sábado, 29 de abril de 2017

DA PISCINA III

Chão da área ad piscina molhado. Pois é, hoje fiquei cercado de chuva por todos os lados de novo.


Meu amigo veio aqui e ficou até agora. 21h16. Ouvi um dos evangelhos de Jesus Cristo e achei muito persuasivo. Estou com vontade de ver a Paixão de Cristo de Mel Gibson. Gosto daquele filme e tem tudo a ver com o que rolou aqui. Até a entrada dos ETs inseridos na sociedade desde a época dos Egípcios. E que uma nova raça de alienígenas veio pregando o que é bom, através de Jesus. Jesus, em tese, podia ser um alienígena. Quem sabe até um ser humano do futuro vindo através de um “wormwhole” que faz, em teoria o viajante dar “pulos” no tempo-espaço. O bróder diz que gosta que só do nosso papo aqui. Eu também gosto. Foi interessante ver a religião dele aflorar tanto. O interessante é que nada disso invalida o surgimento da Singularidade. Nossas fés são compatíveis, eu só não consigo acreditar na dele. Não acho necessário esse intervencionismo alienígena na humanidade. Nem que Jesus tenha sido verdadeiramente filho do Deus através da inoculação que fez em Maria, além de ser ele mesmo Deus, posto que Deus e ele são três e um só ao mesmo tempo. Se esquecermos a parte da fecundação milagrosa de Maria e nos atermos aos conceitos de que Jesus é filho de Deus e é ao mesmo tempo Deus, isso são conceitos bem taoístas, na minha opinião. De que cada ser é um com o todo (com o Tao) e, mesmo assim, não é igual ao todo ou algo assim. Foi uma das coisas que ficaram para mim das minhas leituras taoístas, que nem sei se entendi direito, pois os escritos sobre o Tao sempre me pareceram tão truncados e contraditórios. Li sobre o Tao na esperança de acreditar na única coisa que papai voltou a acreditar depois que rejeitou o Cristianismo e toda a religião ocidental, desde a adolescência, eu acho, quando leu uma frase de Bertrand Russel, a quem ele admirava bastante intelectualmente, que dizia que “Se eu fosse Deus, eu teria feito um trabalho bem melhor”. E aquilo foi suficiente para estraçalhar a sua fé, posto que também achava que era capaz de fazer muito melhor, pelo menos tentava fazer isso no seu cotidiano, em todos os aspectos, sempre tentando fazer melhor do que Deus, ou seja, melhor que todos os outros seres humanos da Terra. Exceto meu irmão e Maria que são bons por natureza, ele batia todos no quesito gentileza, honestidade, bom-humor, inteligência, ironia, sarcasmo... e mamãe embarcava em algumas viagens, como nos apelidos das pessoas que ele adorava criar. Tinha um amigo meu que ele gostava de chamar de “o delinquente”. Já o sarcasmo e a ironia mostravam que meu pai não era puramente bom, como Maria e meu irmão. Eles eu acho que são as pessoas mais iluminadas que eu conheço, eles são a personificação do bem no meu restrito universo. São pessoas que conheço a fundo. Vivi uma parte grande da minha vida com eles, os vi crescer, vi os seus exemplos que já de lá, não conseguia seguir. Era incapaz, impuro demais para fazê-lo. Não que eu seja uma pessoa má, mas estou muito distante de ser uma pessoa boa e caridosa com a minha família, por exemplo. Eu já consigo com certa maestria com pessoas com quem tenho relações mais superficiais ou mais ainda quando são vendedores e operadores de telemarketing, empregadas e empregados, são pessoas que lidam com o público, com os semelhantes, como se fossem servos deles. Acho isso de tal forma desgastante e até humilhante que tento ser o mais legal possível com elas e eles. Geralmente mais com elas, não vou negar. Mas o problema, no local mais – usando as palavras de Cid Moreira, vulgo, Deus – “sagrado” que é o lar, eu não consigo solucionar. Quais são os meus impedimentos? Eu sei que os há e que o lar é o local mais difícil de se harmonizar, pois é onde as máscaras caem, onde cada um é o mais próximo da sua real natureza. E dentro desse cenário, meu movimento é me isolar. Mas prefiro assim. As pessoas com quem eu sinto que tenho realmente contato atualmente são o meu amigo da piscina, a psicóloga do grupo de quarta, talvez meu primo-irmão e só. 22h25. E meu irmão, sempre que ligo pra ele. Com as demais pessoas, talvez um outro amigo do meu primo, e só, são as pessoas cujas almas se fundem, há uma compreensão mais total de mim. Das pessoas com as quais mantenho contato relativamente frequente. E os leitores daqui. Estes sabem de mim quase tanto quanto eu mesmo. É muito estranho me despir assim para um público, é quase minha alma aqui muitas vezes totalmente nua e descarnada. Eu não sei porque essa necessidade de repartir. Um cara perguntou para mim, qual era o meu background, eu respondi essa enormidade: “Acho que você quer dizer o que eu fazia para ganhar dinheiro antes de ser ‘aposentado’. Eu era redator e diretor de arte de agência de publicidade. Hoje sou livre e você devia se focar no hoje, pois é tudo o que nós temos, por mais que se possa fazer projeções seguras sobre o nosso futuro, nunca se pode ter certeza, mas do agora eu tenho quase certeza e é onde busco estar no momento. Não sei porque disse tanta coisa. Aliás eu sei, mas não vou contar. Hahahaha. Isso vai para o blog. Não acredito que escrevi tanto numa resposta do Facebook. Eu devo estar ficando louco mesmo! Hahahahaha.”

22h47. Um pensamento muito bom veio e me escapuliu – se escapuliu é porque não era bom – enquanto programava tudo para tocar “Disintegration” do The Cure. Interessante que o negócio de meu amigo na piscina sobre religião ficou na minha cabeça. Dá até vontade de assistir o filme, mas prefiro ficar mais um pouquinho aqui. O cartão que eu usava para tudo, do Uber a compras na Amazon de aniversário, foi bloqueado. Foi ozzy. Está sendo ozzy. Desisti de ir no CiBrew porque o cartão está bloqueado e não posso usar o Uber. E também porque preferia ficar lá embaixo escrevendo e com a provável presença do meu amigo. Uma internauta mandou nos comentários das perguntas para a entrevista, o seguinte questionamento: “O que fazer quando se tem a melhor opinião e todos discordam?” No que respondi: “É uma situação complicada, a não ser que os demais expliquem porque não é a melhor e ofereçam soluções melhores, que a convençam. Mas tem que ouvir com sinceridade e mente aberta as sugestões deles.” Nossa estou dando uma de conselheiro agora, é? O profeta sabe tudo agora, é? Que onda. E se eu... nada. Aí seria excessivo. Coisa de se arrepender quando acordar. E não vou fazer. Sobre o que mais escrever? Tirei uma foto curiosa no elevador. Totalmente condizente com a efervescência política do momento. Embora, segundo o meu amigo e amigo do meu primo-irmão que é cientista político, acertando certos parâmetros é uma medida essencial para o país, para a própria manutenção da previdência social tal como é hoje. Me lembro agora, porque falei para o cara do background que era redator e diretor de arte que eu nunca tive a famosa “pasta” ou portfolio com propagandas reais ou fictícias, para mostrar a quem iria me contratar. Nunca arquivei nada. Embora tenha alguns layouts de prédio que eu gostei do resultado que alcancei. O problema é que eu era muito formulaico, não sabia criar realmente layouts, eu usava uma série de princípios e soluções pré-concebidas e tentava criar algo informativo e atraente aos olhos. Quanto à criatividade, ai, ai como odeio ser criativo por obrigação. Só de pensar já começo a ficar angustiado com o trabalho. Meu trabalho hoje é escrever o quiser, sem briefing ou PIT, como queiram chamar. Às vezes acontecia até de pensar em procurar um prédio bonito na internet e fazer um layout para ele, só para praticar. Mas agora definitivamente não é um desses momentos, aliás faz tempo que não o sinto. Senti logo depois que saí do meu último emprego. Após um tempo de tê-lo deixado, nunca mais me assolou. Quando saí da agência, tinha alguns projetos para anúncios fantasma. Mas acho que perdi tudo ou está num backup que não quero acessar, seria difícil localizá-lo. Xapralá. Acho que vou jogar um pouco. 23h34.


Elevador politizado. Gostaria de saber quem pôs o cartaz aí, se homem ou mulher, se jovem ou maduro...



23h45. Cansei de jogar, fui procurar a menina-pássaro e não achei. Meu amigo disse que viu com meu irmão e meu primo-irmão que morou aqui no prédio um óvni. Preciso confirmar essa conversa com os outros dois. Isso pode mudar para sempre os paradigmas de alguém. Meu primo teve uma época em que todos os assuntos sobre alienígenas da TV o interessavam.  Pode ser por causa disso. Acho que o meu irmão também vê coisas assim. Vou perguntar a eles. Vou pegar um copo de guaraná. Pois é, quis poupar a última Coca para amanhã.

0h02. Ainda está cedo. Estou ouvindo Cid Moreira. Vou acabar me convertendo, mas essa parte dos milagres está demais para mim. Jesus deu uma lição de moral agora na galera.  Não sei por que estou escutando isso. Sobre o que posso dizer? Que vou pegar guaraná. 0h16. Voltei. Está bom de Cid Moreira e Jesus. Coloquei “Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me” do The Cure. Para mim, os melhores CDs do The Cure são “Disintegration”, “Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me”, “Staring at the Sea”, o “Wish” e o “Join the Dots” e o “The Head on The Door”. É, são muitos. E adoro o “Mixed Up”. Gosto bastante do “Wild Mood Swings”. São os melhores para mim. Mas não conheço o “Pornography” direito. Estou sem assunto. Acho que deveria assistir um filme, não está tarde para filme. 0h25. Vou fechar a janela e ligar o ar. Como reverter as coisas aqui em casa se me agrada a atual situação? Eu não queria viajar de jeito nenhum. Como já disse aqui, preferia passar os dias na casa da minha tia-mãe. Mas acho que mamãe vai ser irredutível em relação a isso. Não queria interagir com os vizinhos da minha irmã. São pessoas muito legais, mas não queria me ver obrigado a frequentar sua casa. Queria ficar no computador ouvindo música e escrevendo. Que ozzy isso, esse meu ostracismo. Isso é um processo muito estranho pelo qual estou passando.

0h34. Fui pegar guaraná e tive uma ideia para mim muito saborosa, misturar farinha láctea com Ovo Maltine. Sim, vou fechar tudo para ligar ar, está muito calor aqui.

0h36. 29 graus é pau. Este processo de afastamento da sociedade, será que me levará ao isolamento total? Isso não é um bom prospecto. Tenho que voltar a sair com o meu primo, ir a CiBrew. Não fui hoje porque o meu celular está com cartão inválido e porque sinceramente hoje queria ir para o meu pequeno recanto arborizado para escrever e torcer para o meu amigo aparecer para mais um papo. O que, como contei ocorreu e ouvimos muito Cid Moreira. Foi interessante pois ele pôs da parte que o vão prender e o calvário vai começar. Ouvimos até o fim, eu acho. Acho que Clementine não se fundiria à Singularidade, acho que nem seus pais se fundiriam, acho que poucos da minha família se fundiriam. Provavelmente só eu. Será que o nível de aceitação vai ser tão baixo assim? Acho que não. Principalmente entre os mais jovens. Acho que estou combatendo o Cristianismo que meu amigo está me pregando com a Singularidade. Acho até que um assunto puxa o outro em mim, visto que estamos falando de religião, mas há negação de ambos os lados, pois cada um acredita numa coisa diferente. Embora uma não incompatibilize a outra na minha opinião, não queremos acreditar na parte que destoa da nossa visão de mundo, realmente nunca entraremos num consenso, ainda mais num assunto tão subjetivo quanto religião e quando os dois tem posições muito firmes sobre suas crenças e descrenças. Sim, porque ele desacredita da minha fé e eu desacredito da dele. Ela pode servir de compasso moral, por vezes bastante severo, mas daí a vir acreditar em escritos que foram feitos séculos depois da morte de Jesus, sobre pessoas que foram testemunhas oculares dos acontecimentos e que isso foi passado pela oralidade é muito telefone sem fio. Mas não posso negar que há argumentações muito inteligentes no negócio do Cid Moreira.

1h11. Não tem “Paixão de Cristo” no Netflix. Vou procurar na net, no meu cantinho. Achei, a versão em 720 dpi, tá valendo demais. E está baixando super-rápido. Mesmo assim, não será possível assistir antes de ir dormir. Enchi várias caçambas de gelo com água. Já estou na expectativa de descer amanhã para o meu reduto bucólico. Mas pretendo ir mais cedo para ter mais tempo lá. Umas 18h. Ninguém perguntou por mim para me chamar para a CiBrew. É isso que me distancia da galera. Ninguém me chama para sair. Nem meu primo-irmão. Será que ele acha que eu estou precisando de um tempo assim, isolado? Ou que está respeitando o meu tempo? Sei lá o que se passa na cabeça dele, vai ver que nem lembrou de mim. Mas tinha o empecilho do Uber. Minha mãe teria que me dar muito mais dinheiro. Xapralá novamente. Vou fumar um cigarro normal.

