a concorrência era grande, ou a família era problemática e preconceituosa ao extremo ou estavam num meio de um relacionamento. Enfim, nada simples, acho que meu coração, meu ser, gosta de desafios acima da média na conquista de mulheres. Como se fosse algo para dar uma adrenalina a mais à paixão. Ou sei lá por quê. Só sei que foi e é assim. Estou sem saco de escrever. Acho que vou jogar mais uma fase do Yoshi. Ou fumar um cigarro de verdade.

0h00. Fumei um cigarro. Perdi a vontade logo nas primeiras baforadas, mas resolvi seguir adiante e fumar todo. Pelo adiantado da hora acho que vou jogar uma fase do Yoshi e ir me deitar. Dormir é outra história. Pois dormi ou fiquei prostrado na cama quase o dia inteiro.

0h26. Passei por mais uma fase do Yoshi, mas achar todos os itens da fase se torna tarefa cada vez mais difícil, como é a progressão normal de um jogo de videogame. Preferia que todos os estágios tivessem o mesmo nível de dificuldade, quero relaxar, curtir e explorar. Ainda bem que Yoshi foi feito pensando no público mais infantil, então o jogo não é muito difícil, os objetos se movem mais lentamente, o que até me motiva, mas não muito, a revisitar as fases tentando pegar tudo. Detesto fases com contagens regressivas e tem umas fases especiais dentro do estágio do Yoshi que usam desse expediente. É aí que me complico e onde devo ter perdido a maioria dos itens escondidos. O tempo é muito exíguo e mal dá para chegar ao final da fase. Odeio. Já estou prevendo que essa semana será tediosa. Não me apeguei como gostaria a “Sherlock”, tampouco ao Yoshi, mas não vou mudar de jogo até zerar, mesmo que não seja a zerada completa com todos os itens pegos. Eu dou o meu melhor em cada fase, mesmo que não pegue tudo, eu acho o suficiente. Não vou ficar entrando e reentrando em fases até pegar tudo. O jogo não me cativa a esse ponto. Como disse, essa semana vai ser um tédio. E o pior é que estou perdendo o gosto por escrever. Isso é o mais preocupante de tudo. Se bem que não sou obrigado a escrever quando não quero. Posso muito bem dar uma pausa no blog. E eu que comecei a falar de amores e desamores, findei falando dos meus passatempos virtuais como sempre. Deve ser muito chato ler minhas impressões sobre os games. 0h44. Hora de ir para a caminha, mas antes mais um copo de Coca e umas baforadas. Amanhã vai ser duro acordar. Dois dias dormindo de quatro da manhã e acordando de três da tarde certamente deram uma revirada no meu relógio biológico. O cabinho que eu usava para conectar os HDs externos ao meu computador sumiu. Espero que a faxineira que vem na quinta saiba onde raios está esse apetrecho que uso bastante. Tive de tirar o da TV para usar hoje e não gosto disso. Não gosto de forçar os conectores da TV pondo e tirando cabos. Droga, já tomei o copo de Coca todo no automático, estou comendo o resto do gelo e não dei baforada sequer no Vaporfi. Que vacilo. Mamãe voltou a falar da reforma do meu quarto quando da chegada do boneco do Wolverine. Mas acho que não vá se dar esse ano. Espero que não se dê esse ano. Não sei como gostaria que o meu quarto ficasse. Não sei se vale trocar os livros por espaço para bonecos. Parece algo alienante demais. Trocar conhecimento por uma apreciação estética, uma “arte” que só eu aprecio. Por outro lado, queria ver minhas estátuas e bonecos expostos e poder apreciá-los todos os dias. Vou fechar esse computador ou não vou parar de escrever. Já são 1h02. Tenho sete horas de sono. Eu sei que se houvesse um banco de sono, com estas dormidas do final de semana eu teria um crédito extra, mas, infelizmente não é assim que a coisa procede. Troquei o atomizer do meu Vaporfi. Está fazendo fumaça legal e isso é bom. O que é ruim é que mais uma caixa de atomizers se foi. E não há mais atomizers do meu modelo para vender na Vaporfi. Ou seja, acabando-se os que tenho aqui, acaba-se a utilidade do meu cigarro eletrônico, o que é uma baita sacanagem do fabricante. Gostaria que com o estoque que eu tenho, eu conseguisse usar esse modelo até o final de 2018, mas acho impossível. Não sei se comprarei outro, de outro modelo e da Vaporfi ou não. Pelo menos eles são duráveis. Tenho o meu há quase dois anos, se dois anos já não faz, e até agora só tive que trocar uma bateria, que estava com vida útil muito baixa, e um tanque que ficava vazando o líquido pelos buracos de entrada de ar. Este último talvez porque apertasse demais a rosca do tanque quando o fechava, o que acabou danificando a vedação. As baterias que uso hoje têm cerca de um ano e estão funcionando perfeitamente. Isso é muita falta de assunto. É que agora não quero me desvencilhar do texto e ir deitar. Mas daqui a pouco vem minha mãe aqui para me passar dar um piti porque ainda estou acordado. Vou fechar logo o computador e ficar só baforando para minimizar o drama que ela vai fazer. Amanhã, se quiser, continuo. 1h15.

