Recife, 8 de abrir de 2017.
Copo velho de guerra. Levo ele nas minhas saídas para a Casa Astral, para que encham de gelo até a boca, e encham de Coca Zero. |
Será que vou para a Casa Astral mesmo? Meu primo-irmão está
se aprontando para ir. Me sinto obrigado a ir também. Acho que irei. Minha
vontade aumentou para 43%. Até a minha mãe acordar, pode passar dos 50%. Assim
espero. Será bom. E bom que acaba cedinho. Às 22h30 está tudo encerrado por lá.
E já deixei meu primo de sobreaviso de que não iria para nenhum lugar depois.
Estão estou relativamente de boa. Passar três horinhas na companhia dele e
voltar à Casa Astral vai ser bom. Acho que a vontade de ir ultrapassou os 50%,
está em 60%. E eu irei mesmo não querendo muito ir. Nem vou tomar banho. Sem
paciência. Preguiça, para ser sincero. Já me arrumei. Danei desodorante e
perfume, botei o iPod. O celular já está carregado. Está carregando rápido.
Acho que porque descarrega igualmente rápido. Espero que dure esta noite. Quero
usar o Tap lá se meu primo resolver se atirar em cima das garotas.
22h16. Esqueci o meu celular em casa! Nada de Tap. Mas foi
mais legal do que imaginei. Meu primo-irmão estava com três amigas – uma
bastante interessante por sinal, uma química – e interagi com o grupo no
intervalo da banda. Foi o melhor momento da noite. Que se tornou um pouco pior
quando o amigo nosso que tem a extrema capacidade de falar sem parar e atrair a
atenção de todos chegou. Aí só ele falava. Quando a banda recomeçou e a turma
se dirigiu para apertada área de dança, aproveitei para partir, preocupado por
ter esquecido o celular e mamãe achar que seria alguma artimanha minha para não
ser localizado. Acho que estou tão paranoico quanto ela. Acho que sua
preocupação acabou me contaminado. Tenho, não diria medo, mas uma forte
apreensão de suas reações frente a coisas como essa. Todas as explicações que
teria que dar. E, como não danço forró e não gosto de aperto, além de ser o set
final da festa para acabar o evento na Casa Astral, resolvi partir. Só avisei
ao meu primo-irmão agora que cheguei em casa via celular. Nos demais momentos
da festa, que não este, fiquei no lugar mais tranquilo possível tomando Coca
Zero e ouvindo meu iPod, morto de vontade de ter levado o celular para escrever
no Tap. Mas acho que essa história cabe melhor aqui que lá. Não posso também
abandonar este espaço. Vou ver se é possível baixar o Tap para PC. Mas desde já
acredito que não. 22h33. Como pensei, nada feito. Vai ter que ser com o
indicador naquele teclado minúsculo, com aquelas letras miúdas. Não sei se um tablet ajudaria, mas acho que iria ser
ainda mais complicado e continuaria usando só o indicador para digitar. Mas,
voltando à festa, acho que tive uma interação bastante produtiva com a turma,
queria que tivesse continuado. Pena não ter dinheiro para seguir a noite. Que
acho que desembocará no Barchef. Muito difícil abordar mulheres lá – como se em
algum lugar fosse fácil para mim – porém as mulheres já estariam inclusas no
nosso ciclo social, o que facilita enormemente a interação. Tentaria dar em
cima da química, sei lá, conversar e ao mesmo tempo insinuar o meu interesse
por ela. Não sei bem como fazer a segunda parte e penso que essa parte é meio
invasiva. Não gostaria, se fosse o inverso, que uma mulher que não me
interessasse, ficasse soltando indiretas para mim. Ficaria constrangido e não
saberia como me livrar da situação. Creio, porém, que as mulheres já estão
habituadas a isso e levam com mais desenvoltura e cortam a conversa se não as
estiver interessando ou não achar a pessoa interessante. De qualquer modo,
tentaria puxar conversa com ela. Acho que um bom papo não faz mal a ninguém. E
isso eu sei que posso oferecer. Eu queria ter coragem de ser plenamente sincero
e dizer algo como “eu acho você interessante, embora não saiba como levar um
papo insinuante nesse sentido, então vamos ter um papo normal e se você, por
acaso se interessar por mim de uma maneira mais romântica, você me avisa de
alguma forma, tá?” Acho que é isso que vou dizer, se angariar coragem, para a
próxima menina com quem mantiver contato e achar interessante. Tomara que eu
consiga. Posso pedir para cochichar no ouvido, alegando vergonha. Talvez surta
um efeito mais provocante assim. Sei lá. Sei que ser sincero e direto é bem
mais fácil para mim. E não parece ser agressivo ou ofensivo colocar meu
interesse dessa forma. 23h18, meu primo acaba de se comunicar comigo dizendo
que o grupo foi para o Recife Antigo para alguma festa. Totalmente fora de
cogitação para mim com a mãe que tenho que inclusive já foi dormir. Vou
averiguar. E pegar um copo de Coca.
0h32. Passei um tempo digitando no Tap, preciso considerar
se virei para cá agora. Tap.
0h40. Passei mais um tempo no Tap, mas foi improdutivo, por
isso vim para cá. Além do que aqui eu posso usar o teclado. Confesso que a
interface do celular é diferente da daqui. Isso me incomoda. Eu admito que eu
tenho grande parcela de culpa nisso por ser preguiçoso em aprender novas
tecnologias, eu creio. Talvez eu tenha perdido o interesse pelo entretenimento
eletrônico (videogames) porque é uma tecnologia alienante, aqui eu vivo o aqui
e o agora do mundo e sigo as minhas vontades e não as vontades de quem fabricou
o jogo, afinal todos os elementos do jogo são postos ali para gerarem uma
reação semelhante ou de acordo com as respostas possíveis do programa, podemos
apenas habitar o mundos possíveis naquele jogo, que em um Yoshi são muito
limitantes, e até mesmo em GTA e outros sandboxes
de igual complexidade, ou até mesmo num jogo como um FPS online, onde o input
humano é gigantesco, tornando o jogo extremamente aleatório, mesmo ali você
está limitado por regras, por lugares, por gráficos, mas é, você – ou eu – quem
sempre se submete a eles. É a epítome do eletrônico, da tecnologia que
escraviza ou domestica a gente a fazer o que eles botaram lá. É o completo
oposto do computador, que é uma ferramenta que permite criações mais livres. Os
“games” do computador, seus programas, são diferentes, eles são ferramentas de
criação de algo. São meios, não fins. Pelo menos os que eu uso mais. Word,
Corel e Photoshop. E Chome obviamente, um browser não podia faltar. É o nosso
suco de informações sobre o mundão, dependendo de pessoa para pessoa o nível de
futilidade. E pouco importa. Se importa assim saber da vida dos amigos no
Facebook, que o façam. Eu olho bastante para essa porcaria, é o Big Bróder
mundial. E todo mundo é que se expõe à vigilância global. E vou além, eu não
resisto a parada em me expor também, menos na minha lista de amigos, onde posto
muito pouco, mas nos grupos de leitores e escritores e publico uma chamada para
este blog, onde me exponho todo – me exponho bem mais do que eu me exporia se
publicasse na página de amigos, mas é como se eu tivesse vergonha disso. Esse
blog talvez seja muito revelador, principalmente para minha mãe, pois me
desnudo quase que por inteiro. Muitas vezes, a carne crua. Mas são raras as
vezes, eu acho. Há certas partes da minha vida que eu não narro aqui por serem
vergonhosas demais para eu poder repartir com vocês, que tratam talvez do que de
mais de íntimo e livre eu sou e tenho, onde confronto meus demônios, lá é
fechado como um cofre, aquilo ali é um espaço meu para gritar aos quatro cantos
do cofre (eu sei que são seis lados, mas chão e teto não contam como os meus
cantos) tudo o que seria malvisto pela sociedade em mim. É um tipo de confessionário,
como imagino que fazem com os padres. Mas mais aberto ainda. E há momentos
felizes lá também, por mais curioso que possa parecer. Mas não quero mais falar
do “Desabafos do Vate”. Quem sabe perto de morrer, eu não divulgue a senha. Ou
torne público, pois não valeria mais nada aquilo, eu estarei decrépito, e já
terei dado um foda-se para as normas sociais com as quais eu discordo e sempre
quis desobedecer, desde que não ilegais, é claro. Se bem que eu já dou um
foda-se no meu e-book também, pois sei que ninguém vai ter acesso. Que eu
conheça, pelo menos. Usarei um pseudônimo, se possível. Mas o e-book vem se
mostrando uma impossibilidade, viu? O e-book é uma mistura de Jornal do Profeta
e Desabafos do Vate. Pelo que me lembro. E os “Diários” eu nem sei. Nunca mais
digitei. Preciso voltar a fazê-lo. O Tap não leva a nada. Ou só me leva para
coisa que não quero revelar e o pior que se torna público na hora. Eu não sei
como não publicar. Como disse sou burro com celular. É a idade. Estou falando
muito da idade, me considerando velho e não me sentindo nunca com 40 anos. Não,
o jeito que eu corto o cabelo e me visto é jovial. Não vejo por que abandonar
essa jovialidade, se me são confortáveis as roupas que eu uso. E práticas
(bermudas com 4 bolsos na frente, dá para guardar tudo mais tranquilo.
Setorizado. Muitas vezes categorizado. Em verdade, eu costumo colocar as coisas
sempre nos mesmos bolsos que coloquei das vezes passadas, pois isso deixa tudo
mais facilmente localizável, devido a familiaridade com as ditas posições. E
parece que as coisas se adequam mais ao corpo, como se o corpo houvesse se
habituado a essa configuração de objetos, seus pesos, suas formas e em suas
localizações específicas. O ar desligado começa a me incomodar, mas não estou
com calor. É mais a falta do barulho dele funcionando. Começa a ficar mais
tarde. Mais noiado eu fico de minha mãe vir do jeito que só ela sabe vir e me
dar um escracho por estar acordado.
3h05. Fui colocar a camisa de dormir para o impacto dela ser
menor. Mas estou com sono também. Parece que minha criatividade textual se
esgotou. Não, não estou tapeando para usar o Tap. Nem vou sair daqui,
permanecerei até o sono me derrubar. Queria jogar o novo Zelda agora. Pegar um
cavalo e dar um rolê, só para sacar o mundo. Com qual jogo eu posso fazer isso
agora? Nenhum, mas não queria jogar Yoshi. 3h12. Olhei e olhei para os meus
jogos e não consegui escolher nenhum. De Wii U. Vou ver de PS3 agora.
3h24. Joguei um pouco de “Flower” do PS3, mas acabei
desistindo. Eu tenho que conseguir pilha para o meu controle de Wii, para poder
jogar “Super Mario Galaxy”. Se bem que nem muita, mais um rolé eu ia dar, na
primeira fase pelo menos. Pôxa, está me dando uma vontade danada de jogar SMG,
mas eu não sei onde estão os nunchucks
do Wii e procura-los agora faria muito barulho. Que ozzy. Eu queria jogar... eu
não sei o quero jogar. A verdade é que não estou com vontade de jogar, estou
com vontade de escrever. Escrevo tanto que acabo narrando mentalmente os meus
próprios movimentos em alguns momentos, como se os descrevesse aqui. Estou é
ficando doido! Hahahahaha. Profetas são geralmente doidos. Uma profecia? No
futuro haverá um governo mundial presidido por um órgão que respeite os direitos
humanos universais, seja composto de membros de todos os países e gerido pela
Singularidade, ou com grande contribuição desta. Será um momento de radical
mudança social no planeta. O PIB mundial vai ser investido nos que mais
necessitam de assistência. Está bom de profecia por um bom tempo agora, né?
Estou com medo de mamãe vir com dois quentes e um fervendo para cima de mim.
Não queria. Estou tão na paz aqui escrevendo o meu textinho. Deixa eu ficar até
o sono bater.
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