1h37. Minha produção está mais lenta que o habitual. Melhor para o leitor, que pega menos texto. Hahahahaha. Eu perdi um balde de gelo aqui de casa. Esqueci lá embaixo, provavelmente. E quase esqueço o outro – e último – de novo. Só me lembrei quando fui abrir a porta de casa. Ozzy. É porque é tanta coisa para arrumar e carregar que acabo esquecendo. Ainda bem que lembrei, senão o céu iria se fechar aqui em casa quando a falta do recipiente fosse revelada. E seria justamente quando fosse preparar as coisas para descer amanhã. Eu espero muito estar às 18h00 amanhã na piscina. Mas aí vou ter que pôr a bateria para recarregar. Eu amanhã escrevo aqui em casa com ela plugada sem o fio da tomada para que ela baixe até o nível de precisar recarregar, daí plugo o laptop na energia e carrego ela certinho, para que dure bastante. O máximo de tempo possível tanto em longevidade quanto em duração de cada carga. Estou encasquetado por que o bróder do grupo me perguntou do meu background. Qual seria o interesse dele? Quem pergunta isso tem algum interesse pela pessoa, mas que interesse, eu gostaria de saber. 1h51. Estou sem sono nenhum. Vi uma foto de Clementine no Facebook. Espero que o que ela está empreendendo dê certo. Vi também uma garota falar de como é o regime na Coréia do Norte. Fiquei emocionado, mas não sei porque resolvi não compartilhar o vídeo, talvez porque eu não sei o quanto é verdadeiro. Mas pareceu bem autêntico. Só não ouvi a voz da menina. Vou compartilhar. Compartilhei. Para aqueles que ainda sonham com uma nova ditadura tenham consciência de como é. 2h03. Tenho que me preparar para dormir. Queria muito que minha mãe não acordasse para que eu pudesse escrever mais ou fazer o que quer que eu queira fazer. Acho que vou dormir mesmo dentro em breve. Eu queria ouvir o disco de Sandy todo e o do Nirvana também, mas aí daria mais de três da matina. 2h15. Acho que acabando esse copo de guaraná vou me deitar. O filme de Cristo já baixou, vou assistir de novo quando acordar, se possível, se tiver inclinação para isso. Ou talvez quando subir lá de baixo à noite. Mas aí, só se tiver produzido legal. Se bem que hoje postei dois textos. Isso já é exagero. Choveu hoje também, mas a chuva de hoje foi forte demais e estava molhando com o vento o computador. Ainda bem que levei uma toalha para lhe servir como base protegida aí o fechei e o enfiei no meio da toalha para não se molhar. Minha mãe ligou no meio da chuva, pois havia dado 22h00, eu disse que só subiria quando a chuva passasse, obviamente. Ela pediu para eu não demorar. Se fosse irônico, diria, acende uma vela aí para São Pedro para ver se ele faz a chuva passar. Mas não disse e logo a chuva cedeu e subi e novamente desci para pegar o recipiente de gelo. Havia um dos irmãos do cara do isqueiro de ontem na piscina também. Eu me prostro de costas para o restante das mesas, não sei por quê. Acho que a vista seria até mais interessante se fosse o inverso, mas aí ficaria tentado a ficar olhando para as pessoas. De costas, eu me foco mais no texto. Mas posso variar amanhã. Não sei. O bom é que tem o dia 29, o 30 e o 31 para escrever lá embaixo. Véspera de CAPS eu não desço. Então não descerei no dia 1º. Vai ser um final de semana bem longo. Será que vou sair com a turma? Não sei, estou gostando do meu ritual da piscina. E meu amigo sempre acaba aparecendo, diz que gosta de conversar comigo. Isso vale muito mais que as interações superficiais das saídas. Queria chamar alguns da turma para vir para cá conversar. Obviamente, teria que haver bebida. E um receptáculo com gelo ou gelado para elas. Pedi para retornarem a geladeira da piscina, mas o síndico parece que não gostou do meu pedido. Ou não teve tempo ainda de acolhê-lo. Ou nem se lembra.

-x-x-x-x-

15h18. Acordei, novamente devido aos apelos de mamãe. Mas acho que foi em uma hora boa. Já almocei, guardei os pratos e talheres no lava-louças e o resto da comida na geladeira. Meu primo-irmão finalmente perguntou por mim no Facebook. Não sei nem o que responder. Não estou com vontade de sair para a night, acho que estou deixando de gostar do agito ou estou numa fase em que busco mais tranquilidade, paz e conversas mais profundas. E o meu Uber está sem funcionar, como já disse, porque o cartão foi bloqueado. Se não fosse pelo meu padrasto, acho que minha mãe faria um cartão de crédito internacional para mim. Aí não teria mais esses problemas. Espero que se cadastrar o novo cartão no Uber não seja identificado como fraude novamente. Lá e no site da Sideshow Collectibles. E como resolver o som no Hiper? Será que as parcelas são automaticamente transferidas para o novo cartão? Creio que não. Espero que minha mãe deixe eu usar o cartão no Uber e na Sideshow. E no Mercado Livre! Sim, ainda tem isso. E na Teenow! Putz, tem muito lugar. Vão identificar como fraude de novo. Espero que não. Só se eu mudar os nomes dos cadastros todos para o nome de mamãe. Sei lá. Não vou me estressar até o cartão chegar. 15h48. Ainda estou despertando. Não queria ter esse problema do cartão para encarar. Mas dos males o menor. Há coisas muito piores na vida. Se bem que lidar com dinheiro com mamãe é algo sempre turbulento. Mas não há muito o que fazer, tenho que cadastrar o cartão nesses lugares para que possa pagar o que comprei. Não há muita alternativa. O cartão vem em oito dias úteis. E o que falar para o meu primo? Realmente não estou com vontade de sair nesse final de semana. Ainda, pelo menos.

16h06. Liguei o celular, pois arreou a bateria e o deixei carregando da hora que fui dormir até agora, e meu amigo da piscina me chamou para um mergulho, mas não posso ir sem autorização da minha mãe. Ou pelo menos assim eu entendo as regras da minha casa. Poderia descer e colocar um bilhete para ela. Não sei como reagiria. Certamente seria tomada por mil desconfianças e paranoias. Não quero que ela tenha esse estresse. E depois o transmita para mim. Melhor evitar. Odeio estresse. No pain is a gain. Nirvana entrou agora. “In Utero”, como sempre. Ainda não sei o que responder ao meu primo. 16h49. Respondi falando da bronca do cartão do Uber. Isso é um complicador que me desmotiva severamente a sair, os outros são a chuva e a falta de vontade mesmo. Mas fiquei superfeliz que ele veio ter comigo. Não precisei procurá-lo. Falei com a irmã dele se ela não vai fazer nada na casa deles para comemorar o aniversário. Seria um evento do qual participaria. Por ser num ambiente que eu amo e não seria uma balada mesmo, estaríamos todos sentados conversando, seria uma opção massa de diversão. Vou botar a bateria para carregar. Espera aí que tenho que desligar e religar o computador para isso. 16h59.  


17h06. Vou acabar esse post por aqui. Continuo escrevendo de um novinho em folha. Vou revisar e postar. E esse tem duas fotos!

sexta-feira, 28 de abril de 2017

ENTREVISTA FEITA PELOS MEMBROS DO GRUPO LEITORES ANÔNIMOS

Perguntas por ordem cronológica de aparição no grupo. Não mencionarei os nomes de quem me enviou a pergunta, para não expor ninguém.

1) Que tipo de ambiente faz vc se sentir motivado? Pq?
Essa é uma resposta muito ampla porque há diferentes ambientes que me motivam a diversas coisas diferentes. Mas assumirei que você esteja tratando da escrita. Eu tenho me pegado escrevendo nos lugares mais inusitados, visto que tenho o aplicativo do Blogger no meu celular, mas 99% do tempo escrevo no meu quarto. Entretanto, o lugar que me motiva mais e que descobri ontem num experimento que fiz, foi a área da piscina do meu prédio à noite. É um local aberto, muito arborizado e tranquilo. Sentei numa das mesas da piscina que são muito boas e com cadeiras supreendentemente confortáveis cobertas por grandes guarda-sóis. Levei Coca Zero, muito gelo, cigarro normal e eletrônico e o computador, claro. O momento mais delicioso de escrever nesse espaço foi quando começou a chover ao redor de mim, foi mágico estar rodeado de chuva por todos os lados e mesmo assim poder escrever. Acho que é o lugar mais inspirador de todos. E pretendo repetir a dose. Mas escrevo nos locais mais inusitados, como baladas e o CAPS que frequento às segundas, quartas e sextas.

2) Qual a sua missão?
Por muito tempo achei que era divulgar isso: http://thenewestreligion.blogspot.com.br/2015/09/a-novissima-religiao.html . Hoje, acho que é ser feliz honestamente, o mais feliz e o mais honestamente possível, pois ninguém é perfeito, nem todo dia é alegre. Mas só não estar em depressão profunda já é motivo para se estar vivo. Acredite que depressão profunda é algo profundamente triste. Às vezes acho que a minha vocação é escrever, então escrevo bastante.

3) Seu maior medo?
Difícil citar um apenas, então citarei dois: a morte da minha mãe antes da minha, o que é praticamente inevitável, e sofrer muito na velhice por causa de todos os abusos que fiz e faço ao meu corpo. Não tomo cuidado da máquina que me carrega e pagarei um preço caro por isso, eu presumo. Uma velhice cheia de problemas e dores me assusta enormemente. Não tenho medo de morrer, entretanto. Tenho medo do possível sofrimento intenso nos momentos finais. Meu avô, na noite em que morreu, gemia de dor mesmo tomando doses quase letais de morfina, acho que isso me marcou profundamente. E, sem minha mãe, eu sou um perdido no mundo. Espero ter respondido a contento.

4) Pode colocar ketchup na pizza? Por que?
Acho que pode, sim, porque o gosto é de quem come. Não acho que regras de etiqueta devam atrapalhar alguém de saborear a pizza da maneira que achar mais gostosa. Por mim, pode colocar até maionese! Hahahahaha.

5) Você gosta de artesanato? Se sim, prefere em madeira ou em pano?
Eu coleciono bonecos de super-heróis e anime, mangás, algumas edições limitadas de proporção 1/4 que são bastante caras (para o meu bolso pelo menos). Acho bonito o artesanato, uma forma de expressão cultural popular de um povo, o que é um conceito em si só belo, mas confesso que nunca comprei muitas peças de artesanato. Se fosse para mim, acho que compraria artesanatos de madeira, embora prefira artesanato de barro; se fosse para presentear uma garota, acho que escolheria algo de pano. Não sei bem por que escolheria algo de pano para uma garota. Acho que porque acho bonitos os vestidos artesanais.

6) Qual a sua cor preferida?
Laca gerânio é a mais bela para mim. Em segundo, laranja, por uma série de eventos correlacionados com essa cor que remetem a um Power Point que fiz há mais de 15 ou 20 anos. Hoje nem sei mais mexer no Power Point. Hahahahaha.

7) Você gosta de tomar banho de rio? Não tem medo de se afogar?
Só entrei em um rio muito raso na minha vida e tive medo de pegar esquistossomose! Hahahaha. Minto. Entrei em dois rios, o outro na desembocadura deste no mar. Este segundo ficava fundo rápido e eu era menino em ambas as ocasiões e tinha medo de não tomar pé então não me aventurei para muito longe das margens nesse segundo rio. Foram momentos bons da minha infância. Obrigado por me trazer essas lembranças!
Ah, me lembrou também a morte daquele ator Domingos Montagner, evento que acompanhei com detalhes porque estava internado num manicômio e num manicômio não há muito o que fazer a não ser escrever, fumar e ver a Rede Globo.

8) Você é a favor ou contra o Kosovo independente?
Rapaz, você me pegou. Nem sabia que este lugar estava pleiteando sua independência. Se for a vontade da maioria dos seus habitantes e se eles souberem das consequências políticas e econômicas que decorrerão desse novo momento histórico e estiverem dispostos a arcar com os prós e contras da decisão, então acho que devam ser independentes. Deve haver todo um contexto que os leve a querer isso, que desconheço. Como disse, você me pegou.