14h11. Minha mãe não gostou muito do postal que fiz hoje. Melhor dizendo, do postal ela gostou, não gostou do conteúdo agregado ao postal. Uma mini-árvore genealógica com descrições através de cores das relações com os parentes em três categorias: boas, neutras e complicadas. Além de um texto sobre o cartão. Como coloquei a relação com ela como sendo metade boa, metade complicada ela ficou magoada e o que escrevi no cartão também a incomodou. Mas acho que a árvore genealógica, que fazia menção a ela, a chateou mais. Perguntou se havia sido por causa do esporro de ontem e respondi que isso nem havia me passado pela cabeça quando elaborei o trabalho, o que a deixou ainda mais desgostosa. Ela verbalizou isso para mim, que havia ficado magoada (ou qualquer palavra similar) com o que fiz, perguntou se isso queria dizer que eu levava uma vida ruim aqui em casa no que retorqui que não, que apenas queria dizer que quão mais próxima é a relação, mais passível de haver complicações ela é. Mas sei que já-já ela esquece isso. E eu vou perguntar no CAPS se é válido ou saudável repartir as produções com a mãe, principalmente com a minha que leva tudo para o pior caminho possível.

14h35. Foi só eu elogiar o Vaporfi para dar um pau nas duas baterias. Uma descarregou e não queria desligar de jeito nenhum e a outra que deixei carregando desde de noite até agora está dando sinal de como se não houvesse carga e não faz fumaça. É como se algum curto tivesse dado em alguma parte do equipamento, que eu não sei qual, e agora as baterias ficam dando esse problema. A ziguezeira foi no atomizer que troque ontem! Que ozzy. Não sei o que é, mas botei o atomizer antigo – guardo os atomizers que funcionam bem, não sei por quê, mas veio bem a calhar agora – e a bateria voltou a funcionar.

14h48. Recoloquei o novo e o problema se deu novamente. Joguei fora e tive que abrir um novo pack de atomizers e pegar um novo, o que parece ter solucionado o problema. Não entendo, de manhã estava funcionando perfeitamente. Este, por sua vez, já está com leve gosto de queimado. Vai entender. Pelo menos está fazendo bastante fumaça. Estou me preparando para tirar um cochilo. Afinal amanhã tenho o dia livre. Sem CAPS, sem nada. Pode ser um dia bom ou um dia tedioso. Vamos torcer pelo primeiro. Não sei se seguirei vendo “Sherlock”. É muito longo e não me cativou tanto. Poderia ver os documentários de Amy Winehouse e Kurt Cobain. Estou mais interessado nesse segundo, pois acompanhei na época em que ocorreu sua ascensão meteórica, loucuras e suicídio. Gostaria de ver todos os detalhes do quebra-cabeças. Pegar só mais um copo de Coca antes do cochilo. Mas eu comecei falando de amor. Paixão. Platônica. De pôr a mulher num pedestal. Tem vezes em que faço isso realmente, mas noutras, não. Mas só as trato como iguais quando não me interessam. Basta que haja uma fagulha de interesse para que elas ascendam a um patamar que não sinto alcançar. Minto. As vezes algumas me despertam o interesse e não desgrudam do chão. Só quando minha imaginação começa a fantasiar sobre elas é que o pedestal surge. Havendo interação constante, isso não ocorre. Me vem logo à cabeça A quando penso em pedestal e X quando penso em garotas que me interessam mas permanecem no mesmo patamar de gente, não de anjo encantado. Isso porque vejo X cotidianamente e conversamos abertamente. Quase que tudo. Exceto da minha queda por ela. Mas vou acabar abrindo o jogo. Eu acho. Algum dia.

