Sem divulgar
o post passado no Facebook tive 12 acessos. Isso muito me surpreende.
Positivamente é claro. Mas meu ceticismo leva a crer que a maioria dessas
visitas foram bots, não consigo crer que 12 pessoas deliberadamente acessaram o
meu blog. Mas tudo é possível.
15h25.
Pensei que meu amigo da piscina havia me mandado mensagem de um áudio relevante
e estranhamente fiquei aliviado porque foi apenas uma piada ou coisa que o
valha, alguma desses spams de besteira que abundam no WhatsApp. O fato é que
era para ser uma coisa boa receber o seu contato, mas não sinto isso assim
agora. Meu superego é ozzy. É ele que me impede de acreditar que tenho 12
leitores. Para mim, seria a glória, 12 pessoas espontaneamente acessarem o meu
blog para ler. Não vi filme ontem, disse que o faria hoje, mas não estou com a
mínima vontade. Parece que a única coisa para a qual tenho disposição é para
essas palavras mesmo. Que coisa chata. Não que eu ache chato, me diverte, me
ocupa a mente, me distrai, me dá ampla liberdade, mas, convenhamos, é um
cotidiano muito limitado. Por mais libertador que seja, veja que contraditório.
É porque é simplesmente a forma de prazer que exige o mínimo de mim. Basta
dizer o que quiser. Conversar comigo mesmo ou, algumas vezes, com um suposto
leitor. Mas me envergonha saber que um conhecido ou conhecida leu, como se deu
ontem, quanto um amigo veio comentar do post do Dia dos Namorados. Essas palavras
não são cansativas pois nunca iguais. Sempre uma combinação nova, como é
relativamente novo o meu estado de espírito a cada dia. Só a indisposição para
outras coisas reina absoluta. O “Persona 4” ronda a minha mente, mas não chega
para dar o bote e arrematar a minha vontade. O documentário de Amy Winehouse é
um pouco mais ousado e talvez acabe por assisti-lo em breve. Tem uma série de
documentários curiosos que baixei. Por curiosos, entenda-se bizarros. Um sobre
um cara que tem um museu só de pênis de animais e está em busca do último
membro, um da espécie humana. Outro sobre os fanáticos por “Meu Querido Pônei”
ou coisa assim. Como disse, bizarros. Há um sobre o Pirate Bay, aquele site
ilegal de torrents e downloads de tudo o que você quiser. Ou quase tudo. Todos
esses eu tenho interesse em ver, à exceção do dos pênis, pois não quero ver um
bando de pênis estranhos em conserva, o que deve ser inevitável. Eu acho que
sou um acumulador. O fato de tê-los lá, os documentários, os jogos de
videogame, me basta. Assisti-los ou jogá-los já é outra história. Desfruto de
sua posse mas não da coisa em si. Por falar em posse e coisa em si eu tenho
alguns garage kits (bonecos
desmontados e não pintados como modelos Ravell, para quem é velho o suficiente)
que estão em um ateliê na China para serem pintados. Eu os comprei e mandei
enviar diretamente para lá, já que não tenho a mínima habilidade para montá-los
ou pintá-los. Só que estão me cobrando um preço absurdo para pintar a Asuka do
Evangelion na moto. Todo o dinheiro que tenho no PayPal, mais o frete. Pura e
simplesmente. Tenho que considerar isso com carinho, pois é todo o dinheiro que
eu tenho. Eu tenho a pensão, mas não tenho como utilizá-la, pelo menos agora,
pois já a estou usando para pagar as parcelas da Sideshow e continuarei pagando
até abril de 2018, que é quando vence a última parcela do Malavestros. Não
tenho como pagar o frete até lá. Sei que é uma complicação. Não sei por que fui
mandar um e-mail perguntando sobre isso ontem. Acho que porque pensei que seria
mais barato. Até porque não me lembrava que tinha esse kit da Asuka com a moto,
que é lindo. Eu tenho mais três kits lá. Só lembrava desses três. Mas a Asuka
com a moto... tenho outras versões, mais antigas, da Asuka e da Rei nas motos
aqui em casa. Então é um desejo antigo. Sei não. Vou pensar. E o trabalho desse
ateliê é top. Por mais que minha amiga Daisy tenha vindo me dizer que havia
duas qualidades de serviço dependendo do preço. E o preço que ela colocou para
o a pintura top foi absurdo. Quase o triplo do que tenho ainda disponível no
PayPal. Acho que ela disse isso mais como jogada de marketing para que eu
fechasse o negócio e torrasse toda a minha grana. Não sei. Realmente não sei. Preciso
meditar sobre o assunto. E para as outras bonecas que tenho lá, só posso pensar
para depois de abril de 2018. E parcelado, como com a Sideshow. Nem que ela só
pinte depois que eu pagar todas as parcelas. Mas deixemos de divagações financeiras
sobre bonecos. Eu posso simplesmente deixar tudo como está, deixar os kits lá e
manter o meu dinheiro do PayPal que, eventualmente, do jeito que as coisas
andam, virará fumaça. Acho que prefiro que vire a Asuka na moto. Não sei. Que
dúvida cruel e fútil. O pior é que gosto da minha amiga Daisy. Faz mais de dez
anos que mantemos contato ou que requeiro os seus serviços. Mas fomos além dos
negócios nas nossas comunicações, ela já chegou a me mandar fotos dos seus
bichinhos de estimação e confidenciou que tem uma fixação por facas de
colecionador e disse que o Brasil é um grande expoente nessa arte. Eu sempre
conto nos meus e-mails sobre como estão as coisas no Brasil, dessa vez
mencionei a crise política generalizada. Nos comunicamos em Inglês, obviamente.
Mas ficar liso me assusta. Não gosto de não ter nenhuma reserva minha, que eu
possa acessar e utilizar quando quiser. Faz anos que não sei o que é isso. Dá
uma sensação de desamparo. Não sei se quero isso para mim. Será que o mood da música afeta a minha escrita? Às
vezes acho que sim. Estou na pasta que tem o novo de Mallu há mais de uma hora,
são 17h10, e ainda não tocou nenhuma do disco novo. Está em modo aleatório.
Acho que sei o que vou fazer. Vou colocar o disco novo para tocar e, quando
acabar, vejo o documentário de Amy Winehouse. É acho que vou fazer isso.
Asuka na moto. Vale todo o meu dinheiro do PayPal? É linda, pelo menos. E cool. |
Esta é outro dos kits que tenho lá na China que queria muito que fosse pintado, é raríssimo. |
17h13. Coloquei
o disco novo de Mallu. Não queria que já estivesse chegando a noite. Queria
mais dia no meu dia. E dormi cedo, mas só consegui acordar depois das duas da
tarde do mesmo jeito. Acho que é assim, eu durmo pouco nos dias de CAPS e
compenso no dia subsequente. Esse disco tem toques de Jorge Ben, de Bossa Nova,
Roberto Carlos e até de Baby Consuelo e, claro, muito de Mallu. E uma dose de
Camelo. Como disse ela está melhor nas letras. Espero que todas gostem dos
presentes. Vou dar um dos CDs a mamãe, já decidi. E os arranjos são mais cheios
que os do disco anterior. Se não gostarem, não posso fazer nada. Não tem quase
nenhuma música que eu desgoste. Mas tem umas duas mais fracas. Ou que não me
acostumei ainda. Não sei. É difícil um disco ser 100% bom. Mas, para mim, Mallu
tem um quociente de acertos bem alto. Nem fiz a barba hoje. Mas talvez hoje
seja feriado, é Corpus Christi, nem sei se é assim que se escreve, não tive
formação religiosa (para o bem ou para o mal). Não sei se divulgue este post.
Está tão focado até agora em bonecos. É um post mais fútil e vazio que os
demais. Fico me concentrando nas músicas. Vou plugar logo o HD que tem o tal
documentário para eu assistir. Pluguei. 17h42. O disco já está no fim. Vou
trocar o atomizer, está fraca a fumaça. Troquei, mas era a bateria acabando.
Está na última música. “Linha Verde”. As baterias do Vaporfi estão durando cada
vez menos. Pelo menos, eu acho. Preciso tomar banho antes de dormir. Não quero
acordar mais cedo amanhã para isso. Agora com a bateria carregada, o Vaporfi
está fazendo fumaça a contento. Diminui até a potência dele. Acabou o disco.