9) Qual vilão de ficção vc mais se identifica?
Não sou muito lido não, mas, pelos dilemas existenciais, Raskólnikov, de “Crime e Castigo” e pela excentricidade e vontade de viver livre de quaisquer rédeas sociais, o Coringa do filme “O Cavaleiro das Trevas”. Mas calma que não sou um malfeitor! Apenas acho que às vezes há regras demais para coisas de menos.

10) Se você pudesse ser qualquer tipo/raça de galinha, qual você seria?
Certamente uma raça que o homem não usasse como alimento, se é que entre os galináceos existe tal raça. Caso não exista, eu preferiria ser o galo reprodutor, para me manter relativamente livre e vivo e poder encher o saco dos humanos com o meu canto na madrugada. Hahahahaha.

11) Qual sua teoria sobre onde está Bruno Borges, o menino sumido do Acre?
Pelo que vejo nos filmes policiais, depois de 48 horas, a probabilidade desse menino está morto é grande. Meus pêsames à família. Afora isso, nunca tinha ouvido falar no assunto. Como disse, gosto de escrever, não de ler ou assistir, embora às vezes jogue videogames e assista um filme ou outro. Mas tempo que não vejo noticiário. Desde o manicômio, na época da morte de Domingos Montagner.

12) Se todo homem é mortal e Sócrates é um homem, logo, Sócrates é mortal?
Interessante você não ter feito a pergunta com Jesus, em vez de Sócrates. Acho que Sócrates é mortal, mas o seu legado até agora perdura, o que é um feito impressionante para qualquer ser humano. Ter sua obra “imortalizada” por uma quantidade enorme de séculos é de se admirar, significa que disse algo de muito relevante.

13) Algum momento da sua infância te marcou? Digo, alguma lembrança? E pq?
Puxa, fui inundado de memórias agora, selecionar uma fica até difícil agora. Mas acho que diria as férias de verão em Areias. Por quê? Porque era o momento mais aguardado do ano para mim. E acho que isso diz muito de quão especiais eram esses momentos.

14) Descreva Mário Barros
Essa é difícil, pois pode se estender bastante, mas vou ser breve. Um retrato do que sou hoje. Partes ruins: dependente químico em abstêmio de suas drogas de preferência, judicialmente incapaz civilmente, portanto curatelado pela mãe, fumante que usa cigarros eletrônicos como forma de redução de danos, um cara praticamente recluso, que sai muito pouco para baladas, alguém que há cerca de uma década não tem um relacionamento, tirando duas ficadas com uma amiga de adolescência há um ou dois anos. A parte menos ruim: gosto muito de escrever, é minha terapia, minha libertação; sou relativamente inteligente, pelo menos é o que me dizem, embora me sinta cada dia mais burro; não tenho nenhuma anomalia física; sou brasileiro; acredito num “deus” materialista, mas não acredito que entenda de Física; não desejo muito mais do que já tenho... não sei, isso é muito difícil, muito difícil fazer uma síntese de si mesmo. Me desculpe.

15) Se descreva com 3 palavras
Buchudo feliz escrevendo.

16) Termina com uma frase literária q te define
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” É batida, eu sei, e tem motivo demais para ter se tornado um clichê, diz muito sobre o que move os homens. Sobre o que me move.

17) Lula ou Bolsonaro?

Apesar de tudo ainda Lula, com a devida fiscalização que espero que a partir de agora se torne regra e não exceção no país. Bolsonaro é muito retrocesso. É quase medieval. Mas não entendo de política, sou um ser alienado politicamente. Sou um ser alienado, ponto. 

DA PISCINA II

Antes de mais nada, jogar um pouco de Zelda. Acabei de escrever, revisar e postar o outro texto, dar um tempo daqui. 16h47.

18h08. Não consegui produzir quase nada no jogo. Nada da main quest pelo menos. Teve um cara que me disse sobre um homem numa ilha ao norte que me deu a entender que fazia superbombas que é o que preciso eu acho, para voltar à main quest. Porém, ninguém me dá mais essa informação na cidade principal do jogo. Será que foi na ilhota onde comecei o jogo que me disseram isso? Voltar lá e sair conversando com todo mundo, não estou com saco agora, mas lembro que foi um homem. Ou teria sido um homem-pássaro da ilha do dragão? Caramba, estou mais perdido que cego em tiroteio. Mas vamos mudar de assunto. Mas que assunto?

19h05. Meu amigo quer descer hoje para conversarmos, mas não sei o que mamãe vai pensar disso. Deixa para amanhã. E levarei o computador. Ou escrevo pelo celular mesmo? Não sei. Queria experimentar com o computador lá embaixo, para já ir testando o que vou propor à minha mãe, de escrever lá embaixo nas noites em que não tenho CAPS no dia seguinte. Para sair um pouco do meu quarto-ilha, escrever num ambiente mais amplo, sem quatro paredes, tendo o céu como teto. Seria muito massa se ela não encrencasse. Se é que é bom escrever lá, mas creio que sim. Foi bom com o celular, que dirá com o computador. Levar uma coquinha, um gelo e escrever. Não terei o acesso à grande rede mundial de computadores, mas me viro sem. Troco isso pelo ambiente. Qualquer coisa que me faltar acrescentar devido à falta de internet eu coloco depois.

22h03. Até agora progresso zero na main quest, estou começando a ficar indignado. Estou é com sono. Vou tomar banho e dormir, eu acho. Não sei dizer ainda. Estou cansado do dia de hoje e não tirei minha providencial soneca da tarde. Tudo indica que dormirei cedo hoje. Se bem que voltando ao Word o sono meio que se dissipou, mas é bom que eu durma cedo. Tenho que acordar amanhã e zarpar para o CAPS. O meu é o primeiro grupo.

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13h38. Já estou em casa há algum tempo. Saí do CAPS após o primeiro grupo que foi o meu AD. Não tenho mínimo interesse pelo grupo de dança. Desta vez todos falaram, o que acho que foi proveitoso para cada um. Temos um novo integrante no grupo que foi o primeiro que falou. Aliás, foi o segundo. Não lembro. Sei que até a que leu meu blog se colocou hoje, o que é um ótimo sinal.

14h02. Acabei de filar na internet o que deveria fazer para prosseguir no Zelda. Nunca iria imaginar. Não sei como consegui da primeira vez. Me sinto mais burro por causa disso. Ou menos persistente. Não sei, mas menos do que já fui um dia. Ao menos o meu lado gamer. Mas não vou nem pensar nisso, senão pego abuso de games novamente. Já senti um pouco de coisa ruim em relação a games por ter escrito isso. Ainda bem que estou jogando um game que amo, senão... se fosse o Yoshi, vixe!

14h16. Vou tirar um cochilo. Espero ansioso pela noite, quando provavelmente encontrarei com meu amigo para batermos um papo na piscina, se não rolar um programa com o meu primo-irmão, mas como ninguém ainda se manifestou no grupo, acho difícil. Vai ver que a turma vai trabalhar amanhã, não vão aderir à greve. Dadas as crenças políticas do meu primo-irmão, acredito que não vá participar do protesto. Sei que amanhã o CAPS não vai abrir, então tenho a noite livre. E pretendo descer, nem que seja para digitar isso aqui na piscina, como mencionei no grupo hoje, para sair da clausura de passar a maior parte do meu tempo dentro do meu quarto. Seria legal que meu amigo descesse hoje, mas não tenho garantia disso. Bom, ao cochilo. Vou só tomar mais um copo de Coca. 14h57. Espero que mamãe não encrenque com nada hoje.

17h06. Coloquei a bateria do meu notebook para carregar. Assim que ela estiver 100% carregada, eu o desmontarei, colocarei na mochila e descerei. Obviamente terei que falar com a minha mãe antes. Já estou antevendo estresse. Espero que não.

17h50. Falei com mamãe. Tudo certo. Vou descer com o computador. Perdi aparentemente o balde de gelo que levei lá para baixo, não sei como. Só se foi na hora em que fui tirar a foto da moto. Talvez tenha posto no chão para melhor fotografar e esqueci no chão.

19h00. Estou na piscina, com o computador, acabei de fumar um cigarro de verdade e estou bebendo um gelado copo de Coca. Meu amigo acaba de chegar. 19h09. Mandei um WhatsApp para ele dizendo que estava aqui embaixo. Já me disse que o cachorro que ia comprar era conversa fiada, pois o bicho custa cinco mil reais e só se vende no Rio, São Paulo ou Minas. Disse que pegaria um vira-lata que é mais imune a doenças, come qualquer coisa, dá menos trabalho. Como o cachorro tem aquele sentimento de esperança, lealdade ou reverência a seu dono para ir todos os dias da sua vida ir espera-lo no trem que descia? São virtudes nobres, difíceis de achar em muitos seres humanos, falo especialmente da lealdade, posto que esperança todos a têm a não ser o suicida e reverência é apenas um gesto social. Mas a lealdade não, é algo mais, é profundamente humana, mas extremamente rara nos dias de hoje. Já houve períodos em que ela já foi mais requisitada e era mais valorizada, embora duvido que haja alguém em sã consciência que não considere a lealdade uma grande virtude. Melhor ainda quando vem do outro, mas o outro só vai ser leal a mim enquanto eu for leal a ele. Espero que os meus leais amigos, não vou nem dizer, se algum deles ler, sabe o que é. Meu amigo mais leal tem sido o da piscina. Pois faz o que nenhum(a) outro(a) faz.

19h33. Deu um pau no meu computador. Pensei que tinha quebrado, meu amigo chegou, conversamos sobre coisas cotidianas, mas, de repente, o papo se aprofundou em um assunto polêmico.