16h10. Estava conversando com meu amigo que faz aniversário hoje e descobri que ele se separou há cerca de um ano! Fiquei chocado. Principalmente com o tempo que a gente não se falava. Se bem que acho que nos falamos esse ano. Ele que esqueceu de mencionar o fato ou teve pudores de fazê-lo.

16h59. Falei com minha tia de Natal que fez aniversário ontem e com Maria de Buria. Foi bom, fazia tempo que não falava com as duas. Esqueci de falar das cinzas de papai. Pode ser que minha prima, filha dessa minha tia, ainda esteja trabalhando e morando em Recife e pode ser que vá para Natal nalgum fim de semana desses e meu primo – irmão dela – venha buscá-la. Eu poderia pegar uma carona com eles. Isso se minha mãe deixasse. Acho que tal permissão só virá depois que ela começar a terapia e discutir o assunto com o(a) psicólogo(a). Até lá, nem adianta planejar, acredito.

17h07. Acho que vou tirar um cochilo... depois do próximo copo de Coca.

17h13. Minha tia, irmã da minha mãe, ligou para ela. Espero que não seja nada de errado com vovó. Mas creio que não. Vovó é uma guerreira, a pulsão de vida em pessoa. Como essa tia minha de Natal que tem uma doença degenerativa incurável e, mesmo cheia de sequelas, leva a vida de forma leve e alegre. Um exemplo. Eu no lugar dela, já teria entregado os pontos há muito tempo. Ainda bem que o novo atomizer resolveu o problema. Não sei até agora o que se deu com o outro, que estava funcionando perfeitamente e, de uma hora para outra, deu zebra. Espero que este suporte uma semana de uso ao menos.

17h21. Na verdade, não quero tirar cochilo, é que não tenho mais nada que queira fazer agora.  Nem ver os documentários, nem jogar o Yoshi. Por isso a ideia do cochilo. O líquido do Vaporfi está acabando muito rápido. E não está havendo vazamento, pelo menos não pelos buracos de ventilação.

17h36. Como queria ter um game que prendesse minha atenção como o FarCry3. Que tédio danado. A essa hora, um cochilo seria improdutivo. Acho que vou encarar outra fase do Yoshi e rezar para que não tenha desafio com tempo.

17h45. Fui jogar o Yoshi agora e quando ele morreu o Wii U travou de um jeito que tive de tirá-lo da tomada para poder desligar e sair da tela. Espero que seja um defeito do jogo não do Wii U. Não sei se o quarto está muito quente – 26 graus – e o console superaqueceu, mas acho difícil ele acabara de ser ligado, não ia dar tempo para isso. Espero que o console não esteja com defeito. Isso seria muito ozzy. Tô até com medo de ligar de novo. Sistemas da Nintendo não costumam dar pau assim. São os mais duradouros e resistentes de todos. Ou costumavam ser. Sinistro. Por causa do ocorrido, vou tentar tirar um cochilo mesmo agora. Depois volto a tentar o Yoshi com o ar ligado para ver se não trava.

