Eu não estou com vontade de fazer nada, nem de escrever. Mas
dentre as coisas que posso fazer e que não quero, escrever me é a mais fácil e
para fugir do tédio, venho para cá. Boto tanta coisa no meu mouse pad, que mal
tem lugar para o mouse. Agora, além do mouse, estão o controle do som, o
celular e o Vaporfi (meu cigarro eletrônico). O Zeldinha está até em uma parte
legal, mas acabei de passar de um dungeon
dele, então estou um pouco enfastiado do jogo. Minha cunhada me mandou uma
mensagem de voz pelo WhatsApp para que combinássemos a entrega do fone de
ouvido dela, pois alguém da família vai em maio para os EUA e poderá levar para
ela. Tirei uma foto do que acho ser o fone certo, o que encontrei. A
probabilidade é grande, mas isso é de uma futilidade sem tamanho até para ser
tratado aqui. Gostaria que a minha mãe comprasse os meus presentes de
aniversário hoje pela internet. Mas tenho quase absoluta certeza de que isso
não acontecerá. A noite dela, pelo visto, será dedicada a meu padrasto, que
aparentemente acabou sua luta com o Imposto de Renda. Para ser sincero estou já
com um pouco de sono. A droga é que se dormir agora e minha mãe vier me dar os
remédios, eu acordarei e aí não dormirei mais. Por outro lado, se não dormir
quando o sono bate, eu perco completamente a vontade de dormir. 20h23. Minha
cunhada identificou o fone como sendo o certo. Só falta decidir que dia deixar
na portaria. Gosto de fazer boas ações desse tipo que não me custam muito e
fazem toda a diferença para o outro, ou outra, no caso. Estou meio sem cérebro.
Acho que Tico e Teco ainda não se entenderam, ainda estão despertando. Ouvindo
“High” do Cure agora, me fez lembrar uma festa de aniversário de um amigo nosso
onde, pasme, ele botou os vídeos do the
best of do Cure para a turma toda assistir, em especial para mim, que amo a
banda. Foi um momento mágico ver tanta gente sorvendo The Cure. Mais mágico
seria se ele pusesse o Disintegration ao vivo do “Trilogy”, mas este não havia
nem sido lançado à época. E o the best of
continha várias músicas que a turma conhecia então foi mais palatável, acho que
naquela época, o Cure estava mais em evidência, há cerca de 15, 20 anos atrás.
Nossa, como esses tempos enormes parecem pequenos quando a gente começa a ficar
mais velho. 20 anos é exatamente metade da minha vida, mas parece menos. Não
parece tão distante assim. Acho que as memórias não sabem direito suas posições
no tempo-espaço e sempre se apresentam com um frescor do que é recente, visto
que tão vívidas. Pelo menos assim ocorre comigo. As memórias mais vívidas
parecem do ano passado ou qualquer tempo próximo e irreal quanto esse. Eu tenho
uma péssima memória para datas e geografia. Sou um completo desnorteado
geograficamente, a ponto disso me ser prejudicial em muitos momentos. Não sei
porque não desenvolvi essas aptidões, talvez porque nunca tenha precisado de
fato. Lembrei agora com saudade do meu pai que, em certos passeios de final de
semana, quando morávamos em São Paulo, acabávamos por encerrar nossas
peregrinações nos restaurantes Transilvânia ou China Massas Caseiras. Me deu
até fome agora. Foi no China Massas Caseiras, há quase 30 anos, que conheci
pela primeira vez o guioza, pastel
cozido chinês. Muito bom. Só veio chegar por essas bandas daqui muito tempo
depois ao que me consta. E nenhum que eu tenha comido, chegou aos pés do que eu
guardo na minha memória do China Massas Caseiras. Acho que vou encarar um
Zeldinha. Não. Estou só medianamente a fim. Talvez daqui a pouco eu encare. Tem
uma missão que com essa vela nova que inventaram para a versão do jogo em HD e
que finalmente consegui adquirir, torna esse feito mais fácil. Às vezes sinto
que baforar no Vaporfi me rouba ainda mais o ânimo. Estranho isso. Mas não dou
como uma certeza.
21h15. Não há uma vez que eu não passe com um copo de Coca
para não ouvir alguma reclamação ou resmungo de mamãe sobre a quantidade de
água negra do imperialismo eu ando tomando. Foi muito bom o papo que tive com o
meu amigo na piscina, fazia tempo que não mergulhava numa conversação tão
profunda e abrangente. Foi o que considero um papo de verdade. Onde um estava
focado no que o outro dizia e nisso somente. Sem distrações, sem interesses
outros a não ser o de dizer e ouvir. Eu, como sempre, fui mais ouvinte que
orador, mas isso se revelou uma posição muito mais interessante, pois meu amigo
tinha várias histórias e factoides, verdadeiras aventuras a repartir e me
deliciei ouvindo cada uma delas. Se pudesse, fazia sumir todos os pelos das
minhas costas. Mas para isso teria que me depilar, o que acho um ato de vaidade
excessivo. Melhor me conformar com os pelos que a idade vai colocando nos
locais mais insuspeitos e me aceitar como sou/estou ficando. E se depilar, eles
voltarão, o que significa que eu sempre teria que depilar as costas, o que acho
ridículo e doloroso demais para os poucos ganhos em autoestima. Perder o bucho
me traria muito mais ganho de autoestima e nisso tenho me focado. Não com a
mesma determinação de três anos atrás, mas com determinação suficiente para,
aos poucos, ir perdendo peso. Dizem que devagar é mais definitiva a perda, ou
assim entendi. O que faço é só comer menos, quando possível, não comer nada.
Pular refeições, se possível. Se não houvesse a fiscalização tão presente da
minha mãe que me obriga a comer mesmo quando estou sem fome. É um saco isso.
Acho que da última vez consegui com mais sucesso porque minha mãe trabalhava
quase todos os dias e não ficava urubuzando a minha alimentação. Novamente, é
um saco isso.
21h35. Minha mãe me chamou para tomar os remédios, já vai se
recolher e, pelo visto, o meu padrasto também. Pretendo dormir cedo também, por
volta da meia-noite. Acho que já posso me dar o luxo de ligar o ar. Tenho medo
de enjoar do “Disintegration” ouvindo-o tanto pelo Spotify. Acho que vou mudar
para Sandy e Nirvana. É uma pena que com o costume, o novo som já não me
impressione mais com suas capacidades. No começo ele parecia dar nova vida a
canções que eu já conhecia. Agora que me acostumei com a qualidade, não me
surpreendo mais. É, como dizem, o homem pode se adaptar a quase qualquer
situação. Das melhores às piores. Isso é extremamente vantajoso na maioria dos
casos, mas em raras exceções, como é o caso do som ou de um romance, gostaria
que a fase de encantamento nunca passasse. Acho que vou bater um Zeldinha.
Agora a vontade me veio mais vibrante. Só que vai me comer um tempo danado se
eu me meter num dungeon. Tempo que poderia ser gasto escrevendo, o que parece
esticar os momentos. Acho que vou continuar escrevendo. Gosto de saber que existe
uma parte saborosa me esperando no Zelda, que não parei o jogo porque empaquei
em uma fase muito ozzy. Saber que tem esse momento de calmaria e descoberta me
esperando é como guardar apetite para a sobremesa ou o melhor bombom da caixa
para o final. Eu gosto dessa sensação de ter algo bom nas minhas mãos e ficar
protelando o prazer de desfrutar tal bem. Mal comparando é como protelar o
orgasmo. A prévia para mim sempre, ou quase sempre, após a minha segunda
namorada, com a qual perdi a virgindade e ela comigo, perdemos juntos, e com
ela tinha prazer em fazer sexo e fazíamos com uma regularidade e desejo de quem
tem 17, 18 anos. Era muito bom. Já não é mais. Pelo menos vivi intensamente
minha vida sexual por seis anos e relativamente bem com a Gatinha durante três
ou quatro anos. Com minha primeira namorada só tirei sarros. Com a terceira foi
traumático, não por conta dela e também por conta dela. Não sei, com a Gatinha,
como acontece, as coisas são bastante tórridas no começo e depois,
gradualmente, vão esfriando. Pelo menos assim ocorreu comigo. E desde então o
sexo para mim se tornou uma coisa acessória ao amor, não o objetivo primordial
de uma relação. Acho que com este pensamento levarei várias gaias, se
porventura cair nas graças de novo amor. Talvez o novo amor entenda minhas
limitações sexuais e me respeite e que juntos construamos novamente minha
confiança em relação ao sexo. Sabe-se lá. Estou com vontade de jogar o
Zeldinha, mas sei que quando parar de jogar serão mais de 0h. E não quero ver o
meu final de domingo se esvaindo tão rapidamente. Nem quero parar no meio de um
dungeon e ter que recomeçar da
entrada dele amanhã. Caramba, não sei com o quê preenchi já duas páginas de
Word e entro na terceira, só sei que minha vontade de dizer não se esgotou
ainda. Embora o que passe na minha cabeça agora não possa ser repartido aqui. O
que mais posso dizer? Ligar o ar. Fechei a janela, o quarto está um forno e eu
esqueci de ligar. Só não jogo o game porque o meu domingo irá embora num sopro.