Vou assistir o filme. 17h52.
19h27. Por
ironia, o filme de Amy Winehouse não estava no HD que tem a pasta de
documentários, então acabei vendo o documentário sobre os fãs de “Meu Querido
Pônei”. Foi bom para quebrar um pouco o preconceito ver que o desenho animado
foi terapêutico até para um rapaz com síndrome de Asperger. Me pareceu algo meio
infantilizado, mas quem sou eu para falar de comportamentos infantilizados?
Hahahahaha. Fiquei até curioso para ver um episódio do desenho, mas não muito.
Não o suficiente para ir no YouTube procurar. Quem sabe um dia. Talvez eu tenha
medo de virar um fã. Não quero mais fanatismos na minha vida. Minha vida de
fanatismos acabou, espero, com a compra do meu último boneco. Se bem que
comecei falando em pintar os kits – de bonecas – que estão na China. Isso ainda
pretendo levar a cabo. Não sei como ainda. Nem quando. Então meu fanatismo
ainda não acabou. Mas vendo por essa perspectiva, de fanatismo, me desestimula levar
esse planejamento adiante, pois não acho fanatismo algo saudável. Confesso,
entretanto, que sou dado a fanatismos, talvez seja o meu lado maníaco falando
mais alto. Tanto é que comprei três CDs de Mallu Magalhães para dar de
presente. Isso demonstra um certo grau de fanatismo. Iria para um show dela,
sim. Mas não ficaria no frisson de pedir autógrafos, filmar, tirar fotos ou
coisa do gênero. Se fosse Los Hermanos, entretanto, a situação seria outra.
Acho que não é tão fora da realidade ter ídolos, ser fã, em uma palavra. Acho,
em verdade, que há fanatismos e fanatismos. Acho que no caso de Los Hermanos,
eu até tentaria utilizar o nome do meu padrasto, que é primo do baixista que
acompanha a banda, para ver se conseguia um encontro com eles no backstage. Se
bem que uma vez lá, não saberia muito o que dizer. Ou como me comportar.
Certamente não pediria autógrafos ou selfies, mas não sei realmente o que faria
ou o que diria. Seria uma situação intimidante para mim. Ando tão
introspectivo. Mas encararia, caso o nome do meu padrasto abrisse as portas
para mim.
20h05. Fui
pegar um copo de Coca. Perdi o fio da meada. Ah, fanatismo. O fanatismo ruim é
aquele que passa da admiração e torna-se algo obsessivo. Seja religioso, seja
musical, seja esportivo, seja qualquer outro, quando a vida passa a girar em
torno somente ou principalmente daquilo. Não me agrada esse tipo de fanatismo.
Mas minha vida gira em volta somente ou principalmente de escrever. Seria isso
um fanatismo? Se não, que seria então? Uma paixão? Uma válvula de escape? Acho
que um meio de preencher o vazio existencial. Mas tudo o que fazemos não é um
meio de preencher o vazio existencial? Não sei. Não sei o que a escrita
representa para mim. É a minha vida. É o que faço. É o meu passatempo e a minha
ocupação. Chega a ser por vezes uma necessidade. É o que me condicionei a
fazer. É natural para mim, é fácil, principalmente. E divertido. Mais que
videogame. Eu queria saber quanto dessa ojeriza por videogame é criação minha,
fruto de uma hipérbole da minha imaginação. Mas não me dou a chance, por ora,
de descobrir jogando um. Esse “por ora” está se delongando demais. E isso faz o
distanciamento ficar maior e parecer maior do que sinceramente acho que seja.
De qualquer forma, algo em mim me impede de me aproximar ou reaproximar dos
videogames. Eu não quero completar o Zelda, mas por que não coloco outro para
jogar? O Super Mario que eu sempre gostei? Algo me impede. Algo me desestimula.
Escrever me é tão mais agradável que não me interessa fazer coisa outra. Embora
talvez veja o documentário de Amy Winehouse ainda hoje, pois são ainda 20h30.
Mas confesso que passar duas horas, duas preciosas horas quando tenho horário
para dormir, pois amanhã tenho CAPS, me parece uma perda de tempo. Prefiro
escrever por duas horas. Muito mais. Nem tanto assim. Foi só pensar em passar
duas horas escrevendo que me desmotivei a escrever. Parece que tenho um
deadline, um serão a cumprir, fica parecendo trabalho e isso é tudo o que não
quero que a escrita me pareça. Liberdade é a palavra, não me canso de repetir.
Aqui eu posso tudo. Inclusive parar de escrever. Não estou com vontade de parar
agora. Penso em digitar o caderno da internação. Talvez faça isso. Dentro em
breve. Tudo para depois, pois posso deixar tudo para depois. E me dá satisfação
ter esse poder. E usá-lo. Por pura preguiça. Porque quero me deixar mais um
tempo nesse texto. Porque quero, ponto. Preciso pegar mais Coca. Mas estou sem
saco de passar pela sala e minha mãe me mandar pela enésima vez comer. Ou
reclamar que estou tomando muita Coca. Se bem que faz 39 minutos que não pego
um copo. Acho que vou. Eu quero. E posso. Então vou. Ouça o que ouvir.
20h46.
Pronto, não falou nada. Ainda bem. Estava concentrada no noticiário. Eu poderia
ligar aqui na Globo News. Liguei. Me sinto agora multifuncional. TV, som e
computador. É um tanto caótico, minha concentração pula para cada uma das
coisas. Curiosa condição. Parece que há novos escândalos em relação a Temer.
Está difícil me concentrar na escrita com a TV. Não fui fazer a barba hoje.
Isso me incomoda, pois amanhã já é sexta. Preciso ver se faço isso amanhã
depois do CAPS, pois provavelmente sairei amanhã à noite. Senão no sábado.
Desliguei a TV um pouco, parece que ficou um vazio e ao mesmo tempo parece que
encheu o quarto de paz. Estava na parte dos comerciais. 20h59.
21h06. Minha
mãe veio aqui para me fazer sentir mal, me incutindo culpas, criticando o meu
modo de viver a vida. Que coisa chatíssima. O pior é que ela consegue me afetar
com suas neuras. Que saco. Quando o meu padrasto passa o dia trancado em seu
quarto, ela não reclama. Pronto, agora fico essas caraminholas me pesando a
alma e o que ela ganha com isso? Nada. Vou tentar relevar. O pior que a escrita
não serve para eu me alienar dos meus próprios pensamentos. Pensar em outra
coisa. Toda vez que penso isso de pensar em outra coisa, é inevitável, ela me
vem à mente. A impossibilidade.
21h34. A
Gatinha me apareceu no WhatsApp para desabafar. Incrível como esse modo
aleatório do Spotify negligencia o disco novo de Mallu. Acho até bom que eu
boto o disco todo para ouvir já-já.
21h58. Minha
mãe novamente, mas dessa vez revidei. Ela veio dizer que ficar trancado no quarto
faz mal para a minha cabeça. E redargui “Para a minha ou para a sua? Pois à
minha está ótima assim”. Aí ela disse que passou dois meses no quarto e que foi
horrível no que respondi “Cada cabeça é um mundo”. Botei o “Vem” pra tocar. Aí
fico ouvindo o disco e não escrevo. Que seja.
22h38.
Acabou de tocar, encontrei Mallu no Facebook e mandei uma mensagem para ela.
Acho que ela não vai gostar. Disse que “espero que ela encontre a sua
verdadeira voz no universo da MPB”, sugerindo obviamente que ela emulou vários
artistas no novo álbum e que poucas vezes foi ela mesma. Mas acrescentei que “acredito
que essa seja o próximo inevitável passo” e pedi que ela “nunca abandone o seu
mundinho”. Botei New Order para dar uma desopilada daquele playlist que ouvi paulatinamente por dois dias seguidos. Acho que
vou tomar banho... depois do próximo copo de Coca que vou botar.
22h58. Já
bebi a Coca, mas ainda não quero tomar banho, quero ficar mais um tempo aqui.
Li outra resenha do disco de Mallu. As críticas têm sido positivas. Isso é bom.
O disco é uma delícia de se ouvir. Pelo menos, eu acho. Ainda mais facilmente
gostável que o “Pitanga”. Acho que vou tomar meu banho mesmo. Não tem nada que
queira acrescentar por ora.
23h55. Tomei
banho. Foi relaxante. Vou revisar isso e postar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário