segunda-feira, 12 de junho de 2017

DIA DOS NAMORADOS DE UM SOLTEIRO



Só poderia ser ao lado, ou cara-a-cara, com a minha paixão, a escrita. O que não deixa de ser bastante solitário. Afinal o que aparece na folha sou eu, não outrem, não a garota com quem provavelmente jantaria hoje e para a qual eu teria quebrado a cabeça para encontrar um presente. Pelo menos dessas partes, restaurantes lotados e busca de presentes, estou livre. Infelizmente também não tenho abraços, beijos e juras de amor. Também não tenho ver filmes bem juntinho e debatê-los depois. Sei lá o que não tenho mais. Não tenho seios para tocar e ver. Não tenho olhares profundamente dentro dos meus. Não tenho sorrisos feitos só para mim. Ah, faz tanto tempo que me esqueci. Hahahahaha. Que triste. Só me lembra “Eleanor Rigby” e seu solitário destino, que, ao que parece se assemelha muito ao meu. Ouvindo o novo de Mallu Magalhães. Não sabia que havia lançado. Me aclimatando ainda com o disco, a produção é menos minimalista que o anterior e tem um quê de Bossa Nova, mais carioca, mais sonoro. Bom companheiro para a minha solidão neste dia que também é o Dia do Enxadrista em São Paulo e Dia do Beagle na França. Totalmente correlatos. Hahahahaha. Se bem que tanto o enxadrista quanto os donos franceses de beagles amam; um, o hobby, os outros os seus companheiros caninos. Realmente estou sem inspiração. Fui pesquisar no Wikipedia se hoje era dia de algum santo correlato com o amor, mas não encontrei. É uma data comercial mesmo. Amor vende e sempre vendeu. Antes de Mallu (e como eu descobri o novo disco dela) estava ouvindo a lista de Dia dos Namorados do Spotify. Pense numa roedeira de ninguém. Hahahahaha. Mallu está com umas rimas mais trabalhadas e criativas, está na mais madura. Desenvolveu um tique para usar o seu falsete, que é muito agradável. Dosa bem o recurso, porém salta aos ouvidos mesmo assim, visto que no disco anterior não se utilizava desse expediente (que me lembre). Acabou-se o disco. 18h14. Minha mãe e meu padrasto estão se aprontando para o jantar em celebração do dia de hoje. Que romântico. Achei bem legal. Acho que vou assistir “Assassin’s Creed” 3D na sala. Poderia assistir “Cinderela”. Hahahahaha. Mas sério, fiquei na dúvida, estava mesmo a fim de ver um filme de amor com final feliz. Meu computador está superaquecido, eu acho. Vou desligar o bichinho enquanto assisto o filme. O que é uma paixão platônica? É um sentimento muito forte de bem querer, altamente idealizado, por uma pessoa que lhe é inacessível. Acho que é isso. É assim que sinto e percebo as minhas paixões platônicas. É delas que o meu afeto se apodera para se manifestar, visto que não encontro, não sei como encontrar forma de manifestação na realidade. Ou não quero encontrar forma de manifestação na realidade. É uma dúvida que eu tenho. Mas acho que não quero, porque geralmente o que quero eu faço de tudo para conseguir. Hoje o zumbido no meu ouvido está especialmente forte, que curioso. É como se fosse um “coral” de zunidos, mais de um, ou assim me parece, interessante. Minha mãe entrou no meu quarto invocada me acusando de ter fumado cigarro de verdade, que ela estava sentindo o cheiro. A véia quando encasqueta com uma paranoia é fogo. Hahahahaha. Só saí do quarto para botar Coca. Ela que lide com suas paranoias, eu não vou nem me abalar com isso. 18h39. Eles estão saindo. Vou dar 20 minutos e ir assistir o filme. E fumar um cigarro de verdade mesmo. Ou algumas das bagas que guardo na janela do hall para momentos de desespero total.

18h51. Saíram. Já faz uns 10 minutos. Quando der 19h00, eu vou fumar umas góias e ver o filme. E dar um tempo para o meu computador. Faz dias que está ligado e nesse clima tropical é mal. Vou publicar isso antes. Meu Dia dos Namorados solteiro vai ser isso, filme em 3D na sala. Vou publicar assim mesmo para ver se com um tema pertinente ao dia tenho mais acessos. Como disse, o amor vende. Hahahahaha.


Qualquer coisa quando voltar para o meu quarto-ilha, escrevo mais e complemento o post a posteriori. Preciso deixar o computador esfriar também.

