Meu avô está na UTI, mas aparentemente mais por precaução
que para a cura de algum mal, o que me alivia bastante. Provavelmente irei
visita-lo às 17h com mamãe. Não queria ir, para ser estritamente sincero, mas
vejo como uma obrigação familiar inescapável. O Vaporfi não estava fazendo
fumaça, a bateria não estava fazendo contato com a parte do filtro e do
líquido. Limpei todos os pontos de contato com um cotonete e ele voltou a fazer
fumaça que é uma beleza. Ainda bem. Já estava preocupado de que houvesse algum problema
mais grave com a bateria ou o tanque. Acho que vovô vai gostar de me ver. Ele
geralmente gosta. Estou curioso, depois da ida ao CAPS hoje, em como me
sentirei digitando o diário. Afinal o carnaval começou e me pus como meta
adiantar a digitação do diário. Ontem fiz um dia inteiro. Espero seguir nesse
ritmo até o final do carnaval. Ou mais. Se conseguisse fazer dez dias durante o
carnaval, seria perfeito. Espero que meu avô saia ainda esta semana da UTI.
Dizem que a priori não é problema do coração, mas um cardiologista ainda vai
examiná-lo. Tomara que não seja nada. Que não seja sofrimento para ele, pelo
menos. Ele há algum tempo deseja a morte, dizendo a cada evento familiar que
não verá o próximo deste ou daquele. O controle do Wii U pisca, o que significa
novidades, mais especificamente propagandas para tal ou qual jogo. Não estou
com saco de ver o que é agora, embora guarde alguma curiosidade. Não queria ver
vovô. Detesto hospitais e nunca estive numa UTI. Deve ser um lugar
particularmente deprimente caso os leitos sejam conjugados. Mas irei ver vovô
por motivo de força maior. Me terão por desumano se não for. Por uma pessoa
extremamente fria, que foi o que me tornei. Não queria sair do meu castelo. Mas
farei isso por uma obrigação familiar de poderosa gravidade. No final, sei que
me fará bem a alma ter contribuído com a minha presença nesse momento delicado.
Pior me sentirei se não for. Aí a culpa que já sinto será multiplicada. A luz
do Wii U piscando começa a me irritar. Odeio padrões de alerta como luzes
piscando, toques de despertador ou telefone. Foram invenções úteis, mas muito
desagradáveis. Coloquei no meu celular o toque mais alarmante e estridente
possível, no maior volume do aparelho para poder ouvir minha mãe ligando
durante as minhas saídas, o que não surte muito efeito na maioria das vezes e
que sempre me assusta quando recebo chamadas dela – visto que não as recebo de
mais ninguém, a não ser de operadoras de celular – no silêncio pacato do meu “quartelo”
(junção de quarto e castelo, neologismo inventado agora). Quartelo soa como um
diminutivo de quarto, mas na verdade é uma ampliação da sua concepção, visto
que castelo é algo muito maior que um quarto. E o meu quarto, como já disse de
outras vezes, é o meu castelo, desde que haja energia elétrica e internet.
Porém ficar muito tempo encastelado torna-se entediante. Como o foi para
Rapunzel e uma série de princesas à espera do resgate de seus príncipes. Eu não
tenho princesa para me resgatar. Vamos ousar e dizer “ainda”. Quem sabe eu não
a encontre numa curva qualquer da vida? Já dei muitas curvas nessa quase ou
mais de uma década de solidão e até agora nada. Em verdade há uma eleita, mas
esta é deveras impossível. A segunda candidata, bem mais plausível, parece que
não se encantou pelo sapo aqui. Terei a confirmação disto na próxima semana. E
não espero outra coisa senão a confirmação do desinteresse da dita princesa.
Que, reitero, não é tão bonita, mas que faria um bom par comigo. É uma pena.
