sexta-feira, 16 de novembro de 2012

CAPS ou Clementine?


CAPS ou Clementine, que assunto está mexendo mais comigo agora? É difícil decidir. Tê-la visto ontem, linda para o meu olhar, foi uma pancada no peito. Por outro lado, minha rotina vai mudar completamente provavelmente no começo da semana que vem quando, provavelmente, ingressarei no CAPS. Queria sair hoje à noite, esquecer destes dois temas (que me despertam sentimentos positivos e negativos ao mesmo tempo). Ir a um barzinho tipo o Largura com Mateus, sentar e enquanto ele ficasse na cerveja eu ficaria na coca e conversaríamos sobre coisas outras, veria o mundo. Quem sabe, em vez disso, não vá jogar Zelda. Vou botar as pilhas para carregar.

20h11. Porra, não achei o carregador. Então, no Zelda. Esta foi foda.

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20h43. Uma xícara de sopa de cabeça de peixe e alguns cigarros depois, estou de volta. Estou tendo crises de tosse em quase todo cigarro que fumo, é muito chato. I’m not in a good mood right now...
Pelo menos não estou pensando em cola, o que é uma contradição, pois acabo de mencioná-la. Mas não com fissura, graças.

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Eu queria que minha história com Clementine fosse diferente. Eu deveria ter escondido meus sentimentos até ela alcançar esta idade que tem agora. Mas não resisti. Eu e minha bocarra impulsiva. Acabou que isso me afastou dela, acho que ela tem quase uma fobia de mim. O inverso do que sinto. Isso me dá até vontade de emagrecer e me tornar mais “gostoso”, mais atraente, em vez desse ridículo buchudo que sou. Se bem que a mudança de postura é muito mais interna do que externa. Preciso fazer terapia. Já ouvi várias mulheres dizerem que não sou feio. Já ouvi algumas dizendo que sou bonito. Mas estas não eram bonitas para mim. Penso em deixar meu cabelo crescer de novo. Mais uma tentativa. Sempre desisto no meio não sei por quê. Eu acho que é essa mania de não terminar nada. O que isso importa afinal? Clementine é uma impossibilidade. Mas, peraí, há outras Clementines no mundo, vejo-as quase toda vez que saio. Não é possível a solidão para mim. Não sou completo só.

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21h30. Talvez saia ainda hoje com meu primo-irmão e nosso amigo perfeitinho para umas cervejas e uma Coca gelada (para mim). Isso me animou. Mas não é certo rolar ainda. De qualquer forma...

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21h31. Esqueci de fala no post sobre o mal, sobre o mal que se faz a si mesmo. Eu sou o exemplo disso. Acho que meu ego é tão grande que colapsou sobre seu próprio peso formando um buraco negro onde atraio tudo o que é negativo para mim. Sou autodestrutivo, autodepreciativo, autoabusivo, me sinto incapaz/incompetente para tudo menos jogos da Nintendo e para este blog. Me sinto incapaz até para as camisetas, até para a pintura, até para tudo o mais. Não me sinto incapaz para amar, mas não me acho desejável, amável por ninguém (tirando a Clementine da festa de cinema, não sei por que para ela, mas eu desisti de entender meu coração). Enfim, é possível ser cruel consigo mesmo, pois eu sou cruel comigo mesmo. Crudelíssimo. Preciso de terapia, repito.

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21h39. Ouvindo O Vento do Los Hermanos, grande Amarante! Little Joy agora, grande Amarante novamente! What are we waiting for?... What am I waiting for? (o fim do mundo, talvez? O meu paraíso sonhado se concretizar? A pessoa certa? O CAPS? Eu sinceramente não sei... só sei que espero, sempre escrevendo, sempre, sempre. É meu recanto. É meu playground. É meu maior prazer. É minha realização. É uma pena que não dê dinheiro....