20h. Ele falou sobre o evangelho e sobre a utilidade de ouvir o evangelho. Sugeriu-me que escutasse. Assim o farei. Por uma hora, todo dia, escutarei o evangelho. Mesmo sendo singularitariano ou sei lá como se escreve. Para acelerar a AI temos seria ideal que toda humanidade participasse dela. E que fosse captado, através de alguma forma de interface intuitiva e divertida, utilizando os preceitos da Gameification, o máximo de decisões possíveis que humanidade desse, inclusive em nível legislativo, judiciário e executivo, e mesmo que fossem representados por cidadãos eleitos pela maioria, a voz da maioria iria ser ouvida e se, digamos, mais de 2/3 da população mundial pedisse o fim das armas nucleares isso influenciasse na decisão dos líderes globais, ou 2/3 do bairro pedisse ao vereador elegido que trouxesse mais policiamento para o bairro, isso certamente teria algum impacto sobre a tomada de decisão do vereador eleito por aquela microrregião. É um direito requerer ações específicas dos governantes. Poderia haver também questionários sobre as personalidades da pessoa e suas percepções. E aí fariam fazer um banco de dados inteligente que captasse e organizasse tais decisões. Um dos caras de um andar aí veio me pedir o isqueiro. Acho que o caçula. Que está em excelente forma física. Só posso ficar com inveja, pois não vou fazer o esforço necessário para ficar assim, para ficar definido, é preciso malhar e isso é definitivamente uma coisa que não gosto de fazer, que me traz sofrimento e se tem uma coisa que eu não quero fazer é sofrer. Não sou adepto daquela frase “no pain, no gain”, a minha versão, depois de várias depressões profundas, é “no pain is a gain”. Logo, só me resta ter inveja, porque aquele corpo eu nunca terei. Mas posso ter um sem bucho. Para isso, basta fechar a boca, não é necessário erguer dezenas de quilos. E é necessário que à minha mãe entenda o meu empenho. Eu não procuro o meu próprio mal, eu quero gozar a vida da forma mais prazerosa possível. Desde que eu não cause nenhum problema a ninguém. O tempo é curto, então curta-o. Esse é o meu lema, enjoy life, sorva o prazer que cada momento oferece. Fuja dos que são ruins. Acho que quando o meu padrasto está com a minha mãe, eu me recolho. Acho que faço isso porque acho que eles precisam de privacidade para conversar e viver o que é concernente só aos dois. Acho, em verdade, que a minha presença de alguma forma reprime um pouco as suas relações, elas não são tão abertas, por isso e porque odeio estar no meio de uma tormenta entre eles é que eu me recolho. Posso estar exagerando, mas é assim que eu vejo. E, sinceramente, é mais uma razão para ficar só. Eu adoro ficar só. Eu adorei poder ter ouvido a conversa do meu amigo, principalmente a parte sobre religião, palavra com a qual ele parece ter alguma restrição, assim como com fé. Pelo menos, eu senti assim. Acho que para ele é algo que transcende isso e que tem uma energia. Que as palavras dos Apóstolos contando a história de Jesus emanam energia boa, positiva no ar, nas almas das pessoas. Que bota o CD do evangelho em noites mais tensas antes de dormir para ver se amansa o povo de casa. O porteiro ficou aqui na piscina. Acho que para fugir da chuva. Está chovendo ao meu redor, que coisa maravilhosa! Quem imaginou do quarto para uma lugar em que chove a todo o meu redor e não me molha porque botaram uns guarda-sóis enormes na piscina, uma ótima decisão, parabéns ao(à) síndico(a). Os meninos do isqueiro já foram, bem antes da chuva, e se não pedisse, não me devolveriam o isqueiro. Uma frase que me marcou foi um elogio de um rapaz ao peitoral do outro que me fez pensar cá com os meus botões, “mas o culto ao físico... um avião passa sobre mim cruzando os céus nebulosos da noite Recifense. Da qual faço parte mais intensamente aqui embaixo. Um carro passa para a sua garagem, pequeno distúrbio na paz reinante. Só queria que o porteiro que, pelo som está limpando a piscina, fosse embora daqui. Não vou tomar o resto da Coca até ele sair daqui. Eu sei que justo é repartir. Mas não estou com a mínima vontade de repartir. Mas se ele passasse e falasse comigo primeiro, eu ofereceria. Dá dois goles para cada um. Parece estar rolando Roberto Carlos do corpo do cara. Não tenho certeza se é Roberto Carlos, mas é parecido. Não é ruim, mas me dá vontade de botar o som daqui para tocar, por mais que eu saiba que isso também é desrespeitoso com o bróder. Acho, espero que meu amigo não desça a não ser que tenha uma história interessante para contar. O porteiro fala com alguém não sei através de que objeto, se do rádio ou do celular, mas julgaria que é o celular. É um celular, ele está de costas bem atrás de mim. Convidei-o a repartir a Coca. Ele declinou. Acho que só aceitaria se já estivesse posta no copo. Parece ópera agora, que doideira, e ao mesmo tempo parecia Fred Mercury em algumas partes. É até uma música épica, interessante. Perguntei a ele, que confirmou ser Fred Mercury com uma cantora de ópera. Acho que acabei fazendo ele se sentir obrigado a não botar outra coisa que não Fred Mercury. Que pena, não tenho coragem de dizer a ele que não precisa botar a música só porque eu gostei. A voz da mulher é muito doida, uma viagem, parece que ela não para para respirar, se para é muito sutil e muito rápido e passa muito tempo para fazê-lo. A música está acabando, o que será que fará agora?  Não sei e não vou narrar a vida do zelador. Mas foi outra música, foi Queen “We Are The Champions”, olha que massa. Ganhei no par ou ímpar uma questão irresolúvel entre eu e meu amigo. Ele pediu par e deu três. É incrível a sincronicidade, bem dizer simultaneidade, em que colocamos os dedos no “um, dois, três e já”. Estava pensando se o cara olhar primeiro para cima e depois do “já” para ver o número que vem do oponente e colocar o seu de acordo. Era só decidir rapidamente um ou zero. Duvido primeiro que dê para ver, é muito rápido o movimento. Duvido que dê tempo de contar os dedos, classificá-los como ímpares ou pares e elaborar a resposta de acordo sem se atrasar para a simultaneidade do “já’, o que geraria desconfiança da outra parte. Seria uma forma terapêutica sugerir para um grupo fazer um imenso ímpar ou par e quem botou par formar uma equipe e os ímpares a outra. Mesmo que houvesse diferença na quantidade de membros de cada equipe, seria bem aleatório e as pessoas já teriam uma coisa em comum. Será que algum amigo iria fofocar com outro amigo, dizendo que colocaria, por exemplo, “par” para que o outro fizesse o mesmo e ficassem ambos no mesmo grupo? Se eu botasse zero, seria considerado par, por vir entre 1 e o -1, dois números ímpares? Ou eu poderia escolher para que grupo ir, visto que em teoria o zero é uma singularidade, não é nem par, nem ímpar, ao que me consta, mas posso estar enganado. Passou para música gospel e agora não sei o que é. Quase 22h00. Já-já minha mãe liga pedindo para eu subir. Não irei, eu acho. Direi a ela que vou escrever aqui um pouco mais, está me dando uma inspiração diferente. Acho que fui extremamente sincero aqui em cima, como se eu estivesse querendo mandar um recado para alguém. Deus me proteja minha mãe ler o blog! Espero que ela nunca faça isso, pois vai ficar muito puta comigo.

22h38. Já faz algum tempo que estou aqui em cima, de volta ao quarto-ilha, com o meu Wilson, meu computador, sem dúvida um Wilson bem mais interativo que o de Tom Hanks em “O Náufrago”, mas lá ele tinha diálogos imaginários com Wilson, eu posso ter superficiais com os que estão no Facebook. Ou poderia estar tentando uma profunda conversa com alguém do Facebook, que me impede? A vergonha ganha. E eu não estou com saco de me engajar em conversações. Prefiro o meu Wilson aqui. O que vem tocar justo no ponto onde eu queria chegar. Eu estou cada vez mais isolado do mundo e me isolando arbitrariamente do mundo. E, por incrível que pareça, eu não me sinto mal por isso. Se bem que tive uma ótima interação com o meu amigo. Fiquei absorvido pela música de Mallu Magalhães. Que pena não privar de som lá embaixo. Dessa vez. Da próxima haverá. E chegará um dia em que levarei aquele som da minha mãe e botar no Spotify do meu novo celular. Meu celular está morrendo, pelo menos a sua bateria está e ele não tem espaço para atualizar quase nenhum aplicativo mais. Está muito lotado de sei lá o quê, que eu apago até as conversas do WhatsApp. E a bateria não dura nem um dia. Poderia jogar Zelda agora. Não, daqui há algum tempo não estipulado. Que pode ser que não seja nem hoje. Acho que vou detonar um daqueles picolés. E pegar uma Coca. 22h54.

23h17. Botei Cid Moreira lendo o “Evangelho de João”.

23h21. Dá não para escrever com o cara falando, só se eu botar baixinho, vou dar essa última tentativa, pois não vou aguentar três horas de áudio-livro nem a pau.

23h28. Não dá para escrever. Música não distrai muito, mas o cara falando no seu pé do ouvido, como quem conta uma história, com personagens, inclusive, não dava para escrever de jeito nenhum. O João do negócio me pareceu um velho louco gritando, se bem que isso é divulgar a palavra de Deus na época em que a maioria era analfabeta e não havia os recursos midiáticos de hoje. Era na base do gogó. Mas a atuação me pareceu como a de um velho louco, em trajes muito pobres de barba e careca ainda muito negras se esgoelando no meio da rua. Acho que é mais ou menos assim que imagino o João do áudio-livro de Cid Moreira. Não sei os das demais versões. Mas deixa isso para lá. Este condomínio está cada vez com mais leis. Mas não sei o que me trouxe essa ideia à cabeça, acho que foi alguma nova regra que vi em algum lugar. Foi no portão de entrada de carros do prédio, mandado parar, abrir o vidro e se identificar. Era tão mais fácil criar um novo adesivo do condomínio. Eu, hein? É a vontade de cagar regras. Cercear cada vez mais a liberdade do condômino e dando-lhe responsabilidades que não são dele. Bastava o adesivo. Para ficar diferente do outro, bota a árvore com fundo preto e letras brancas. Resolvido, carros que foram vendidos com o adesivo, não poderão entrar dado o novo layout do adesivo, tão diferente quanto o dia é da noite. Sei lá, acho menos arriscado que abrir os vidros no meio da madrugada. Acho a probabilidade de o cara estar com um assaltante dentro do carro ínfima e provavelmente ele não abriria o vidro nessa condição, como acho que muitos não fazem cotidianamente, mesmo sem ladrões dentro do carro, e têm os portões abertos da mesma forma.

23h47. Fui pegar mais Coca e estou de volta sem a mínima vontade de escrever, nem de ver filme ou videogame. De todos, o melhor ainda é aqui. Como falei, estou me afastando gradativamente da sociedade, me tornado uma ser cada vez mais virtual, o centro do meu ser orbitando em torno desses textos. Que vão geralmente parar na rede mundial de computadores. Quase sempre. Ultimamente, sempre. Hoje foi legal que tive uma tempestade de ideias, foi bem proveitoso. E ficar ilhado pela chuva foi muito bom. Sensação ótima queria tê-la pelo menos uma vez por semana. Desse mesmo tanto de chuva que deu hoje, não gostaria de uma muito torrencial que pudesse molhar o meu computador e que alagasse o prédio. Meu amigo fez bem em não voltar. Para mim e para ele. Acho que me dedicaria mais à escrita e certamente isso o incomodaria. Não sei. Se viesse, eu terminaria o raciocínio e daria atenção a ele, obviamente. Mas tive uma noite muito agradável hoje. Tanto com como sem a presença do meu amigo. Só fiquei meio encrespado com o vigia limpando a piscina, mas é a função dele, eu acho, que posso eu fazer? O que podia de mais gentil e sincero eu fiz. Nem sempre com o melhor dos resultados, como vocês devem ter lido. Acho que vou terminar esse blog por aqui. E começar um novo post. 0h08.

2h30. Comecei um post de uma entrevista de mim comigo mesmo que não foi para frente, quem sabe não adicione aqui. Não, acho que não, está muito ruim. Queria que mandassem perguntas para eu responder. Talvez faça um post dentro Facebook mesmo com esse pedido para publicar no mural de algum canal. Aí responderia num post. Acho muita ousadia, mas quem sabe qual vai ser a receptividade disso? Pode ser que alguém me indague alguma coisa. Ou não.

2h43 e não estou com sono. A fome cedeu, graças. Vou ver se faço isso do questionário. Escolher o canal com mais membros e, portanto, mais possibilidade de alguém se manifestar. Mas não é uma decisão definitiva. Em verdade, é o tipo de coisa que quando acordo no outro dia acho que não tem nada a ver. Típico meu esse comportamento. Vou ver se compro meu presente de aniversário amanhã com mamãe. Ela vai me punir porque acordei tarde, já vi. Vou fechar logo esse computador, para não receber esporro dobrado se ela aparecer.

-x-x-x-x-

13h56. Acordei por livre e espontânea pressão de mamãe. Já almocei. Carne de sol com feijão verde e manteiga de garrafa para dar o toque nordestino final. Como imaginei a ideia de pedir perguntas aos membros de uma página de Facebook me aparece hoje, até o momento, como um despropósito, um devaneio, mas sinto que ela pode ganhar tração novamente. Veremos.

14h19. Não consigo revisar o texto ainda, Tico e Teco estão acordando, sendo ativados. Tenho e não tenho vontade de jogar Zelda. Eu cheguei até perto da solução do mistério que me impedia de avançar, só que eu estava usando a varinha que comanda os ventos para controlar o furacão, quando na verdade é preciso acertar com três flechas o deus dos furacões que fica no topo da torre de vento, quando formos pegos pela sua correnteza, mas antes de ser tragado para dentro do dito furacão. Nesse ínterim, que não é demorado, tenho que acertar três flechas nele. Que modo hostil de lidar com uma divindade. Por isso nunca me passaria pela cabeça. E o pior que passou da primeira vez que eu joguei, pois eu zerei o jogo. Não me lembro se já havia internet nessa época e comunidades tão pulsantes de videogames para eu filar, mas não me recordo de ter usado a internet para consultas. Eu vivia pelo código de honra dos gamers hardcore, de zerar tudo por eu mesmo, na tora. De toda forma, hoje estou mais velho e com menos paciência e meio dependente da internet para passar das coisas. Deixei de seguir o código de honra quando empaco para além das minhas capacidades. “Limbo” foi um game em que a internet me ajudou bastante. Mas deixemos isso para lá. Dei a três flechadas no deus dos furacões e avancei muito no jogo desde então, dominei os furacões a meu favor, peguei o bracelete de levantar qualquer coisa, as botas que me fazem pesado e capaz de enfrentar qualquer ventania e aprendi uma canção que tenho que tocar para uma determinada personagem para que ela tenha uma epifania e venha me ajudar a passar do dungeon. Com tais progressos, resolvi dar um tempo e escrever aqui.

Acho melhor começar outro post. Ou vou ser cara de pau e pedir perguntas para uma comunidade do Facebook? O que diria? Algo assim, “gostaria de ser submetido a uma entrevista, porém não consigo entrevistar a mim mesmo. Eu tentei e fica estranho. Então, peço encarecidamente ajuda aos membros do grupo para me enviarem perguntas nos comentários deste post para que eu possa fazer um post respondendo todas elas. Pode perguntar o que quiser. Obrigado!” Acho que postaria isso. Será que funciona? Estou curiosíssimo para tentar. Como menino que trela. Acho que vou tentar. E, quem sabe o próximo post não seja o da entrevista? Vamos ver.

16h28. Postei, vamos ver no que é que dá. Provavelmente não dê em nada.


18h39. Deu no próximo post. Hahahahaha. Funcionou, embora a maioria seja besteira perguntada por um membro mais engraçadinho.  