19h05. Passei da fase do Yoshi e não travou. Nem liguei o ar. Mas é um jogo que começa a me dar nos nervos. Quase não encontrei nenhum dos itens. E agora há as infames tartarugas com seus cascos girando prontos para me acertar. Raios. Morri três vezes nessa fase das tartarugas e resolvi voltar para cá, onde também não estou me sentindo bem. E pensar que tenho o Donkey Kong para zerar que é um platformer hiperdifícil... ai, ai... como disse ao meu velho amigo, acho que estou ficando velho também para games. Quero combinar comigo mesmo que quando terminar o Yoshi eu vou tentar o “Assassin’s Creed IV Black Flag”, mas não sinto ânimo verdadeiro para isso. Massa seria uma namorada gamer, que revezasse comigo quando eu enchesse o saco. Por que, meu deus, com tanto jogo bom para jogar eu vou enjoar de games logo agora? Não podia ser antes? Ou, melhor ainda, depois? Espero que seja uma fase passageira. Eu estou realmente ficando velho. Velho e chato. Ranzinza. Nunca pensei... meu limiar de tolerância está cada vez menor. Não sei se é efeito colateral de longo prazo dos remédios, pois há uma moça lá do CAPS que é bem intolerante e impaciente, pode ser que use medicação controlada há mais tempo do que eu e que nela o efeito colateral já esteja num estágio bem mais avançado. Mas nem sei se ela toma medicação, tampouco há quanto tempo e não tenho coragem de perguntar, pois não tenho essa intimidade com ela. Talvez os ansiolíticos, quando se ganha tolerância a eles, me tornem mais impaciente, como uma abstinência ou como se o organismo pedisse mais daquilo para ficar equilibrado, sei lá. Só sei que antes entrava com unhas e dentes nos jogos e só relaxava quando pegava todos os seus segredos. Hoje, jogo uma fase, encho o saco. Morro três vezes, encho o saco. Colocar “Post” de Björk, que é melhor. Pode ser que o jogo seja medíocre também. No FarCry3, eu fiz tudinho. Não sei. Realmente é um mistério para mim. Um jogo fácil, para crianças, e eu morrendo três vezes numa fase e desistindo? É tão não-eu isso. Se eu tivesse certeza de que o Assassin’s Creed não começa comigo já no navio tendo os sete mares para singrar, mas em uma ilha me ensinando como controlar o meu boneco, acho que começaria a jogá-lo. Não queria já começar o jogo com o mundo inteiro em minhas mãos. Queria jogar um pouco da clássica mecânica de Assassin's Creed, que nem sei como é, mas sei que é escalando prédios e assassinando gente na surdina ou algo do gênero. O contraditório é que comprei esse Assassin’s Creed específico porque tinha essa mecânica de pegar um navio e sair navegando por aí descobrindo lugares inusitados. Vai entender porque agora eu quero jogar a parte clássica. Acho que é menos acachapante que ter o oceano inteiro logo de cara, é muita coisa para começar um jogo. Acho que não devem começar dando tamanha liberdade ao jogador. Bom só vou saber quando abrir o jogo e botar no PS3 para jogar. E não estou com a mínima coragem de fazer isso. O jogo que está dentro do PS3 é “God of War II”. Depois de ter jogado dois jogos e meio de GoW, não aguento mais. Embora algum dia planeje jogar o III, que dizem ser o melhor da série e é o outro feito para o PS3, então deve ter gráficos fenomenais. O “Ascension” tinha. Só pelos gráficos valeu a pena jogar. O mesmo deve ocorrer com o III, mas queria, a priori, zerar o II primeiro que é um porte HD do jogo de PS2. Agora, a posteriori, penso em pular essa etapa, embora digam que o II também é excelente e percorri apenas ¼ dele, no máximo. Acho que nem isso. Lembro que um cara lá da Clínica de Drogados zerou o jogo internado lá. Permitiam que levássemos videogames, filmes e computadores para lá. Permitiam inclusive que nos conectássemos à internet. Preciso começar a botar imagens nos posts daqui. O de hoje já tem uma imagem que foi o postal que fiz hoje e que gerou toda a querela com a minha mãe. Nossa, quanta inutilidade estou escrevendo hoje. Discorrendo sobre games endlessly, para variar. Preciso escanear o bendito postal. Mas não vou fazê-lo agora, pois nem isso estou com disposição para fazer. Só tenho disposição – e muito pouca – para apertar essas teclas e produzir esse torvelinho de palavras entediantes como o tédio que sinto agora. Como queria que a sexta temporada de “The Walking Dead” tivesse sido lançada. Talvez comece a assistir “Mad Men” que tem todas as temporadas – até a última – já lançadas no Netflix. Se é que ainda está disponível. É dos roteiristas de “The West Wing”, então tem tudo para ser boa.  Ah, mas hoje iria assistir o documentário sobre Kurt Cobain. Quero bem mais. Espero ter passado para o HD externo. Tenho vaga lembrança de que fi-lo. Vou ouvir “Post” mais uma vez e acho que depois passo para o filme. Talvez com uma nova tentativa de “Yoshi’s Woolly World”. 20h33. Vou escanear logo o postal.

