sexta-feira, 16 de junho de 2017

BONECAS, MAIS MALLU ETC.

Sem divulgar o post passado no Facebook tive 12 acessos. Isso muito me surpreende. Positivamente é claro. Mas meu ceticismo leva a crer que a maioria dessas visitas foram bots, não consigo crer que 12 pessoas deliberadamente acessaram o meu blog. Mas tudo é possível.

15h25. Pensei que meu amigo da piscina havia me mandado mensagem de um áudio relevante e estranhamente fiquei aliviado porque foi apenas uma piada ou coisa que o valha, alguma desses spams de besteira que abundam no WhatsApp. O fato é que era para ser uma coisa boa receber o seu contato, mas não sinto isso assim agora. Meu superego é ozzy. É ele que me impede de acreditar que tenho 12 leitores. Para mim, seria a glória, 12 pessoas espontaneamente acessarem o meu blog para ler. Não vi filme ontem, disse que o faria hoje, mas não estou com a mínima vontade. Parece que a única coisa para a qual tenho disposição é para essas palavras mesmo. Que coisa chata. Não que eu ache chato, me diverte, me ocupa a mente, me distrai, me dá ampla liberdade, mas, convenhamos, é um cotidiano muito limitado. Por mais libertador que seja, veja que contraditório. É porque é simplesmente a forma de prazer que exige o mínimo de mim. Basta dizer o que quiser. Conversar comigo mesmo ou, algumas vezes, com um suposto leitor. Mas me envergonha saber que um conhecido ou conhecida leu, como se deu ontem, quanto um amigo veio comentar do post do Dia dos Namorados. Essas palavras não são cansativas pois nunca iguais. Sempre uma combinação nova, como é relativamente novo o meu estado de espírito a cada dia. Só a indisposição para outras coisas reina absoluta. O “Persona 4” ronda a minha mente, mas não chega para dar o bote e arrematar a minha vontade. O documentário de Amy Winehouse é um pouco mais ousado e talvez acabe por assisti-lo em breve. Tem uma série de documentários curiosos que baixei. Por curiosos, entenda-se bizarros. Um sobre um cara que tem um museu só de pênis de animais e está em busca do último membro, um da espécie humana. Outro sobre os fanáticos por “Meu Querido Pônei” ou coisa assim. Como disse, bizarros. Há um sobre o Pirate Bay, aquele site ilegal de torrents e downloads de tudo o que você quiser. Ou quase tudo. Todos esses eu tenho interesse em ver, à exceção do dos pênis, pois não quero ver um bando de pênis estranhos em conserva, o que deve ser inevitável. Eu acho que sou um acumulador. O fato de tê-los lá, os documentários, os jogos de videogame, me basta. Assisti-los ou jogá-los já é outra história. Desfruto de sua posse mas não da coisa em si. Por falar em posse e coisa em si eu tenho alguns garage kits (bonecos desmontados e não pintados como modelos Ravell, para quem é velho o suficiente) que estão em um ateliê na China para serem pintados. Eu os comprei e mandei enviar diretamente para lá, já que não tenho a mínima habilidade para montá-los ou pintá-los. Só que estão me cobrando um preço absurdo para pintar a Asuka do Evangelion na moto. Todo o dinheiro que tenho no PayPal, mais o frete. Pura e simplesmente. Tenho que considerar isso com carinho, pois é todo o dinheiro que eu tenho. Eu tenho a pensão, mas não tenho como utilizá-la, pelo menos agora, pois já a estou usando para pagar as parcelas da Sideshow e continuarei pagando até abril de 2018, que é quando vence a última parcela do Malavestros. Não tenho como pagar o frete até lá. Sei que é uma complicação. Não sei por que fui mandar um e-mail perguntando sobre isso ontem. Acho que porque pensei que seria mais barato. Até porque não me lembrava que tinha esse kit da Asuka com a moto, que é lindo. Eu tenho mais três kits lá. Só lembrava desses três. Mas a Asuka com a moto... tenho outras versões, mais antigas, da Asuka e da Rei nas motos aqui em casa. Então é um desejo antigo. Sei não. Vou pensar. E o trabalho desse ateliê é top. Por mais que minha amiga Daisy tenha vindo me dizer que havia duas qualidades de serviço dependendo do preço. E o preço que ela colocou para o a pintura top foi absurdo. Quase o triplo do que tenho ainda disponível no PayPal. Acho que ela disse isso mais como jogada de marketing para que eu fechasse o negócio e torrasse toda a minha grana. Não sei. Realmente não sei. Preciso meditar sobre o assunto. E para as outras bonecas que tenho lá, só posso pensar para depois de abril de 2018. E parcelado, como com a Sideshow. Nem que ela só pinte depois que eu pagar todas as parcelas. Mas deixemos de divagações financeiras sobre bonecos. Eu posso simplesmente deixar tudo como está, deixar os kits lá e manter o meu dinheiro do PayPal que, eventualmente, do jeito que as coisas andam, virará fumaça. Acho que prefiro que vire a Asuka na moto. Não sei. Que dúvida cruel e fútil. O pior é que gosto da minha amiga Daisy. Faz mais de dez anos que mantemos contato ou que requeiro os seus serviços. Mas fomos além dos negócios nas nossas comunicações, ela já chegou a me mandar fotos dos seus bichinhos de estimação e confidenciou que tem uma fixação por facas de colecionador e disse que o Brasil é um grande expoente nessa arte. Eu sempre conto nos meus e-mails sobre como estão as coisas no Brasil, dessa vez mencionei a crise política generalizada. Nos comunicamos em Inglês, obviamente. Mas ficar liso me assusta. Não gosto de não ter nenhuma reserva minha, que eu possa acessar e utilizar quando quiser. Faz anos que não sei o que é isso. Dá uma sensação de desamparo. Não sei se quero isso para mim. Será que o mood da música afeta a minha escrita? Às vezes acho que sim. Estou na pasta que tem o novo de Mallu há mais de uma hora, são 17h10, e ainda não tocou nenhuma do disco novo. Está em modo aleatório. Acho que sei o que vou fazer. Vou colocar o disco novo para tocar e, quando acabar, vejo o documentário de Amy Winehouse. É acho que vou fazer isso.

Asuka na moto. Vale todo o meu dinheiro do PayPal? É linda, pelo menos. E cool.



Esta é outro dos kits que tenho lá na China que queria muito que fosse pintado, é raríssimo.


17h13. Coloquei o disco novo de Mallu. Não queria que já estivesse chegando a noite. Queria mais dia no meu dia. E dormi cedo, mas só consegui acordar depois das duas da tarde do mesmo jeito. Acho que é assim, eu durmo pouco nos dias de CAPS e compenso no dia subsequente. Esse disco tem toques de Jorge Ben, de Bossa Nova, Roberto Carlos e até de Baby Consuelo e, claro, muito de Mallu. E uma dose de Camelo. Como disse ela está melhor nas letras. Espero que todas gostem dos presentes. Vou dar um dos CDs a mamãe, já decidi. E os arranjos são mais cheios que os do disco anterior. Se não gostarem, não posso fazer nada. Não tem quase nenhuma música que eu desgoste. Mas tem umas duas mais fracas. Ou que não me acostumei ainda. Não sei. É difícil um disco ser 100% bom. Mas, para mim, Mallu tem um quociente de acertos bem alto. Nem fiz a barba hoje. Mas talvez hoje seja feriado, é Corpus Christi, nem sei se é assim que se escreve, não tive formação religiosa (para o bem ou para o mal). Não sei se divulgue este post. Está tão focado até agora em bonecos. É um post mais fútil e vazio que os demais. Fico me concentrando nas músicas. Vou plugar logo o HD que tem o tal documentário para eu assistir. Pluguei. 17h42. O disco já está no fim. Vou trocar o atomizer, está fraca a fumaça. Troquei, mas era a bateria acabando. Está na última música. “Linha Verde”. As baterias do Vaporfi estão durando cada vez menos. Pelo menos, eu acho. Preciso tomar banho antes de dormir. Não quero acordar mais cedo amanhã para isso. Agora com a bateria carregada, o Vaporfi está fazendo fumaça a contento. Diminui até a potência dele. Acabou o disco. Vou assistir o filme. 17h52.

19h27. Por ironia, o filme de Amy Winehouse não estava no HD que tem a pasta de documentários, então acabei vendo o documentário sobre os fãs de “Meu Querido Pônei”. Foi bom para quebrar um pouco o preconceito ver que o desenho animado foi terapêutico até para um rapaz com síndrome de Asperger. Me pareceu algo meio infantilizado, mas quem sou eu para falar de comportamentos infantilizados? Hahahahaha. Fiquei até curioso para ver um episódio do desenho, mas não muito. Não o suficiente para ir no YouTube procurar. Quem sabe um dia. Talvez eu tenha medo de virar um fã. Não quero mais fanatismos na minha vida. Minha vida de fanatismos acabou, espero, com a compra do meu último boneco. Se bem que comecei falando em pintar os kits – de bonecas – que estão na China. Isso ainda pretendo levar a cabo. Não sei como ainda. Nem quando. Então meu fanatismo ainda não acabou. Mas vendo por essa perspectiva, de fanatismo, me desestimula levar esse planejamento adiante, pois não acho fanatismo algo saudável. Confesso, entretanto, que sou dado a fanatismos, talvez seja o meu lado maníaco falando mais alto. Tanto é que comprei três CDs de Mallu Magalhães para dar de presente. Isso demonstra um certo grau de fanatismo. Iria para um show dela, sim. Mas não ficaria no frisson de pedir autógrafos, filmar, tirar fotos ou coisa do gênero. Se fosse Los Hermanos, entretanto, a situação seria outra. Acho que não é tão fora da realidade ter ídolos, ser fã, em uma palavra. Acho, em verdade, que há fanatismos e fanatismos. Acho que no caso de Los Hermanos, eu até tentaria utilizar o nome do meu padrasto, que é primo do baixista que acompanha a banda, para ver se conseguia um encontro com eles no backstage. Se bem que uma vez lá, não saberia muito o que dizer. Ou como me comportar. Certamente não pediria autógrafos ou selfies, mas não sei realmente o que faria ou o que diria. Seria uma situação intimidante para mim. Ando tão introspectivo. Mas encararia, caso o nome do meu padrasto abrisse as portas para mim.

20h05. Fui pegar um copo de Coca. Perdi o fio da meada. Ah, fanatismo. O fanatismo ruim é aquele que passa da admiração e torna-se algo obsessivo. Seja religioso, seja musical, seja esportivo, seja qualquer outro, quando a vida passa a girar em torno somente ou principalmente daquilo. Não me agrada esse tipo de fanatismo. Mas minha vida gira em volta somente ou principalmente de escrever. Seria isso um fanatismo? Se não, que seria então? Uma paixão? Uma válvula de escape? Acho que um meio de preencher o vazio existencial. Mas tudo o que fazemos não é um meio de preencher o vazio existencial? Não sei. Não sei o que a escrita representa para mim. É a minha vida. É o que faço. É o meu passatempo e a minha ocupação. Chega a ser por vezes uma necessidade. É o que me condicionei a fazer. É natural para mim, é fácil, principalmente. E divertido. Mais que videogame. Eu queria saber quanto dessa ojeriza por videogame é criação minha, fruto de uma hipérbole da minha imaginação. Mas não me dou a chance, por ora, de descobrir jogando um. Esse “por ora” está se delongando demais. E isso faz o distanciamento ficar maior e parecer maior do que sinceramente acho que seja. De qualquer forma, algo em mim me impede de me aproximar ou reaproximar dos videogames. Eu não quero completar o Zelda, mas por que não coloco outro para jogar? O Super Mario que eu sempre gostei? Algo me impede. Algo me desestimula. Escrever me é tão mais agradável que não me interessa fazer coisa outra. Embora talvez veja o documentário de Amy Winehouse ainda hoje, pois são ainda 20h30. Mas confesso que passar duas horas, duas preciosas horas quando tenho horário para dormir, pois amanhã tenho CAPS, me parece uma perda de tempo. Prefiro escrever por duas horas. Muito mais. Nem tanto assim. Foi só pensar em passar duas horas escrevendo que me desmotivei a escrever. Parece que tenho um deadline, um serão a cumprir, fica parecendo trabalho e isso é tudo o que não quero que a escrita me pareça. Liberdade é a palavra, não me canso de repetir. Aqui eu posso tudo. Inclusive parar de escrever. Não estou com vontade de parar agora. Penso em digitar o caderno da internação. Talvez faça isso. Dentro em breve. Tudo para depois, pois posso deixar tudo para depois. E me dá satisfação ter esse poder. E usá-lo. Por pura preguiça. Porque quero me deixar mais um tempo nesse texto. Porque quero, ponto. Preciso pegar mais Coca. Mas estou sem saco de passar pela sala e minha mãe me mandar pela enésima vez comer. Ou reclamar que estou tomando muita Coca. Se bem que faz 39 minutos que não pego um copo. Acho que vou. Eu quero. E posso. Então vou. Ouça o que ouvir.

20h46. Pronto, não falou nada. Ainda bem. Estava concentrada no noticiário. Eu poderia ligar aqui na Globo News. Liguei. Me sinto agora multifuncional. TV, som e computador. É um tanto caótico, minha concentração pula para cada uma das coisas. Curiosa condição. Parece que há novos escândalos em relação a Temer. Está difícil me concentrar na escrita com a TV. Não fui fazer a barba hoje. Isso me incomoda, pois amanhã já é sexta. Preciso ver se faço isso amanhã depois do CAPS, pois provavelmente sairei amanhã à noite. Senão no sábado. Desliguei a TV um pouco, parece que ficou um vazio e ao mesmo tempo parece que encheu o quarto de paz. Estava na parte dos comerciais. 20h59.

21h06. Minha mãe veio aqui para me fazer sentir mal, me incutindo culpas, criticando o meu modo de viver a vida. Que coisa chatíssima. O pior é que ela consegue me afetar com suas neuras. Que saco. Quando o meu padrasto passa o dia trancado em seu quarto, ela não reclama. Pronto, agora fico essas caraminholas me pesando a alma e o que ela ganha com isso? Nada. Vou tentar relevar. O pior que a escrita não serve para eu me alienar dos meus próprios pensamentos. Pensar em outra coisa. Toda vez que penso isso de pensar em outra coisa, é inevitável, ela me vem à mente. A impossibilidade.

21h34. A Gatinha me apareceu no WhatsApp para desabafar. Incrível como esse modo aleatório do Spotify negligencia o disco novo de Mallu. Acho até bom que eu boto o disco todo para ouvir já-já.

21h58. Minha mãe novamente, mas dessa vez revidei. Ela veio dizer que ficar trancado no quarto faz mal para a minha cabeça. E redargui “Para a minha ou para a sua? Pois à minha está ótima assim”. Aí ela disse que passou dois meses no quarto e que foi horrível no que respondi “Cada cabeça é um mundo”. Botei o “Vem” pra tocar. Aí fico ouvindo o disco e não escrevo. Que seja.

22h38. Acabou de tocar, encontrei Mallu no Facebook e mandei uma mensagem para ela. Acho que ela não vai gostar. Disse que “espero que ela encontre a sua verdadeira voz no universo da MPB”, sugerindo obviamente que ela emulou vários artistas no novo álbum e que poucas vezes foi ela mesma. Mas acrescentei que “acredito que essa seja o próximo inevitável passo” e pedi que ela “nunca abandone o seu mundinho”. Botei New Order para dar uma desopilada daquele playlist que ouvi paulatinamente por dois dias seguidos. Acho que vou tomar banho... depois do próximo copo de Coca que vou botar.

22h58. Já bebi a Coca, mas ainda não quero tomar banho, quero ficar mais um tempo aqui. Li outra resenha do disco de Mallu. As críticas têm sido positivas. Isso é bom. O disco é uma delícia de se ouvir. Pelo menos, eu acho. Ainda mais facilmente gostável que o “Pitanga”. Acho que vou tomar meu banho mesmo. Não tem nada que queira acrescentar por ora.


23h55. Tomei banho. Foi relaxante. Vou revisar isso e postar. 

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