sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

SEMPRE MAIS DO MESMO E X MARCANDO PRESENÇA PREOCUPANTE

Não sei que nome dar ainda a este post. 14h23. Deveria era estar digitando os meus diários. Talvez faça isso. As fases do Super Mario estão difíceis além da conta, minha paciência e tolerância se esgotam rápido dada a frustração generalizada de não ser capaz de ultrapassar nenhuma das duas que abriram. Ah, talvez uma seja mais fácil de passar se escolher a princesa, que flutua. Sempre me esqueço disso. Do que não me esqueço é de X. Acordei pensando nela. Aparei inclusive a barba, mais para ela que para o final de semana, como disse que faria no post anterior. Do que me esqueci foi que a máquina de barbear que tenho é 110V e liguei direto na tomada daqui, que é 220V. Por isso notei ela tão potente, excessivamente potente, chega era incômodo segurar tamanha a vibração produzida. Quando comecei a sentir o cheiro de queimado foi que fui olhar e lembrei que usava a máquina com o transformador da escova de mamãe. Pois é, minha mãe tem uma escova de dentes elétrica. Não sei qual é a maravilha que isso faz, mas é tão cheia de regras para usar, de tempos e maneiras de escovação que prefiro a minha manual mesmo. Nem sei se amanhã X vai estar no CAPS. Eu suspeito que não. Tenho que me preparar para tal situação. Ou seja, para me frustrar. E pode ser que ela esteja e nem fale comigo. Quem sabe? Vou botar “Kid A” para rolar de novo, vamos ver se o som hoje está de bom humor e toca a primeira música inteira. A máquina de fazer a barba é realmente sustenta, não queimou quando a liguei na tomada com o dobro da voltagem que foi fabricada para suportar. Mal comparando, queria um som assim. Que aguentasse um tranco. Que não fosse cheio de frescuras e defeitos. A vontade que tenho agora é apagar tudo o que escrevi e começar do zero. Mas não farei, por respeito ao formato do blog que é captar todos os pensamentos, por mais fúteis que sejam e retratar meu momento interior e o que me cerca. Preciso ligar o modo de congelamento rápido do congelador da geladeira ou não terei gelo mais tarde. A diarista tirou gelo para mim, então deve haver várias caçambas que estão com água em estado líquido. E o gelo tirado não durará muito, no máximo mais dois copos. Vou lá.

14h51. Pronto. Hoje estou vazio de conteúdo, para variar. Não fui à Villa Sant’Ana, não aguentei o sono. E o psicólogo disse que eu aparecendo duas vezes por mês estava bom. Minha mãe, graças, não insistiu, deixou que eu dormisse. Dormi, mas foi um sono meio culposo, não foi um descanso legal. Mas descansei ainda, nos períodos em que estive em sono profundo. Quero ver hoje para dormir cedo. E preciso dormir cedo pois pode ser que o CAPS me traga X. E X venha falar comigo. Ou não. De qualquer forma, amanhã é o dia de CAPS que não posso faltar de jeito nenhum, pois é o do grupo especial de AD. E ele é logo no primeiro horário, se não me engano. Sábado tem pintura das camisas do Sai Dessa Noia. Quero muito ir. Taí uma ótima oportunidade de socialização. E, mesmo assim, mesmo sabendo que a imensa maioria das pessoas vão ser queridas e conhecidas, me sinto intimidado a ir. Estou com um problema sério na área social. Isso me incomoda ao ponto de pensar em não ir para esse evento, o que é preocupante. Mas me forçarei a ir. Sei, racionalmente falando, que no final vai ser bom estar com aquelas pessoas.

15h23. O tempo passa rápido e eu sem fazer nada. Deveria estar digitando os diários. Acho que vou fazer isso. Mas antes, vou dar mais uma chance ao Super Mario.

14h49. Incrível como o tempo voa quando se está jogando. Nem aprece que passei quase meia-hora agora no Super Mario. Passei da fase cabulosa, sem o subterfúgio do power up para covardes e entrei em uma que quase passo. Ah e peguei todas as estrelas das fases. Algumas eu tive de filar na net para saber onde estavam, mas uma ou duas, só. O resto foi na tora. Sim, o CD tocou sem frescuras dessa vez. É engraçado, antes da invenção do CD a gente chamava alunos estudiosos de CDs, abreviação de CDFs (cus-de-ferro), não sei se a gíria ainda existe hoje em dia. Vou averiguar. Vai ver que hoje chamam de “pen-drive” por acumular muita informação, sei lá. Os tempos são outros, a tecnologia evolui galopante e novas gírias são criadas a cada nova geração. Não estou conseguindo me concentrar no texto, cometendo vários erros de digitação e com o pensamento em outros lugares.

16h34. Toda vez que encho o saco da dificuldade do jogo, venho me abrigar aqui nas minhas ridículas palavras. Ainda bem que tenho esse alento. A dificuldade do jogo, como já disse reiteradas vezes está hardcore.

16h40. Fui pegar uma coquinha para acompanhar minhas baforadas e não consigo tirar o pensamento de X. Quando não estou jogando, digo. Quando venho para cá escrever, mais especificamente. Isso não é bom. Não é saudável porque não é compatível com a realidade. Por falar em realidade, preciso pegar o comprovante da pensão desse mês. Um minuto.

16h45. Cinco minutos para ser mais preciso, mas fiquei bestando um pouco até fazer o download. Estou achando esse Super Mario muito mais difícil que os Galaxies. Se não fosse o auxílio do power up que aparece quando se morre muitas vezes na fase, haveria estágios que eu simplesmente não conseguiria passar. Tem uma estrela que até agora não sei como conseguirei pegar, visto que independe do White Tanooki suit. É questão de habilidade e velocidade mesmo. Outra fase, se não tivesse o power up dos covardes ainda não teria passado. E provavelmente teria desistido de passar. Mas escrevo tudo isso tendo X no fundo da minha cabeça. O que meu coração torto foi arranjar dessa vez? Espero que isso se dilua com o tempo. O tempo sempre foi o melhor remédio para mim. Por ora, vou esconder os meus platônicos sentimentos dela. Se conseguir. Tenho mania de ser o maior boca-frouxa quando se diz respeito ao coração. Abro logo o jogo. Não sei por que isso. Deve ter funcionado alguma vez ou não aguento a pressão no peito e o coração acaba saindo pela boca. Pode ser porque sou ansioso demais e esse é um ótimo momento para controlar tal ansiedade e tatear mais o terreno para ver se há do lado dela alguma contrapartida afetiva em relação a mim. Não consegui ligar para Maria. Tentarei novamente agora.

17h07. Tentei mais uma vez e nada. Confesso que até com Maria ando com receio de falar. Esse meu comportamento ou essa vergonha de interagir não é normal. E não quero ir para psicólogo. Não agora.

17h25. Tem horas que a frustração com o game é tão grande que desligo o console. Que saco, morrer no finalzinho da fase por vacilo. Logo quando tinha pego a estrela mais difícil do estágio. Ozzy demais. Mas voltando à vaca fria, não quero psicóloga agora. Com “a” mesmo. Vou tentar uma mulher dessa vez. Talvez seja até outra manifestação da minha faceta antissocial se mostrando, mas preciso de um tempo e esse tempo eu sinto que ainda não chegou. Não sinto que preciso desse tipo de assistência, nem tenho vontade de ficar a sós numa sala com alguém falando o que eu já falo no CAPS. O CAPS já está de bom tamanho. Por mim, abandonava inclusive as idas à Villa Sant’Ana. Pelo menos X é uma motivação para ir ao CAPS, senão talvez nem o CAPS me interessasse. Mas acho que iria mesmo sem a existência de X. Recomeço a gostar dos grupos. Não me sinto mal participando deles. Posso até dizer que me sinto bem. Desde que não me mandem para grupos de exercícios físicos ou teatro. Me deixem ir apenas para os grupos que tenho inclinação a ir. Se isso fosse possível, me faria um bem danado. Espero que seja. Essa semana foi. Mas há momentos em que me coagem a ir a grupos aos quais não estou disposto e isso é um saco. Podem falar da falta de motivação de sair da zona de conforto. Eu não entendo por que demonizar a tal zona de conforto. Se o cara está feliz ali na sua zona de conforto, para que forçá-lo a sair dela, a experimentar algo “novo”? Se tudo o que eu quero está inserido na minha zona de conforto? Se me sinto feliz levando a vida que levo? Não parece lógico ou psicológico para mim. Se for para experimentar, quero experimentar uma bala ou um doce, sairia da minha zona de conforto para testar esses alteradores de humor com prazer. Mas essa é uma zona proibida para mim, o que não deixa de ser bastante irônico. Nas direções que quero ir, não posso. Agora querem que eu vá para direções que não tenho o mínimo interesse de seguir. Como se o desconforto fosse algum tipo de recompensa. Isso para mim é um pensamento absurdo. Não preciso experimentar desconfortos para ser feliz ou para saber que dentro da minha zona de conforto me sinto melhor. Que é que tem que fico estagnado, se não me incomoda tal estagnação? Se me incomodasse, isso me motivaria a sair da minha zona de conforto em busca de algum movimento. Para mim, sair com os meus amigos e ir ao CAPS são saídas da minha zona de conforto ou são uma ampliação da minha zona de conforto que me apetecem. Se X namorasse comigo seria uma saída radical da minha zona de conforto e uma revolução em todos os aspectos da minha vida. Mas encararia de bom grado tal mudança. Amaria tal mudança. Amaria e seria amado, enfim. Bom, vou voltar à zona de desconforto e tentar passar o raio da fase do jogo.