Ainda bem que o encantamento por ela não está assim tão forte a ponto de me
gerar grandes frustrações. X, como a nomeei aqui e da qual muito já foi dito,
não virou uma paixão platônica enraizada, não chegou a vingar, cortou as
asinhas da minha fantasia antes que ela pudesse se lançar em pleno vôo. Bom,
desta vez, sinto que quem sai perdendo é ela, não eu. E isso é um sentimento
deveras raro e novo em mim, essa autovalorização, mas é assim que me sinto em
relação a X. É uma pena, reitero. Só que dessa vez mais para ela do que para
mim. E isso me faz sentir bem. É bom ser descartado, achando que quem me
descartou fez uma péssima jogada. Mas nada is
set on stone. Vamos ver como ela reage na semana que vem. Pode ser que me
procure para conversar, pode ser que não.
13h58. Mamãe chegou e pelo seu astral e pelo que disse, vovô
aparentemente está bem. Deram-lhe apenas sedativos pois se mostrava muito
irrequieto. Privar uma pessoa de estar irrequieto sedando-a me parece um tanto
quanto abusivo, mas deve ser procedimento de UTI e deve ser procedimento de UTI
com quem acham que não podem argumentar, por exemplo, alguém com diagnóstico de
Alzheimer. Acredito que o efeito da palavra poderia acalmá-lo e nisso sinto
falta de um psicólogo lá. O trabalho que X irá fazer, caso realmente siga o
destino que escolheu, será de grande valia para muitas pessoas. Pensei em tirar
um cochilo, mas acho novamente que não vou gostar de me deitar na minha cama. Embora
esteja aparentemente arrumada. E gosto de inaugurar, por assim dizer, camas
arrumadas. 14h06. Se minha mãe quer sair de 16h, eu teria duas horas de sono.
Seria uma boa soneca, caso conseguisse dormir de pronto. Não sei se comece a
digitar o meu diário agora ou quando voltar. Lembrei-me agora de como consegui
minha cicatriz no nariz, mas é uma longa história que não estou disposto a
contar agora. Naquela época eu era muito mais leve e bem-humorado. Lembro que
ficava fazendo piadas com os médicos enquanto costuravam o meu rosto, mas
também estava completamente embriagado. Acho que já vai fazer uns cinco anos
que não bebo. Não tenho certeza disso, mas não devo estar errando por muito.
Fato é que não gosto de beber. Primeiro, porque não tenho limites, segundo
porque sempre me torno inconveniente e, terceiro, por causa da infame ressaca,
que sempre tive. Moral e física. 14h16. Aparentemente mamãe não vai mais para o
hospital ver meu avô. Meu padrasto a proibiu, devido ao estado fragilizado de
saúde dela por causa da quimioterapia. Isso significa que posso tirar um
cochilo e depois digitar o diário. Ou continuar a escrever aqui, sei lá. Só não
preciso fazer o que não queria, enfrentar o trânsito caótico da cidade em clima
de carnaval para ir ao hospital. E olha que nem era eu quem iria dirigir, pois
não dirijo. Nem carteira eu tenho. Não sei também se na condição de inválido
civilmente eu tenho o direito de dirigir ou não. Se não tenho o de votar, é
muito provável que não tenha o de dirigir também. Eu preciso resistir à vontade
de trelar nesse carnaval. Eu me pus numa situação muito difícil, mas
resistirei. O tédio não vai me dominar. Meu problema com videogames é que fico
estressado em fases difíceis. Digamos que fique imerso demais no jogo e aí, com
a adrenalina a mil começo a agir desesperadamente em vez de encarar os desafios
com frieza e precisão. Esse é o meu calcanhar de Aquiles. Eu sei o que é para
fazer, sei como fazê-lo, mas sou tomado por tamanha inquietude da alma que
acabo por trocar os pés pelas mãos. Ou seja, não sou um grande gamer. Sou um
lambe, em verdade. 14h28. Vou pegar mais Coca e depois que acabar o copo,
considerar seriamente um cochilo. A psicóloga do CAPS me sugeriu, em se
faltando o meu primo para ir comigo às baladas, eu contratar um acompanhante
terapêutico para me acompanhar. Ou uma
acompanhante terapêutica. A ideia não me agradou muito. Só o faria se fosse
alguém do CAPS, uma estagiária do CAPS, especialmente X. Mas não só ela, o
carinha ou a ruivinha também seriam ótimas opções. Mas isso deve sair caro, se
bem que talvez a minha pensão cubra. Não sei se a pessoa já precisa ser formada
para ser acompanhante terapêutica. Talvez não. Perguntarei – talvez – mais
detalhes à psicóloga do meu grupo depois do carnaval.
14h43. O Wii U acendeu a tela do controle para me mostrar
uma propaganda. Inacreditável. Isso é que é publicidade invasiva.
15h05. Estava falando com o Marinheiro no Facebook. Vou
tirar um cochilo agora.
15h20. Ainda não fui me deitar. Mamãe e meu padrasto debatem
sobre meu avô aqui à porta do meu quarto (e do escritório dele).
15h27. Minha mãe veio me dizer agora que meu avô vai ser
submetido a uma operação de altíssimo risco na vesícula. Mas estou esperançoso
de que vá correr tudo bem. Como mamãe disse, o coração dele está bom. Minha
bisavó morreu numa operação assim, segundo ela, mas já estava com o coração
ruim e não aguentou nem a anestesia. Vovô será operado hoje à tarde. Espero que
dê tudo certo. Por mais que meu avô queira partir, como já mencionei anteriormente.
Ela disse que iremos amanhã de manhã ao hospital sem falta. Não é lá o começo
de carnaval mais animado do mundo para a minha família materna. Eu incluso. Mas
é a vida. Mais tarde comunico aqui o resultado da operação.
16h02. Estava escrevendo para o outro blog. Vou tentar tirar
um cochilo agora.
16h30. Não estou conseguindo dormir. Fiquei divagando sobre
diversas coisas, mas dormir que é bom, nada. Não estou com saco nem conteúdo
para escrever agora. Vou me deitar novamente. Pensando bem, vou tentar digitar
o diário.
18h25. Digitei até agora e não consegui acabar o dia. Minha
mãe acordou, ouço-a conversando com o meu padrasto, e sua presença me inibe a
continuar os trabalhos, pois ela julga que digitar os diários seja algo nocivo
para mim. Acho que vou assistir um pouco de “The Walking Dead”, mas, antes de tudo,
pedir a chave da despensa para pegar uma Coca que eu estava bebendo acabou faz
tempo. Desde que comecei a beber água.
20h54. Imagine uma sociedade onde criam-se porcos, galinhas,
onde houvesse vacas e produzisse-se queijo, tivesse vinhedos e produzisse-se vinho,
que acolhe crianças carentes, onde não circula dinheiro (exceto nas
intersecções sociais com a sociedade exterior), extremamente católica e
democrática. Foi assim que terminou a conversa hoje entre eu e o outro mito do
prédio, T.
Trocamos uma amena conversa sobre vários assuntos: trocamos
figurinhas sobre os moradores da nossa época, da nossa turma, mais
precisamente; falamos até de espiritismo e ETs, coisas inacreditáveis aprendi
sobre ambas as coisas. Dessa vez as compreendi todas, pois houve dois episódios
recentes em que não entendi o que havia sido dito. Mas enfim, viajamos bastante,
sobre passado e presente e algumas divagações mais. Transgressores que somos,
fomos pela área isolada do prédio nos sentar confortável e bucolicamente no
banco lá de trás do prédio (que nem sabia que existia). Iluminados por uma luz
âmbar, trocamos nossas ideias e o WhatsApp, por onde ele me mandou essas fotos
que você vê garbosamente ilustrando essa matéria. O Jornal do Profeta precisa
de fotos, eu sei. Para ilustrar, dar vida e consistência ao conteúdo. Já sei!
Vou tirar fotos do que existe no meu quarto para ilustrar as matérias! Porque
não pensei nisso antes? É como revelar a intimidade aos pouquinhos. Eu e T nos
encontramos ambos mais gordos e mais velhos. Afinal, faço 40 esse ano. Entro
nos “enta”, de onde não mais sairei se não for pela Singularidade. T não sabia,
mas eu acredito na Sigularidade tecnológica e acredito parcialmente nisso: “a
Novíssima Religião”. Só não acredito que vou estar vivo para vê-la, por volta
de 2045, de acordo com Ray Kurzweil. Se você estiver lendo isso T., saiba que
eu não fui para piscina porque estava com preguiça ou porque estou dormindo.