21h11. Acabei de ver “Assassin’s Creed”. Não é tão ruim quanto supunha, ou quanto a nota o IMDb me fez supor, que não foi muito alta pelo que me lembro, mas é um dos melhores filmes baseados em videogames que já vi, senão o melhor. O melhor filme de ação que vi nos últimos tempos ainda é “John Wick: Chapter 2”. Comparo com “Velocidade Máxima” que à época me pareceu um filme de ação de tirar o fôlego. John Wick é adrenalina do começo ao fim. Recomendo. Este post, porém, tem uma temática, então vamos a ela. Por que não tenho namorada? Bem, eu vejo dois motivos, o primeiro é que as garotas do meu círculo social não me agradam, as que agradam já estão comprometidas; segundo porque não tenho a habilidade ou a coragem social de abordar uma desconhecida, faltam-me autoconfiança e autoestima. Simples assim. Ou complexo assim. Hahahaha. Eu rio, mas não acho graça nessa sinuca de bico em que a minha vida afetiva se encontra. Mas sabe de uma coisa? Eu também deixei de procurar. Se aparecer, vai aparecer. Enquanto isso me refugio em paixões platônicas. É uma situação que precisa ser trabalhada de alguma forma. Para ser sincero, mulheres me intimidam. Bastante. Acho que as estou incomodando se for abordá-las. Ainda mais nesse tempo em que o feminismo está exacerbado. A coisa mais próxima que cheguei de uma abordagem ultimamente foi uma troca de olhares bem delongada com uma garota que achei muito bonita. Fiquei surpreso que ela olhasse para mim de volta e por tanto tempo. Acho que flertamos, não sei. Só sei que não tomei nenhuma iniciativa após essa troca de olhares. Poderia ter ido até lá, mesmo ela estando ladeada de dois amigos, aos três fui apresentado por um colega em comum no começo da noite. Ainda lembro seu nome, Gabi. Foi na Casa Astral. Penso em voltar lá qualquer final de semana desses para ver se a reencontro. Um flerte é bem mais que desprezo puro e simples. É certo que de onde estava não era possível ver o meu bucho, mas se ela se lembrava de mim do começo da noite, saberia do conjunto completo pois fomos apresentados frente a frente. De qualquer forma me faltou iniciativa para o segundo passo. Talvez se o meu primo-irmão tivesse me estimulado, mas acho que nem reparti essa informação com ele ou só reparti depois que a perdi de vista. Foi a garota que achei mais interessante na festa e ela perdeu tempo trocando olhares comigo, fiquei fascinado com aquilo, mas não soube prosseguir com o jogo de sedução, infelizmente. Por isso continuo solteiro. Muita seleção e pouca iniciativa. Só me interesso por meninas belas e com um quê, um tempero que não sei bem o que é que faz o meu gosto. Há beldades maiores, mas que não possuem o tal tempero. Esta possuía o tempero. Pro meu gosto. Que é o que realmente interessa aqui, não é? Afinal, eu sou o solteiro frustrado desse blog. Outra coisa, não me interessa ficadas, algo meramente físico. Já tentei e não rolou. É preciso haver semente de paixão, pelo menos. Acho que esse é o tempero. Um bem querer que a pessoa me desperta. Lembro que uma vez, quando era mais desenrolado, eu emendei uma conversa com uma morena bonita e gostosa, mas que não tinha o tempero. E não me senti tentado a puxar nenhum papo mais incisivo em relação a ela. Achei inclusive que fosse uma prostituta de luxo que estava ali à caça de clientes, mas as nossas conversas foram inconclusivas até que um homem de verdade, sarado e com pegada, digo, a levou para dançar e não mais a vi. Não lembro se ainda bebia nessa época para ter essa ousadia toda, mas acho que não. Foi só o condicionamento que praticava com o meu (ex?) psicólogo. Estou sem psicólogo por ora e acho que não pretendo voltar para ele. Ele tem uma relação muito estreita com a Doutora, como chamo a minha psiquiatra que é dona do Manicômio privado onde me internam quando recaio na cola. Essa correlação compromete a relação de fidelidade e confidencialidade paciente x terapeuta. Ele já me queimou uma vez. Quase fui internado. A Doutora sugeriu por dois anos, imagine só. Só de pensar, confesso que chorei como uma criança. Até porque ela não acreditou em mim, que havia sido só uma vez (a mais pura verdade). Disse que eu era mentiroso e manipulador, que estava usando sem para e quis porque quis me internar e me ver apodrecer lá por dois anos. Taí, descobri uma mágoa que guardo. Acho que essa mágoa é suficiente para macular a minha relação com o meu (ex?) psicólogo. Quando terei coragem para escrever “ex-psicólogo”? Pronto escrevi. Mas nos desviamos demais do Dia dos Namorados. Também não tenho muito a acrescentar. Não posso revelar das minhas paixões platônicas. Elas são um dos meus segredos mais bem guardados. Acho que vou ver um outro filme, chamado “Life”. Life em outro planeta, pelo que entendi. Ou pelo menos não desse planeta. Mas os caras estão vestidos de astronautas na capa, o que sugere que viajam para algum lugar. É isso, sou um fracassado no amor há dez longos anos. Acho que prefiro o “Pitanga” de Mallu ao “Vem”, principalmente por me remeter diretamente ao meu blog de bonecos, uma fase boa da minha vida. Eu ainda amava videogames nessa época também. Mas preciso ouvir o “Vem” por mais tempo e com mais atenção. Vou postar essa atualização. 22h28.

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