21h03. Consegui passar mais algumas fases. Estava retornando em que acho que sou capaz de pegar a última estrela e aí minha mãe chegou com as compras. Ela não devia fazer compras. Não no meio do tratamento de quimioterapia. Mas a dona de casa falou mais forte, amplificada pela tarde que passou na universidade e ela se motivou a encarar um supermercado. Me sinto meio culpado por não ter ido. Não que eu soubesse que isso iria acontecer. Mas, houvera ela me convocado, não poderia dizer não, por mais que fazer compras com mamãe seja um saco. É bem melhor fazer compras com a minha irmã, que leva uma lista, é prática e objetiva. Não vai passeando pelo supermercado procurando coisas que queira comprar. 21h10. O tempo está voando hoje. O que de certa forma é bom, pois espero ansioso ver X amanhã. Espero muito que seja dia dela, mas, pelo que me recordo da sexta passada, não é. Estou é caçando fantasmas aqui. De qualquer forma terei meu grupo mais importante amanhã, nem posso pensar em faltar. Mas é melhor introjetar que ela não vai amanhã. Ou que, se ela for, nada indica que irá ter comigo. Incrível, o único porta-CDs que eu não sei onde foi colocado, é justamente o que queria, o que contém o CD do Houaiss. Comprei um drive externo de DVD para o computador com o intuito principal de ter o dicionário em minha máquina. E a menina que arrumou tudo veio hoje e esqueci de perguntar a ela. É que queria saber se introjetar realmente existe, pois o Word teima em sublinhar a palavra de vermelho. Ainda bem que o Wikipedia veio ao meu auxílio e confirmou a existência de tal verbo. Acho inclusive que o estou usando fora de contexto, a não ser que a palavra “objeto” em psicologia seja um termo mais abrangente que no Português corriqueiro.  

21h27. Parado baforando e pensando na vida. Pensando que se ligar o jogo agora, minha mãe quando vier me dar o remédio vai me criticar por “só fazer jogar”. Não sei se espero ou me submeto à crítica. Acho que vou colocar “Achtung Baby” para tocar. Estou me sentindo sonolento e isso é bom. Se dormir cedo acordarei mais disposto amanhã. (Ia colocar “bem disposto”, mas isso é uma impossibilidade para mim.)

21h31. Quarta página de Word iniciada, hoje se fosse fazer de novo o desafio 15 dias de ócio em 50 páginas, não teria nenhuma dificuldade em alcançar a meta. Incrível como consigo extrair muito de nada. Parece que esse era o diferencial do seriado “Seinfeld” ou algo assim. Pena que o meu texto não tem a verve cômica. É ridículo de um jeito nada engraçado. E raso. E supérfluo. Para os outros, digo. Para mim, é vital escrever. É uma coisa que pulsa em mim. Uma vontade de dizer, uma vontade de digitar palavras, uma vontade de me expressar. Por mais que seja sobre coisas sem significância para o resto do mundo. O Jornal do Profeta é um espaço meu, talvez o espaço mais meu que possuo. É onde sou quase que completamente livre. Onde posso falar do Super Mario 3D World por dezenas de páginas, se quiser. Ninguém me impede. E quase ninguém lê. Eu acho que as estatísticas de leitura do Google devem contar os robôs que visitam o site para catalogá-lo, é a única explicação para essa minha escrita despropositada ter hits de visitação. Não divulgo mais no Facebook, o que poderia gerar algum tráfego, então não acredito que 35 pessoas foram, por livre e espontânea vontade, acessar meu blog para ler coisas como essas. Isso para mim beira o impossível. Se você está lendo e é um ser humano, agradeço desde já e gostaria muito de saber o que o(a) traz até aqui para ler tanto sobre coisa alguma que lhe interessa. Se possível responda no comentário deste post. Pronto, esta vai ser a prova de que ninguém lê, que o Google marca como visitas acessos de bots.

23h27. Vixe, eu já tô pegando é abuso desse Super Mario... vou acabar desistindo de jogar. Tá muito difícil. Não é brinquedo, não (devia ser). Está mais para instrumento de tortura. Há fases que nem me animo em jogar para pegar o restante das estrelas porque parecem impossíveis para mim. Tem uma estrela que eu nem ideia tenho de como pegar sem morrer. Tá ozzy. Demais até. Se vão fazer o Super Mario Odyssey pro Nintendo Switch ainda mais hardcore que esse, tô fora.


0h12. Revisei. Postar e ir para cama. Fumar um cigarro antes.

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