segunda-feira, 19 de novembro de 2012

CAPS

Não falo desse CAPS. Mas o de que falo will unlock já, já.



18h04. Puxa, nem percebi que anoiteceu. Acabo de escrever a oitava profecia. Agora posso voltar ao zero e divagar sobre todas as coisas, principalmente as mais inúteis! Mas antes um cafezinho com cigarro para animar.

-X-X-X- (é incrível como o último Ctrl C que eu dou nunca é esta marcação de “Xs”, eu sempre tenho que dar Ctrl C de novo. Desta vez quando dei o Ctrl V veio isto: http://en.wikipedia.org/wiki/Technological_singularity. Vou ter que copiar os “Xs” de novo pois é um saco ficar fazendo X maiúsculo, tracinho toda vez.)

-X-X-X- (Agora!)

18h35. Liguei para mommy pedindo Coca-Cola para o seu amado filhotinho. Ela vai trazer. No mais, se aproxima inexorável o momento de ingressar no CAPS – Centro de Assistência (ou Apoio) Psicossocial. Será que vou gostar? Acho que sim. Mas toda mudança gera cautela, receio. Eu amo o Raid, mas não acho que eles pudessem fazer nada mais por mim lá. Para falar a verdade eu só acho que estou com a cabeça boa por causa dos remédios e porque mommy está sendo um doce comigo. Não estou me sentido cobrado. Pelo menos não percebo. Acho que para ela, por ora, ficar longe da droga é o suficiente. Ela tem sido muito mão aberta comigo, eu saí várias vezes nos últimos dias como você pode conferir nos posts aqui do blog (os que incluem o marcador/palavra-chave “Saídas”). Isto tem sido ótimo. Minha vida está ótima deste jeito. Vivendo a parte alegre da noite – ou do dia – recifense e escrevendo minhas percepções e pensamentos aqui. Com direito a duas carteiras de cigarro por dia, Coca-Cola e café quase sempre. Não tenho do que reclamar. Se ainda por cima virá esse CAPS para me ajudar a me ressociabilizar, tanto melhor. Não deve ter nenhum bicho papão lá, exceto as atividades com o corpo, com toque, que eu odeio (a não ser que haja uma gatinha para tocar). Parece que lá tem um espaço para fumar, o que já é um grande plus.

-X-X-X-

18h46. Como faço para ser ouvido pelo mundo inteiro? Queria saber. E queria saber o que as pessoas acham das minhas ideias. Mas ninguém nem comenta o meu blog. Acho que deve ser uma burocracia virtual muito grande para colocar um comentário aí a galera tem preguiça. Ou de repente, não há o que comentar (o que acho mais difícil, porque pelo menos a pessoa pode dizer se gostou ou não do post, essa opinião, se alguém lê, pelo menos se forma, é inevitável).

Mas queria ser ouvido por todos, queria que todos debatessem Algo 0003. E as profecias. Se acham viável, plausível, impossível, uma idiotice, o que fosse, mas debatessem, comentassem, compartilhassem com os amigos. Galera tem um botãozinho com o “F” do facebook embaixo de cada post é só apertar lá e compartilhar, espalhar a ideia. Ajudar o velho profeta aqui. O máximo que posso fazer é isso. Não, posso fazer mais: posso layoutar o Algo0003 e imprimir como um fanzine e sair distribuindo ou vendendo a preço de custo. Melhor dar, não saberia vender. É muita cara de pau para mim. E posso gravar um vídeo para o YouTube lendo os mandamentos de Algo 0003. Mas queria que fosse minha silhueta e com aquela voz sinistra de Darth Vader que botam na galera que não quer se identificar. Acho que ficava mais chamativo. Chamaria de Manifesto de Algo. Pena que não tenho o programa de edição de vídeo aqui. Ou tenho. Péra que vou ver. 18h58. Tenho não... L Mas eu devo conhecer alguém que tenha. Gravar eu gravo aqui no meu PC mesmo é só botar uma fonte de luz atrás da minha cabeça e ler o texto, depois peço para um amigo botar a voz de Darth Vader na história e quem sabe algum efeito, deixar a imagem toda avermelhada ou coisa que valha. Só para ficar mais chamativo. Sem dúvida seria outro canal de divulgação. Além desses não consigo pensar em mais nenhum que tenha coragem de fazer. É o mundo acessar e se interessar, o que é difícil dada a competição ferrenha por espaço no mundo virtual. E no real também.