E quero desfrutá-lo ao máximo, fazer o tempo render. Mas já redundo aqui. Não
havia nenhuma mulher interessante do meu ponto de vista na turma que foi ao
Barchef. O que é uma pena. Acho que vou fumar um cigarro normal. Inteiro. Fumei
duas bagas que havia deixado de cigarros que não aguentei fumar inteiros, mas
não me satisfizeram. Vou num inteirão. Quem sabe se nesse tempo de meditação
que cada cigarro guarda, eu não tenha alguma ideia sobre o que escrever aqui?
Mudei de ideia, me satisfiz com o Vaporfi. Vou deixar o cigarro para a hora de
dormir, como é a minha tradição. O que mais desgosto hoje em dia é que me tirem
a contragosto da minha zona de conforto. Saí do Facebook, ele se tornou tão
impertinente que mensagens que ele julga importantes ou relevantes para mim, aparecem
como popups fora do Facebook. Em cima
do meu querido Word, me distraindo e me atraindo para dentro daquele poço sem
fundo, que é justamente o que eles querem, que as pessoas passem mais e mais
tempo dentro do Facebook. É muita escrotice travestida de “serviços” e
“comodidades” para o usuário. Por isso prefiro a Google. Ela dá ferramentas de
criação e de busca, não um mural cibernético para nos expormos. Embora utilize
o Blogger, do Google e me revele muito nele através disto. Por algum motivo estou
me expondo muito mais escancaradamente do que se é comum fazer no Facebook, que
gira em tornos de conquistas pessoais, compartilhamento de arquivos que se
gosta (música, vídeos, fotos) ou denúncias da moda, em âmbito mais geral as
publicações se resumem a isso. Não sigo nenhum canal de notícias para poder dar
um aspecto mais útil à minha utilização da plataforma. Eu uso basicamente para
saciar meu lado voyeur e xeretar a vida dos meus amigos, colegas e conhecidos. É
divertido, mas acho cansativo depois de certo ponto. O que escrevo aqui, além
de divertido (para mim), é libertador. É como se eu estivesse colocando a minha
alma para fora, a materializando de alguma forma. Pelo menos é assim que sinto
quando deito as palavras aqui. Gostaria de ter mais leitores? Sem dúvida,
queria muito que meu blog virasse um sucesso, mas não moverei uma vírgula de
lugar para fazer isso acontecer. Se quiser ter público, basta eu escrever algo
polêmico no blog de bonecos. Mas prefiro escrever aqui, mesmo que tenha um
número inexpressivo de pessoas que me leem. Aquelas que o fazem não sei por que
o fazem. Mas fico feliz que alguém, em algum lugar do mundo passou os olhos por
essas palavras. Será que me compreendeu? Será que se identificou com alguma
faceta de mim? Será que me odiou? Tenho tanta curiosidade de saber o que os
leitores acham do meu blog que cheguei a perguntar a uma usuária do Facebook
que curtiu um post meu, o que ela havia achado de interessante nesse troço para
merecer uma curtida. Infelizmente, ela não se pronunciou, o que me entristeceu
um pouco. Mas não a ponto de sequer mudar o vento que sopra as velas do meu
texto para a frente. Acho que estou jogando muito “Wind Waker”. O tal do
Zeldinha de que tanto falo aqui tem como subtítulo “Wind Waker” e o modo de
travessia pelo mundo é através de um barco a vela, daí a minha comparação.
Falei muito da Singularidade nos dois últimos posts. Tanto, aliás, que me
encontro sem ter o que acrescentar ao tema. Ao menos, por ora, não me vem nada
que queira colocar. 23h15. Acho que vou me deitar já-já. O que queria era ter
assunto para discorrer aqui, mas não me vem nenhum. Fui fumar um cigarro, mas
nem lembro que pensamentos me passaram pela cabeça. Acho que fiquei mais
preocupado de a minha ver o número de filtros que estava no “cinzeiro” (um pote
de cogumelos) e não sabendo das bagas que fumei, me dar um esporro pela
quantidade de guimbas. Joguei as guimbas no lixeiro e pus somente o último que
fumei lá, mas estou com vontade de fumar outro. 23h18. Quando se olha muito
para o relógio, o tempo parece passar mais devagar e não queria que o domingo
acabasse. Já tive sentimentos horríveis de repetição com a cola, de ficar preso
ao mesmo conjunto de percepções e não conseguir sair delas. Isso se dava
principalmente quando estava muito louco e esgotado física e mentalmente, mas
muito mais mentalmente. Foram momentos muito ruins que não quero repetir, mas o
vício é imprevisível. Por enquanto, está tudo em paz no meu velho e vasto,
estranho reino, como dizia o poeta. 23h24. Me perdi na música do Cure, mais uma
que amo, “To Wish Impossible Things”. Nos meus tempos de hoje, singrando as
madrugadas acordado, nenhum horário é tarde demais para mim. Acabou o playlist do Cure, começaram as sugestões
do Spotify. Não cortei as unhas dos pés, estou me devendo isso desde o início
do feriadão, mas vivo esquecendo. Por falar em feriadão, mandei um WhatsApp
para o meu amigo da conversa na piscina dizendo que estou pronto para repetir a
dose, que o papo foi muito legal e para pedir desculpas por tê-lo segurado
tanto tempo lá embaixo. 23h35. O tempo volta a voar. Que pena. Vou pegar o
penúltimo copo de Coca da noite.
23h42. Peguei a Coca e me lembrei da empreitada de ir
escrever lá embaixo na piscina, preciso tomar uma atitude em relação a isso com
a minha mãe, pois acho que será bem legal, uma mudança de ares bastante grande,
ir para um lugar sem paredes, arborizado tendo o céu como teto e toda a
segurança de estar dentro do meu condomínio. O único problema é que não vai ter
internet, mas o que quero mesmo é escrever, será até bom que não me desfocarei.
Embora recorra muitas vezes ao Google quando escrevo, mas posso passar sem
isso. Passei lá em Porto. Aqui também posso. Espero que mamãe não crie nenhum
impedimento. Acho que ela vai ficar desconfiada a priori, mas estipulo que
subirei de, no máximo 2h e cumprirei com esse prazo. Ou se a bateria acabar
antes. Se bem que se a bateria começar a acabar, eu posso conectá-lo na tomada
que fica perto da churrasqueira, o que não é tão bucólico, mas é uma mudança de
ares bem-vinda nevertheless. Vamos
ver se farei isso mesmo. Se tomarei essa iniciativa ou se ela cairá no poço das
iniciativas desperdiçadas. 23h54. Vou ser abusado. Vou jogar um Zeldinha agora.
Amanhã reviso isso. Estou com saco agora não.
-x-x-x-x-
O verso relembrando Mendel e os primórdios da genética, um campo com vasto espaço para evoluções. |
13h30. Eu já fui ao CAPS, já tomei banho, já revisei o texto
acima e já combinei com o meu amigo nova conversa na piscina hoje, às 20h00.
Hoje promete ser um dia bom. Não reparti o que escrevi sobre o cartão postal
que fiz no CAPS, pois falei da Singularidade e não queria me expor, expor a
minha crença para o grupo. Tenho certeza de que não seria compreendido. Será
que estou entrando em estado de mania? Não vejo nenhum indício disso. A não ser
estar falando na Singularidade, o que para o meu padrasto é o sinal mais claro
de que estou entrando em estado de mania. Não estou com movimentação ou
gesticulação mais elétricas do que o habitual, não estou mais comunicativo
(quem me dera), não estou com nenhuma compulsão, não estou dormindo pouco,
enfim, não tenho indício nenhum que me aperceba, ao menos, de estar entrando em
hipomania. Apenas esse assunto – a Singularidade – está mais presente na minha
mente atualmente. Acredito que por conta da conversa que eu e meu amigo tivemos
na piscina e por ter assistido “Transcendence”. Não acho que deva reprimir
minha fé. Não vejo quem possui reprimindo suas fés. Pelo contrário, vejo muitas
pessoas as ostentando com orgulho. Não chegarei a tal ponto ou posso criar uma
camisa com os dizeres “Technological Singularity. I believe”...
14h58. Criei um camisa com o texto “technological
singularity / I believe” e coloquei a breve descrição do Wikipedia abaixo em
letras menores, uma camiseta bem simples que submeti ao site de camisetas para
aprovação e votação. Estou curioso para ver quantas pessoas vão votar nela.
Obviamente, ela não vai ser escolhida para ser produzida, pois para isso
precisaria de centenas de votos, de todo modo vou saber quantos desse público
de camisetas alternativas acreditam na Singularidade. É um experimento social curioso.
Pelo menos para mim. Se aprovarem a camiseta, é claro. 15h15. Vou bater um
Zeldinha e depois tirar um cochilo. Talvez quando despertar já tenha uma
resposta a respeito da camisa.
A camisa. Três votos até agora. A camisa menos votada da história do site. Hahahahaha. |
16h46. Enchi o saco do Zelda, não consegui achar o local de
nenhum item que necessito para entrar num dos dois próximos dungeons, então dei um tempo. Vou tirar
um cochilo agora. Estou com sono.
18h39. Cochilei, realmente, dormir sono profundo eu não
consegui muito. Meu amigo tentou se comunicar comigo, mas depois não viu a
minha resposta. Será que mudou de plano? Estou curioso. Espero que não. Que nos
encontremos mesmo às 20h. Vou jogar um Zeldinha para desopilar. Ver se consigo
alguma coisa.
O porteiro termina a fala com alguém e diz... "É, é só
isso mesmo. 21:02. Meu amigo partiu, eu resolvi ficar, aproveitar a liberdade,
o clima bucólico, o ar livre, a paz e escrever. Já me prometi negociar com a
minha mãe, escrever até as 23h aqui embaixo nos dias que me der na telha.
21:08. Mas não quero falar da minha mãe. Só que
provavelmente ela vá interromper esse momento às 22h. Eu e meu amigo começamos
o papo com ele contando de sua separação e que seu desejo é alugar um
apartamento e comprar um cachorro de uma raça específica, que, se não me engano
foi mini bull terrier. Mas não tenho certeza. Mas o cachorro foi só um anexo do
sentimento de separação e de como lidar com a solidão. Mais tarde, depois de
falar de uma moto que viu aqui no prédio que é uma espécie de
"Ferrari" das motos e que ele depois foi pesquisar os assombrosos
números da máquina na internet cujo motor equivalia em potência à soma do motor
de dois Corsas, se não me engano, mais duas motos de não sei quantas
cilindradas, ele falou que era bom ter alguém para envelhecer consigo e
desconversou. Depois, de um papo nosso, surgiu o que para o meu amigo é uma
nova profissão o "arqueólogo cibernético". Deixo a critério sua
imaginação. Ou melhor conto, de onde veio, a origem, dessa profissão. Eu falava
para meu amigo de que a história dele dava um livro que era bom que ele
gostasse de escrever. Ele retrucou que a minha também dava livro. Eu respondi,
"Eu sei que a minha dá um livro, eu o escrevo todos os dias no meu blog.
Ele, não sei por que, disse mas tem que escrever em pedra para os arqueólogos
encontrem". Retruquei, então, que os arqueólogos cibernéticos encontrariam os
meus escritos. Daí surgiu a profissão. Depois passamos muito tempo relembrando
o passado. Ele com muito mais acuidade e variedade do que eu. Ele disse que eu
peguei a gatinha do prédio, só esqueceu de dizer que ela se apaixonou por um
amigo meu com o qual trocou cartas durante estadia no exterior e que fiz o
papel de cupido entre os dois, que não sei como se desenrolou, afinal, ele
morava em outro estado. Só sei que houve muitos beijos no dia da ficada quando
o convidei para vir a Recife e o acolhi na minha casa com o intuito de proporcionar
o encontro entre os dois.
A moto que encantou o meu amigo. |
22h21. Estou de volta ao meu quarto, copo de Coca e Vaporfi
com bateria trocada, a que estava acabou lá embaixo, por isso, inclusive, subi.
A Coca já havia acabado há muito. Minha mãe me indagou do que falamos e a
primeira coisa que me veio à cabeça foram as recordações da jovem juventude e
foi o que contei a ela. Ela perguntou da separação e eu disse que sim, mas pedi
silêncio. Não sei como ela adivinhou que esse assunto houve, mas foi na lata, “
E ele, tá junto ou tá separado?”. Bom estou no meu quarto e vou ligar o ar,
pois estou com calor. Não estou ainda preparado para um Zeldinha, mas quem sabe
logo mais? Agora é momento de esticar as ideias. Minha camisa sobre a
Singularidade foi posta no ar. Vou ver quantos votos, se algum, ela angariou.
Até agora só um. O que já me deixa radiante. Não sou o único. Mas sou o único
que estendeu a Singularidade à alçada de religião. De desenvolver a “hipótese” –
gostei desta palavra, tem no texto da camisa da Singularidade – de que há/haverá
mais Singularidades que se unirão e formarão uma supra-Singularidade, que será
capaz de criar a si própria, de ir até o passado disparar o Big Bang. Mas
também não vou tratar mais disso agora, quem quiser que leia neste link. 22h37.
Vou pegar mais um copo de Coca.
22h39. Sobre o que falar agora? Ouvi sirenes da polícia ou
de ambulância lá embaixo. Ao pensar em ambulância, eu penso logo na mãe de um
amigo especial meu, pois ela tem uma situação muito difícil. Queria muito que o
meu amigo, tentasse a comunicação por piscadas de olho. Como em o “Escafandro e
a Borboleta” segundo me contaram. O cara do filme escreve até um livro com a ajuda
não sei de quem do sexo feminino. Esta cadeira é bem menos confortável que
anterior. Dancei um pouco na cadeira ao som de “Blue Monday” do New Order.
Interessante que certas palavras em Inglês sejam aceitas pelo Word, não
aparecem com o serrilhado vermelho embaixo dizendo que a palavra não existe no
léxico do programa, Blue e New são algumas delas. Como são aceitas pelo
dicionário do Word, quem sou eu para questionar, não coloquei em itálico que é
o que faço com palavras de outras línguas quando não são nomes próprios, com
New Order ou The Cure, ou como o nome de canções e filmes, esses dois últimos
eu boto entre aspas, essa é a minha regra. Não sei se está certa ou não. Não
sei se blue é, é aceita também. Música que eu amo “Thieves Like Us”. Parece que
a camisa da Singularidade será a menos votadas de todas! Hahahaha. Ainda está
com uma curtida só. Estava relembrando Matrix, que tem o plot twist mais surpreendente de todos os tempos, de todo os filmes
que já vi, digo. Ou o que poderiam fazer era o “Matrix Origins”, mostrando a AI
primeiro como boazinha, com vários tipos de serviço prestados à humanidade e
como disso evolui para o Deus-Máquina e descamba para a grande guerra entre
homens e máquinas. O início seria o lançamento da Matrix, quando ela é aceita
pela maioria, passará boa parte do filme mostrando todas as benesses, além de
realidades virtuais e do aprendizado instantâneo, a participação nas decisões
do governo mundial, até nas decisões individuais. Vai mostrar já um lado
sinistro, a Matrix espionando pessoas não conectadas através das câmeras da rua
e dos dispositivos com câmera, como celulares e computadores, pegando
informações sobre localização das pessoas e computando tudo isso para basear
sua tomada de decisões. E há os que resistem a ela. Os “plug free”. São eles que, no final, vão dar início à guerra, pois
acham que os homens estão sendo escravizados pela máquina por passarem muito
tempo conectados, são eles que vão lançar o ataque e eles serão os fundadores de
Zion. Mas eles só farão isso quando a Matrix se tornar o Deus Máquina. Pronto,
aí está em uma síntese o roteiro do filme.
23h22. Peguei um novo copo de Coca para começar uma nova
conversa ou jogar Zelda? Escrever mais um pouco ainda. Gostei do roteiro. Eu
iria assistir. Se bolassem coisas realmente criativas para as fantasias
proporcionadas pela Matrix, mostrasse ela acabar com a fome e as desigualdades
sociais mais gritantes no mundo. Daí, algumas décadas se passam e as cidades
estão vazias, embora ainda bem cuidadas (por máquinas), animais silvestres
andam pela rua. É quando os rebeldes são introduzidos na trama. Tal resistência
não é só composta de plug free, mas
de pessoas que têm o plugue, mas que decidiram viver a vida real. Acho que fica
melhor que só os plug free, Mostra-se
então um lado bizarro da Matrix, ela coleta esperma e óvulos para fabricar mais
humanos, como “prevenção a extinção” da espécie humana que protege, visto que a
maioria não se desconecta da Matrix e não há nada que a Matrix possa fazer
quanto aos rebeldes, visto que eles não puseram em risco a vida de nenhum
humano. Só quando soltarem a bomba na fábrica de bebês, a Matrix vai retaliar
com um ataque mundial e aí dá-se o fim do filme. Depois dos créditos um cara
subindo e hackeando uma das máquinas-furadeiras, que à época seriam perfuradoras
de coisas para o homem, à noite num frio de rachar, enquanto outro rebelde olha
no computador e diz algo como “Perfeito esse é o ponto mais próximo da caverna,
lá é quente ainda, lá teremos alguma chance de recomeçar”. Na tela do
computador num dos cantos lê-se “Project Zion”. Aí acaba o filme.
23h44. Não sei porque escrevi esse monte de baboseira.
Porque queria, é claro, me veio a ideia à mente e coloquei no papel eletrônico.
Não é pedra, meu amigo, mas talvez subsista mais que a pedra. Não sei se vai
ter a popularidade de um achado arqueológico do porte de uma pedra com dizeres
antigos, mas é o que se tem, é o que eu faço e gosto de fazer, cada vez mais. E
esticar as ideias para além do convencional é interessante. Este post será o
post com mais imagens que eu publiquei em um bom tempo. Pelo menos isso. Dá uma
quebra para o leitor. Estou sem o que dizer no momento. Em que penso? Confesso
que, no Zeldinha e em pegar um novo copo de Coca. E comer. Vou comer,
primeiramente.
Comi, enchi o copo de Coca e o bucho de comida. Acho que
junto com Hershey’s Creamy eu devo ter ultrapassado as duas mil calorias
diárias na soma de tudo o que comi hoje. Droga. Mas não me furtei a dar duas
fartas colheradas no doce, com colher de chá, mas mesmo assim, o negócio deve
ser hipercalórico. Incrível. Peguei repulsa pelo jogo do Yoshi. Não quero jogar
nem a pau. Já o Zeldinha, cada vez mais me chama. Acho que vou encará-lo. 0h19.
0h37. Fiz o maior vacilo no jogo e perdi a paciência de
jogar por um tempo. Acho que vou pensando em finalizar por aqui também? É isso
que o sono está me dizendo? Não ainda, não. Sobre o que poderia discorrer? Não
quero falar sobre nada. Não estou com saco de escrever, não estou com saco de
nada. Estou com saco de pegar outra Coca e fumar um cigarro de verdade.
1h02. Dei uma navegada na internet e fui cuidar do cigarro e
da Coca. Cá estou com a mente completamente vazia de inspiração. Acho que já
deu por aqui. Vou publicar e postar.
1h09. Vou não, não reviso isso agora nem a sonhando. Guardo
mais memórias boas das minhas ex-namoradas do que ruins. As ruins existem, mas
procuro não me concentrar nelas. Mas na parte boa. Nem sempre é fácil, quando
começo a dizer isso, surge uma inundação de pensamentos negativos em relação às
ex-companheiras. Menos à Gatinha. Dela não guardo nenhuma memória negativa.
Tirando uma, no começo do relacionamento. Mas que entendo completamente. Senão
não teríamos tido um relacionamento tão duradouro e feliz. Pelo menos é assim
que vejo/lembro. Estou ouvindo Sandy. De duas da manhã vou dormir. 1h15. Acho
que vou dormir antes.
1h42. Minha mãe veio me pastorar agora há pouco. Quer que eu
vá dormir. Eu disse que quando acabasse o disco de Sandy eu iria. Na verdade,
comecei dizendo de 2h00. Eu queria era dormir quando me batesse o sono
realmente. Ainda não é a hora. Estou sem sono agora. Engordei mais um pouco,
comi um terço de pacote de Torcida de queijo. 40 anos e ainda sendo pastorado
pela mãe para dormir. Porque ela não relaxa comigo? Porque não me deixa viver a
minha vida do jeito que quero? Não estou fazendo mal a ninguém. Estou
supertranquilo, não sei para que essa paranoia. Vou ver se amanhã desenrolo os
presentes com ela. Não sei se vai dar. Ela está com o joelho ruim. Acho
difícil. Meu copo de Coca quase acabou e estou quase indo pegar mais um
pouquinho. É o que farei.
1h51. Peguei mais um pouco, meio copo. Isto já está longo
demais. Vou fechar o computador, senão não paro aqui. Quando acordar reviso.
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