terça-feira, 13 de novembro de 2012

Trivial Variado




Nova folha em branco, Dalmadorm já tomado e bebendo Coca Zero (mas não da latinha!). Não sei por que o post sobre a morte é tão acessado (vejo nas estatísticas do blog). Deve ser alguma sutileza macabra da natureza humana.

Todos foram dormir e me sinto dono do meu próprio reinado – a noite – agora. Pena que talvez eu mesmo sucumba em breve devido à medicação.

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21h47. Liguei para o meu irmão para saber da herança e ele também anda meio por fora. Fumar e encher o refil de Coca Zero.

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22h10. Fumei quatro cigarros. Nem me encantei com a voz e o sorriso “da” Clementine que ouvi através da porta. Ou os remédios estão começando realmente a fazer efeito – e estão – ou o encanto finalmente está se quebrando. Pensei numa frase enquanto fumava: sou pior do que vou ser. Por favor, entendam-na de forma positiva, que estou acreditando que estou me tornando uma pessoa melhor. Vou continuar a escrever até a Coca Zero acabar, depois, caminha.

Não importa quantas vezes já tenha dito isto, eu adoro por palavras para fora de mim, mesmo que não tenha nada de relevante a dizer, como agora.

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Uma dos piores momentos do meu cotidiano é limpar minha bunda.

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 Like a Stone rolando. Botei a lista ALGO para tocar do começo de novo, pois já a ouvi toda enquanto teclava aqui (e ela tem duração de 3,7 horas). Passei o dia escrevendo e publicando e procurando imagens para o Algo estilo cordel que quero fazer (o que não foi muito produtivo [acho que estou com expectativas altas demais em relação ao visual]). O sono está batendo, um certo cansaço também. Acho que passei umas doze horas aqui.

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Eu não sei mais o que meu pai significa para mim. Meus sentimentos em relação a ele são difusos e sempre acompanhados de sua imagem no caixão. Ver a foto dele sorrindo que tenho aqui me traz um sentimento vazio, sem emoção. Acho que é o remédio. Ainda bem que a empregada vem amanhã e vai encher as caçambas de gelo, senão ia sobrar para mim.

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A noite é minha, mas estou entorpecido, então ela me escapa pelos dedos e me sinto esvaziar como uma ampulheta. 22h27. Vou fumar e botar mais Coca Zero.

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22h41. Uma coisa que esqueci de contar do Ocupando a Aurora foi que encontrei a mesma menina que tinha me encantado no Côco da Lua há dois meses. Fui tentar entregar o papel com o endereço do meu blog e ela foi novamente grosseira comigo e se recusou a aceitar o papel. Minha vontade é, caso a encontre uma terceira vez, mandá-la tomar no cu.

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Não tenho nada a dizer, mas a vontade de dizer não me abandona. É um sentimento estranho, contraditório. É uma necessidade de continuar a apertar estas teclas, de fazer sair de mim o mínimo que seja. Desired Constelation, de Björk, rolando. Acho sublime, delicada, viajante.



Por que existo? A probabilidade disto acontecer era tão pequena e mesmo assim aconteceu. Por que eu sou assim? Genética maldita? Escolhas erradas? Acho que ambos. E outros mistérios que não tenho capacidade nem cabeça agora de decifrar. Eu me trouxe até aqui. Eu sou o único responsável por este estado de coisas em que muitas delas estão fora de lugar. Eu me desorganizei, me desestruturei. Estou apostando minhas fichas no CAPS. Não vejo ainda luz no fim do túnel, se este túnel for o que me leva a me tornar um adulto que produz seu próprio sustento. It’s In Our Hands, como canta Björk. Minhas mãos não querem se agarrar a isso. Querem apenas estas teclas, cigarro, Coca-Cola e café. E amor, muito amor. Desesperadamente amor e alumbramento pela pessoa amada. Nisto também estou apostando no CAPS. Espero tanto encontrar uma gatinha carente como eu que vá com a minha cara. Aposta alta demais. E já disse isso em outro post. Desculpe, leitor, se me repito.

Acho que o efeito do Dalmadorm está passando, me sinto menos vazio agora. Olhei para a foto de papai de novo e ela continuou sem me dizer muita coisa, entretanto. É como se ele tivesse desaparecido de dentro de mim. Acho que ele devia ter me abraçado mais. Mas não era do feitio dele tais afeições. Lembro do último (e talvez único) grande abraço que lhe dei. Foi depois de uma recaída de cola. A cola me deixa extremamente carente, sinto como se tivesse passado séculos na solidão após o efeito ir embora. Então fui à sala onde ele assistia um dos seus seriados e o abracei muito forte e fiquei assim, abraçado à sua barriga, um tempão. Pude sentir seu corpo bem junto ao meu, seu calor. Foi uma experiência única. Mesmo que tenha havido um certo constrangimento entre nós justamente por não estarmos acostumados a trocar este tipo de afeto. Uma experiência muito diferente do último beijo que lhe dei na testa fria e morta. Fumar.

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23h20. Agora foi que o sono me pegou de vez. Vou revisar e postar esta e ir dormir.

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Revisando o sono passou mais, vou fumar outro cigarro e encher o refil de Coca.

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23h39. Fui fumar e o sono me pegou de novo. Mesmo assim vou tentar escrever mais um pouco.
Tenho pensado em entrar numa academia para ver se perco esse bucho que tanto me incomoda, quem sabe até definir braços, ombro, peito e costas, mas principalmente perder peso e me recondicionar fisicamente. Passei vários meses basicamente só sentado e deitado. Vou pedir pro instrutor pegar beeeem leve comigo, senão desisto na primeira aula.

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Pensando ainda em morte, não sei o que faria se minha mãe morresse. Eu tenho uma relação muito simbiótica com ela, mommy praticamente governa minha vida e se intromete em todos os aspectos dela. Só não lê esse blog. Fragile Tension, do Depeche Mode. Espero que ela viva bastante ainda e graças aos céus ela investe muito nisso.

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23h48. Sono monstro. Postar e ir dormir.

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Eita, começou Neguinho com Gal, me deu uma instigada. Já selecionei a imagem do post: uma cartela de Dalmadorm. Vou colocar a música aqui embaixo, acho que vale conhecer.



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Nada mais a dizer, não sai mais nada. Vou postar

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