20h39. Pronto. Imagem devidamente digitalizada, redimensionada e com cores calibradas. Já posso postar isso – por falar nisso, colocar “Post” outra vez –, mas não postarei agora, ainda não estou no pique de assistir o filme ou seriado ou jogar videogame ou whatever. Queria era ter o disco novo de Sandy para ouvir para não chegar lá sem conhecer música sequer do repertório. A não ser “Me Espera” que certamente ela vai cantar. Ainda penso na fortuna que paguei por isso. Espero poder vê-la relativamente de perto. Ao menos da mesma distância que vi Zizi quando fui ao seu último show. Pelo menos é uma cadeira relativamente de frente para o meio do palco. Uma solitária cadeira que restava e que me saltou aos olhos. Podia ter pego algumas fileiras mais à frente mas bem para os lados do teatro. Preferi esta. Como disse, me saltou aos olhos. Como gostaria de poder falar com a artista depois do show, como fiz com Zizi. Mas acho que isso é privilégio dos integrantes do seu fã-clube. É uma pena, mas, depois do show, vou tentar. Não tem ninguém comigo, então posso esperar o tempo que for necessário. Foi assim com Zizi, mas Zizi não tem a paranoia de Sandy nem fãs tão fanáticos quanto esta. Então desde já acho impossível, mas uma selfie com Sandy seria algo sem preço para mim. Foto de capa do meu Facebook por anos. E um autógrafo atrás do ingresso. Tenho quase certeza que as pessoas mais de trás sentarão nas escadas à beira do palco. Eu teria vontade, se ficasse muito atrás. Certamente cantarão as músicas em coro. Exatamente como fiz no último show dela. Nesse, serei um espectador silencioso e acredito que permanecerei sentado no meu lugar. Como disse, velho e ranzinza. Não me incomodarei, entretanto, em como os outros irão se comportar. Cada um na sua vibe. E já ir esperando por tais movimentações de lugar e vocais é o mais realista a se fazer. Talvez quando ela fizer 50 anos e o seu séquito tiver 40 como eu, todos permaneçam em seus lugares. Estou curioso para ouvir as músicas novas, disseram que são boas. Melhores que a do disco de estreia. E mais alegres. Interessante. Por mais que não ache “Me Espera” um poço de felicidade e da própria Sandy dizer que tem uma afinidade com a melancolia. Gostaria de escrever sem olhar para o teclado. Não estou muito distante disso. Consegui até escrever algumas palavras sem olhar para ele. Com mais alguns anos de prática talvez consiga. Poderia digitar o meu enfadonho diário. 21h07. Está começando a ficar tarde para assistir o filme. Para os parâmetros da minha mãe, digo.

21h13. Yoshi time!

22h03. Kurt Cobain time, I hope!

0h30. Acabei de ver o documentário sobre Kurt Cobain. Não é o filme mais alegre do mundo. Ele era uma pessoa infeliz desde os primórdios. Me identifiquei um bocado com ele, embora minha vida não tenha sido nem um centésimo tão conturbada quanto a dele, tanto familiarmente quanto em termos de personalidade e abuso de drogas. Nunca fui expulso de casas de familiares por não me aguentarem. Inclusive mãe e pai. Com certeza vou comprar “In Utero” e os discos novos de Sandy assim que tiver oportunidade, queria muito ir na Cultura essa semana fazer isso. Amanhã, se possível. Eita, amanhã a Gatinha vem aqui para desabafar e desestressar, só se eu fosse à tarde. Ou fosse com ela. Mas aí iria ser um compromisso para ela, não um momento de relaxamento. Queria ir o mais cedo possível para ver se me acostumo com as músicas de Sandy antes do show, mas acho que isso será impossível. Principalmente minha mãe estando vulnerável emocionalmente (mais até que fisicamente) como está. Ela está se dando conta dos seus esquecimentos e está ficando sinceramente preocupada. Isso é o primeiro passo para procurar ajuda. Chorou porque esqueceu de tomar o antibiótico, algo que tem que ser tomado nas horas exatas, segundo o meu padrasto. Não sei até onde isso é verdade, só sei que ela ficou muito abalada. E chorando disse que estava ficando maluca. Espero sinceramente que quando ela melhorar da quimioterapia, ela vá procurar uma psicóloga ou psicólogo e este a encaminhe a quem entende desse tipo de esquecimento. Mas desejo também que ela faça terapia para ficar menos paranoide em relação a mim e à vida em geral. Sei lá, acho que terapia a ajudaria muito, como já me ajudou. Quem não se ajuda sou eu. Há um certo limite até onde o terapeuta pode me guiar, o resto do caminho eu preciso trilhar sozinho. O terapeuta não opera a mudança em mim, eu opero a mudança em mim, ele pode até sinalizar caminhos. Cabe a mim segui-los e/ou aceitá-los. O meu grande problema é não me aceitar, como Cobain não se aceitava. Era uma alma quebrada e quebradiça, frágil. Eu sou um pouco mais resistente, mas carrego em mim uma rejeição a mim mesmo. Não a toda hora e a todo instante, mas em muitos momentos. Eu me rejeito, pois me acho dejeto. Não-válido, não-valioso, não merecedor de tudo o que tenho. A verdade é que eu não gosto de mim. Mas já falei sobre isso diversas vezes aqui, não vou ficar me repetindo. E cada vez mais as pessoas também gostam menos de mim porque cada vez mais me distancio delas. Tenho que exercer uma força contrária a esse movimento e me reaproximar das pessoas. Acho que esse final de semana, minha mãe só vai me deixar ir ao show de Sandy, o resto do tempo vai requerer minha presença em casa. Já estou vendo. É quando estará mais fragilizada da quimioterapia, eu acho, e não vai querer se estressar com o filho adicto solto no mundo. Só falta ter show do meu amigo no sábado no Antigo tocando Legião e a galera ir. Era a oportunidade de comprar os CDs na Cultura. Isso se gostar das músicas de Sandy. O “In Utero” compro de qualquer jeito. Sempre tive vontade, mas mais agora que vi esse documentário. Não tenho o “Nevermind”, mas o “In Utero” me parece uma obra mais densa, mais experimental e mais pessoal. Quase como “Blackstar” de Bowie. Pelo menos essa é a impressão que me deixaram as pouquíssimas audições que fiz do CD na casa do meu primo-ex-vizinho. Nos distanciamos tanto um do outro nesses últimos anos. É uma pena e é a vida. Que segue. Espero que ele volte a tocar em algum lugar, é uma forma de rever ele e a nossa galera. 1h32. Espero que minha mãe não acorde hoje para me mandar dormir, estou tendo prazer em escrever, não gostaria de ser interrompido. O filme de Kurt Cobain causou forte impressão em mim. Me deixou pensativo e um tanto deprê. Um cara com uma infância e juventude superfodidas do ponto de vista familiar e afetivo. Mas pelo menos aumentou minha convicção sobre uma decisão minha. E me fez abandonar outra convicção que eu tinha. Ou quase. Estou quase dando uma chance para GoW II, mas não, não é o que realmente quero fazer. Muito menos Yoshi. Colocar “Blackstar” para rolar em homenagem a Kurt Cobain.

1h43. Coloquei. Vou ligar o ar que o calor tá pegando aqui no quarto. 29 graus, segundo o termostato do controle do ar. Tenho que me lembrar de avisar a mamãe da vinda da Gatinha quando acordar. Também só revisarei isso quando acordar, eu acho. Ou reviso logo e posto.


2h18. Revisei. Vou postar. E que as mulheres da minha vida desçam dos seus pedestais. Ou que eu remova tais pedestais debaixo delas.

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