segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Dualidades


Eu enjoei da voz dela. Por desejar demais, por tempo demais, em vão demais. Mas eu sei como são as marés da minha alma, viram. Queria que não virassem desta vez, não quanto a ela. Queria que este castelo desmoronasse de uma vez e não houvesse nem escombros, nem poeira restasse, pois é um castelo construído de escombros já e antes. Mas sei como é minha alma, construtora de castelos fantásticos e fantasiosos. Queria acabar com  isso, pois me corrói muito mais do que me constrói. E mesmo negando tudo isso é a tudo isso que me refiro, foi isso que me trouxe para cá escrever. 22h09. Ouvindo New Order. Será assim, New Order, por um tempo, agora que finalmente tenho a discografia completa.

-X-X-X-

Estou pensando em deixar de fumar amanhã, tentar deixar, digo. Quando coloco o “tentar”, implico o fracasso da empreitada, já me dou uma brecha para recair. Teria que soar na minha alma mais como “vou parar e pronto, ponto final”. Difícil é ver os fumantes do CAPS queimando um atrás do outro. A tentação vai ser quase irresistível. Gostei do “quase” na frase anterior, quer dizer que em algum lugar dentro de mim, há a esperança de resistir. Dualidades, dualidades...

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