Ouvindo "My Iron Lung" e lembrando que já começo a
sentir dificuldade em respirar devido ao fumo tanto normal quanto eletrônico.
Pode ser também o excesso de peso e a falta de condicionamento aeróbico. Quem
me dera fosse um desses dois últimos fatores, visto que mais facilmente
solucionáveis. Agora mesmo, sinto dificuldade em respirar. Isso deveria ser
mais preocupante do que a forma desleixada e irresponsável com que lido com a
questão, apenas aceitando a situação e continuando com os maus hábitos. Mas é meu
jeito de ser. Infelizmente, se continuar nessa passada, não haverá tempo para a
medicina evoluir e sanar o meu problema, perecerei antes.
11:04. X veio hoje!
12:33. Conversei um tiquinho com ela sobre "Black
Mirror". Descobri que ela gosta de Motorhead. Infelizmente tive que ir
para o grupo AD, mas ela me garantiu que ficaria aqui após o grupo. E de fato
está almoçando numa mesa bem distante de onde estou. Não sei se ela vai
conversar mais comigo hoje. Acho que não. Espero não tê-la ofendida com a
supersimplificação do seu futuro trabalho. Ao menos disse que era uma escolha
nobre. O café está com um gosto estranho. Ela está ali ao lado falando com as
outras psicólogas. Foi deixar o prato na cozinha. Agora não sei onde está.
Espero tanto que venha ter comigo. Mas começo a achar improvável. Bom estou na
minha ilhazinha particular de Blogger e iPod esperando ela aportar. Esperarei
até o começo da atividade da tarde. Se não vier quando esta começar, vou
embora. Um tanto contrariado, diga-se de passagem.
13:05. Acho que ela não vem. Estou aqui na ilha até o
momento que me propus. Apareceu uma mensagem da empregada que foi do meu
falecido pai me pedindo quatro mil reais emprestado. Como se eu tivesse esse
dinheiro.
13:16. Meu amigo de grupo veio aqui pra perto. Vou conversar
com ele. Respondi à empregada que não tinha a grana e perguntei se ela já tinha
gastado a metade da minha herança que dei a ela.
13:40. Aparentemente o grupo vai começar. Está chegando a
hora de partir. Meu amigo parece que foi para o grupo, não sei. Acho melhor eu
ir pra casa. Olhei de modo muito ostensivo pra X, acho que ela ficou
incomodada. Eu sou um vacilão mesmo. Ela está aqui ao lado escrevendo em algum
prontuário. Sentou-se de costas para mim. Não sei se vou ou se fico. Estou me
sentindo constrangido e constrangendo. É melhor partir. Um cara, aparentemente
psicólogo, que sempre está perto dela, sentou-se à sua mesa. O melhor a fazer é
partir. Sinto que estou fazendo papel de palhaço. Sei que me sinto
desconfortável, isso é um indicador biológico muito forte de que devo partir.
Não sei se fale algo com ela antes de ir. Acho que sim.
15h27. Acabo de voltar dos Correios. A encomenda que havia
enviado foi entregue na minha casa em vez de na casa do destinatário. Tive que
ir resolver isso. Ainda bem que foi tudo muito tranquilo e espero que agora
siga para o endereço correto. Minha mãe relutou muito para me dar o cartão de
crédito e o dinheiro para os possíveis reenvio e reembrulho da encomenda. Sorte
que nada disso foi necessário. Minha mãe estava com medo que eu comprasse cola,
como da última vez, a da quase-recaída. Não aconteceu. Dos Correios nem
titubeei e peguei o caminho voltando para ainda passar no supermercado e fazer
umas compras que ela me ligou no caminho pedindo.
Sobre falar com X. Falei com ela me despedindo e perguntando
se a gente se veria na quarta. Ela realmente não sente nada por mim. Pude
perceber pelo tom de suas respostas. Isso está me doendo. Mais roedeira. Mas já
era o que esperava. Não sei nem se ela virá falar comigo na quarta... também
nem sei se há mais o que ser falado entre nós. Do meu lado eu poderia admitir
que ela é a pessoa com quem mais tenho intimidade na vida hoje em dia. E
falaria da história da encomenda. Disso certamente eu falaria, do negócio da
intimidade, eu tenho as minhas dúvidas. Quem me dera tivesse coragem de dizer a
ela para visitar o Jornal do Profeta e procurar pelo marcador “X”. Acabei de colocá-lo
em todos os posts em que há menção a ela. Assim, escancararia logo o jogo. E
acabaria de vez com a nossa interação. Estou meio cansado de paixões platônicas,
sabe? Quis acreditar que com X seria diferente. Que, enfim, havia encontrado
reciprocidade, mas descobri que não. Que tudo não passa de outra farsa da minha
mente. E isso é dolorido constatar.
