Eu enjoei da voz dela. Por desejar demais, por tempo demais,
em vão demais. Mas eu sei como são as marés da minha alma, viram. Queria que
não virassem desta vez, não quanto a ela. Queria que este castelo desmoronasse
de uma vez e não houvesse nem escombros, nem poeira restasse, pois é um castelo
construído de escombros já e antes. Mas sei como é minha alma, construtora de
castelos fantásticos e fantasiosos. Queria acabar com isso, pois me corrói muito mais do que me
constrói. E mesmo negando tudo isso é a tudo isso que me refiro, foi isso que
me trouxe para cá escrever. 22h09. Ouvindo New Order. Será assim, New Order,
por um tempo, agora que finalmente tenho a discografia completa.
-X-X-X-
Estou pensando em deixar de fumar amanhã, tentar deixar,
digo. Quando coloco o “tentar”, implico o fracasso da empreitada, já me dou uma
brecha para recair. Teria que soar na minha alma mais como “vou parar e pronto,
ponto final”. Difícil é ver os fumantes do CAPS queimando um atrás do outro. A
tentação vai ser quase irresistível. Gostei do “quase” na frase anterior, quer
dizer que em algum lugar dentro de mim, há a esperança de resistir. Dualidades,
dualidades...
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