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21h46. Tem que rolar esse barzinho bem tranquilo, estilo 7ª Arte para a gente ir e conversar sobre a vida. Era tão bom fazer isso com Gilvan, a gente ouvia Chico Buarque ou Beatles enchendo a lata de cerveja e conversava por horas e horas. Que saudade bateu agora. Acho que isso é impossível hoje, ele com dois filhos, um ainda bebê, esposa (maior limpeza, por sinal, mas acho que não a ponto de liberar o maridão para uma noitada boa como a dos velhos tempos... J). É, pelo menos vivi isso. Vivemos isso. E não íamos para badalação, eram bares tranquilos, a gente botava o toca-fitas do carro para tocar e ficava ouvindo música e divagando entre uma gelada e outra. Muito bom. Em retrospecto, minha vida foi muito boa, até dar a ziguezeira na minha cabeça e eu não me suportar mais. Aí tudo desabou como um castelo de cartas. E ainda não me reergui. Mas estou com mais esperanças hoje em dia. Algo mudou (os medicamentos?), não há mais tanto inferno na minha cabeça. O desespero de existir passou. Graças a tudo que me levou a isso. Cigarettes and Chocolate Milk, muito astral! Fumar. Dar pause que começou The Loudest Sound do Cure que é linda, tem em outro post daqui. Vou procurar e por o link aqui para quem quiser ouvir.

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22h13. Entrei na segunda carteira de cigarro do dia (tenho direito a duas , uma pela manhã e outra à noite). Acho que dá para segurar a onda se sairmos. Ontem no Lesbian Bar quase não deu, acabei a noite com um cigarro apenas. E ainda perdi meu isqueiro. Será que o Lesbian Bar ficará para mim sempre com cara de Clementine? Será que algum dia voltarei lá? Boas perguntas. Agora, responderia sim para a primeira e não para a segunda. Mas a vida dá voltas, é um terno e eterno bailar, a constante dança das coisas e pessoas. 22h18. Plainsong, do Cure. Chegou à parte da lista que é o Disitegration quase todo e depois só B-sides do Cure. É viagem.

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Queria postar a foto de Clementine que acho mais linda, ela na neve, rindo, de cabelo meio preso, meio solto, fazendo um gesto bem bonitinho com a mão. Linda, absolutamente e perfeitamente linda. Um dia ainda mando imprimir ela bem grandona para por no meu lar. É um sonho antigo, mas ia pegar mal fazer isso aqui em casa. E eu não tenho um tostão furado. Pelo menos tenho aqui do lado a foto dela ainda guria ao lado de uma das pessoas que mais amo nesse universo que também é das coisas mais lindas que já vi. Da época mais ou menos em que esta doideira em meu peito começou. Soa doentio, eu sei. E deve ser. Mas o meu coração é um cavalo desembestado selvagem, sem rédeas. Bom, mas não devo falar de Clementine aqui, não devo expô-la. Ela não gosta disso. Ela odiaria ler isso. Será que quero causar alguma reação nela com estas palavras? Ela nem deve acessar o blog. De qualquer forma o sentimento só está mais forte porque, além de estar ouvindo as músicas mais lindas do Cure eu a vi ontem. Só isso. Se outra Clementine se me apresentasse agora, tenho certeza que o sentimento pela Clementine original voltaria para debaixo do tapete das emoções. And even if we drink I don’t think we would kiss in the way that we did when the woman was only a girl... (Last Dance, do Disintegration).

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22h34. Nada dos meninos. Acho que vai rolar não. E a porra do carregador de pilhas, onde Jô enfiou? Mas deixar as frustrações de lado. Frustração seria não ter isso para escrever e estar sem cigarros, aí ia ser calamitoso, eu ia subir pelas paredes. Não tenho saco para a TV – e olha que arrumaram uma puta TV aqui pra sala e botaram Sky –, nem para ler (nunca tive), talvez desenhar se houvesse espaço para isso no meu quarto, mas prefiro muito mais escrever. E fumar, que é o que vou fazer agora. 22h39.

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22h53. Os meninos vêm vindo me buscar. Reviso e posto isso quando voltar.

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