Eu não sei o que é “gamification”
mas acredito que a forma mais rudimentar, facilmente implementável e com
resultados interessantes de gamification
é oferecer uma pontuação por cada tarefa realizada a ser revertida em algum
benefício real no final do período. Isso daria sensação de recompensa imediata
a cada tarefa feita e talvez gerasse um clima sadio de competição que talvez
aumentasse a produtividade da empresa. Eis tudo o que queria dizer sobre gamification. Eu acho. Videogames são a
epítome da gamification, pois nos é
dada uma série de objetivos que não são nossos, da nossa vida, e a gente os
incorpora como nossos uma vez que nos comprometemos em jogar o game. O jogo nos
apresenta um conjunto de leis e regras através dos controles e do mundo
apresentado e, de mão desses artifícios se tenta completar as obrigações
impostas pelo jogo. É a gamification
elevada a forma de arte ou ciência. Trabalhamos de graça, aliás pagamos para
nos submeter a esse trabalho porque a recompensa em forma dos prazeres que a
operação desses comandos no mundo em que nos inserimos é satisfatória para nós.
Nos videogames, a recompensa realmente está na jornada não no fim do caminho.
Essa parte é muito interessante. Por mais que visemos chegar ao fim do game,
objetivo maior dos jogos, o que nos diverte e entretém não é saber o desfecho
da história, mas desfrutar da jornada que nos leva até lá. As adversidades e
obstáculos impostos pelos jogos são vistos como divertidos. Veja só,
adversidades e obstáculos sendo visto como divertidos. É uma completa inversão
de valores quando comparado à vida real. Talvez pelo videogame nos dar a
garantia de que é possível passar de todo e qualquer empecilho que nos é
imposto, isso gere um acréscimo de autoconfiança e motivação para enfrentar
tais desafios. Não sei. Eu mesmo, gamer
desde o NES, jogador desde o Atari, estou meio desencantado com os jogos, o que
vem me incomodando bastante. Talvez porque eu tenha visto este outro lado dos
games que narrei, mas acho que não é isso. Acho que tenho jogos demais e isso
se torna acachapante para mim, o jogo tem que ser muito bom para capturar a
minha atenção. Desde que saí da internação, só me cativaram “FarCry Blood
Dragon” e “FarCry3” (acho que escolhi a ordem certa para jogar essa série,
ainda tenho o FarCry4 aqui me esperando, mas vontade zero de jogar) e Super
Mario World 3D (que não consegui fechar as fases pós zerada normal). Zerei
“Rain”, o que quase não conta, pois é um jogo fácil e curto. Terminei “Limbo”,
filando na internet, pois houve quebra-cabeças que foram além da minha
capacidade de dedução. Incrivelmente não fiquei fissurado por “Mario Kart 8”, o
que é quase inacreditável, então não zerei em todas as modalidades. Ainda. Mas
confesso que não tenho vontade nenhuma de jogar. Não tenho vontade de jogar
nada. Isso me causa uma aflição grande. Agora mesmo sinto o sentimento ruim em
mim quando me pego com repulsa a Mario Kart. Ou aos demais. Só quero jogar o
novo Zelda provavelmente porque não o tenho. Quando e se o tiver, é bem
possível que fique pegando poeira na prateleira. Espero sinceramente que não.
Espero que esse fastio de jogos passe em algum momento. Talvez depois da
suposta viagem à Europa – que eu tenho ainda menos vontade de fazer do que dos games
– meu desejo por jogar videogames volte, visto que estarei privado deles. Mas
não sei se isso vai realmente ajudar e surtir algum efeito. Acho que meu
repertório está muito limitado mesmo. Acho escrever tão mais fácil e divertido
que me submeter às regras e leis dos jogos de videogame que não me animo.
Prefiro muito mais estar aqui tecendo a minha teia de palavras.
18h03. Estou sozinho em casa, não sei até quando. Mas é
sério, essa repulsa por jogos me incomoda deveras. Me dá uma sensação ruim, uma
angustiazinha, uma frustração grande e um sentimento de impotência, de não
saber como solucionar ou contornar a situação. Está passando o set de Sandy e
Nirvana no Spotify. Fazia até um tempo que não ouvia. Desde que desenvolvi uma
fixação por “Poses” de Rufus Wainwright, tenho ouvido a pasta em que esta
música está. E ontem ouvi a do Depeche Mode inteira, para você ver como a noite
foi longa. Eu queria ser vocalista – e principal letrista – de uma banda. Mas
queria isso com a mesma apreensão de arrumar uma namorada, pois seria uma
mudança radical no meu cotidiano me expelindo da minha zona de conforto e de
repente me jogando num lugar superintimidante para quem é/está tão isolado
socialmente que é um palco. Mas se houvesse a oportunidade acho que me despiria
de todos os meus receios e encararia. Até mais facilmente do que encararia um
jogo de videogame, o que é tremendamente perturbador no que tange videogames.
Eu estou realmente com um problema sério com eles. Sei, como já disse, que este
é um problema menor quando Donald Trump é o presidente da maior potência
econômica e bélica do planeta, mas aqui é o lugar dos meus dilemas e delícias
existenciais, não um local de debate político, até porque, como também já
disse, sou um alienado político e estou confortável com isso. Apesar de todas
as mazelas do mundo, da crueldade com animais até ataques com armas químicas na
Síria, me incomoda particularmente e particularmente apenas – que é do que trato
aqui, do que me é particular – o dilema com videogames. É um grande problema para mim, pois eles costumavam ser uma
grande parte do meu cotidiano. Agora meu cotidiano todo é praticamente tomado
pela escrita. Não sei se isso é saudável ou não. Só sei que é o que me apetece
a alma nessa fase da minha vida. E não gosto de me impor coisas que me são
desagradáveis ao meu cotidiano. Sigo a lei no
pain is a gain.
19h15. Acabei de criar uma camisa com a frase “No pain is a gain” e publicá-la para
votação no Qwertee. Vamos ver quando e se aprovarem no site alguém vota nela.
Mas não guardo grandes expectativas. Nunca submeti nenhuma que angariasse
muitos votos, não será essa, tão simplória.
19h22. Minha mãe voltou, aparentemente satisfeita com a
visita que fez a vovó. Acha que ela está recuperando um pouco o gosto de viver
após a perda do meu avô.
Ainda não me sai da cabeça o que a minha prima me contou na
sexta. Eu no lugar dela não seria tão forte. Acho que é porque ela não
demonstra. Pois me disse que, por dentro, estava “fodida”. Não é para menos. Era
até para bem mais se fosse comigo. Se bem que foi em novembro. Como ela disse
“o tempo é senhor de todas as coisas”. Então, seis meses já dão para digerir
uma boa parte do acontecido. Embora eu tenha passado três anos para superar a
perda de uma namorada. Ironicamente, a única a quem fui infiel. Ironicamente
também, foi a minha relação mais duradoura. O que acontece comigo que não
arrumo namorada? Só quero crer que seja a atual conjuntura social em que me
encontro. É difícil arrumar uma namorada de dentro do meu quarto. Só se tivesse
um aplicativo com Tinder ou algo assim. Mas parece que no Tinder as pessoas
estão mais interessadas em sexo casual, que é justamente o oposto do que estou
interessado. Não sei, se trocar o meu celular por um com mais gigabytes, eu
instale o Tinder se nada aparecer antes. Mas ontem, se tivesse dinheiro e
disposição e tivesse seguido o meu primo e suas amigas, quem sabe eu não
conseguiria alguma coisa com a menina que achei interessante? A probabilidade
existe ou existiu, mas não sei quão provável ela seria. Acho que ela me
descartaria pelo bucho. Acho que ela é de malhar, notei as pernas bem
trabalhadas. E quem valoriza o próprio corpo dessa maneira acredito que deva
valorizar o dos homens da mesma forma e eu com o meu bucho não estaria de
acordo com os seus padrões estéticos, por mais que se diga que mulheres
valorizam isso menos que os homens. Mas hoje em dia nem sei mais. A cultura ao
físico está muito disseminada e arraigada em ambos os sexos. Por isso quero
perder o meu bucho. Quero muito perder o meu bucho. Mas do meu jeito, com a
dieta somaliana leve. Nada de academias, nada de nutricionistas. Nada do que
todos me recomendam. Hoje acordei com 92,5 kg. Estava com 96 e alguma coisa.
Aos pouquinhos eu chego lá. Ou quero acreditar que chegue.
Realmente não queria ir para a Europa. Preferia ficar na
casa da minha tia, mãe do meu primo-irmão. Estou ouvindo “Nevermind” e são
20h03. Preciso cortar as unhas em breve.
Tanto dos pés quanto das mãos. As das minhas mãos crescem mais ou menos no
dobro da velocidade das dos meus pés. Curioso isso. Pode ser que esteja
enganado, mas acho que não estou. Já vou cortar as das mãos pela segunda vez
desde que cortei a dos pés pela última vez. Isso é que é falta de assunto, viu?
E dizem que, depois que a pessoa morre, as unhas continuam crescendo. Isso,
sim, é muito curioso se for verdade, o que acho que é. Algum tipo de
metabolismo ainda existe e ocorre após a morte. Imagine se só enterrassem uma
pessoa depois que suas unhas parassem de crescer? Isso causaria um problema
social de alguma ordem. Mas se fosse parte das tradições socioculturais de um
povo, certamente estariam conformados em lidar com a morte desta forma. Mas
acho que isso não ocorre em nenhum lugar do mundo.
Publiquei uma frase idiota no Facebook e ela gerou muito
mais curtidas que qualquer post daqui que eu tenha escrito. Também são amigos
que veem. Não são desconhecidos como nos grupos de escritores e leitores de que
participo. E a concorrência de textos lá é muito maior que no meu Facebook
pessoal. Talvez volte a criar coragem para publicar meus posts na minha página
pessoal. Mas não esse. Eu acho. Vamos ver como ele se desenrola. Coloquei o “In
Utero” de novo. Já estava na penúltima música do “Nevermind” e não tinha
pretensão nenhuma de ouvir “Bleach”, o disco do Nirvana preferido do meu
primo-irmão. Ele tem um gosto musical bastante distante do meu, eu diria que
quase diametralmente opostos. Embora eu goste das coisas que ele curte, não me
empatam o ouvido, mas certamente não colocaria no meu iPod. Mas gosto de ouvir
para ampliar os meus horizontes musicais. Algo que os tem expandido muito são
as jams que rolam na CiBrew.
Improvisação pura, mas com entrosamento completo entre os músicos. É de ficar
pasmado como conseguem. Não é jazz, mas tem o experimentalismo e a liberdade
criativa do jazz. O som é inclassificável. Se fosse colocar uma trilha para
esse blog, acho que colocaria o som dessas jams
por terem a mesma liberdade criativa que tenho aqui. O som que produzem realmente
desafia categorização. Há uma brasilidade no som, eu acho e às vezes desacho. Vale
conferir. Ainda mais para quem viaja em cervejas artesanais. Lá há uma série de
sabores de cervejas, de diferentes tipos que não decorei, pois são nomes
estrangeiros e não bebo. Levo duas Cocas Zero de dois litros para beber lá. Sai
barato para mim e me divirto com a música e com a companhia dos meus amigos. É
um bom programa altogether. A camisa
“no pain is a gain” está online para
votação no site da Qwertee. Vou lá ver se já recebeu algum voto.
20h45. Até agora nada. Era de se esperar. Eu não sei porque
ainda insisto em fazer essas camisas. As minhas são uma porcaria comparadas às que
há lá. Há lá, meu bom há lá! Hahahahaha. Mas essa sendo só uma frase, o
conteúdo da frase é o que importa, a diagramação é o de menos. Resta ver se
alguém se identificará com o meu ponto de vista.
21h04. Até agora nenhum voto. Coloquei o “Delta Machine” do
Depeche Mode para ouvir. Conhecer o disco sem estar misturados com o de Dave
Gahan & Soulslavers e com o “101”. Não vou gostar de tudo de primeira, mas
como é uma banda com a qual já estou familiarizado, entra mais fácil.
