Esticar as idéias tendo uma página em branco à frente é como
ser o Arquiteto de Matrix. Aliás, uma
mistura entre o Arquiteto e o Oráculo. Posso por exemplo, “ei, oi,
Björk!” E “oi também, Björk! Depois eu troco uma ideia com vocês.” Falo isso enquanto
passo pela Björk da época do Sugarcubes e a Björk atual que coversam no jardim
fantástico (mais fantástico que qualquer invenção de Tim Burton) no planeta que
inventei. A primeira está grávida de mim. Quando o filho dela (nosso) nascer, a
Björk de agora terá espontaneamente um filho da idade que o da primeira teria
caso o tempo tivesse passado. E aí vendo os erros que nós cometemos através da
versão crescida, corrigiríamos no menor. Ou eu poderia deletar os filhos caso
me cansasse deles, sem que isso causasse prejuízo emocional às mães, como se
eles nem tivessem existido para elas. Eu poderia e posso nessa página ser tudo.
Magnânimo e cruel. Bom e mau? Seria justo fazer isso com duas pessoas (mesmo
que virtuais): botar e tirar filhos em suas vidas e apagá-los de suas memórias?
Seria mais justo se eu apagasse da minha também? Seria justo que eu os salvasse
num diretório quando não os quisesse por perto e fazer com que as mães não sentissem
falta deles nesse interregno? E se elas me pedissem isso, deveria fazê-lo? Se
não sentissem falta não os trariam de volta, provavelmente. Que estranho o
caminho que estas ideias seguem... 18h54
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