Por preguiça entenda-se escrever essa porcaria ou assistindo “The Walking Dead”
ou visitando o meu avô que está na UTI. Como deve ter ficado claro se você leu
até aqui. Obrigado pelo incentivo de publicar o que escrevi no diário que eu
fiz no Manicômio. Publicar não só este; penso em acrescentar outros diários já
digitados. E, talvez, a Novíssima Religião (talvez com algumas alterações que pode
ou não fazer ser que eu faça). Não tenho certeza se o homem vai se fundir à máquina
ou se a máquina vai se achar outra espécie completamente diferente. A grande
consciência pode não abarcar o ser humano, mas eu acho que pela sua própria
base, pela maneira com que já nos fundimos e entregamos à tecnologia, mais
acessível e complexa ela fica, acho difícil não nos fundirmos a ela. Haverá os
puristas, que preferirão ser do jeito que são, sem nunca de fato mergulhar na
consciência coletiva. Acredito que com o advento da consciência coletiva, em
vez de ler isso acredito que você vai poder reviver as minhas lembranças do nosso
encontro do meu ponto de vista, sentindo o que eu estava sentindo. Em como e o
que eu estava viajando a cada etapa do nosso papo. Vai ver que eu pensei nos
seios de uma grande membra da nossa velha turma de Ubaias. Só não sei condizem
ou condiziam com a realidade. Pois é T., vou continuar a nossa conversa por
aqui para você não se sentir tão desprezado por eu não ir para piscina amanhã –
ou hoje – pois pretendo escrever até a virada do dia, por isso prepare-se! Mas
acho que vou dar uma parada para ver “The Walking Dead”. Essa tá parecendo a
fase Wii U + “The Walking Dead”. São tantos episódios que isso se funde com
minhas memórias recentes de Wii U. Eu costumava até jogar uma partida de Wii U –
Mario Kart ou Zelda – antes de ver o seriado. Acho que vou fazer isso hoje. Ou
mesmo agora, 22h04. Agora não, está me dando mais vontade de escrever. Amanhã
não é dia do Galo? Como é que você vai para a piscina? Pensa em voltar do Galo
cedo, talvez, ou o Galo acaba cedo, sei lá. Acho que acaba, pois as pessoas que
querem mais paz e conforto em Olinda, na medida do possível, vão no sábado de
manhã para lá e ainda dizem que quando o Galo acaba muita gente que estava no cá
vai para lá e aí Olinda fica lotada e que essa migração em massa se dá
geralmente à tarde, eu acho. Pelo menos foi assim que sempre entendi indo aos
sábados. Agora não me lembro se à tarde lotava, disso não tenho a menor
recordação e já saí de lá à noite. E não me lembro. Ô memória... Bom, pelo
menos na minha memória está que o Galo é amanhã, logo deduzo que não vai rolar
piscina. Se for, eu não vou. Não estou a fim de entrar na água. Essa é outra
verdadeira razão. Não saberia sobre o que conversar. Talvez encontrasse alguma
coisa. Há tanto tempo a gente não se fala, deve haver ainda um monte de coisas
há serem compartidas. T. acha que todo mundo do prédio compraria meu livro. Se
nem quem é da turma lê esse blog, porque irão ler um livro? Porque é de papel? Ou
porque se paga por ele? Este pode ser um estimulante. Se comprarem é mais por
misericórdia do que por qualquer outro sentimento. Ninguém vai querer saber o
que eu passei internado naqueles lugares, não são lugares como o de “Bicho de
Sete Cabeças”, só o Manicômio era um pouco. Mas com muito mais “luxo”, talvez.