Hoje na atividade de colagem, houve uma pré-atividade sugerida
que não sabia direito como proceder, pois cheguei atrasado achando que o meu
grupo – o AD – era o primeiro do dia e perdi a explicação. Nessa pré-atividade,
me foi entregue um papel com uma árvore impressa e um lápis. Pelo
posicionamento da árvore, deu-me a entender que era para que eu desenhasse como
seriam as raízes dessa árvore e pelo que sentia e percebia da minha vida resolvi
fazer a raiz assim:
Coloquei como texto explicativo (quando a apresentação das
produções começou descobri que podia se escrever sobre a árvore) e coloquei “Árvore-tubérculo
– Não tem raízes rizomáticas. A parte mais importante da árvore está enterrada,
como uma cenoura, embora todas as partes sejam importantes para a
árvore-tubérculo, como em todas as plantas, que são um design otimizado da
natureza visando a vida, a sobrevivência.”
Antes disso porém fiz a atividade de colagem que estava
sendo proposta quando entrei na sala: escolher duas ou três figuras e montar um
cartão ou relacionado com a árvore – que ainda não tinha recebido ou feito – ou
sobre o que estava sentindo. Escolhi as três figuras, uma só para preencher o
fundo do cartão, um sapo e uma pintura de um rosto que não me pareceu jovem.
Eis o resultado:
Acharam a imagem forte e disseram que a minha produção de
colagens sugeria uma continuidade e que eu as revisse e procurasse pontos em
comum. As outras colagens estão aqui do meu lado, em cima da impressora/escâner.
Percebo que eles têm em comum as relações sociais seja em grupo seja a dois e
sugerem problemas como isolamento ou dificuldades de relacionamento seja no
campo social ou no afetivo. Pronto, posso trazer já uma resposta para as
psicólogas do grupo no nosso próximo encontro. E não, não vou botar os outros
três cartões aqui, pois estou com preguiça de escaneá-los, calibrar as cores, redimensioná-los
e salvá-los como jpg para que caibam no blog. Tenho menos disposição ainda para
digitar o que escrevi a respeito deles, o que, sinceramente não faço a mínima
ideia do que foi.
Aos poucos consigo me acostumar com a ideia de ideia sem
acento agudo no “e”, o que para mim é uma aberração linguística, um
empobrecimento tremendo da língua. Mas a norma culta é essa idiotia agora e eu
é que não vou lutar contra o Word.
Mas minha vida, tirando o CAPS, onde pego os psicólogos para
soltar o verbo, é muito calada, só falo através dos dedos nesse blog que
ninguém lê. E aí, meu senhor, eu falo escrevendo para caramba. Muito mais do
que é sugerido para que um blog seja legível ou acessado por muitos. Pouco se
me dá. Minha voz interior necessita desse espaço como o corpo necessita de ar.
Então que as palavras venham e que me permitam uma vez ou outra um mergulho
mais profundo nas águas turvas do meu ser e estar no mundo. Ando meio que
deslocado do mundo, do mundo dos outros, criei uma ilha no meio disso tudo que
é o meu quarto, transformei-o no meu castelo e aqui me encastelo todos os dias,
principalmente para escrever. Preciso jogar mais Mario Kart. Pelo menos zerar
todas as pistas com três estrelas em 100cc. Acho que tenho que remodelar meu
kart, pois está com pouca aderência nas curvas. E sua velocidade máxima também
deixa a desejar. Prefiro velocidade máxima a muita aceleração, embora esta seja
uma estratégia talvez errônea para cilindradas mais elevadas, com oponentes
mais inteligentes e, por isso, mais sacanas, que me atacam mais com os power
ups espalhados na pista, dificultando assim que eu retome a velocidade máxima
que é o diferencial do meu veículo. Mas escrevo isso pensando no desprezo de X.
Desprezado pelos meus dois amores platônicos em menos de três dias. Que peninha
de mim. Não vou me fazer de coitado, sou eu quem busca essas quimeras para
depois me magoar quando a vida me mostra que luto contra moinhos de vento. Mas
como Dom Quixote não consigo deixar de ser um sonhador e não tenho culpa se
tais amores irrompem do meu coração. Não os escolho. Aliás seria muito bom se
escolhêssemos quem amar. Comigo, ao menos, não funciona assim. Sempre foi obra
de um misterioso acaso o surgimento de novas paixões. O chato é que não sei
fazê-las morrer. O máximo que consigo é escondê-las, com o tempo, nalguma
gaveta da memória, mas, ao menor estímulo, elas ressurgem com força total. É
uma droga isso. As paixões vividas, essas não me assombram, é como se o amor
tivesse completado o seu ciclo, crescido, vivido e morrido. Mas com os amores
platônicos isso não ocorre posto que nunca se materializam. Se bem que consegui
me livrar de uma paixão platônica depois de mais de uma década de sofrimento.
Mas só me livrei porque outra paixão platônica ainda mais forte se impôs, substituindo-a.
Aí agora veio X que continua me parecendo uma possibilidade real, apesar de
todo o desdém com que falou comigo hoje. Com ela, o sentimento de possibilidade
me parece real, não sei por quê. Claro que depois do fim do estágio dela, para
quem está há quase uma década, senão uma década já, sozinho, alguns meses não
fazem a mínima diferença. Mas, infelizmente, hoje tive a confirmação de que o
meu radar está descalibrado, que não existe traço de afeto nela em relação a
mim. É frustrante e eu não sei mais para onde correr. Nem Mahele estava nos
Correios hoje. Ela que era o meu plano F. F de fodeu tudo ou de fim da linha.
Muito embora ela seja uma mulher muito interessante, mas sei que vou levar um
fora. Com ela, eu não guardo nenhuma esperança de concretização, acho inclusive
que seja comprometida com alguém. O que X também pode ser, não sei. Isso nem me
passou pela cabeça, ela simplesmente me parece solteira ou deixou subentendido
isso, ou eu entendi dessa forma suas entrelinhas. Mas eu entendi tudo errado a
respeito dela, devo admitir. Embora ache que nossos universos culturais se
somem e que há intersecções entre eles. Acho que combinamos em muitos aspectos,
talvez por isso a falsa percepção de reciprocidade. Ou da possibilidade de
reciprocidade. Fato é que não tenho nem mais assunto para conversar com ela.
Gostaria de saber se ela mora perto ou distante de mim. Gostaria de contar da
minha desventura da encomenda e das reações da minha mãe à minha ida aos
Correios. Gostaria de tirar um cochilo e acho que é o que vou fazer. Para
talvez depois encarar uns episódios de “The
Walking Dead”. Está me dando o início daquela sensação ruim de tremor que só
passa se eu comer. Mas não vou comer. Vou dormir que ela passa durante o sono.
Vou ligar o ar. Eu almocei, não tem por que eu estar sentindo isso agora. Não
sei se o “por que” da oração anterior é separado mesmo, foi na intuição. Vou
comer pelo menos um pouco de farinha láctea.
17h50. Comi para caramba agora: farinha láctea, sucrilhos
(puro), um pedaço de queijo coalho assado, macarrão e paçoca. A tremedeira
passou e eu comeria mais, mas me contive, afinal ainda tem a larica da noite.
Vou dormir um pouco agora.
Hoje é aniversário do meu cunhado. Mandei os parabéns para
ele. Pelo WhatsApp. O Facebook me avisou. As redes sociais, têm, enfim uma
finalidade. 17h56. Hora da caminha.
19h56. Exatamente duas horas depois da última postagem, que
coincidência, sento-me aqui para dizer que fiquei deitado duas horas sem
conseguir dormir, se muito tirei microcochilos. Vou começar “Walking Dead”
depois de um pouco de Wii U. E acho que não vou mostrar o Jornal do Profeta a
X. Vai que ela acha “over” demais. Deixa para lá. Não quero assustar ninguém
com as minhas neuroses do absurdo.
22h02. Joguei um Grand Prix de Mario Kart e me ferrei
bonito. Fiquei em primeiro lugar, mas lambeei nas duas últimas corridas (de
quatro), ficando em segundo e quarto lugares, respectivamente. Depois joguei o
Zeldinha, mas nem cheguei no mestre do dungeon. Preciso encher as garrafas com
life para poder sobreviver ao mestre e conseguir chegar lá com o sangue que
tenho, ou seja, sem usar nenhuma das garrafas no meio do caminho. Não é
impossível. Mas para conseguir as garrafas vou ter sair do templo e fazer uma
longa jornada à procura do vendedor de life, que não me lembro mais onde fica.
Vai ser um saco. Mas tenho que fazê-lo. Devia ter feito antes de chegar ao
dungeon. Assisti o primeiro episódio de “The Walking Dead”, vou partir para o
segundo. Minha mãe por precaução escondeu as chaves da casa hoje e
provavelmente vai acordar para vir me pastorar. Tudo isso porque não confia que
eu não comprei uma lata de cola quando fui nos Correios (como fiz da última
vez). Entendo o lado dela, mas ficarei sem o meu cigarro da noite hoje. Vou ter
que me contentar com o Vaporfi. Estou entrando na terceira semana com o mesmo
filtro (atomizer) do cigarro eletrônico o que é incrível, nenhum durou tanto e
tenho usado bastante. Bom, muito bom. Será que X ficaria muito chocada ao ler
esses textos em que falo dela? Melhor não arriscar. Se ela perguntar, aí não
negarei a informação, mas acho que chegou o momento em que gradativamente vamos
nos distanciar. É o que pressinto. E acredito que é o que constatarei na
quarta. Não houve o mesmo tipo de “transferência” dela para comigo. Sou apenas
um usuário que comunga de hábitos culturais e valores sentimentais semelhantes
aos dela (o que para mim já é muita coisa em comum). No máximo isso. E só isso.
Acho que não irei nem procurá-la na quarta. A cumprimentarei com a alegria de
sempre, por mais que esta alegria esteja embotada pela melancolia da
constatação do impossível. Vi uma menina bastante apetitosa no Sai Dessa Noia,
mas sua roupa era de tal forma vulgar e revelava tanto do seu corpo que, por
mais que não deixasse de olhar, nunca a abordaria, até porque era aparentemente
bem mais jovem que eu e estava acompanhada. Mas mesmo que não houvesse tais empecilhos,
sabia que ali não havia ponto em comum algum comigo. Mas a danadinha gostava de
ser observada, por isso as roupas, creio eu, e percebeu que o estava sendo por
mim e isso a fazia olhar com fugidia empatia pro meu lado. Até que deixei para
lá. Acho que meu destino é virar um ermitão urbanoide mesmo. Acho que consigo
viver assim. E deposta X pela dureza e crueza da realidade, resta-me ainda a
paixão platônica maior para ocupar a minha cabeça e os meus sentimentos no meu
poço de solidão. Ou a magia vai acontecer onde eu menos esperar. Se tivesse a
cara de pau, que não tenho, já mencionei isso em outro post, pediria um abraço
a X, para ver se a gente se encaixa. Mas diante dos fatos nunca pedirei isso.
Meu carnaval promete ser uma grande morgação. Talvez o use para digitar o
diário, mas ele está tão repetitivo, pois está na parte em que estou obcecado
pela cola que é entediante transcrevê-lo, que dirá lê-lo. Bom, vamos ver se consigo get hooked por “The Walking Dead”. Mas antes encher o copo de Coca.
2h02. Assisti até o começo do sexto episódio da primeira
temporada de “The Walking Dead”. Está
muito mais tarde do que pensava. Vou tomar meu último copo de Coca para dormir.
Mas até agora não chega aos pés de “Black Mirror”. Ou de “Breaking Bad” for that matter.
2h06. Não vou revisar isso agora, quando acordar releio com
a cuca fresca e publico. Um lado bom dessa política antitabagista nos seriados
é que ninguém fuma, então não me dá vontade de fumar. Assisti os episódios e
quase não usei o Vaporfi. Agora estou com um déficit de nicotina no sangue e
baforando sem parar. Estou com sono. Acordei cedo hoje e o meu cochilo de final
de tarde não serviu como repositor, pois permaneci o tempo quase todo desperto,
apenas deitado de olhos fechados, o que foi relaxante, é óbvio, mas não conta
como sono.
14h54. Acordei há mais ou menos uma hora, almocei e já penso
em dormir de novo. Não estou ainda muito empolgado com “The Walking Dead”. Se
minha mãe fosse tirar um cochilo, eu também iria, pois, se for dormir agora e
ela vier aqui e me pegar deitado vai me dar esporro. Não tem nada que queira
fazer... ainda. Acho estou no processo de acordar, talvez daqui a meia-hora já
esteja disposto a assistir o seriado.
15h26. De repente olhei para essa tela com este texto e
achei tudo isso ridículo. Escrever a minha vida. Muito ridículo. Mas não posso
abandonar meu grande alento. E tenho o grande alento de que ninguém lê. Acho
que dormir demais serve como um depressor para mim. Não acordo muito bem comigo
ou com o mundo. Para você ver uma coisa, nem estou sentindo nada por X agora.
Isso é bem estranho. Estou estranho. Minha vontade é dormir de novo. Joguei um
pouco o Zelda antes de vir aqui escrever e consegui pegar a “Moon Pearl”, mas
não consegui matar o mestre do dungeon. Depois de três ou quatro tentativas
frustradas eu vim para cá, quando olhei para tela e achei ridículo esse
amontoado de palavras. E mais ridículo ainda o meu ímpeto anterior de mostrar a
X. Tudo na minha vida parece ridículo agora. Espero que isso seja passageiro.
Quero voltar a achar a minha vida válida. É a única que tenho. Os blogs são as
coisas mais importantes que produzo. Não posso me desapaixonar das palavras. O
vazio seria grande demais e não saberia com o que preenchê-lo. Certamente o
preencheria fazendo alguma besteira. E não quero isso. O melhor a fazer agora é
dormir. Talvez acorde melhor.
16h16. Não dormi. Reli e consertei o que vi de errado no
texto. Erros devem ter passado, pois li sem muita atenção ou paciência. Tenho
medo que X leia isso e me tenha por algum tipo de maníaco. Mas que apaixonado
não tem um pouco de mania no seu pensar e sentir? Há uma certa fixação pelo
objeto da paixão inerente ao sentimento. Deixa para lá, ela não vai ler mesmo.
Não estou achando mais tão ridículo o texto porque não está tão mal escrito,
mas me parece um grande despropósito. Não consigo gostar dele e, por extrapolação
de nenhum outro. Acho que vou dormir mais um pouco. Mas antes, um último copo
de Coca Zero.
16h29. Uma Danielle me ligou me oferecendo um cartão de
crédito internacional. Recusei, como minha mãe havia me instruído. Até porque
como curatelado eu não posso ter cartão de crédito. Eu acho. O que meu blog tem
de tão repugnante assim? De tão aberrante assim? Só se for o fato de não
produzir dividendos para mim. Mas é uma ocupação válida como qualquer outra.
Não contribui muito para o nosso belo quadro social, mas em que a Publicidade
que eu fazia contribuía? De fato, ajudava a manter alguns empregos em algumas
empresas, ajudava tais empresas a aumentarem marginalmente seus lucros e só. Empregos,
trabalhos, são ilusões criadas, conceitos criados por nossa ordem social
monetizada. Pelo menos eu sou feliz com a minha ocupação que nada de novo, ou
interessante ou útil traz ao mundo a não ser a minha satisfação. Ter satisfação
no que se faz é o sonho de um grande número de pessoas. Que talvez preferissem
ganhar menos, mas serem felizes no que fazem. Mas novamente numa ordem social
onde o status monetário é tão glorificado, fica difícil para tais pessoas
fazerem essa mudança, esse downgrade financeiro
em troca de bem-estar no trabalho. Alguns poucos corajosos se arriscam. E
geralmente não se arrependem. Eu, graças a sei lá o quê, tenho a minha pensão e
posso fazer uma das coisas que me mais amo: escrever. Gostaria até de adicionar
esta atividade ao meu perfil, mas não sei como alterá-lo.
16h59. Consegui alterar meu perfil! Agora as 10 coisas de
que eu gosto refletem mais o meu estado atual. Por mais que goste de outono,
não queria viajar esse ano. Acho que vou dormir.
17h05. Vou publicar logo isso, já está muito grande. Se
quiser escrever mais, começo outro.
P.S.: hoje não sinto a falta de ar que sentia ontem. Ainda bem!
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