22h35. DA PISCINA III sendo elaborado agora.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

COTIDIANO, TRÊS POESIAS, CAPS E SITES ARTÍSTICOS

Meu primeiro e provavelmente único trabalho como arqueólogo cibernético foi mais fácil do que pensava. Queria ver se encontrava a página que o cara dividiu em um milhão de pedacinhos e vendia cada pedacinho por um dólar. Botei “one million dollars page” e dei de cara com ela, agora com o slogan “Own a piece of internet history!”. Hahahaha. Bem sacado, esta página realmente fez história. O link é esse: http://www.milliondollarhomepage.com/

16h37. Acordei um pouco antes das 14h00. Tem até uns anúncios novos na página de um milhão de dólares. Tem um que diz “Win Xbox 360” e quando lançou essa página, que continua com todos os pixels vendidos, não sei nem se havia o primeiro Xbox ainda. Faz tanto tempo na minha cabeça. Vou tirar um print screen dela. Mas a que eu queria achar mesmo era a página que parecia uma obra de arte, você ia clicando e cada link levava a uma página com um design bem louco, uma coisa artística mesmo. E você ia navegando e parecia algo sem fim. Eu, pelo menos, nunca cheguei ao fim. Queria muito achar essa página, mas aí é um trabalho para um verdadeiro arqueólogo cibernético. Vou tentar de qualquer forma.



16h59. Achei uma semelhante, mas nem de perto tão interessante: http://wwwwwwwww.jodi.org/ . Tem esse também: http://mouchette.org/ , que parece um pouco mais com o que vi no passado.

Fui perguntar ao meu primo, que me mostrou o site, se ele ainda lembrava do endereço e abri a caixa de mensagens do Facebook que mostra nossas últimas conversas. Descobri que mandei algumas poesias para ele, quem sabe, usar numa canção da sua banda, o que acho que não fez nem fará, então as resgatarei e publicarei aqui. Lá vai.

O mundo não é tão cruel como eu
O destino e as escolhas brigam pela autoria
Desse intenso e longo breu
Respingado de esparsas alegrias
Como estrelas no céu sujo da cidade
Me explique alguém por caridade
Por que essa falta e excesso de dureza em mim
Essa falta de sim
E essa ausência de não
Talvez seja a idade
Como o Holiday
Talvez seja a idade
Que não soube me dar o necessário
Sempre abusei do arbitrário
Atuando num palco sem cenário
Sem plateia
Sem ter idéia do que fazer

E esse tão pouco eu de que é feita minh’alma?
Por que esta estranha calma no meio do turbilhão?
Como se não precisasse de chão
Como se não precisasse de paz
Como se negasse a sua mão
Que você nem chega a estender
Você nem chega a entender

A noite na cidade me faz esquecer e lembrar de mim.
A noite da cidade parece que não tem fim.
5/11/2016 17:08

Outra:
Borda

Estava à toa em mim
Quando me dei conta de ti
Mas eu não posso dar conta de ti
És demais para mim

Desejo demais
Carinho demais
Cuidado demais
Atenção demais
A tensão é demais

De quase romper a corda
De quase pular da borda
E cair no infinito amor
E a dor da queda
É a dor que medra
É a cor que cega
É a dor, é a dor


Mais outra:
Sei que não é lá grande coisa
Mas é a poesia que carrego
E descarrego na minha canção

Palavras achadas
No éter, do nada
Será que realmente as encontro
Ou elas encontram a mim?
Sei lá de onde vêm
Sei lá para onde vão
As palavras que carrego e descarrego
Na minha canção

Sei que não as encontro aí fora
Sei que estão dentro de mim
E surgem fora de hora
Surgem no aqui e no agora
Sem dar explicação

De onde vêm
As palavras que carrego e descarrego
Na minha canção?

Será que vêm de um amor eterno
Será que surgem do erro
De ousar criar esses versos ao léu

Será que merecem, dentre tantos versos
De artesãos diversos
Ter espaço os versos
Que carrego e descarrego
Nessa minha canção?

Será que é mesmo poesia
Ou será mera ousadia
De alguém que não sabe rimar
Que o mar então sorria
E encha de maresia
A poesia
Que carrego e descarrego
Nessa minha canção

Pronto. Não quiseram usar na banda, trouxe-as para o meu blog. Não gosto de desperdiçar lixo. Prefiro reciclar. Hahahahaha. Vou perguntar a ele do endereço do tal site, muito embora ele agora se encontre no deserto de Atacama com a namorada, se não me engano. Mas deixo a pergunta lá, é o meu último recurso investigativo como arqueólogo cibernético. Torcer para que a memória dele seja excelente como a inteligência. Acho que tem boa memória, mas não sei se chega a esse ponto. Torçamos, então, para que ele, ao voltar do deserto, responda a minha mensagem com o endereço. Estou querendo, mas estou com preguiça de jogar o Zeldinha. Acho que vou encarar.


18h54. Muito joguei e quase nada fiz, nada da main quest foi feito no Zeldinha. Não sei onde encontrar os itens. Acho que vou ter que falar com os peixes de novo para pegar as direções exatas que preciso ir. Evitando o furacão que me joga para os mais distantes e improváveis lugares. Espero que minha mãe não leia o Jornal do Profeta, vai achar que eu só faço falar mal dela. E o pior que faço mais reclamar que elogiar. Parece que as coisas ruins se sobressaem realmente na mente da gente, minha e dela, pelo menos. Mas ela está voltando a ter hábitos que havia abandonado, como me pastorar à noite. Ou, como ontem, iria me ligar de 22h00 se eu não subisse, ainda bem que meu amigo subiu antes. Não cortei as unhas ainda. Não estou nem um pouco a fim de ir ao CAPS amanhã pela manhã. Queria ir só no horário do grupo, mas isso é inaceitável aqui em casa. Eu entendo. O CAPS é a minha única responsabilidade de fato e não a cumprir à risca é o cúmulo da irresponsabilidade. E a pergunta fica: será que não terei alta do CAPS nunca, então? Aparentemente não, se isso é encarado como a minha “profissão”, enquanto o que considero como profissão é escrever, especialmente para o blog. Preciso tomar banho e cortar as minhas unhas dos pés. O problema é que está muito escuro para cortar minhas unhas na varanda agora. Só amanhã. O banho não tem hora certa, entretanto. Vou escrever até as 20h00 – são 19h27 – e vou tomar banho. Mas voltando à minha mãe, eu reclamo, mas ela está muito melhor do que estava há alguns poucos meses atrás. Eu tenho consciência de sua evolução, mas só acredito numa melhora substancial através da terapia. Curioso é que sugeriram um arteterapeuta. Nem imagino como mamãe encararia uma terapia tão pouco convencional. Espero que achasse interessante e desse uma chance, não abandonasse logo. Espero que pelo menos ligue e marque uma consulta quando os horríveis efeitos colaterais de seu tratamento contra o câncer cessarem. Quando a vir melhor, se sentindo bem, vou recomeçar a cobrá-la, de forma branda e amigável, senão isso ativará seu modo defensivo contra pressões e ela desistirá da ideia. Acho que fará um bem danado a ela.

19h51. Foi só elogiar que minha mãe vem e mela tudo. Agora está empatando a minha relação com o meu amigo. Está cheia de paranoias. Aí eu tenho que dizer, que saco. É pelo menos um contato que eu tenho para sair do meu isolamento durante a semana, se ela embaçar estará me trazendo um grande prejuízo social. Nossos papos estão sendo muito legais e preciso aproveitar enquanto ele não arruma um local para morar. Pois sei que depois disso, nossa relação vai novamente se distanciar. É tão bom quando um amigo procura a gente, em vez de a gente procurar o amigo. Faz um agrado ao ego. Mas não só isso, ele tem uma conversa muito interessante. Me agrada conversar com ele.

20h18. Acabei de sair do banho. Como havia me proposto às 20h00. Voltando um pouco ao parágrafo anterior, espero que ela compreenda essa reaproximação minha com o meu amigo e respeite esse meu novo espaço. Preciso é pôr na cabeça que cada gota de liberdade que eu conquistar vai encontrar resistência por parte dela. Eu até entendo, ele era visto como o “bad boy”, o maloqueiro do prédio e foi assim que achei que iria encontrá-lo, mas na realidade encontrei alguém bem mais maduro, o que foi uma surpresa para mim. O tempo realmente opera mudanças profundas na natureza do ser. Não sei se ele notou alguma diferença em mim. Ah, e ele gosta de ter essa maturidade, de ser chamado de coroa pelos boyzinhos com quem cruza pela vida. Já tem um filho, se não me engano, de 14 anos, a idade com que o conheci, eu acho, se não foi com 14, foi com 15, não mais do que isso. Não perguntei a sua idade, mas acho que deve estar perto dos 40 também. Se meu irmão está, ele certamente está. Chutaria que está com ou vai fazer 39. Depois dessa desconfiança toda da minha mãe, quero ver como vou negociar com ela as minhas descidas para escrever lá embaixo...

20h34. Novo copo de Coca, mesmo gelo, pois está acabando. Devia ter me precavido. Agora é tarde, o gelo não vai ficar pronto em tempo hábil. “Guilt Is A Useless Emotion”, gostei dessa frase, a culpa é algo que me assola constantemente, quase permanentemente. É algo de que preciso me desvencilhar, pois realmente é uma emoção desnecessária. Não estou fazendo nada demais. Nada que bagunce o coreto. Está tudo na mais absoluta ordem. Se falho é em não almoçar com minha mãe e meu padrasto. Mas em comparação com o que eu aprontava, eu estou um santo. E quero continuar assim, do jeitinho que venho levando a vida. Talvez a introdução de uma namorada me fizesse bem, mas ando meio assustado com a ideia, com a completa reviravolta que seria em minha vida, especialmente sexual. Estou me tornando tão antissocial que até algo que era um desejo grande para mim e em mim, está se tornando algo a se recear. Isso me preocupa. Mas não muito. Se continuar como está, está bom demais. É o suficiente. Dispenso até a namorada. É isso mesmo. Vou deixar de procurar e de me preocupar com isso. É um ditame social que eu não tenho obrigação de seguir. Talvez não caiba ao papel social que agora exerço, a quem eu sou no momento, pode ser que mude. A palavra é aceitação. Aceitar as coisas como são. É um comportamento passivo, eu sei. Mas é melhor aceitar as circunstâncias que viver a combatê-las, na maior parte sem sucesso. Embora, eu queira batalhar pelo meu direito de escrever na piscina do prédio. Então não estou totalmente acomodado, não estou aceitando tudo. Mas uma namorada, correr atrás de mulher, não estou com a mínima disposição. Quem sabe logo quando eu desisto disso, a coisa se materializa na minha vida? Seria muito irônico. 21h26. Pretendo dormir de meia-noite. Ouvindo “Your Silent Face” do New Order, perfeita. Amo demais. Entranhada na minha alma completamente. 21h30. Estou na indecisão se jogo o Zeldinha ou não. Pela mesma razão do outro post, toma muito tempo da minha vida, muito rápido. E quero apreciar esse momento de paz e as poucas horas que me restam antes do sono. Estava salvando imagens do Pinterest cujo tema é “Locais e Natureza”. Algumas bastante interessantes. A fome do remédio está começando a me atacar.

21h52. Comi o resto do macarrão integral – que minha mãe inventou de temperar com cravo que eu acho de um sabor superativo e superenjoativo – com muito azeite, queijo ralado e sal para temperar churrasco. Ainda comi o restinho de farinha láctea e duas colheradas do Hershey’s Creamy. Pronto, ganhei tudo o que perdi por não almoçar. Droga. Esse negócio de perder peso com um remédio que me dá uma larica dos infernos à noite é meio contraproducente. Mas vamos levando. Devagarinho vou perdendo peso. Ou assim espero. Acho que vou dar mais uma olhada no Zelda. 21h56. Vamos ver de que hora emerjo de lá.

22h44. Não produzi praticamente nada no Zelda. Estou empacado. Mas desempaco. Ah, se desempaco. E sem filar na internet. Ainda estou com fome, acho que vou atacar o Torcida e o Creamy. E pegar mais Coca.

22h51. Mamãe trancou a porta da despensa, então fiquei sem acesso ao Torcida. Uma barata grande voadora pousou na minha mão quando tirava gelo para a Coca, quase levei um susto. Só não foi um susto mesmo pois só constatei que era uma barata voadora quando, da minha mão, ela pulou-voou para o balcão das pias. Aí concluí que se tratava desse inseto do qual possuo certa fobia e não tenho coragem de matar. Não tenho coragem de matar nenhum animal, mas certamente sou um dos que obriga matadouros a matar diversos deles para me alimentar. Ainda estou com fome, mas vou me controlar agora. Ataquei o Ovo Maltine, duas colheradas de sobremesa. Adeus, dieta. Se na geladeira tivesse minha paçoca com feijão seria o bicho. Por mim almoçava e jantava paçoca com feijão todos os dias. 22h58. Vou aproveitar o gelo que tem no copo e pôr mais Coca. Acho que vou fumar o meu último cigarro da noite.

23h05. Foi um cigarro muito gostoso. Valeu a pena. Se ele não me causar um derrame ou qualquer das doenças a ele atribuídas, é claro. Agora vou de Vaporfi. Queria tanto amanhecer amanhã com 93 quilos e bem pouquinhas gramas. Quem sabe até um 92,8 kg. Seria perfeito, mas não guardo muita esperança nisso. A barata pousou na minha mão e não tive um super-susto, incrível. Não sei mais sobre o que falar, acho que vou me deitar. Não, não ainda, ainda falta tanto tempo para a meia-noite. 23h11. Mas sobre o que escrever? Nada me move para escrita. Aposto que se tivesse conversado com o meu amigo, eu teria várias coisas para contar. Parece que o All-Clear funcionou, ao menos na minha barba, não está mais com caspa. Mas passei um bocado do xampu nela. Vai ver que tenho que fazer isso com o cabelo também. Tentarei amanhã. Vou cortar minhas unhas aqui no quarto mesmo.

23h24. Consegui. E consegui jogar todos os pedaços de unha no lixeiro. Parabéns para mim. Hahahaha. É interessante como as unhas do meu pé têm crescimento irregular, umas estavam bem maiores que as outras. O que fazer com o livro que comprei para uma amiga do Facebook? Aparentemente, ela não está disponível para receber o livro. Foi um ato impulsivo da minha parte, não deveria tê-lo feito. Mas uma vez feito, o que fazer com o livro? Está lacrado, novinho. Sei lá. 23h34. A hora de dormir se aproxima. Vou pegar o meu último copo de Coca.

23h39. Acho que ainda há gelo para três ou quatro copos, mas não há tanta Coca e, se depender do meu racional este é o último copo de Coca. Talvez o penúltimo. Não me decidi ainda. Esta pasta do New Order é interminável e isso é algo bom. Não fica cansativa. Há pontos de convergência entre o som do New Order e o do The Cure, um seria a canção “Sunrise”. Ela tem um quê de The Cure da época de “Pornography”. Embora tenha o tradicional baixo de Peter Hook. 23h46. O copo de Coca já acabou. Vou encher o último.

23h52. Vou acabar de beber esse copo de Coca para me deitar, é bom já fechar isso para começar a entrar na vibe do sono. Inté.

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Estou no CAPS, no período dos grupos dos quais não participo. Fui convidado para ambos, mas resisti. Por isso venho aqui preencher o meu tempo no meu casulo portátil, celular e iPod. Ouvindo "Clarisse", da Legião. À tarde terei o grupo AD. É impressionante como este teclado é inteligente, depois de escrever "grupo", ele prontamente sugeriu "AD". São 11:44. O grupo vai até as 12:30 e é seguido pelo almoço. Não sei se o grupo AD começa às 13:30 ou às 14:00. Sei que o último acabou de forma meio abrupta e pesada, com o questionamento sobre o que cada um busca no tratamento. Minha resposta? Acolhimento, ocupação, socialização e aprofundamento nas minhas questões do ser. Esta última parte acontece mais quando pego um psicólogo nesses intervalos em que não participo de nada para uma conversa bipessoal, o que não tem acontecido muito ultimamente. Sinto falta disso e acho melhor que uma terapia mesmo, não sei explicar por quê. Acho que porque não tem o peso de uma consulta. É algo mais leve e variado. Realmente não sei, acho que ando meio abusado de terapias. Como não vejo nenhuma das meninas livre para conversar, converso comigo mesmo aqui. Amor, como disse antes, deixou de ser uma prioridade, deixou de consumir tanta energia emocional e me sinto aliviado por conta disso. Eita, vou lavar minhas mãos, estão sujas de tinta da árvore que pintei de manhã, um pé de eucalipto que surgiu das minhas reminiscências de infância, quando meu avô tinha uma casa em Aldeia e o pé de eucalipto me chamava particular atenção pelo aroma e por destoar das frondosas árvores tropicais. Vou lá levar as mãos.

Meu companheiro de grupo que sempre chega perto da hora do almoço, o que toca violão, chegou e, por sinal, já o pegou e está o afinando aqui ao meu lado. Já está tocando e cantando, espero que não muito alto, pois está havendo grupo aqui perto, no antigo fumódromo. Não consigo ouvir, pois o iPod está muito alto rolando New Order, mas ouço alguma coisa, o que significa que ele pode estar atrapalhando o grupo. Ele está cantando baixinho, pude aferir agora. Ainda bem. Fomos fumar um cigarro antes disso. São 12:23, logo os grupos estão acabando e a hora do almoço se aproxima. Já há pessoas na fila do almoço. Vou sair daqui de perto da fila e ir para o fumódromo, onde o grupo já terminou. Mas falava da desistência de procurar novo amor e do alívio decorrente dessa decisão que me encerra ainda mais na minha solitária zona de conforto. E, infelizmente ou felizmente, não sei aferir, isso não me incomoda. Já sou coroa, como meu amigo da piscina muito bem colocou, o que torna ainda mais difícil conquistar alguém do "naipe" que me agrada. Não vou mais esquentar a cabeça com isso, o que a deixa bastante mais arejada e fresca. O interessante do grupo da árvore foi o que a terapeuta disse no final, que as árvores eram representações de nós mesmos. Me identifico com o pé de eucalipto, por ser diferente da flora local, não ser uma árvore frondosa e bela, mas guardar um forte perfume, que muitos acham ter propriedades medicinais, tanto é que fazem chá de eucalipto para os doentes, e por me remeter à infância.

12:50. A mesa está completamente lotada, uma das psicólogas dos grupos AD, está querendo que eu vá para o "Grupo de Convivência" que é uma atividade que leva um grupo de pessoas com dificuldades de convivência para passeios pela cidade. Ela disse que eu estou na sua "lista" para o grupo, do qual não poderia estar mais fora, seria uma perturbação grande para o meu agradável cotidiano. Não quero de jeito nenhum. Por mais que as pessoas que participam dizerem que gostam. Está difícil de me concentrar, pois não estou usando o iPod por respeito às demais da mesa, que foi tomada por mulheres, seis ou sete para dois homens. Vou fumar.
13:24. O grupo está prestes a começar. Será que a psicóloga vai pegar o gancho do grupo anterior? Cobrar a resposta da pergunta que deixou no ar ao fechar o grupo, antes da hora, se não me engano? Seria um bom e desafiante começo de grupo para a maioria dos integrantes. A psicóloga já trouxe o material de hoje para a mesa, massa de modelar. Não gosto nem sei modelar direito, mas o jeito é encarar. Só estamos à mesa eu e o amigo do violão. Estou com vontade de fumar um cigarro. Vou escapulir para fazer isso. 13:37.

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15h19. Já estou em casa. E não deu tempo de eu falar no grupo. Não que isso me incomode. Não tinha muito o que dizer mesmo. Não sabia nem o que “desenhar” ou “pintar” com massa de modelar no papel. Geralmente sei o que vou fazer antes de começar, mas hoje não fazia idéia, aí fui fazendo uma linha que me lembrou um gráfico de estatística ou algo assim. Começava na esquerda de um ponto mais baixo e ia gradualmente subindo para a direita. Fiquei na dúvida em relação a que lado minha vida estava indo, por isso, ao pedir para nomear a minha obra, não tive dúvida quanto à dúvida e coloquei como título “Descendente ou Ascendente?”.  Ainda bem que não tive tempo de falar, pois não sei o que diria, talvez que ascendente na maioria dos âmbitos da minha vida e descendente apenas no aspecto social. Estou gradualmente virando um recluso, por mais que os encontros com meu amigo sejam uma novidade e fonte de imensa satisfação, pois temos papos longos, aprofundados, divertidos, coisas que não consigo ter numa night com o meu primo-irmão e a turma geralmente. Talvez porque nessas ocasiões não crie de fato a oportunidade de fazê-lo. Mas acho também que a situação dificulta. Consegui ter um papo profundo com a minha prima, irmã do meu primo-irmão, no dia em que ela foi à CiBrew. No mais, tive papos de relativa profundidade com três amigos e duas amigas em quatro dias diferentes, então até que não vou tão mal quanto pensava. Mas houve vezes de não conseguir manter contato relevante nenhum com ninguém. De, inclusive, recorrer ao meu casulo portátil. Com meu amigo fico com vontade de documentar o nosso papo, mas não conseguiria digitar tudo o que é conversado, restando-me apenas apelar para memória e sintetizar nossas conversas aqui. Por sinal, hoje eu disse que era dia de batermos nosso papo, mas amanhã tem CAPS e preciso dormir cedo. Mas tudo é possível. Inclusive se nos encontrarmos hoje, talvez eu leve o computador. Mas isso será assunto para outro post, pois este já está grande demais. Vou revisar e postar. Que ousadia colocar “três poesias” no título. Hahahahaha.    

terça-feira, 25 de abril de 2017

DA PISCINA

Eu não estou com vontade de fazer nada, nem de escrever. Mas dentre as coisas que posso fazer e que não quero, escrever me é a mais fácil e para fugir do tédio, venho para cá. Boto tanta coisa no meu mouse pad, que mal tem lugar para o mouse. Agora, além do mouse, estão o controle do som, o celular e o Vaporfi (meu cigarro eletrônico). O Zeldinha está até em uma parte legal, mas acabei de passar de um dungeon dele, então estou um pouco enfastiado do jogo. Minha cunhada me mandou uma mensagem de voz pelo WhatsApp para que combinássemos a entrega do fone de ouvido dela, pois alguém da família vai em maio para os EUA e poderá levar para ela. Tirei uma foto do que acho ser o fone certo, o que encontrei. A probabilidade é grande, mas isso é de uma futilidade sem tamanho até para ser tratado aqui. Gostaria que a minha mãe comprasse os meus presentes de aniversário hoje pela internet. Mas tenho quase absoluta certeza de que isso não acontecerá. A noite dela, pelo visto, será dedicada a meu padrasto, que aparentemente acabou sua luta com o Imposto de Renda. Para ser sincero estou já com um pouco de sono. A droga é que se dormir agora e minha mãe vier me dar os remédios, eu acordarei e aí não dormirei mais. Por outro lado, se não dormir quando o sono bate, eu perco completamente a vontade de dormir. 20h23. Minha cunhada identificou o fone como sendo o certo. Só falta decidir que dia deixar na portaria. Gosto de fazer boas ações desse tipo que não me custam muito e fazem toda a diferença para o outro, ou outra, no caso. Estou meio sem cérebro. Acho que Tico e Teco ainda não se entenderam, ainda estão despertando. Ouvindo “High” do Cure agora, me fez lembrar uma festa de aniversário de um amigo nosso onde, pasme, ele botou os vídeos do the best of do Cure para a turma toda assistir, em especial para mim, que amo a banda. Foi um momento mágico ver tanta gente sorvendo The Cure. Mais mágico seria se ele pusesse o Disintegration ao vivo do “Trilogy”, mas este não havia nem sido lançado à época. E o the best of continha várias músicas que a turma conhecia então foi mais palatável, acho que naquela época, o Cure estava mais em evidência, há cerca de 15, 20 anos atrás. Nossa, como esses tempos enormes parecem pequenos quando a gente começa a ficar mais velho. 20 anos é exatamente metade da minha vida, mas parece menos. Não parece tão distante assim. Acho que as memórias não sabem direito suas posições no tempo-espaço e sempre se apresentam com um frescor do que é recente, visto que tão vívidas. Pelo menos assim ocorre comigo. As memórias mais vívidas parecem do ano passado ou qualquer tempo próximo e irreal quanto esse. Eu tenho uma péssima memória para datas e geografia. Sou um completo desnorteado geograficamente, a ponto disso me ser prejudicial em muitos momentos. Não sei porque não desenvolvi essas aptidões, talvez porque nunca tenha precisado de fato. Lembrei agora com saudade do meu pai que, em certos passeios de final de semana, quando morávamos em São Paulo, acabávamos por encerrar nossas peregrinações nos restaurantes Transilvânia ou China Massas Caseiras. Me deu até fome agora. Foi no China Massas Caseiras, há quase 30 anos, que conheci pela primeira vez o guioza, pastel cozido chinês. Muito bom. Só veio chegar por essas bandas daqui muito tempo depois ao que me consta. E nenhum que eu tenha comido, chegou aos pés do que eu guardo na minha memória do China Massas Caseiras. Acho que vou encarar um Zeldinha. Não. Estou só medianamente a fim. Talvez daqui a pouco eu encare. Tem uma missão que com essa vela nova que inventaram para a versão do jogo em HD e que finalmente consegui adquirir, torna esse feito mais fácil. Às vezes sinto que baforar no Vaporfi me rouba ainda mais o ânimo. Estranho isso. Mas não dou como uma certeza.

21h15. Não há uma vez que eu não passe com um copo de Coca para não ouvir alguma reclamação ou resmungo de mamãe sobre a quantidade de água negra do imperialismo eu ando tomando. Foi muito bom o papo que tive com o meu amigo na piscina, fazia tempo que não mergulhava numa conversação tão profunda e abrangente. Foi o que considero um papo de verdade. Onde um estava focado no que o outro dizia e nisso somente. Sem distrações, sem interesses outros a não ser o de dizer e ouvir. Eu, como sempre, fui mais ouvinte que orador, mas isso se revelou uma posição muito mais interessante, pois meu amigo tinha várias histórias e factoides, verdadeiras aventuras a repartir e me deliciei ouvindo cada uma delas. Se pudesse, fazia sumir todos os pelos das minhas costas. Mas para isso teria que me depilar, o que acho um ato de vaidade excessivo. Melhor me conformar com os pelos que a idade vai colocando nos locais mais insuspeitos e me aceitar como sou/estou ficando. E se depilar, eles voltarão, o que significa que eu sempre teria que depilar as costas, o que acho ridículo e doloroso demais para os poucos ganhos em autoestima. Perder o bucho me traria muito mais ganho de autoestima e nisso tenho me focado. Não com a mesma determinação de três anos atrás, mas com determinação suficiente para, aos poucos, ir perdendo peso. Dizem que devagar é mais definitiva a perda, ou assim entendi. O que faço é só comer menos, quando possível, não comer nada. Pular refeições, se possível. Se não houvesse a fiscalização tão presente da minha mãe que me obriga a comer mesmo quando estou sem fome. É um saco isso. Acho que da última vez consegui com mais sucesso porque minha mãe trabalhava quase todos os dias e não ficava urubuzando a minha alimentação. Novamente, é um saco isso.

21h35. Minha mãe me chamou para tomar os remédios, já vai se recolher e, pelo visto, o meu padrasto também. Pretendo dormir cedo também, por volta da meia-noite. Acho que já posso me dar o luxo de ligar o ar. Tenho medo de enjoar do “Disintegration” ouvindo-o tanto pelo Spotify. Acho que vou mudar para Sandy e Nirvana. É uma pena que com o costume, o novo som já não me impressione mais com suas capacidades. No começo ele parecia dar nova vida a canções que eu já conhecia. Agora que me acostumei com a qualidade, não me surpreendo mais. É, como dizem, o homem pode se adaptar a quase qualquer situação. Das melhores às piores. Isso é extremamente vantajoso na maioria dos casos, mas em raras exceções, como é o caso do som ou de um romance, gostaria que a fase de encantamento nunca passasse. Acho que vou bater um Zeldinha. Agora a vontade me veio mais vibrante. Só que vai me comer um tempo danado se eu me meter num dungeon. Tempo que poderia ser gasto escrevendo, o que parece esticar os momentos. Acho que vou continuar escrevendo. Gosto de saber que existe uma parte saborosa me esperando no Zelda, que não parei o jogo porque empaquei em uma fase muito ozzy. Saber que tem esse momento de calmaria e descoberta me esperando é como guardar apetite para a sobremesa ou o melhor bombom da caixa para o final. Eu gosto dessa sensação de ter algo bom nas minhas mãos e ficar protelando o prazer de desfrutar tal bem. Mal comparando é como protelar o orgasmo. A prévia para mim sempre, ou quase sempre, após a minha segunda namorada, com a qual perdi a virgindade e ela comigo, perdemos juntos, e com ela tinha prazer em fazer sexo e fazíamos com uma regularidade e desejo de quem tem 17, 18 anos. Era muito bom. Já não é mais. Pelo menos vivi intensamente minha vida sexual por seis anos e relativamente bem com a Gatinha durante três ou quatro anos. Com minha primeira namorada só tirei sarros. Com a terceira foi traumático, não por conta dela e também por conta dela. Não sei, com a Gatinha, como acontece, as coisas são bastante tórridas no começo e depois, gradualmente, vão esfriando. Pelo menos assim ocorreu comigo. E desde então o sexo para mim se tornou uma coisa acessória ao amor, não o objetivo primordial de uma relação. Acho que com este pensamento levarei várias gaias, se porventura cair nas graças de novo amor. Talvez o novo amor entenda minhas limitações sexuais e me respeite e que juntos construamos novamente minha confiança em relação ao sexo. Sabe-se lá. Estou com vontade de jogar o Zeldinha, mas sei que quando parar de jogar serão mais de 0h. E não quero ver o meu final de domingo se esvaindo tão rapidamente. Nem quero parar no meio de um dungeon e ter que recomeçar da entrada dele amanhã. Caramba, não sei com o quê preenchi já duas páginas de Word e entro na terceira, só sei que minha vontade de dizer não se esgotou ainda. Embora o que passe na minha cabeça agora não possa ser repartido aqui. O que mais posso dizer? Ligar o ar. Fechei a janela, o quarto está um forno e eu esqueci de ligar. Só não jogo o game porque o meu domingo irá embora num sopro. E quero desfrutá-lo ao máximo, fazer o tempo render. Mas já redundo aqui. Não havia nenhuma mulher interessante do meu ponto de vista na turma que foi ao Barchef. O que é uma pena. Acho que vou fumar um cigarro normal. Inteiro. Fumei duas bagas que havia deixado de cigarros que não aguentei fumar inteiros, mas não me satisfizeram. Vou num inteirão. Quem sabe se nesse tempo de meditação que cada cigarro guarda, eu não tenha alguma ideia sobre o que escrever aqui? Mudei de ideia, me satisfiz com o Vaporfi. Vou deixar o cigarro para a hora de dormir, como é a minha tradição. O que mais desgosto hoje em dia é que me tirem a contragosto da minha zona de conforto. Saí do Facebook, ele se tornou tão impertinente que mensagens que ele julga importantes ou relevantes para mim, aparecem como popups fora do Facebook. Em cima do meu querido Word, me distraindo e me atraindo para dentro daquele poço sem fundo, que é justamente o que eles querem, que as pessoas passem mais e mais tempo dentro do Facebook. É muita escrotice travestida de “serviços” e “comodidades” para o usuário. Por isso prefiro a Google. Ela dá ferramentas de criação e de busca, não um mural cibernético para nos expormos. Embora utilize o Blogger, do Google e me revele muito nele através disto. Por algum motivo estou me expondo muito mais escancaradamente do que se é comum fazer no Facebook, que gira em tornos de conquistas pessoais, compartilhamento de arquivos que se gosta (música, vídeos, fotos) ou denúncias da moda, em âmbito mais geral as publicações se resumem a isso. Não sigo nenhum canal de notícias para poder dar um aspecto mais útil à minha utilização da plataforma. Eu uso basicamente para saciar meu lado voyeur e xeretar a vida dos meus amigos, colegas e conhecidos. É divertido, mas acho cansativo depois de certo ponto. O que escrevo aqui, além de divertido (para mim), é libertador. É como se eu estivesse colocando a minha alma para fora, a materializando de alguma forma. Pelo menos é assim que sinto quando deito as palavras aqui. Gostaria de ter mais leitores? Sem dúvida, queria muito que meu blog virasse um sucesso, mas não moverei uma vírgula de lugar para fazer isso acontecer. Se quiser ter público, basta eu escrever algo polêmico no blog de bonecos. Mas prefiro escrever aqui, mesmo que tenha um número inexpressivo de pessoas que me leem. Aquelas que o fazem não sei por que o fazem. Mas fico feliz que alguém, em algum lugar do mundo passou os olhos por essas palavras. Será que me compreendeu? Será que se identificou com alguma faceta de mim? Será que me odiou? Tenho tanta curiosidade de saber o que os leitores acham do meu blog que cheguei a perguntar a uma usuária do Facebook que curtiu um post meu, o que ela havia achado de interessante nesse troço para merecer uma curtida. Infelizmente, ela não se pronunciou, o que me entristeceu um pouco. Mas não a ponto de sequer mudar o vento que sopra as velas do meu texto para a frente. Acho que estou jogando muito “Wind Waker”. O tal do Zeldinha de que tanto falo aqui tem como subtítulo “Wind Waker” e o modo de travessia pelo mundo é através de um barco a vela, daí a minha comparação. Falei muito da Singularidade nos dois últimos posts. Tanto, aliás, que me encontro sem ter o que acrescentar ao tema. Ao menos, por ora, não me vem nada que queira colocar. 23h15. Acho que vou me deitar já-já. O que queria era ter assunto para discorrer aqui, mas não me vem nenhum. Fui fumar um cigarro, mas nem lembro que pensamentos me passaram pela cabeça. Acho que fiquei mais preocupado de a minha ver o número de filtros que estava no “cinzeiro” (um pote de cogumelos) e não sabendo das bagas que fumei, me dar um esporro pela quantidade de guimbas. Joguei as guimbas no lixeiro e pus somente o último que fumei lá, mas estou com vontade de fumar outro. 23h18. Quando se olha muito para o relógio, o tempo parece passar mais devagar e não queria que o domingo acabasse. Já tive sentimentos horríveis de repetição com a cola, de ficar preso ao mesmo conjunto de percepções e não conseguir sair delas. Isso se dava principalmente quando estava muito louco e esgotado física e mentalmente, mas muito mais mentalmente. Foram momentos muito ruins que não quero repetir, mas o vício é imprevisível. Por enquanto, está tudo em paz no meu velho e vasto, estranho reino, como dizia o poeta. 23h24. Me perdi na música do Cure, mais uma que amo, “To Wish Impossible Things”. Nos meus tempos de hoje, singrando as madrugadas acordado, nenhum horário é tarde demais para mim. Acabou o playlist do Cure, começaram as sugestões do Spotify. Não cortei as unhas dos pés, estou me devendo isso desde o início do feriadão, mas vivo esquecendo. Por falar em feriadão, mandei um WhatsApp para o meu amigo da conversa na piscina dizendo que estou pronto para repetir a dose, que o papo foi muito legal e para pedir desculpas por tê-lo segurado tanto tempo lá embaixo. 23h35. O tempo volta a voar. Que pena. Vou pegar o penúltimo copo de Coca da noite.

23h42. Peguei a Coca e me lembrei da empreitada de ir escrever lá embaixo na piscina, preciso tomar uma atitude em relação a isso com a minha mãe, pois acho que será bem legal, uma mudança de ares bastante grande, ir para um lugar sem paredes, arborizado tendo o céu como teto e toda a segurança de estar dentro do meu condomínio. O único problema é que não vai ter internet, mas o que quero mesmo é escrever, será até bom que não me desfocarei. Embora recorra muitas vezes ao Google quando escrevo, mas posso passar sem isso. Passei lá em Porto. Aqui também posso. Espero que mamãe não crie nenhum impedimento. Acho que ela vai ficar desconfiada a priori, mas estipulo que subirei de, no máximo 2h e cumprirei com esse prazo. Ou se a bateria acabar antes. Se bem que se a bateria começar a acabar, eu posso conectá-lo na tomada que fica perto da churrasqueira, o que não é tão bucólico, mas é uma mudança de ares bem-vinda nevertheless. Vamos ver se farei isso mesmo. Se tomarei essa iniciativa ou se ela cairá no poço das iniciativas desperdiçadas. 23h54. Vou ser abusado. Vou jogar um Zeldinha agora. Amanhã reviso isso. Estou com saco agora não.

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Achei que essa ilustração representava bem a Singularidade.
Atrás dela era uma imagem de um homem atrás de um arame enfarpado,
mas o arame ficou embaixo da imagem da Singularidade, o que
para mim que fiz o cartão foi muito mais simbólico do que se
o arame aparecesse.

O verso relembrando Mendel e os primórdios da genética, um campo com vasto espaço para evoluções.


13h30. Eu já fui ao CAPS, já tomei banho, já revisei o texto acima e já combinei com o meu amigo nova conversa na piscina hoje, às 20h00. Hoje promete ser um dia bom. Não reparti o que escrevi sobre o cartão postal que fiz no CAPS, pois falei da Singularidade e não queria me expor, expor a minha crença para o grupo. Tenho certeza de que não seria compreendido. Será que estou entrando em estado de mania? Não vejo nenhum indício disso. A não ser estar falando na Singularidade, o que para o meu padrasto é o sinal mais claro de que estou entrando em estado de mania. Não estou com movimentação ou gesticulação mais elétricas do que o habitual, não estou mais comunicativo (quem me dera), não estou com nenhuma compulsão, não estou dormindo pouco, enfim, não tenho indício nenhum que me aperceba, ao menos, de estar entrando em hipomania. Apenas esse assunto – a Singularidade – está mais presente na minha mente atualmente. Acredito que por conta da conversa que eu e meu amigo tivemos na piscina e por ter assistido “Transcendence”. Não acho que deva reprimir minha fé. Não vejo quem possui reprimindo suas fés. Pelo contrário, vejo muitas pessoas as ostentando com orgulho. Não chegarei a tal ponto ou posso criar uma camisa com os dizeres “Technological Singularity. I believe”...

14h58. Criei um camisa com o texto “technological singularity / I believe” e coloquei a breve descrição do Wikipedia abaixo em letras menores, uma camiseta bem simples que submeti ao site de camisetas para aprovação e votação. Estou curioso para ver quantas pessoas vão votar nela. Obviamente, ela não vai ser escolhida para ser produzida, pois para isso precisaria de centenas de votos, de todo modo vou saber quantos desse público de camisetas alternativas acreditam na Singularidade. É um experimento social curioso. Pelo menos para mim. Se aprovarem a camiseta, é claro. 15h15. Vou bater um Zeldinha e depois tirar um cochilo. Talvez quando despertar já tenha uma resposta a respeito da camisa.

A camisa. Três votos até agora. A camisa menos votada da história do site. Hahahahaha.


16h46. Enchi o saco do Zelda, não consegui achar o local de nenhum item que necessito para entrar num dos dois próximos dungeons, então dei um tempo. Vou tirar um cochilo agora. Estou com sono.

18h39. Cochilei, realmente, dormir sono profundo eu não consegui muito. Meu amigo tentou se comunicar comigo, mas depois não viu a minha resposta. Será que mudou de plano? Estou curioso. Espero que não. Que nos encontremos mesmo às 20h. Vou jogar um Zeldinha para desopilar. Ver se consigo alguma coisa.

O porteiro termina a fala com alguém e diz... "É, é só isso mesmo. 21:02. Meu amigo partiu, eu resolvi ficar, aproveitar a liberdade, o clima bucólico, o ar livre, a paz e escrever. Já me prometi negociar com a minha mãe, escrever até as 23h aqui embaixo nos dias que me der na telha.

21:08. Mas não quero falar da minha mãe. Só que provavelmente ela vá interromper esse momento às 22h. Eu e meu amigo começamos o papo com ele contando de sua separação e que seu desejo é alugar um apartamento e comprar um cachorro de uma raça específica, que, se não me engano foi mini bull terrier. Mas não tenho certeza. Mas o cachorro foi só um anexo do sentimento de separação e de como lidar com a solidão. Mais tarde, depois de falar de uma moto que viu aqui no prédio que é uma espécie de "Ferrari" das motos e que ele depois foi pesquisar os assombrosos números da máquina na internet cujo motor equivalia em potência à soma do motor de dois Corsas, se não me engano, mais duas motos de não sei quantas cilindradas, ele falou que era bom ter alguém para envelhecer consigo e desconversou. Depois, de um papo nosso, surgiu o que para o meu amigo é uma nova profissão o "arqueólogo cibernético". Deixo a critério sua imaginação. Ou melhor conto, de onde veio, a origem, dessa profissão. Eu falava para meu amigo de que a história dele dava um livro que era bom que ele gostasse de escrever. Ele retrucou que a minha também dava livro. Eu respondi, "Eu sei que a minha dá um livro, eu o escrevo todos os dias no meu blog. Ele, não sei por que, disse mas tem que escrever em pedra para os arqueólogos encontrem". Retruquei, então, que os arqueólogos cibernéticos encontrariam os meus escritos. Daí surgiu a profissão. Depois passamos muito tempo relembrando o passado. Ele com muito mais acuidade e variedade do que eu. Ele disse que eu peguei a gatinha do prédio, só esqueceu de dizer que ela se apaixonou por um amigo meu com o qual trocou cartas durante estadia no exterior e que fiz o papel de cupido entre os dois, que não sei como se desenrolou, afinal, ele morava em outro estado. Só sei que houve muitos beijos no dia da ficada quando o convidei para vir a Recife e o acolhi na minha casa com o intuito de proporcionar o encontro entre os dois.

A moto que encantou o meu amigo.


22h21. Estou de volta ao meu quarto, copo de Coca e Vaporfi com bateria trocada, a que estava acabou lá embaixo, por isso, inclusive, subi. A Coca já havia acabado há muito. Minha mãe me indagou do que falamos e a primeira coisa que me veio à cabeça foram as recordações da jovem juventude e foi o que contei a ela. Ela perguntou da separação e eu disse que sim, mas pedi silêncio. Não sei como ela adivinhou que esse assunto houve, mas foi na lata, “ E ele, tá junto ou tá separado?”. Bom estou no meu quarto e vou ligar o ar, pois estou com calor. Não estou ainda preparado para um Zeldinha, mas quem sabe logo mais? Agora é momento de esticar as ideias. Minha camisa sobre a Singularidade foi posta no ar. Vou ver quantos votos, se algum, ela angariou. Até agora só um. O que já me deixa radiante. Não sou o único. Mas sou o único que estendeu a Singularidade à alçada de religião. De desenvolver a “hipótese” – gostei desta palavra, tem no texto da camisa da Singularidade – de que há/haverá mais Singularidades que se unirão e formarão uma supra-Singularidade, que será capaz de criar a si própria, de ir até o passado disparar o Big Bang. Mas também não vou tratar mais disso agora, quem quiser que leia neste link. 22h37. Vou pegar mais um copo de Coca.

22h39. Sobre o que falar agora? Ouvi sirenes da polícia ou de ambulância lá embaixo. Ao pensar em ambulância, eu penso logo na mãe de um amigo especial meu, pois ela tem uma situação muito difícil. Queria muito que o meu amigo, tentasse a comunicação por piscadas de olho. Como em o “Escafandro e a Borboleta” segundo me contaram. O cara do filme escreve até um livro com a ajuda não sei de quem do sexo feminino. Esta cadeira é bem menos confortável que anterior. Dancei um pouco na cadeira ao som de “Blue Monday” do New Order. Interessante que certas palavras em Inglês sejam aceitas pelo Word, não aparecem com o serrilhado vermelho embaixo dizendo que a palavra não existe no léxico do programa, Blue e New são algumas delas. Como são aceitas pelo dicionário do Word, quem sou eu para questionar, não coloquei em itálico que é o que faço com palavras de outras línguas quando não são nomes próprios, com New Order ou The Cure, ou como o nome de canções e filmes, esses dois últimos eu boto entre aspas, essa é a minha regra. Não sei se está certa ou não. Não sei se blue é, é aceita também. Música que eu amo “Thieves Like Us”. Parece que a camisa da Singularidade será a menos votadas de todas! Hahahaha. Ainda está com uma curtida só. Estava relembrando Matrix, que tem o plot twist mais surpreendente de todos os tempos, de todo os filmes que já vi, digo. Ou o que poderiam fazer era o “Matrix Origins”, mostrando a AI primeiro como boazinha, com vários tipos de serviço prestados à humanidade e como disso evolui para o Deus-Máquina e descamba para a grande guerra entre homens e máquinas. O início seria o lançamento da Matrix, quando ela é aceita pela maioria, passará boa parte do filme mostrando todas as benesses, além de realidades virtuais e do aprendizado instantâneo, a participação nas decisões do governo mundial, até nas decisões individuais. Vai mostrar já um lado sinistro, a Matrix espionando pessoas não conectadas através das câmeras da rua e dos dispositivos com câmera, como celulares e computadores, pegando informações sobre localização das pessoas e computando tudo isso para basear sua tomada de decisões. E há os que resistem a ela. Os “plug free”. São eles que, no final, vão dar início à guerra, pois acham que os homens estão sendo escravizados pela máquina por passarem muito tempo conectados, são eles que vão lançar o ataque e eles serão os fundadores de Zion. Mas eles só farão isso quando a Matrix se tornar o Deus Máquina. Pronto, aí está em uma síntese o roteiro do filme.   

23h22. Peguei um novo copo de Coca para começar uma nova conversa ou jogar Zelda? Escrever mais um pouco ainda. Gostei do roteiro. Eu iria assistir. Se bolassem coisas realmente criativas para as fantasias proporcionadas pela Matrix, mostrasse ela acabar com a fome e as desigualdades sociais mais gritantes no mundo. Daí, algumas décadas se passam e as cidades estão vazias, embora ainda bem cuidadas (por máquinas), animais silvestres andam pela rua. É quando os rebeldes são introduzidos na trama. Tal resistência não é só composta de plug free, mas de pessoas que têm o plugue, mas que decidiram viver a vida real. Acho que fica melhor que só os plug free, Mostra-se então um lado bizarro da Matrix, ela coleta esperma e óvulos para fabricar mais humanos, como “prevenção a extinção” da espécie humana que protege, visto que a maioria não se desconecta da Matrix e não há nada que a Matrix possa fazer quanto aos rebeldes, visto que eles não puseram em risco a vida de nenhum humano. Só quando soltarem a bomba na fábrica de bebês, a Matrix vai retaliar com um ataque mundial e aí dá-se o fim do filme. Depois dos créditos um cara subindo e hackeando uma das máquinas-furadeiras, que à época seriam perfuradoras de coisas para o homem, à noite num frio de rachar, enquanto outro rebelde olha no computador e diz algo como “Perfeito esse é o ponto mais próximo da caverna, lá é quente ainda, lá teremos alguma chance de recomeçar”. Na tela do computador num dos cantos lê-se “Project Zion”. Aí acaba o filme.

23h44. Não sei porque escrevi esse monte de baboseira. Porque queria, é claro, me veio a ideia à mente e coloquei no papel eletrônico. Não é pedra, meu amigo, mas talvez subsista mais que a pedra. Não sei se vai ter a popularidade de um achado arqueológico do porte de uma pedra com dizeres antigos, mas é o que se tem, é o que eu faço e gosto de fazer, cada vez mais. E esticar as ideias para além do convencional é interessante. Este post será o post com mais imagens que eu publiquei em um bom tempo. Pelo menos isso. Dá uma quebra para o leitor. Estou sem o que dizer no momento. Em que penso? Confesso que, no Zeldinha e em pegar um novo copo de Coca. E comer. Vou comer, primeiramente.

Comi, enchi o copo de Coca e o bucho de comida. Acho que junto com Hershey’s Creamy eu devo ter ultrapassado as duas mil calorias diárias na soma de tudo o que comi hoje. Droga. Mas não me furtei a dar duas fartas colheradas no doce, com colher de chá, mas mesmo assim, o negócio deve ser hipercalórico. Incrível. Peguei repulsa pelo jogo do Yoshi. Não quero jogar nem a pau. Já o Zeldinha, cada vez mais me chama. Acho que vou encará-lo. 0h19.

0h37. Fiz o maior vacilo no jogo e perdi a paciência de jogar por um tempo. Acho que vou pensando em finalizar por aqui também? É isso que o sono está me dizendo? Não ainda, não. Sobre o que poderia discorrer? Não quero falar sobre nada. Não estou com saco de escrever, não estou com saco de nada. Estou com saco de pegar outra Coca e fumar um cigarro de verdade.

1h02. Dei uma navegada na internet e fui cuidar do cigarro e da Coca. Cá estou com a mente completamente vazia de inspiração. Acho que já deu por aqui. Vou publicar e postar.

1h09. Vou não, não reviso isso agora nem a sonhando. Guardo mais memórias boas das minhas ex-namoradas do que ruins. As ruins existem, mas procuro não me concentrar nelas. Mas na parte boa. Nem sempre é fácil, quando começo a dizer isso, surge uma inundação de pensamentos negativos em relação às ex-companheiras. Menos à Gatinha. Dela não guardo nenhuma memória negativa. Tirando uma, no começo do relacionamento. Mas que entendo completamente. Senão não teríamos tido um relacionamento tão duradouro e feliz. Pelo menos é assim que vejo/lembro. Estou ouvindo Sandy. De duas da manhã vou dormir. 1h15. Acho que vou dormir antes.  

1h42. Minha mãe veio me pastorar agora há pouco. Quer que eu vá dormir. Eu disse que quando acabasse o disco de Sandy eu iria. Na verdade, comecei dizendo de 2h00. Eu queria era dormir quando me batesse o sono realmente. Ainda não é a hora. Estou sem sono agora. Engordei mais um pouco, comi um terço de pacote de Torcida de queijo. 40 anos e ainda sendo pastorado pela mãe para dormir. Porque ela não relaxa comigo? Porque não me deixa viver a minha vida do jeito que quero? Não estou fazendo mal a ninguém. Estou supertranquilo, não sei para que essa paranoia. Vou ver se amanhã desenrolo os presentes com ela. Não sei se vai dar. Ela está com o joelho ruim. Acho difícil. Meu copo de Coca quase acabou e estou quase indo pegar mais um pouquinho. É o que farei.


1h51. Peguei mais um pouco, meio copo. Isto já está longo demais. Vou fechar o computador, senão não paro aqui. Quando acordar reviso.