E havia muitos mais viciados sãos lá dessa última vez. Tinha companheiros lá,
isso torna a permanência muito mais suportável. Muitas vezes divertida, para
mim, pelo menos. Bom, de qualquer forma, estou digitando o conteúdo do diário e
espero algum dia chegar ao fim. Não tenho paciência para digitar um dia inteiro
no mesmo dia, pois eu escrevi para caralho. Tanto ou mais do que escrevo aqui.
Pois estou me tornando prolixo também aqui fora, isso se chama fuga desesperada
do ócio improdutivo ou fruto da árvore envenenada. “Fruto da árvore envenenada”
porque eu queria chamar a priori o livro de “Algo ou Teorias do Fruto da Árvore
Envenenada”. Muito pomposo, não acha? Mas foi um nome que criei numa crise de
mania. A crise de mania, o abuso de cola e a influência de Matrix foram o que
me fizeram elaborar a “Novíssima Religião”. Nem tinha lido o livro de Ray
Kurzweil “The Sigularity Is Near” e nunca havia tido conhecimento da hipótese da Sigularidade Tecnológica. Eu pensei que escreveria tudo sobre a
Novíssima Religião, como sobre o governo global pela ONU, o mais próximo da
Democracia possível. Embora hierárquica, pois é necessário que seja assim, por
causa simplesmente dos problemas de gerenciar uma humanidade inteira. Tendo todas as decisões, em todos os graus da escala hierárquica até o cidadão comum a obrigatoriedade de se basear na Declaração Universal dos Direitos Humanos que acho que deveriam incluir
acesso à internet para cem por cento da população mundial alfabetizada. Obviamente,
a prioridade é educação de qualidade para todo mundo. Aliás em primeiro lugar
deve vir o fim da fome e da escravidão no mundo inteiro. Sei que todos somos
escravos de alguma forma, mas alguns o são de forma literal ou quase, e sei que de algumas formas eu sou mais livre que a
maioria por causa da pensão, mas preferia ganhar o meu sustendo fazendo o que
amo fazer. E é o que eu faço: escrevo e ganho meu dinheiro, a única diferença é
que uma coisa não tem a mínima relação com a outra! Hahahahaha. Escrevo por
prazer libertário. Ganho a pensão porque sou considerado inválido perante a
lei. E acho que sou mesmo, pois com o emprego, eventualmente eu acabaria com a
minha vida. Literalmente ou me tornando um demente pelo abuso de cola. Foi o
maior alívio da minha vida. Agora posso me dedicar a esses textos, que amo
produzir e que não produzem um centavo sequer. Só quem lê são bots
provavelmente e, provavelmente também, meu amigo T, mito total da galera de sei
lá 10-15 anos atrás. Mas temos muitos mitos. 22h58. Estou ficando sonolento, T.
, se você leu isso, pro favor deixa um comentário. Só para eu saber. Bem, o que
posso contar mais a você? Minha vida é assim, CAPS de 9h às 15h às segundas, quartas
e sextas. Geralmente saídas com meu primo nos finais de semana. O resto do
tempo é encastelado no meu quarto, geralmente tecendo palavras.
23h03. Não aguento dançar uma música inteira, que ozzy. “Enjoy
The Silence” que é massa de dançar. Que ozzy. Por que essa impaciência? Vou
dançar o finalzinho. 23h05. Realmente estou sem muito saco. Mais saco estou de
jogar Mario Kart e ver “The Walking Dead”.
A música esquentou meu corpo, liguei o ar. Preciso pegar mais Coca Zero.
23h08. Pois é T., acho que vou dar uma parada por aqui por
ora. Pegar Coca, baforar o Vaporfi e encarar um game. Depois o final do
episódio de “The Walking Dead” que já comecei a assistir.
28h18. Comecei a revisar o texto, mas desisti. Reviso amanhã
quando acordar ou quando voltar da ida a UTI para ver vovô. Parece que optaram
não operá-lo porque poderia ser letal para vovô. Isso me assustou deveras. Estão
usando paliativos e talvez ele tenha que vir a fazer hemodiálises. Não sei...
como eu disse, eu tenho uma boca maldita. Não vou nem detalhar o bem que espero
para que não se reverta em mal tudo o que pudesse vir a dizer.