21h13. Fui pegar uma Coca. Estou reprimindo um desejo meu
para manter a concordância com os parâmetros que estipulei para a minha vida.
Como todo disco do Depeche Mode é muito bem prouduzido, cheio de barulhinhos e
camadas eletrônicas. Acho que vou tentar o Yoshi. Vou não. Não estou com o
mínimo saco.
21h39. Fui perguntar da ida a Porto na sexta-feira que vem à
minha mãe. Há um plano de talvez dormir lá. Se vovó aquiescer. Senão voltaremos
no mesmo dia. Por via das dúvidas levarei o computador e tudo o que é
necessário para esticar as ideias lá. Preciso localizar alguma bermuda que
sirva para tomar banho de piscina ou praia, muito embora não pretenda entrar
nem em uma nem na outra, pode ser que haja muita pressão social para que o
faça. E serei dobrado pelas convenções sociais, para não parecer tão anômalo diante
da minha família. Como acho que vovó também não vá entrar na água, talvez isso
me dê respaldo para evitar me banhar. Principalmente porque acho que não tenho
bermuda adequada para banhos. Já tive, mas não sei onde estão. Foram engolidas
pelo tempo. Não ter bermuda adequada, por sinal, é o argumento perfeito para me
esquivar desses possíveis banhos em família. Mas vou procurar mesmo assim, não
me pergunte por quê. Acho que por desencargo de consciência, para tê-la limpa por
ter me esforçado para estar mais com a família. Preciso perguntar quem estará
lá. Espero que não seja a família inteira, para que não seja tão constrangedor
ligar o computador e criar minha ilha social portátil e me debruçar sobre ela.
Com o iPod, claro, senão fica impossível me concentrar no que escrevo. Se bem
que escrevia no manicômio, então nada é impossível, mas o iPod é muito
bem-vindo. Não posso esquecer dele. Principalmente se formos dormir lá. Até
gostaria de dormir lá. Em verdade, passar a noite escrevendo no clima de praia,
que é um clima gostoso, com um astral diferenciado, mais alegre e dinâmico,
mais verão que o meu quarto no seio da urbanização. Um local perfeito para
esticar as ideias. Como fiz da outra vez em que passei alguns dias lá. Fiquei
escrevendo na varanda da casa, foi muito astral. Gostaria de repetir a dose.
22h15. Estou ficando com sono. Acho que é por causa dos
remédios. Tenho dormido melhor esses dias. Não sei se o pessoal da casa já se
retirou, mas a julgar pela luz do corredor acesa, que vejo pela brecha da minha
fechadura, assumo que não. Será que as caçambas de gelo que coloquei para
congelar já viraram gelo? Temo que não. Mas ainda há umas três ou quatro
caçambas com gelo velho que se espatifa quando se vai tirá-los. Gelo novo é que
é uma beleza, não precisa nem forçar a caçamba que já se soltam todo inteirinhos.
Vou tentar uma fase do Yoshi. Vou não. Que ozzy. Que chato esse repúdio a
videogames. E estou muito sem cérebro para começar “Persona 4”. Não sei se o
“Metal Gear Solid 4” seria mais fácil, mas tem muitos diálogos também. Grande
parte da experiência de um jogo “Metal Gear” é a história, eu acho. Como a
maioria dos jogos de hoje em dia para Playstation e Xbox. Não consigo pensar em
nenhum jogo que queira jogar. Acho que já-já vou dormir. A fome dos remédios
está batendo. Acho que vou é atacar a geladeira dentro em breve. Vou me forçar
um pouquinho e jogar uma fase do Yoshi.
23h21. Joguei. Não doeu nem me deu angústia. Foi até
divertido. Joguei uma fase e um pouco mais de meia. O jogo está ficando
difícil. Mas a fase em que estou é divertida, lembra Super Mario. Só acho o
sistema de colisão um pouco falho, pois algumas coisas atingem o Yoshi quando
estão próximas, mas não tocam efetivamente no boneco. Não vejo tocar, pelo
menos. Estou me preparando para tomar banho. Preguiça monstra, para variar. Vou pegar mais
um copo de Coca quando “Poses” acabar.
23h39. Vou pegar a Coca ou tomo logo banho? Acho que vou é
fumar um cigarro.
23h49. Fumei e peguei um copo de Coca. Acho que vou preferir
tomar banho amanhã. Acordar meia-hora mais cedo do que tomar agora. Estou com
sono e vou aproveitar. Senão o sono passa e eu fico sem conseguir dormir. Vai
ser um pequeno inferno a minha noite se não dormir agora. É capaz de eu emendar
até o outro dia. E não tenho nada de relevante para escrever. Vamos ver sobre o
banho. Estou tomando mais coragem para encará-lo. Não estou é com a mínima
disposição de CAPS. Menos do que de banho agora. Estou cheio das comparações
negativas hoje. Fiz uma em relação à viagem, que me lembro bem. Isso é que é
falta de assunto mesmo. E sono. 23h59. Coloquei o último copo de Coca da noite.
Com banho ou sem banho. Mas acho que vai dar banho. Me sinto sujo. Quero dormir
limpinho cheiroso. Estou pensando seriamente em publicar um post na minha
página principal do Facebook contendo link para este post. Mudei de ideia. O dilema
sobre videogames vai ser visto como uma coisa ridícula pelos meus amigos que
porventura lerem. Deixarei para divulgar o post da terça. Se houver post na terça.
Para mim, a potência excelente do Vaporfi, meu cigarro eletrônico é quatro.
Começa em três e alguma coisa e vai até quatro ponto oito. Então é mais ou
menos a potência intermediária. Não sei ao certo, pois os números indicativos dessa
bateria se apagaram com o uso. Dei pausa na música, estou cansado de ouvir as
mesmas playlists, tenho que criar
outras. Hoje não. Hoje vou acabar meu copo de Coca, tomar banho e ir dormir. E
a vida o que é, diga lá meu irmão? Acho que é uma luta perdida contra o acaso.
Ou uma prova de que este universo foi criado de maneira inteligente. Ou uma
probabilidade miraculosa e temporária que se manifestou no caminho do universo
em direção, teoricamente, à entropia absoluta. Caramba, eu não consigo me
lembrar o rosto da artista de “Interestelar”. Que coisa. Gosto tanto do filme e
só me lembro do rosto do protagonista. E de toda a estória, é claro. Vou
procurar na net agora. Anne Hathaway. Nunca me lembraria que era com ela. Vou
tomar banho. A Coca acabou.
0h47. Banho tomado. Foi bom e relaxante, como o jogo foi
divertido. Preciso deixar de ser tão ranzinza e cabeça fechada e experimentar
mais as coisas, fugir da preguiça física e emocional, pois em se fazendo isso,
coisas boas podem acontecer e o que eu guardava receio de fazer se torna
surpreendentemente um prazer. Não uma obrigação – embora se pareça com isso a
priori – mas que se torna um momento divertido. Foi o que aconteceu indo para a
Casa Astral ontem, jogando o Yoshi e tomando banho. O problema é que agora
estou desperto. Vou me dar um prazo. O fim do CD do U2 que coloquei. Vou abrir
outra Coca para tomar um copo.
0h55. Pois é, me permitir mais. Tenho que pôr isso em pauta,
dentro das prioridades das revisões do meu eu. Aliás, devo começar a praticar
desde já. Há tantos entraves, tantos bloqueios que nem sei por onde começar. Me
aventurar fora da zona de conforto causa desconforto a princípio, mas pode
trazer coisas boas posteriormente. Tenho que manter o meu foco nisso. E ser
mais otimista. Estou sendo muito negativo com o que existe para além de onde
hoje me situo, onde hoje me escondo. Claro que não vou fazer tudo o que me
convidam a fazer, até porque os bloqueios ainda são grandes demais e porque há
coisas que realmente não possuem nenhum elã para mim. Não vou entrar num grupo
de maracatu como já me convidaram. Não tem nada a ver comigo. Muito embora eu
consiga acreditar que uma vez dado o passo inicial a coisa pudesse me despertar
prazer e paixão, como ocorreu com a tia da minha cunhada que me fez o convite.
Também não começarei a ir para as oficinas do CAPS que usam o corpo. Não me
sinto bem nelas, já experimentei e não gostei. A Ioga é o mais aceitável, mas
aceitável não é atraente o suficiente para que me faça participar. Por mais que
precise me alongar, estou completamente entrevado e enferrujado. Não sei por
onde começarei. Mas tem que ser algo pequeno. É, não sei. Mas saberei quando
vir a oportunidade de me permitir, acredito que vá bater uma vontade misturada
com receio e que o que tenho de fazer é virar a cara para longe do receio,
olhar para a vontade e encarar o desafio. Seja ele qual for. Isso me parece
meio vago, mas é o melhor que posso oferecer agora. Por enquanto. Quando penso
nessas fugas de zona de conforto, em verdade, penso em abordar garotas. Mas
esse é um passo gigantesco. Vamos ver. Para a maioria dos homens não é. Preciso
deixar de ser uma criança insegura perto de uma mulher e me pôr em pé de
igualdade com elas, pois afinal é o pé em que estamos. Eu que me coloco vários
degraus abaixo. Degraus de um pedestal que eu mesmo crio, imaginário. Não
condizente com a realidade. Só com a minha realidade interior, mas não coma
realidade social onde estou inserido. Preciso me adaptar a ela, experimentá-la,
vivenciá-la como o meu primo-irmão e tantos outros fazem. Poderia começar
perguntando se a loirinha da CiBrew tem namorado. Me preparei todo para fazê-lo
nessa sexta que passou, mas não consegui. Espero que na próxima consiga. Ou
não. Preferia ter mais uma chance com o trio de garotas que estava na Casa
Astral com o meu primo. Tentaria me aproximar obviamente da química, que foi
quem me despertou interesse. Vamos ver quem estará na CiBrew se formos
realmente para lá na sexta. Eita, na sexta estarei em Porto. E vai ser feriado,
a CiBrew não deve abrir.
1h20. Está tarde, preciso ir dormir. Vou acabar de comer o
gelo do copo e me deitar. Vou tentar revisar este texto antes. Não, não vou,
isso vai me tomar muito tempo. Deixo para revisar amanhã e já incluo o CAPS
aqui.
1h31. Falta pouco gelo e o sono foi totalmente embora. Mas
acho que se deitar, eu durmo. Falta agora só uma pedra de gelo a outra está na
minha boca. Estava. Preciso comprar pilhas para o controle do ar. Para poder
recolocar as pilhas de volta no controle do som e, assim, poder controlar o
volume e as funções do som daqui. Amanhã é um dia que promete. Espero que
promessa se cumpra. Fico por aqui. Inté amanhã.
2h23. Estava rolando na cama até agora sem conseguir dormir.
Deveria ter pulado o banho e ter vindo me deitar quando o sono me pegou. Que
saco. Não acredito que vou passar outra noite em claro. E logo uma noite antes
da segunda-feira. Vou estar ozzy no CAPS. Vou escrever até as 3h00 e tentar me
deitar de novo. Não. Vou tentar me deitar agora. Vou só ouvir “Poses” de Rufus
Wainwright.
2h33. Não dá para ouvir, fico achando que está muito alto e
muito baixo não dá para eu escutar quase nada, então xapralá.
2h42. Dei uma olhada na internet. Nada de interessante. O
concurso para marca do Patrimônio Cultural Brasileiro já fechou suas
inscrições. Estou curioso para ver a marca ganhadora. Se é melhor ou pior que a
minha. Que não enviei por medo de perder a curatela, se porventura ganhasse.
2h56. Vou me preparar para me deitar de novo, mas acho que
vou fazer uma boquinha antes.
3h52. Nada de dormir. Vai ser dia de virada, então. Ou de
dormir muitíssimo pouco. Caso não durma, tentarei dormir à tarde, para ter a
noite livre para abusar da privacidade que só a madrugada me proporciona ou a
ausência dos habitantes desta casa. A ausência é até melhor porque posso pôr o
som alto. Estou com medo que mamãe resolva se levantar e me pegue aqui
escrevendo. Vai achar que passei a noite escrevendo e que não tentei dormir. O
que não poderia ser mais distante dos fatos. De 4h30 vou tentar deitar de novo.
Estou sem o mínimo sono agora. As deitadas acho que serviram como cochiladas e
agora me encontro plenamente desperto. Estou baixando “Fragmentado”, está indo
bastante rápido. Talvez espere ele acabar de baixar para me deitar. Melhor não.
Pode demorar até mamãe acordar para ir ao médico, que é às 7h00. Que ozzy.
Queria muito ter uma boa noite de sono hoje. Ainda não sei se divulgue esse
post na minha página pessoal, mas acho que não vou fazê-lo. Vou esperar até
terça-feira. Publico o de terça. Se sair algo que preste. E este post está
muito longo. O que posso fazer se minha mãe chegar aqui? Dizer que tive um sono
quebrado, que me acordei agora há pouco e que não consigo dormir por ora. Vou
tentar me deitar de novo, mas deixar o computador baixando o filme. Estou
marcando de ir ver “Logan” com a Gatinha. Tomara que role.
-x-x-x-x-
12h45. Já estou de volta do CAPS. Foi bom hoje. É sempre bom
ir, por mais preguiça que eu tenha na véspera. Ainda bem que renovaram o acervo
de figuras da oficina de colagem. Mesmo assim, embora diga muito, meu postal
não ficou muito legal.
A dinâmica da oficina foi diferente hoje. Havia uma série de
envelopes distribuídos sobre um pano e cabia a cada um escolher um sem abrir
para ver o que havia dentro. Depois trocávamos de envelope com a pessoa ao lado
e este segundo envelope era trocado com a pessoa à frente. No caso, abríamos o
terceiro envelope para ver qual imagem havia chegado a nossas mãos. Quando
puxei o meu eu vi primeiramente o verso, um pedaço de uma propaganda da
prefeitura. Do outro lado havia a bela imagem, um close de um velho tocador de
pífano de olhos fechados no seu momento de catarse com o instrumento. Depois de
recebidos os envelopes definitivos, a terapeuta removeu o pano e revelou as
demais imagens a serem usadas no postal que podia ou não conter a imagem recebida
no envelope. Embora a imagem do tocador de pífanos fosse bela, o que me marcou
mesmo foi o pedaço de propaganda da prefeitura e resolvi usar o verso da imagem
para compor o meu cartão que junto com a imagem que escolhi de algumas pessoas
no mundo conectadas através do computador compunham para mim um panorama da
minha vida, o passado hoje tão odiado e o presente em que faço o que realmente
gosto, que é escrever sem destino e publicar isso mesmo que para um pequeno
grupo de leitores. Era pedido para que a imagem mais significativa do cartão se
apresentasse a nós e dissesse quem era e nos desse um conselho. Escolhi a
segunda imagem, que retrata o meu cotidiano hoje, e sua apresentação foi mais
ou menos a descrição que fiz dela acima. O conselho foi que não desistisse de
publicar o(s) e-book(s).
13h35. Fui agilizar a assinatura do documento para os e-books
com mamãe e tirar uma dúvida sobre um campo que precisaria ser preenchido abaixo
da assinatura com o meu padrasto e este disse que mamãe não poderia assinar, por
ser funcionária pública, e que usasse a minha conta conjunta com mamãe e
colocasse os meus dados para eu mesmo assinar. Acho até melhor. Assim não
dependo de ninguém. Gosto disso. Um pouquinho de independência no meio de tanta
dependência, da química à emocional à jurídica.
No grupo de redução de danos, falamos exatamente sobre isso:
redução de danos. Cada um falando de suas estratégias para administrar ou
evitar o uso das suas drogas de preferência. Alguns com melhor ou pior
resultado. Como estou abstêmio das minhas drogas de preferência, estava bem e
não falei muito. Assim que o grupo acabou, zarpei para casa. Onde me encontro
agora. Tá bom, este post já está para lá de enorme. Vou revisar, escanear o
postal e publicar.
14h41. Devidamente revisado e imagem escaneada, calibrada e
redimensionada. Publicar. E divulgar. Acho que vou ser afoito e publicar na
minha página principal.
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