Eu coloco as mulheres, as que me interessam afetivamente,
num pedestal. Como se estivesse abaixo delas e isso me é extremamente
prejudicial no jogo da sedução, onde me dizem que o homem deve demonstrar
segurança e controle da situação e não a insegurança de uma criança em busca da
mamãe. Não sei se isso é em parte por culpa da mamãe e da relação que
construímos um com um outro. Não sei quanto disso vem do meu lado
ultra-romântico (não sei usar hífens com essa mudança das normas do Português)
que me faz me apaixonar pelas garotas mais improváveis e inacessíveis. Essa
tendência ao platonismo, a desejar mulheres que oferecem um obstáculo real para
poder tê-las, como, por exemplo X, que é estagiária do lugar onde sou tratado,
é algo que não sei de onde vem. Sempre gostei de desafios estimulantes, do mais
difícil e do que quebra regras, do que transgride. Mas há algo há mais nisso. Björk
canta “He believes in beauty Is Venus as a boy”. Talvez eu tenha um pouco desse
Venus as a boy que ela canta. Talvez
eu tenha um olhar muito feminino sobre as mulheres. Não sei. Estou vomitando
possibilidades para este meu estado de solidão permanente em que me encontro.
Ontem, quase elogiei o sapato de uma garota, objeto que realmente me chamou a
atenção. Foi o salto alto mais bonito e delicado que já vi, tipo minha imagem arquetípica
de um sapato de salto alto, muito delicado, preto, com tiras e salto muito
finos, com cerca de 12 cm (se é que existe saltos de tal altura) e ficaram
perfeitos em seus pés, que não eram grandes. Não sei por que mencionei isso,
talvez para mostrar um pouco do meu lado Venus
as a boy. Se é que isso é algo de uma alma feminina, ou apenas de alguém
observador. Percebi também que havia muitos mauricinhos com corte semelhante ao
meu, o que me desagradou um pouco, pois gosto da exclusividade. Mas, se bem que
ter um corte mauricinho pode ser muito útil nessa de conquistar mulheres.
Afinal, inconscientemente e, muitas vezes, conscientemente até demais, elas
procuram um homem provedor e mauricinhos têm mais essa aura de provedor que
alternativos cabeludos. Mas não queria namorar uma patricinha, porque se
preocupam em geral muito com o material, mais do que com o emocional. Queria
namorar A. Ou X. Ambas impossibilidades. Há outra estagiária do CAPS com a qual
acho que me daria muito bem, mas que incide justamente no mesmo problema de X.
E há ainda a questão que não sei se alguma das duas ou as duas são lésbicas ou
não. Percebo que há muitos homossexuais trabalhando ou estagiando no CAPS.
Posso estar enganado, mas algumas pessoas não se esforçam muito em esconder, na
minha deseducada opinião. Meu radar para isso é péssimo, até porque são gente
como a gente, não tem muito como perceber para mim, a não ser que dê muita
pinta. Acho que alguns dão e que, por isso, extrapolo a estatística para os/as
demais. Sei lá. Não quero parecer homofóbico nem nada. Só quero dizer que
existe ainda esta variável para a impossibilidade de uma relação afetiva, além
dos papéis incompatíveis que desempenhamos no CAPS. Este é um daqueles posts
desconexos. Em que falo um monte de asneira sem sentido. Certamente o papel
dominador, extremamente reativo da minha mãe, afeta o meu lidar com o sexo
feminino. Por mais que muitas vezes, ele aparentemente não esteja presente,
deve estar em segundo plano. Hoje foi o aniversário de uma tia amada, que mora
com Maria de Buria e levantei tarde demais para ligar e felicitá-la. Preciso me
lembrar de fazer isso amanhã. Lembrei-me agora de uma menina pela qual me
apaixonei quando estava na terceira ou quarta séries, em São Paulo. Ela me
abraçou num jogo que estávamos jogando, disse que o movimento fazia parte do
jogo, mas não fazia de fato, acho que ela talvez tivesse um crush por mim também. E eu não soube
aproveitar. Como aconteceu algumas outras poucas vezes na minha vida. Sempre
fui muito ingênuo nas artes da sedução. Mal sabia ela que tal atitude ficaria
marcada para sempre dentro de mim. Lembro como se fosse hoje, ela disse que
iria me “prender como uma naja”. Hahahahaha. Bons tempos aqueles. Ótimos
tempos. Antes de tudo dar errado na minha vida. Antes de eu virar essa coisa
desgovernada que sou hoje. Embora bem menos desgovernada do que já fui. Eu
tenho quase tudo o que quero em termos materiais, falta uma boneca e um jogo. E
alguns CDs que foram lançados ou que serão. Não muita coisa realmente.
Emocionalmente, entretanto há um abismo enorme. Um rombo na minha alma que
insisto em preencher com o impossível. Ah, por que as coisas para mim têm que
ser assim? De onde tirei essa mania dos amores improváveis? Só quero crer que
foi de ouvir muito The Cure e Legião Urbana. Não vejo outra explicação. Todas
as namoradas que tive, a exceção das ficadas, foram figuras extremamente
difíceis de conquistar pelos mais diversos fatores. Sempre havia um
complicador. Ou a concorrência era grande, ou a família era problemática e
preconceituosa ao extremo ou estavam num meio de um relacionamento. Enfim, nada
simples, acho que meu coração, meu ser, gosta de desafios acima da média na
conquista de mulheres. Como se fosse algo para dar uma adrenalina a mais à paixão.
Ou sei lá por quê. Só sei que foi e é assim. Estou sem saco de escrever. Acho
que vou jogar mais uma fase do Yoshi. Ou fumar um cigarro de verdade.
0h00. Fumei um cigarro. Perdi a vontade logo nas primeiras
baforadas, mas resolvi seguir adiante e fumar todo. Pelo adiantado da hora acho
que vou jogar uma fase do Yoshi e ir me deitar. Dormir é outra história. Pois
dormi ou fiquei prostrado na cama quase o dia inteiro.
0h26. Passei por mais uma fase do Yoshi, mas achar todos os
itens da fase se torna tarefa cada vez mais difícil, como é a progressão normal
de um jogo de videogame. Preferia que todos os estágios tivessem o mesmo nível
de dificuldade, quero relaxar, curtir e explorar. Ainda bem que Yoshi foi feito
pensando no público mais infantil, então o jogo não é muito difícil, os objetos
se movem mais lentamente, o que até me motiva, mas não muito, a revisitar as
fases tentando pegar tudo. Detesto fases com contagens regressivas e tem umas
fases especiais dentro do estágio do Yoshi que usam desse expediente. É aí que
me complico e onde devo ter perdido a maioria dos itens escondidos. O tempo é
muito exíguo e mal dá para chegar ao final da fase. Odeio. Já estou prevendo
que essa semana será tediosa. Não me apeguei como gostaria a “Sherlock”,
tampouco ao Yoshi, mas não vou mudar de jogo até zerar, mesmo que não seja a
zerada completa com todos os itens pegos. Eu dou o meu melhor em cada fase,
mesmo que não pegue tudo, eu acho o suficiente. Não vou ficar entrando e
reentrando em fases até pegar tudo. O jogo não me cativa a esse ponto. Como
disse, essa semana vai ser um tédio. E o pior é que estou perdendo o gosto por
escrever. Isso é o mais preocupante de tudo. Se bem que não sou obrigado a
escrever quando não quero. Posso muito bem dar uma pausa no blog. E eu que
comecei a falar de amores e desamores, findei falando dos meus passatempos
virtuais como sempre. Deve ser muito chato ler minhas impressões sobre os
games. 0h44. Hora de ir para a caminha, mas antes mais um copo de Coca e umas
baforadas. Amanhã vai ser duro acordar. Dois dias dormindo de quatro da manhã e
acordando de três da tarde certamente deram uma revirada no meu relógio
biológico. O cabinho que eu usava para conectar os HDs externos ao meu
computador sumiu. Espero que a faxineira que vem na quinta saiba onde raios
está esse apetrecho que uso bastante. Tive de tirar o da TV para usar hoje e
não gosto disso. Não gosto de forçar os conectores da TV pondo e tirando cabos.
Droga, já tomei o copo de Coca todo no automático, estou comendo o resto do
gelo e não dei baforada sequer no Vaporfi. Que vacilo. Mamãe voltou a falar da
reforma do meu quarto quando da chegada do boneco do Wolverine. Mas acho que
não vá se dar esse ano. Espero que não se dê esse ano. Não sei como gostaria
que o meu quarto ficasse. Não sei se vale trocar os livros por espaço para
bonecos. Parece algo alienante demais. Trocar conhecimento por uma apreciação
estética, uma “arte” que só eu aprecio. Por outro lado, queria ver minhas
estátuas e bonecos expostos e poder apreciá-los todos os dias. Vou fechar esse
computador ou não vou parar de escrever. Já são 1h02. Tenho sete horas de sono.
Eu sei que se houvesse um banco de sono, com estas dormidas do final de semana
eu teria um crédito extra, mas, infelizmente não é assim que a coisa procede.
Troquei o atomizer do meu Vaporfi. Está fazendo fumaça legal e isso é bom. O
que é ruim é que mais uma caixa de atomizers se foi. E não há mais atomizers do
meu modelo para vender na Vaporfi. Ou seja, acabando-se os que tenho aqui,
acaba-se a utilidade do meu cigarro eletrônico, o que é uma baita sacanagem do
fabricante. Gostaria que com o estoque que eu tenho, eu conseguisse usar esse
modelo até o final de 2018, mas acho impossível. Não sei se comprarei outro, de
outro modelo e da Vaporfi ou não. Pelo menos eles são duráveis. Tenho o meu há
quase dois anos, se dois anos já não faz, e até agora só tive que trocar uma
bateria, que estava com vida útil muito baixa, e um tanque que ficava vazando o
líquido pelos buracos de entrada de ar. Este último talvez porque apertasse
demais a rosca do tanque quando o fechava, o que acabou danificando a vedação.
As baterias que uso hoje têm cerca de um ano e estão funcionando perfeitamente.
Isso é muita falta de assunto. É que agora não quero me desvencilhar do texto e
ir deitar. Mas daqui a pouco vem minha mãe aqui para me passar dar um piti
porque ainda estou acordado. Vou fechar logo o computador e ficar só baforando
para minimizar o drama que ela vai fazer. Amanhã, se quiser, continuo. 1h15.
14h11. Minha mãe não gostou muito do postal que fiz hoje.
Melhor dizendo, do postal ela gostou, não gostou do conteúdo agregado ao
postal. Uma mini-árvore genealógica com descrições através de cores das
relações com os parentes em três categorias: boas, neutras e complicadas. Além
de um texto sobre o cartão. Como coloquei a relação com ela como sendo metade
boa, metade complicada ela ficou magoada e o que escrevi no cartão também a
incomodou. Mas acho que a árvore genealógica, que fazia menção a ela, a chateou
mais. Perguntou se havia sido por causa do esporro de ontem e respondi que isso
nem havia me passado pela cabeça quando elaborei o trabalho, o que a deixou
ainda mais desgostosa. Ela verbalizou isso para mim, que havia ficado magoada (ou
qualquer palavra similar) com o que fiz, perguntou se isso queria dizer que eu
levava uma vida ruim aqui em casa no que retorqui que não, que apenas queria
dizer que quão mais próxima é a relação, mais passível de haver complicações ela
é. Mas sei que já-já ela esquece isso. E eu vou perguntar no CAPS se é válido
ou saudável repartir as produções com a mãe, principalmente com a minha que
leva tudo para o pior caminho possível.
14h35. Foi só eu elogiar o Vaporfi para dar um pau nas duas
baterias. Uma descarregou e não queria desligar de jeito nenhum e a outra que
deixei carregando desde de noite até agora está dando sinal de como se não
houvesse carga e não faz fumaça. É como se algum curto tivesse dado em alguma
parte do equipamento, que eu não sei qual, e agora as baterias ficam dando esse
problema. A ziguezeira foi no atomizer que troque ontem! Que ozzy. Não sei o
que é, mas botei o atomizer antigo – guardo os atomizers que funcionam bem, não
sei por quê, mas veio bem a calhar agora – e a bateria voltou a funcionar.
14h48. Recoloquei o novo e o problema se deu novamente.
Joguei fora e tive que abrir um novo pack de atomizers e pegar um novo, o que
parece ter solucionado o problema. Não entendo, de manhã estava funcionando
perfeitamente. Este, por sua vez, já está com leve gosto de queimado. Vai
entender. Pelo menos está fazendo bastante fumaça. Estou me preparando para
tirar um cochilo. Afinal amanhã tenho o dia livre. Sem CAPS, sem nada. Pode ser
um dia bom ou um dia tedioso. Vamos torcer pelo primeiro. Não sei se seguirei
vendo “Sherlock”. É muito longo e não me cativou tanto. Poderia ver os
documentários de Amy Winehouse e Kurt Cobain. Estou mais interessado nesse segundo,
pois acompanhei na época em que ocorreu sua ascensão meteórica, loucuras e
suicídio. Gostaria de ver todos os detalhes do quebra-cabeças. Pegar só mais um
copo de Coca antes do cochilo. Mas eu comecei falando de amor. Paixão. Platônica.
De pôr a mulher num pedestal. Tem vezes em que faço isso realmente, mas
noutras, não. Mas só as trato como iguais quando não me interessam. Basta que
haja uma fagulha de interesse para que elas ascendam a um patamar que não sinto
alcançar. Minto. As vezes algumas me despertam o interesse e não desgrudam do
chão. Só quando minha imaginação começa a fantasiar sobre elas é que o pedestal
surge. Havendo interação constante, isso não ocorre. Me vem logo à cabeça A
quando penso em pedestal e X quando penso em garotas que me interessam mas
permanecem no mesmo patamar de gente, não de anjo encantado. Isso porque vejo X
cotidianamente e conversamos abertamente. Quase que tudo. Exceto da minha queda
por ela. Mas vou acabar abrindo o jogo. Eu acho. Algum dia.
16h10. Estava conversando com meu amigo que faz aniversário
hoje e descobri que ele se separou há cerca de um ano! Fiquei chocado.
Principalmente com o tempo que a gente não se falava. Se bem que acho que nos
falamos esse ano. Ele que esqueceu de mencionar o fato ou teve pudores de
fazê-lo.
16h59. Falei com minha tia de Natal que fez aniversário
ontem e com Maria de Buria. Foi bom, fazia tempo que não falava com as duas. Esqueci
de falar das cinzas de papai. Pode ser que minha prima, filha dessa minha tia,
ainda esteja trabalhando e morando em Recife e pode ser que vá para Natal
nalgum fim de semana desses e meu primo – irmão dela – venha buscá-la. Eu
poderia pegar uma carona com eles. Isso se minha mãe deixasse. Acho que tal
permissão só virá depois que ela começar a terapia e discutir o assunto com
o(a) psicólogo(a). Até lá, nem adianta planejar, acredito.
17h07. Acho que vou tirar um cochilo... depois do próximo
copo de Coca.
17h13. Minha tia, irmã da minha mãe, ligou para ela. Espero
que não seja nada de errado com vovó. Mas creio que não. Vovó é uma guerreira,
a pulsão de vida em pessoa. Como essa tia minha de Natal que tem uma doença
degenerativa incurável e, mesmo cheia de sequelas, leva a vida de forma leve e
alegre. Um exemplo. Eu no lugar dela, já teria entregado os pontos há muito
tempo. Ainda bem que o novo atomizer resolveu o problema. Não sei até agora o
que se deu com o outro, que estava funcionando perfeitamente e, de uma hora
para outra, deu zebra. Espero que este suporte uma semana de uso ao menos.
17h21. Na verdade, não quero tirar cochilo, é que não tenho
mais nada que queira fazer agora. Nem
ver os documentários, nem jogar o Yoshi. Por isso a ideia do cochilo. O líquido
do Vaporfi está acabando muito rápido. E não está havendo vazamento, pelo menos
não pelos buracos de ventilação.
17h36. Como queria ter um game que prendesse minha atenção
como o FarCry3. Que tédio danado. A essa hora, um cochilo seria improdutivo.
Acho que vou encarar outra fase do Yoshi e rezar para que não tenha desafio com
tempo.
17h45. Fui jogar o Yoshi agora e quando ele morreu o Wii U
travou de um jeito que tive de tirá-lo da tomada para poder desligar e sair da
tela. Espero que seja um defeito do jogo não do Wii U. Não sei se o quarto está
muito quente – 26 graus – e o console superaqueceu, mas acho difícil ele
acabara de ser ligado, não ia dar tempo para isso. Espero que o console não
esteja com defeito. Isso seria muito ozzy. Tô até com medo de ligar de novo.
Sistemas da Nintendo não costumam dar pau assim. São os mais duradouros e
resistentes de todos. Ou costumavam ser. Sinistro. Por causa do ocorrido, vou tentar
tirar um cochilo mesmo agora. Depois volto a tentar o Yoshi com o ar ligado
para ver se não trava.
19h05. Passei da fase do Yoshi e não travou. Nem liguei o
ar. Mas é um jogo que começa a me dar nos nervos. Quase não encontrei nenhum
dos itens. E agora há as infames tartarugas com seus cascos girando prontos
para me acertar. Raios. Morri três vezes nessa fase das tartarugas e resolvi
voltar para cá, onde também não estou me sentindo bem. E pensar que tenho o
Donkey Kong para zerar que é um platformer hiperdifícil... ai, ai... como disse
ao meu velho amigo, acho que estou ficando velho também para games. Quero
combinar comigo mesmo que quando terminar o Yoshi eu vou tentar o “Assassin’s
Creed IV Black Flag”, mas não sinto ânimo verdadeiro para isso. Massa seria uma
namorada gamer, que revezasse comigo quando eu enchesse o saco. Por que, meu
deus, com tanto jogo bom para jogar eu vou enjoar de games logo agora? Não podia
ser antes? Ou, melhor ainda, depois? Espero que seja uma fase passageira. Eu
estou realmente ficando velho. Velho e chato. Ranzinza. Nunca pensei... meu
limiar de tolerância está cada vez menor. Não sei se é efeito colateral de
longo prazo dos remédios, pois há uma moça lá do CAPS que é bem intolerante e
impaciente, pode ser que use medicação controlada há mais tempo do que eu e que
nela o efeito colateral já esteja num estágio bem mais avançado. Mas nem sei se
ela toma medicação, tampouco há quanto tempo e não tenho coragem de perguntar,
pois não tenho essa intimidade com ela. Talvez os ansiolíticos, quando se ganha
tolerância a eles, me tornem mais impaciente, como uma abstinência ou como se o
organismo pedisse mais daquilo para ficar equilibrado, sei lá. Só sei que antes
entrava com unhas e dentes nos jogos e só relaxava quando pegava todos os seus
segredos. Hoje, jogo uma fase, encho o saco. Morro três vezes, encho o saco.
Colocar “Post” de Björk, que é melhor. Pode ser que o jogo seja medíocre
também. No FarCry3, eu fiz tudinho. Não sei. Realmente é um mistério para mim.
Um jogo fácil, para crianças, e eu morrendo três vezes numa fase e desistindo?
É tão não-eu isso. Se eu tivesse certeza de que o Assassin’s Creed não começa
comigo já no navio tendo os sete mares para singrar, mas em uma ilha me
ensinando como controlar o meu boneco, acho que começaria a jogá-lo. Não queria
já começar o jogo com o mundo inteiro em minhas mãos. Queria jogar um pouco da
clássica mecânica de Assassin's Creed, que nem sei como é, mas sei que é
escalando prédios e assassinando gente na surdina ou algo do gênero. O
contraditório é que comprei esse Assassin’s Creed específico porque tinha essa
mecânica de pegar um navio e sair navegando por aí descobrindo lugares
inusitados. Vai entender porque agora eu quero jogar a parte clássica. Acho que
é menos acachapante que ter o oceano inteiro logo de cara, é muita coisa para
começar um jogo. Acho que não devem começar dando tamanha liberdade ao jogador.
Bom só vou saber quando abrir o jogo e botar no PS3 para jogar. E não estou com
a mínima coragem de fazer isso. O jogo que está dentro do PS3 é “God of War II”.
Depois de ter jogado dois jogos e meio de GoW, não aguento mais. Embora algum
dia planeje jogar o III, que dizem ser o melhor da série e é o outro feito para
o PS3, então deve ter gráficos fenomenais. O “Ascension” tinha. Só pelos
gráficos valeu a pena jogar. O mesmo deve ocorrer com o III, mas queria, a
priori, zerar o II primeiro que é um porte HD do jogo de PS2. Agora, a
posteriori, penso em pular essa etapa, embora digam que o II também é excelente
e percorri apenas ¼ dele, no máximo. Acho que nem isso. Lembro que um cara lá
da Clínica de Drogados zerou o jogo internado lá. Permitiam que levássemos videogames,
filmes e computadores para lá. Permitiam inclusive que nos conectássemos à
internet. Preciso começar a botar imagens nos posts daqui. O de hoje já tem uma
imagem que foi o postal que fiz hoje e que gerou toda a querela com a minha
mãe. Nossa, quanta inutilidade estou escrevendo hoje. Discorrendo sobre games endlessly, para variar. Preciso escanear
o bendito postal. Mas não vou fazê-lo agora, pois nem isso estou com disposição
para fazer. Só tenho disposição – e muito pouca – para apertar essas teclas e
produzir esse torvelinho de palavras entediantes como o tédio que sinto agora.
Como queria que a sexta temporada de “The Walking Dead” tivesse sido lançada.
Talvez comece a assistir “Mad Men” que tem todas as temporadas – até a última –
já lançadas no Netflix. Se é que ainda está disponível. É dos roteiristas de “The
West Wing”, então tem tudo para ser boa. Ah, mas hoje iria assistir o documentário
sobre Kurt Cobain. Quero bem mais. Espero ter passado para o HD externo. Tenho
vaga lembrança de que fi-lo. Vou ouvir “Post” mais uma vez e acho que depois
passo para o filme. Talvez com uma nova tentativa de “Yoshi’s Woolly World”.
20h33. Vou escanear logo o postal.
20h39. Pronto. Imagem devidamente digitalizada,
redimensionada e com cores calibradas. Já posso postar isso – por falar nisso,
colocar “Post” outra vez –, mas não postarei agora, ainda não estou no pique de
assistir o filme ou seriado ou jogar videogame ou whatever. Queria era ter o disco novo de Sandy para ouvir para não
chegar lá sem conhecer música sequer do repertório. A não ser “Me Espera” que
certamente ela vai cantar. Ainda penso na fortuna que paguei por isso. Espero
poder vê-la relativamente de perto. Ao menos da mesma distância que vi Zizi
quando fui ao seu último show. Pelo menos é uma cadeira relativamente de frente
para o meio do palco. Uma solitária cadeira que restava e que me saltou aos
olhos. Podia ter pego algumas fileiras mais à frente mas bem para os lados do
teatro. Preferi esta. Como disse, me saltou aos olhos. Como gostaria de poder
falar com a artista depois do show, como fiz com Zizi. Mas acho que isso é
privilégio dos integrantes do seu fã-clube. É uma pena, mas, depois do show,
vou tentar. Não tem ninguém comigo, então posso esperar o tempo que for
necessário. Foi assim com Zizi, mas Zizi não tem a paranoia de Sandy nem fãs
tão fanáticos quanto esta. Então desde já acho impossível, mas uma selfie com Sandy
seria algo sem preço para mim. Foto de capa do meu Facebook por anos. E um
autógrafo atrás do ingresso. Tenho quase certeza que as pessoas mais de trás
sentarão nas escadas à beira do palco. Eu teria vontade, se ficasse muito
atrás. Certamente cantarão as músicas em coro. Exatamente como fiz no último
show dela. Nesse, serei um espectador silencioso e acredito que permanecerei
sentado no meu lugar. Como disse, velho e ranzinza. Não me incomodarei,
entretanto, em como os outros irão se comportar. Cada um na sua vibe. E já ir
esperando por tais movimentações de lugar e vocais é o mais realista a se
fazer. Talvez quando ela fizer 50 anos e o seu séquito tiver 40 como eu, todos permaneçam
em seus lugares. Estou curioso para ouvir as músicas novas, disseram que são
boas. Melhores que a do disco de estreia. E mais alegres. Interessante. Por
mais que não ache “Me Espera” um poço de felicidade e da própria Sandy dizer
que tem uma afinidade com a melancolia. Gostaria de escrever sem olhar para o
teclado. Não estou muito distante disso. Consegui até escrever algumas palavras
sem olhar para ele. Com mais alguns anos de prática talvez consiga. Poderia
digitar o meu enfadonho diário. 21h07. Está começando a ficar tarde para
assistir o filme. Para os parâmetros da minha mãe, digo.
21h13. Yoshi time!
22h03. Kurt
Cobain time, I hope!
0h30. Acabei de ver o documentário sobre Kurt Cobain. Não é
o filme mais alegre do mundo. Ele era uma pessoa infeliz desde os primórdios.
Me identifiquei um bocado com ele, embora minha vida não tenha sido nem um
centésimo tão conturbada quanto a dele, tanto familiarmente quanto em termos de
personalidade e abuso de drogas. Nunca fui expulso de casas de familiares por
não me aguentarem. Inclusive mãe e pai. Com certeza vou comprar “In Utero” e os
discos novos de Sandy assim que tiver oportunidade, queria muito ir na Cultura essa
semana fazer isso. Amanhã, se possível. Eita, amanhã a Gatinha vem aqui para
desabafar e desestressar, só se eu fosse à tarde. Ou fosse com ela. Mas aí iria
ser um compromisso para ela, não um momento de relaxamento. Queria ir o mais
cedo possível para ver se me acostumo com as músicas de Sandy antes do show,
mas acho que isso será impossível. Principalmente minha mãe estando vulnerável
emocionalmente (mais até que fisicamente) como está. Ela está se dando conta
dos seus esquecimentos e está ficando sinceramente preocupada. Isso é o
primeiro passo para procurar ajuda. Chorou porque esqueceu de tomar o
antibiótico, algo que tem que ser tomado nas horas exatas, segundo o meu
padrasto. Não sei até onde isso é verdade, só sei que ela ficou muito abalada.
E chorando disse que estava ficando maluca. Espero sinceramente que quando ela
melhorar da quimioterapia, ela vá procurar uma psicóloga ou psicólogo e este a
encaminhe a quem entende desse tipo de esquecimento. Mas desejo também que ela
faça terapia para ficar menos paranoide em relação a mim e à vida em geral. Sei
lá, acho que terapia a ajudaria muito, como já me ajudou. Quem não se ajuda sou
eu. Há um certo limite até onde o terapeuta pode me guiar, o resto do caminho
eu preciso trilhar sozinho. O terapeuta não opera a mudança em mim, eu opero a
mudança em mim, ele pode até sinalizar caminhos. Cabe a mim segui-los e/ou aceitá-los.
O meu grande problema é não me aceitar, como Cobain não se aceitava. Era uma
alma quebrada e quebradiça, frágil. Eu sou um pouco mais resistente, mas
carrego em mim uma rejeição a mim mesmo. Não a toda hora e a todo instante, mas
em muitos momentos. Eu me rejeito, pois me acho dejeto. Não-válido,
não-valioso, não merecedor de tudo o que tenho. A verdade é que eu não gosto de
mim. Mas já falei sobre isso diversas vezes aqui, não vou ficar me repetindo. E
cada vez mais as pessoas também gostam menos de mim porque cada vez mais me
distancio delas. Tenho que exercer uma força contrária a esse movimento e me
reaproximar das pessoas. Acho que esse final de semana, minha mãe só vai me
deixar ir ao show de Sandy, o resto do tempo vai requerer minha presença em
casa. Já estou vendo. É quando estará mais fragilizada da quimioterapia, eu
acho, e não vai querer se estressar com o filho adicto solto no mundo. Só falta
ter show do meu amigo no sábado no Antigo tocando Legião e a galera ir. Era a
oportunidade de comprar os CDs na Cultura. Isso se gostar das músicas de Sandy.
O “In Utero” compro de qualquer jeito. Sempre tive vontade, mas mais agora que
vi esse documentário. Não tenho o “Nevermind”, mas o “In Utero” me parece uma
obra mais densa, mais experimental e mais pessoal. Quase como “Blackstar” de
Bowie. Pelo menos essa é a impressão que me deixaram as pouquíssimas audições
que fiz do CD na casa do meu primo-ex-vizinho. Nos distanciamos tanto um do
outro nesses últimos anos. É uma pena e é a vida. Que segue. Espero que ele
volte a tocar em algum lugar, é uma forma de rever ele e a nossa galera. 1h32.
Espero que minha mãe não acorde hoje para me mandar dormir, estou tendo prazer
em escrever, não gostaria de ser interrompido. O filme de Kurt Cobain causou
forte impressão em mim. Me deixou pensativo e um tanto deprê. Um cara com uma infância
e juventude superfodidas do ponto de vista familiar e afetivo. Mas pelo menos
aumentou minha convicção sobre uma decisão minha. E me fez abandonar outra
convicção que eu tinha. Ou quase. Estou quase dando uma chance para GoW II, mas
não, não é o que realmente quero fazer. Muito menos Yoshi. Colocar “Blackstar”
para rolar em homenagem a Kurt Cobain.
1h43. Coloquei. Vou ligar o ar que o calor tá pegando aqui
no quarto. 29 graus, segundo o termostato do controle do ar. Tenho que me
lembrar de avisar a mamãe da vinda da Gatinha quando acordar. Também só
revisarei isso quando acordar, eu acho. Ou reviso logo e posto.
2h18. Revisei. Vou postar. E que as mulheres da minha vida
desçam dos seus pedestais. Ou que eu remova tais pedestais debaixo delas.
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