T., não acredite em tudo o que vê no Discovery Channel. Não
é porque está na televisão que é verdade. Aliás, eu não sei de nada disso,
parei de assistir TV e me sinto um alienado com isso, mas um alienado feliz.
Minha TV serve para três coisas: filmes, videogames e seriados, não
necessariamente nessa ordem. Adoro usar figuras de linguagem batidas, muito
manjadas mesmo, quando elas se fazem cabíveis no texto. Desculpe pela pobreza
de repertório ou preguiça de dizer de outra forma, quando já há uma maneira
clara e melhor de dizer. Estou ouvindo “SugarCubes” banda que impulsionou Björk
para a fama internacional. O primeiro grande passo de sua carreira. Agora
Marcelo Camelo “Menina Bordada de Flor”, acho essa música muito singela e bela.
Parece um frevinho mais lento. E muito alegre. Mas dizer o que está passando no
meu iPod é um papo muito chato. Já-já ele descarrega, eu acho. Vou jogar um Mario Kart. 23h32. É a terceira vez
que pego esse palíndromo numérico. Coincidência danada. Vou jogar. Depois
talvez volte. Vou jogar não, tô impaciente até com os load times. Na verdade, não estou com saco de jogar, só de
escrever. Me perdoe, T. Tenho pena de você ter ido para a Fazenda Esperança.
Mas aparentemente, você gostou. Todo mundo diz que é o inferno. Acho que você
conhece infernos piores, não é, meu amigo?
Mesmo que não chegue ao dia de amanhã escrevendo. Só
revisarei este post amanhã, então só vai ser postado amanhã. A não ser que o
meu sono passe durante esse período em que escrevo.
25h55. Fui encher a gaveta de água da porta da geladeira e
acabei atacando a farinha láctea, o bolo de laranja e os peitos de frango que
estão na geladeira. Acho que vou comer mais.
0h07. Desculpe, T se fui rude com você no WhatsApp, mas
realmente só gosto de falar o essencial por aquele negócio. Ficar vendo figuras
e vídeos, não é para mim. Raramente o faço no Facebook, que dirá no WhatsApp?
Desculpe mesmo, mas vai ser tudo apagado sem ser visto por causa da limitada
memória do meu celular, apenas 8GB. Foi mal, mas é assim que lido com essas
mensagens. Se for um texto pessoal, direcionado a mim, eu leio. E só a estes tipos
de mensagem eu dou alguma relevância.
0h17. Estou com sono. Há muito tempo já, mas não quero
entregar os pontos. O que mais teria a conversar com você, T.? Não, não tenho
mais nada a conversar com T. Só se for ao vivo. Estou começando a achar que não
vou emagrecer nunca. Isso me preocupa. Tenho que me esforçar mais. Vou dormir
(ou tentar). Só pegar o último copo de Coca da noite. 00h26.
0h35. Fui fumar um cigarro de verdade, o famoso e religioso “saideiro”.
1h08. Acabei de revisar o texto, mas não sei se acabei de
escrevê-lo. Meu sono passou mais. Vou ficar acordado enquanto está rolando o “Kid
A” do Radiohead. Dei um tempo no meu iPod. Quero saber como vai ser se não vão
tirar as pedras da vesícula de vovô. Isso me parece paliativo demais. Se bem
que, se a outra alternativa significa sua morte, então prefiro o paliativo, mas
quem deveria poder escolher isso era ele. Espero que um dia o direito da
eutanásia para pacientes terminais seja legalizada. Certamente T, por sua verve
Espírita irá discordar de mim, mas isso é só uma opinião idiota minha, um
idiota alienado. Eu pensei que estava passando “Kid A” porque estava passando “Idioteque”,
mas eu esqueci que tenho a música no meu iPod. Vou encher meu copo de Coca e
baforar.
1h18. Aproveitei e comi mais uma fatia do bolo de laranja. E nem fiz os marinehiros hoje. Tá
bom, tá bom, vou publicar logo isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário