Hoje, depois de um longo hiato, tive uma nova conversa com
X. Não sei o que me deu – ou sei, liguei o seja lá o que deus quiser – e
disse-lhe que ela aparecia em diversos dos meus posts, todos os que tinham o
marcador X. Ela perguntou se podia ler no que respondi que sim, afinal era um
blog público. Ela perguntou de uma forma que a mim ficou subentendida uma certa
preocupação de que a leitura dela afetaria a nossa relação psicóloga/usuário.
Isso vai depender dela. Isso se ela realmente ler, o que acho um tanto
improvável, mas não impossível. Se ela ler, ficará a par das minhas fantasias
românticas a respeito dela. Fantasias estas que evanesceram, mas não por
completo. Se ela conseguir lidar ainda comigo de posse do conhecimento dessa
minha realidade interior, estará se provando profissionalmente e enfrentando um
dos casos que mais acontecerá em sua vida, que é este tipo de transferência
afetiva. Ou quem sabe eu me dê bem e ela corresponda aos meus sentimentos!
Hahahahahahaha. Nada mais ridículo que assumir tal possibilidade. Esta sim,
completamente improvável. Ficarei feliz, entretanto, se ela ler e tiver coragem
de falar comigo depois disso ou a respeito disso. Acabei de ligar para a minha
mãe. Ela não fez a quimioterapia, sua saúde não permitiu. Ficou remarcada para
a próxima terça-feira, caso esteja melhor. A prudência é fundamental no
tratamento dela e enfraquecer o sistema imunológico de quem já o tem
comprometido no momento não parece realmente uma grande ideia. Voltando a X; o
que cometi foi imprudente e só o fiz porque meus sentimentos pouco importam no
momento. Se os levasse tão a sério quanto quando escrevi os demais posts
relativos a ela, não me exporia dessa forma. É claro que se ela se mostrasse receptiva
a tais sentimentos eu seria só felicidade, mas revelei os posts certo de que
isso é uma impossibilidade. Uma impossibilidade que já não me fere tanto quanto
há algumas semanas. Nem sei se me fere mais. Acho que consegui sublimar minha
paixão platônica por ela, colocá-la em estado comatoso. Dormente, adormecido,
porém latente. Não é que tenha deixado
de existir, deixou apenas de se manifestar com a intensidade de outrora. O
tempo é realmente senhor de todas as coisas. Não sei se escrevo isso pensando
que X vai ler. Talvez um pouco, talvez mais que um pouco, talvez metade de mim
ache que ela lerá. A outra metade não acha que ela perderá seu tempo com as vãs
palavras de um usuário do lugar onde estagia. Uma coisa que me marcou em nossa
conversa de hoje, foi a preocupação dela com a sua futura carreira, se o
universo conspirar nesse sentido e ela não mudar de ideia de tratar pacientes
enfermos em hospitais. O caso de descaso – gosto da ambiguidade dessas duas
palavras juntas – de um médico para com uma paciente do HC foi chocante, o que
me faz crer que talvez o seu trabalho tenha que ser não só com os pacientes,
mas também com os profissionais que lidam com eles. Como ela disse, ela fará
parte de uma equipe multidisciplinar e que essa equipe deve fazer reuniões
periódicas para afinar os ponteiros. Será um grande desafio. E eu acho que ela
está sedenta por ele. Espero só que ela não se contamine com a insensibilidade
reinante em tais lugares, pois acredito que seja contagiosa aos de alma mais
fraca. Mas acho que isso não acontecerá. Ela é uma pessoa que sabe o que quer e
me parece bastante determinada a alcançar seus objetivos. Mas chega de falar de
X. Pelo menos, por ora. Hoje é sexta-feira, dia de possível saída com o meu
primo, se este não estiver exaurido demais por conta do carnaval. Creio que
não. Mamãe chegou já afirmando que eu estava cheirando cola que estava sentindo
o cheiro, que havia cheiro no quarto dela, completamente paranoica. O pior foi
saber que não poderei sair hoje, pois a missa de vovô é amanhã às 11h. Quando
saio, geralmente só acordo bem depois do meio-dia. Que saco, isso é muito
frustrante. Parece que há uma mão invisível me guiando para o isolamento. Só
falta amanhã ninguém sair, ou irem para um lugar muito ozzy, como algum show
bagaceira. Tomara que não. Eita! Amanhã comemorarão o aniversário de um amigo
nosso! Agora que me lembrei! Ele não escolherá um lugar bagaceira para ir, pois
não é a vibe dele. Queria um lugar onde pudéssemos sentar e conversar, mas
também não sei se esta é a vibe dele também. Algo no meio termo para mim está
bom. Algo que não cobrasse entrada para mim estaria perfeito. O pior que ele
gosta do Downtown, dependendo do que estiver tocando lá. Acho que vou tirar um
cochilo. 14h59. Esqueci de colocar o horário em que comecei a escrever isto.
Aposto que quando acordar estarei arrependido de ter contado a X dos posts em
que a menciono. Dormir sempre me faz ter umas mudanças de opinião radicais como
esta. Saco. Será que fiz besteira? Se fiz, está feita. Não tenho mais como
reverter o quadro, aliás, teria, revertendo todos os posts que a mencionam para
rascunho, mas, para ser sincero, agora, neste exato momento, não acho que deva
fazê-lo. E espero não querer fazê-lo quando acordar. Deixar as coisas seguirem
seu curso. Se ela porventura ler e porventura começar a me evitar, será um fato
da vida. Pelo menos ela soube do que me fez sentir. E o que me fez sentir foi
uma coisa boa, que me encheu com pulsão de vida. Que me deu uma razão a mais
para existir. Que mal há nisso? Vamos ver o que o eu depois do cochilo vai
achar. 15h10. Agora vou me deitar mesmo.
17h17. Acabo de acordar de um sono leve, cheio de
sobressaltos. Pelo menos não mudei de ideia quanto a X e aos textos. Mas também
não foi um sono desses de desfragmentar disco. Que ela leia se tem curiosidade.
Vai ler mais ou menos a mesma coisa dita de várias maneiras diferentes. Acho
que vou começar minha maratona “The Walking Dead” logo, pois não vou dormir
muito tarde hoje, visto que temos a missa de vovô amanhã. Se bem que neste
exato momento, talvez porque ainda despertando, não esteja com saco nenhum de
ver “TWD”. Poderia dar uma jogada de Wii U.
0h07. Acabei de ver o final da última temporada disponível
no Netflix de “The Walking Dead”. Não posso negar que a sexta temporada
promete. Fiquei com gostinho de quero mais no final desta, muitas coisas
ficaram no ar. Amanhã, como já disse, é a missa de vovô. Vou revisar isso para
postar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário