Recife, 19 de março de 2017.
Para a minha grande decepção os membros dos grupos de
escritores são como eu: querem ser lidos, não querem ler. O que ocorre então é que
há uma torrente de posts sem quase nenhum leitor. É como publicar para as
paredes. Que pena. Eu seguirei postando sempre que tiver um texto novo no blog
na vã esperança de que alguém leia. É o melhor que posso fazer para divulgar o
meu “trabalho”, digamos assim. Arre, como estou sem saco de fazer nada hoje,
inclusive escrever. Estou me forçando aqui para ter uma atividade neste domingo
modorrento. Não tenho conteúdo novo de vida para acrescentar, pois desde o post
anterior só fiz dormir e almoçar. E sentar aqui de novo. Logo nada decorreu além
da constatação sobre os grupos de escritores. Ainda tenho ecos do show de Sandy
na minha memória, o que significa que alguma relevância teve em minha vida. Me
peguei relembrando momentos do show. 16h28. Tenho o Yoshi do Wii U para jogar,
mas estou sem disposição para isso. Posso assistir um filme, mas também estou
sem disposição para isso. A única coisa que me motivaria a ter com a TV seria a
sexta temporada de “The Walking Dead”. Acabei de descobrir. Só chegará ao Netflix
brasileiro em 11 de abril. Quase um mês de espera ainda. Mas está mais perto
que longe. O pessoal dos grupos gosta de poesias e eu sou péssimo em poesias
vou me arriscar a criar uma.
Flor murchando no vaso
Vida murchando no corpo
É o tempo que passa
É o tempo que passa
Que enruga e amadurece
Que enxuga e empalidece
As lágrimas e as cores da juventude
Que fortalece ou quebra virtudes
É o tempo que passa
É o tempo que passa
Que passa por nós
Que passa em nós
Que desata nós
Que nos leva incólume ao pó.
É o tempo que passa
É o tempo que passa
E só volta nas memórias
Cada vez mais distantes e melancólicas
De um passado que cada vez mais é passado
Devido ao tempo que passa
Tá bom. Sem inspiração nenhuma para escrever poesia. Já tive
mais poesia em mim, mas não sei o que se fez dela. 16h42. Por falar em tempo,
hoje ele se arrasta para mim. É estranho isso, quando queremos que não passe, o
tempo voa, quando queremos o contrário, ele parece andar em marcha lenta. O
tempo, ou nossa percepção dele, é muito irônica. 16h47. Fui pegar um copo de
Coca e perdi o fio da meada. Isso acontece com frequência comigo. Ao ponto de
não mais me importar. Estou envergonhado da poesia que escrevi. Não diz nada de
novo, não traz nada demais, nada que lhe agregue algum valor, são só palavras
soltas, despejadas no papel eletrônico sem maiores pretensões que a de se fazerem
forçosa e tortamente poesia. Não queria que minha mãe acordasse agora, ouvi ela
falando, aparentemente ao telefone, em seu quarto quando passei para pegar a
Coca. Gostaria que ela voltasse a dormir. Sinto que ela vai me ralar comigo
porque não acordei na hora do almoço. E minha vontade é voltar para a cama.
Talvez o faça. Mas aí é que ela vai pegar ar comigo se despertar e eu ainda
estiver deitado. Meu padrasto acordou. O ouvi entrando em seu escritório.
Incrível, sem nada a dizer já entro na segunda página de Word. Me surpreende às
vezes a capacidade que eu tenho sobre escrever sobre quase nada. Acho que vou
jogar Yoshi mesmo. Acho que é uma atividade que minha mãe achará menos doentia
que me pegar escrevendo aqui de novo. Eu sei que isso não deveria ser da conta
dela e que seus julgamentos sobre o que faço ou deixo de fazer com o meu tempo
livre não deveriam me afetar. Mas afetam. Para não ter meu espírito muito
atribulado por isso é que vou jogar Yoshi. 17h00.
18h00. Passei de um mundo do jogo e resolvi dar uma pausa.