-X-X-X-

19h05. Primeiro Andar do Los Hermanos. Massa real. Eu vou lá, andar, e o que eu vou ver? Eu sei lá... Péra, viajando na música... Eu preciso andar um caminho só, vou buscar alguém que eu nem sei quem sou... Cadê a coragem, Boto – Mário – para essa caminhada? Será que já não a estou trilhando agora? Meu caminho e minhas ideias são muito minhas, só o que penso que sou é que precisa de uma recauchutada, preciso me sentir melhor comigo mesmo. Ter mais autoestima. Mas estou me sentindo tão bem que acho que isso está se refletindo na minha autoestima. Não tenho pensado ininterruptamente que eu sou um merda que não merece existir. Não mesmo. Este blog me faz feliz. Me faz sentir que estou fazendo algo que eu amo, me realiza. As saídas também me realizam. Eu só não gero dinheiro. É o que me falta, gerar dinheiro. Talvez se eu tiver coragem de publicar e vender os fanzines de Algo com uma pequena margem de lucro eu gere pelo menos um pouquinho de dinheiro, o que alegraria deveras a minha mãe. Foda é a cara de pau novamente. Mas acho que depois do primeiro ou segundo nãos e do primeiro vendido eu me aclimataria ao papel de negociante de ideias. Quem sabe? Acho que sim. Achar que sim é algo raro para os meus padrões que sempre acho que não, que não posso, que não sou capaz. Acho que estas saídas com meu primo-irmão em que divulgo os meus papeizinhos com o endereço do blog, de cara, só na Coca-Cola, têm me ajudado nisso. Eu sou capaz de alguma coisa. Deste blog, de entregar os endereços, falta eu me tornar capaz a pintar de novo, mas isso está muito emperrado. Como está emperrado o negócio das camisetas. É tão mais prazeroso escrever isso, mais prazeroso que qualquer outra atividade que me atenho só a isso. Provavelmente, um cronograma semanal me ajudasse. Em vez de escrever todo dia, eu guardaria um dia para fazer layouts de camisas e outro para pintar, mesmo que não saia nada, eu passaria esses dias específicos tentando. É uma. Mas deixa eu entrar no CAPS primeiro e me sentir mais capaz. Se é que eles oferecem tal dádiva lá. Se é que conseguem extrair de mim tal dádiva. Mão eu tenho para pintar. Tinta e tela também. Programa para layoutar as camisas eu tenho, só não tenho a logística de imprimir com qualidade, numa malha legal, tipo Hering, etc. e tal. Já vi que dá para fazer uma lojinha no Facebook onde poderia por à venda. Mas a concorrência em camisetas é foda, tem muita coisa excelente por aí. Na Camiseteria, na threadless... Eu teria que fazer algo realmente bom. E para isso acho que além dos programas eu precisaria da mesa para desenhar e do scanner de vovô – que era meu – de volta. Mas tudo isso depois do CAPS. O CAPS é a primeira mudança a ser engendrada. Se bem que posso fazer o calendário hoje mesmo, já para semana que vem e fazer as camisas só com vetoriais mesmo e tentar pintar a telona que tenho aqui. Qualquer doideira, melar a tela, me livrar deste bloqueio que veio com o curso de artes. Soltar os bichos na tela sem me importar com o resultado, acho que só assim me livro. Que medo de pintar da porra. Isso é surreal, há alguns meses eu adorava pintar. Quando começou a tomar cara de trabalho, de obrigação, de prisão em vez de libertação, eu travei. E o escroto é que esta mudança de paradigma fui eu mesmo que meti na cabeça e agora está dificílimo reverter. Só de pensar em pintar me dá angústia. Xapralá. Fumar. 19h34.

-X-X-X-

20h15. Aproveitei para encher as caçambas de gelo, pois havia poucas restantes no refrigerador (e a Coca-Cola vem aí). Atendi o interfone e era a figura mais exótica do prédio que queria trocar uma ideia comigo. Agora estou de volta, ouvindo Lovesong com Adele. Não gosto muito dos arranjos, gosto da voz, mas prefiro o  original do Cure, embora seja uma das que menos gosto no Disintegration. Putz, já estou na terceira página de Word de novo. Outro post cansativo. Vou acabar por aqui, revisar e postar. Mas bem que eu podia postar uma profecia antes. Acho que vou fazer isso. Gosto muito dessa música de Adele, Rolling in the Deep, a batida quase indígena, meio cajunI, é o bicho.


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