Minha mãe levantou e veio aqui, como previsto, e me pegou jogando o game, até
elogiou os gráficos... e me convocou para guardar o que sobrou do almoço na
geladeira. Vou ligar o ar do quarto um pouquinho, está 28 graus aqui dentro, de
acordo com o termostato do controle do aparelho. Como não estou com vontade de
escrever, acho que vou jogar um pouco mais. Não, não estou com vontade disso
agora. Queria ouvir os discos do meu playlist
do Spotify do celular de mamãe. Talvez isso me elevasse a alma um pouco. Mas
ela já tirou a caixinha de som daqui do quarto e está usando o celular. Usar o
celular não é problema. A conexão com a caixa é possível mesmo esteja aqui no
meu quarto e o celular na sala. Mas acho que há um certo temor de que eu me
apodere do equipamento. Bem, espero comprar logo os CDs para não ter mais
limitações para ouvir os discos. Como quem não tem cão caça com gato, tirei o “Blackstar”
de Bowie do som e coloquei “Manuscrito” de Sandy, seu primeiro trabalho solo. É
um bom paliativo, dada a minha atual fixação em Sandy, pós-show aqui em Recife.
Ainda não digeri que não consegui ver seu belo rosto com definição do lugar onde
sentei no teatro, dadas a minha visão já cansada da idade e a distância do
placo. Droga, o meu toca-CDs é um merda. Fica pulando os CDs mesmo que não
estejam arranhados. É um saco. Tenho medo é de o som arranhar o CD, mas acho
que isso é impossível de acontecer. Eu que não tinha necessidades materiais – à
parte dois objetos já tratados à exaustão aqui neste blog – arrumei mais um,
que não vai sair barato: um novo som. Ou melhor: um som velho, usado, da época
em que faziam toca-CDs que prestavam, de preferência carrossel com capacidade
para três ou cinco discos. Parece que tem uma rua no Centro que vende esses
sons antigos. Já me disseram até o nome da rua. Tenho que me informar novamente.
E gostaria de ir com mamãe, visto que vou levar o meu para dar como entrada ou
abatimento, sei lá, e trazer o outro para casa. Minha mãe e meu padrasto
conversam, mas o tom de suas vozes sempre me transmite um certo tom de tensão,
de estresse, de tudo, menos tranquilidade. Embora haja momentos em que
conversem mais pacificamente, botou trabalho no meio, o tom muda. Não que eles
estejam discutindo ou discordando, apenas acontece de ser assim. Saco, o
toca-CDs simplesmente desistiu de tocar. 25 graus. Desliguei o ar. A
temperatura já está agradável, quando subir de novo eu volto a ligar. Que coisa
chata esse meu aparelho de som. Assim vou ser obrigado a também migrar para o
Spotify. Mas duvido que ele tenha certos discos, muitos discos que tenho no meu
acervo. Comi pouco no almoço – dieta somaliana leve – e agora fico pensando no
resto de queijadinha que tem na despensa. Mas vou me controlar. Tenho até que
me pesar. Seria tão bom que tivesse baixado para 94 quilos e muitas gramas.
94,4 quilos. Ótimo. Minha meta é chegar ao final desta semana com 92 quilos e
algumas gramas. Não é impossível. Diria até que é plausível a depender da minha
força de vontade. Tudo na minha vida depende da minha força de vontade. E eu
sou fraco em força de vontade. Mas este resultado da balança me anima. Estava
com 96 e alguma coisa no começo da semana. Quero pegar outro copo de Coca Zero,
mas minha mãe e meu padrasto debatem na sala, não quero atrapalhá-los. Vou
tentar ligar o som de novo.
18h54. Fiz tudo ao contrário do planejado. Fui pegar Coca
Zero, comi a metade do restante da queijadinha e não liguei o som ainda. Vou
tentar agora. Primeiro, apareceu “No Disc”, abri e girei um pouco o CD e ele
reconheceu, coloquei direto na segunda música que foi a que deu pau e ela está “engasgando”.
Não tanto quanto da primeira vez. Engraçado, nunca tinha percebido, mas a
segunda música tem uma base de guitarra que lembra “Regret” do New Order.
Agora, apesar dos engasgos, tocou a música toda. É muito doido esse som. E essa
incerteza se vou conseguir ouvir ou não o CD me deixa indignado. O som é novo,
mas a garantia já expirou. Acho que o som tem uns dois anos, não mais que três.
Começou a falhar pouco depois do fim da garantia. Parece sacanagem e deve ser.
Quem me dera a Nintendo fizesse toca-CDs. Aí seriam produtos confiáveis e
duráveis. Tenho profunda admiração pela Nintendo, pelo seu controle de
qualidade e pela durabilidade de seus produtos. O Vaporfi já está com gosto de
queimado. Preciso limpar o tanque antes de colocar líquido novo. Maldita força
de vontade fracote. Me arrependo agora de ter comido a queijadinha. E não posso
agora botar para fora. Até poderia, vomitando, mas aí passaria de dieta a um
comportamento patológico. Além do que odeio vomitar. Vou ter que engolir esse
sapo que eu mesmo abocanhei e permanecer com ele pesando na barriga e na consciência.
Não acredito que já estou na terceira página de baboseiras. É realmente
surpreendente a minha capacidade de produzir conteúdo out of thin air. Acho que nunca ouvi este CD de Sandy sem estar
fazendo outra coisa. Estou prestando atenção mais nele e a produção é muito
boa. Os arranjos são muito legais. Acho até mais bem produzido que o segundo. E
mais variado musicalmente. Sinceramente não acho que Sandy tenha uma voz
bonita, mas ela tem um excelente domínio sobre ela, o que compensa a primeira
parte. Não é uma voz feia tampouco. É uma voz normal e agradável, mas não é uma
bela voz como a Zizi Possi, Maria Rita (embora só conheça o primeiro CD) ou Björk.
Ou indo mais além Ella Fitzgerald e Adele. A voz da moça que canta com ela em
Inglês na música 10 é bem mais bonita que a dela, por exemplo. Mas isso é questão
de gosto. Quanto ela canta mais sussurrado ou em falsete é bem agradável, devo
admitir. E gosto do personagem que ela criou como persona pública. Gosto dela.
Ponto. Comprarei o disco novo e ouvirei com o mesmo prazer que ouço os discos
de Björk. Aliás, com um prazer diferente, pois cada uma desperta coisas
diferentes em mim. Confesso que não consegui digerir o “Biophilia” de Björk e
acho que a premissa, escrita num manifesto quase singularitariano, foi muito além
do objetivo alcançado, por mais que nunca tenha baixado o aplicativo que é
parte integrante do projeto. Acho que talvez isso faça toda a diferença. Estou
bocejando, como é possível depois de tantas horas de sono? 19h34. Já? As horas
recomeçaram a voar. Amanhã tenho CAPS pela manhã. Agora não estou com a mínima
vontade de ir. Só que isso não é uma opção. Minha mãe nunca permitiria que
faltasse. Acabou-se o CD de Sandy. Vou colocar o iPod para acabar de gastar a
bateria e eu poder recarregá-lo para amanhã. O controle do Wii U descarrega
muito rápido. Uma tecnologia que a Nintendo não dominou direito foi a de
controles wireless. Os do PS3 são plug & play, não precisam fazer sync, é só carregar e jogar. O pareamento
é automático, o que não ocorre no Wii U onde o pareamento é manual. Ainda não
tentei jogar com o controle do velho Wii e terei que ler no site da Nintendo
como conectá-lo ao Wii U. Comprei o Super Mario Galaxy do Wii para jogá-lo de
novo, visto que o meu está arranhado. Eu fui emprestar para as minhas primas
quando elas estavam muito pequenas e deu nisso. Comprei o New Super Mario Bros.
Wii de novo pelas mesmas razões. Este ficou nos States, na casa do meu irmão, não
sei por quê. Foi o único jogo que faltou trazer. Mas quem sou eu para reclamar
se todos os outros vieram para a minha felicidade e depois profunda agitação do
ser, pois os tenho todos aqui e não tenho vontade de jogar. Eu não sei o que
está acontecendo comigo em relação a videogames. Antigamente eu teria zerado
esse Yoshi em três dias e já fazem três semanas, no mínimo, que jogo ele a
passos de tartaruga. Jogo uma fase, paro. Ou morro três vezes na mesma fase e
paro. O calor se fez no quarto de novo. Vou ligar o ar. Mas não tenho mais
aquela paixão, fixação pelos games. Isso muito me incomoda, me perturba, pois
videogames sempre foram grandes amigos meus desde 1989. Quase trinta anos de
fidelidade absoluta. E agora que tenho todos os jogos que poderia sonhar, perco
a vontade? Não é justo comigo. É como se eu tivesse um baú de prazeres e não
tivesse disposição para usufruir de nenhum. Só por isso vou jogar outra fase do
Yoshi. 19h58.
20h33. Passei duas fases seguidas do Yoshi, mas não consegui
tolerar o limiar de morrer três vezes na mesma parte. Isso me enfureceu e me
fez desistir do jogo. Por ora. Morri de vacilo. Fosse um pouco mais cuidadoso,
não estaria aqui escrevendo agora. Não liguei o ar, acabei esquecendo e a
temperatura está tolerável. Cada copo de Coca – com muito gelo – me refrigera e
me faz suportar o calor. Por sinal, vou pegar outro. Que sina é essa minha com
os videogames? Queria entender, mas não vejo explicação. Lembrei de um elogio –
do qual nunca deveria esquecer – que meu tio-herói me fez no nosso último porre
juntos (ele já morreu). Ele disse algo como “quem me dera ter alguém como você
para conversar aqui”, como se houvesse algo de especial em conversar comigo;
logo eu, um alienado que nada sabe de política, futebol, mulheres, religião, literatura,
cinema ou qualquer coisa que não videogames da geração passada. E até disso sei
pouco, pois pouco jogo em vista do que jogava. Uma psicóloga veio me falar
também que eu “era bom de papo”, mas acho que aí ela quis dizer que falo
demais. Que contraste da pessoa que sou no CAPS para a que sou no mundo em
termos de comunicação. No CAPS sou verborrágico como aqui. No mundo me calo, me
fecho, me intimido. Ah, a solidão o que não faz com as habilidades sociais da
pessoa. “Me Espera” de Sandy deixou de ser a menos tocada do meu iPod, acabou
de tocar de novo. “The Boy In The Bubble” de Paul Simon, acho essa música
fantástica, letra, e melodia e arranjos, vocais, tudo. Perfeita. Uma pérola.
Adoro, pois gosto de como ele fala de tecnologia e mesmo que algumas, como long distance call, sejam ultrapassadas
a música me soa superatual. “Oceania” de Björk, embora a letra não seja dela, é
outra pérola. Tudo perfeito também. E pensar que foi tudo gravado com vozes
nessa canção só agrega ainda mais valor. Inestimável valor. Para mim “Medúlla”,
o disco de onde esta música foi pinçada é o Magnum opus de Björk. Embora ela
possa ainda ter muitas surpresas dentro de sua cabeça, será difícil suplantar
este disco em termos de inovação, produção, experimentalismo e quaisquer outros
adjetivos que positivos que se queira acrescentar. Para mim, é um dos discos
mais geniais de todos os tempos. Se você fumar unzinho e nunca ouviu “Medúlla”,
sugiro que você acenda um, bote headphones e viaje no som. Sem preconceitos ou
expectativas. Deixe-se levar por essa viagem musical. Não é um disco para se
ouvir a todo momento, pois é um disco muitas vezes muito difícil de ouvir, é
preciso várias audições para digerir e mesmo assim algumas músicas continuarão
não sendo de fácil audição, pois são quase não-músicas. Mas são poucas, a maioria
é bem audível. E algumas são muito alegres e bonitas. Minha mãe não gosta de
Björk, acha baixo-astral porque eu a ouvia muito quanto estava em depressão,
mas a artista está longe de ser uma cantora das melancolias. Não é um
Radiohead. Suas músicas geralmente demonstram força e um astral positivo, são
para cima. Pelo menos eu acho, pensando em retrospecto a sua obra. O último CD,
“Vulnicura” é um dos mais tristes, por se tratar do fim de seu casamento, mas,
mesmo assim, não é nenhum Radiohead. E olha que eu gosto de Radiohead, por mais
que ache o seu som esteja se diluindo, que perdeu totalmente o punch power pop que tinha nos primeiros
CDs. Também não os acho mais tão inventivos quanto costumavam ser. São
construtores de belas melodias ainda, não posso negar. Mas não alcanço as
letras, nem consigo entender o que Thom Yorke canta. Só olhando na internet
mesmo para sacar as letras, pois o “Moon Shaped Pool”, o último disco deles,
vem sem letras no encarte. Mesmo lendo as letras, elas são por demais
herméticas ou cifradas para que eu as compreenda. Vai ver que sou limitado em
termos de interpretação de texto. O que acredito que seja uma verdade. Estou
virando um velho burro! Hahahahaha. Pobre de mim! Hahahahaha. 21h25. Vou pegar
outro copo de Coca. Já-já. Agora vou dar mais umas baforadas no Vaporfi.
Caraca, já estou na quinta página de Word outra vez. Por isso que ninguém lê
isto. Só quem lê sou eu que tenho que revisar o texto, mesmo que mal e
porcamente antes de publicá-lo, senão não durmo tranquilo. Ainda bem que com a
prática – e bote prática nisso! Hahahahaha – eu tenha cometido menos erros (que
eu me aperceba, é bom ressaltar). Mas nunca tenho certeza, pois meu Português é
intuitivo, não tenho domínio formal da Língua. Escrevo por instinto. E devo passar
muita vergonha por isso. Mas, pouco se me dá. Ofereço o que me vem. E não ouso
ou desejo oferecer mais do que isso. E, gostaria de ressaltar que gosto de
Radiohead. Talvez cada vez menos, mas gosto. Prova é que pedi o último disco de
Natal. E tenho dito.
21h40. Peguei a Coca. Quase escrevi Cola em vez de Coca. Que
ato falho. Ainda bem que estou com abuso desta desde a minha recaída. Espero
que continue assim até o fim dos meus dias. Seria, como dizem, uma bênção. Não
vou pensar muito sobre isso que eu sei que o buraco aqui é bem mais embaixo.
Não vou dar asa a cobra.
21h54. Minha mãe veio me oferecer o celular para eu ouvir
minha playlist no Spotify, mas acabou
mudando de ideia, pois precisará do despertador do celular amanhã de manhã. Não
importa muito estou ouvindo o meu iPod que só tem músicas que eu adoro. Por
exemplo, agora passa “Hawkmoon 269” do U2 que é um marco na minha vida. O álbum
duplo (à época do vinil ao menos), “Rattle & Hum” mudou minha vida. Minha
mãe me chamou para me dar os meus remédios. Preciso tomar banho antes de dormir
para não precisar fazê-lo amanhã quando acordar para ir para o CAPS. Pretendo
tentar dormir por volta da meia-noite.
22h29. Revisei o texto até o parágrafo acima. Talvez hoje
tenha sido o aniversário de uma grande amiga e me deixaram de fora das
celebrações, se celebrações houve. Como não tenho o WhatsApp dessa amiga,
cobrei de sua melhor amiga explicações sobre o fato e não recebi resposta.
Xapralá. Acontece. E talvez nem tenha sido aniversário dela mesmo, pode ter
sido só uma homenagem do marido. Sei lá. Não sei ver datas de aniversariantes
no Facebook. Aliás, não sei fazer quase nada no Facebook. Talvez minha amiga
tenha saído do Facebook, por isso não havia registro do seu aniversário. É bem
provável. Mas não terem me chamado para a celebração, achei um ato de desprezo.
Mas como disse, xapralá. A vida segue. Estou com medo do meu aniversário que
cai em dia de CAPS. Espero conseguir passar desapercebido por isso. Odiaria as
frescuras de aniversário. Vejo-as todas como possuindo um grau de hipocrisia
enorme. Me sinto altamente embaraçado com parabéns e felicitações. Tudo na
celebração do aniversário me incomoda. Mesmo que não seja o meu. Mas odeio
especialmente a hora dos parabéns. É uma verdadeira tortura para mim. O remédio
já começa a me dar fome. Começo a pensar no bolo de laranja que talvez ainda
haja na cozinha. Mas vou resistir mais um pouco. Vou pegar Coca e de repente
uma colher de farinha láctea, que talvez seja até mais calórica que o bolo. Mas
estou com saudades de comer farinha láctea, que é comprada especialmente para
mim aqui em casa.
22h49. Tá vendo como me desobedeço? Acabei por escolher
pegar uma fatia – fina – do bolo de laranja à uma colherada de sopa
transbordando de farinha láctea. Mas acho que optei pela opção menos calórica.
O bom é que deu uma forrada no estômago e enganou a fome dos remédios. E acho
que não ficaria numa colherada só de farinha láctea, nunca fico. “Stop
Whispering” do Radiohead no iPod, na época em que fazia power pop, logo no
primeiro disco. Segunda música de trabalho de “Pablo Honey”. 23h03. Estava
limpando memória do meu celular para poder fazer atualização dos aplicativos.
Não sei se liberei o suficiente. Espero que sim. Toda vez que há atualizações é
essa novela. E não, meu celular não veio com lugar para botar um chip para
aumentar a memória e ele não me permite apagar os aplicativos da Google, pois
foi um celular que estranhamente, mesmo sendo Motorola, aparecia o nome Google
quando carregava. Não sei que raios de parceria foi essa que acabou me lascando
pois não posso apagar uns dez aplicativos da Google que nunca sequer usei. Nem
abri para ver como são. E só tenho 8GB de memória. Então toda vez que tem atualizações
tenho que fazer esse balé em busca de espaço. 23h10. Às 23h45, eu vou tomar
banho. Já estou na sexta página de Word, eu não tenho jeito mesmo. Acho que vou
ter que colocar o iPod para carregar mesmo que bateria dele não arreie. Vou
tentar o Yoshi uma vez mais. 23h13.
23h49. Passei uma fase pegando todos os itens. Pena que
entrei na fase errada. Era para ter entrado na 3-3 e entrei na 3-2. Hahahahaha.
Pelo menos peguei os itens que faltavam. Tomar banho. Aliás, acho que vou comer
um pouco. Estou morrendo de fome.
0h10. Resolvi fumar um cigarro de verdade em vez de comer.
Funcionou maravilhas em aplacar o meu apetite. Agora é criar coragem para o
banho. Não precisa se um banho demorado, só me lavar mesmo, sem cantorias e
enrolações. Quando acabar o último copo de Coca da noite eu vou. Liguei a “lanterna”
do meu celular para descarregar a bateria e poder colocar ela para recarregar
zerada. Já está ruim a bateria, se não fizer isso é que lasca de vez. Estou
sonolento. Espero que o banho não me roube isso. Ainda estou meio bolado com a
coisa do aniversário da minha grande amiga. Vai ver que ela já não me considera
da mesma forma. Impressionante, havia 13% de bateria e acabou-se num instante,
uns cinco minutos. Antigamente, para acabar a bateria com essa quantidade de
carga restante demorava cerca de 20-30 minutos com a lanterna ligada. É, em
breve terei de comprar outro celular. Nada é feito para durar hoje em dia,
incrível. O capitalismo e suas maquinações mesquinhas e grotescas em busca
insaciável por lucro. Infelizmente é o mundo em que vivemos. Já estou comendo o
gelo da Coca. O banho se aproxima. Acabei de ligar o ar. Não vou limpar o
tanque do Vaporfi hoje. Vou encher do jeito que está e amanhã eu lavo. “Pitanga”
de Mallu Magalhães é outro disco, assim como “Blackstar”, que me lembra a época
em que escrevia quase que exclusivamente para o meu blog de bonecos. Pelo menos
atingi a minha meta de alcançar cem mil visualizações no blog. É um bocado de
acessos na minha opinião. O Jornal do Profeta, embora muito mais antigo, seis
anos, para ser mais específico, só tem 41 mil visualizações e uns trocados. Com
o blog de bonecos alcancei mais de cem mil visualizações em menos de um ano.
Acabou o gelo. Não tenho mais desculpas, vou tomar banho.
0h46. Banho devidamente tomado. O iPod estava com a bateria
praticamente carregada, me dá uma pena botar para carregar quando está assim,
pois isso acaba com a vida útil da bateria. Mas já coloquei, não vou tirar. Não
lavei o cabelo. Quando lavo ele fica muito sem jeito. Então lavarei amanhã após
o CAPS. Vou abrir mais uma garrafa e pegar o último copo de Coca da noite.
Último mesmo. E vou publicar logo isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário