sábado, 5 de janeiro de 2013

Coincidência


Lembrei do meu pai morto agora há pouco – e por consequência agora –; o médico do SAMU mostrando as veias ou artérias azuladas dizendo que ele já estava morto havia algum tempo. Não sei por que esse momento específico resolveu me saltar à memória, talvez para me eximir um pouco da culpa. Talvez por ter tossido enquanto fumava e ter sentido o braço dormente como senti após ter as duas quase convulsões anteriores. Meu pai andava tendo convulsões no final da vida. Estou usando o adesivo de nicotina e fumei bem menos é verdade, mas não o suficiente. Tenho que parar de fato, mesmo desejando não fazê-lo.

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Quinta-feira, 27 de dezembro de 2012.
 Falando de tema mais alegre, a confraternização da turma da faculdade foi ótima, muito embora nem todos tenham sido capazes de se fazerem presentes. Foi praticamente um reencontro da Cana’s Gang com mais três amigas para embelezar e alegrar a mesa. A grande maioria de nós tomou cerveja, alguns – dois, que eu tenha visto – acompanhada de uma caninha. Houve presenças inusitadas como a de Bernardo Brayner e Leo Falcão. A gente se divertiu bastante, mais contando as novidades que rememorando os velhos tempos e rimos bastante também. Depois, Gilvanetty, Leo F e eu fomos dar uma esticada nas ideias na casa de Leo e ouvi-lo tocar Beatles ao violão. Foi aí que minhas entranhas chiaram e botei tudo para fora. Depois Leo meio que desapareceu e fomos para casa. Marquei algo com Paquita, mas não lembro. Bem, bem resumidamente foi isso. A memória me falta para maiores detalhes...

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Domingo, 30 de novembro de 2012.
1h32. Tive uma agradibilíssima noite com minha amiga Prisci no Caricatura do Chicão. Por incrível que pareça, tomei suco de laranja sem açúcar. Ela conseguiu permanecer duas horas na mesma garrafa de cerveja. Debatemos sobre vários assuntos, mas sem dúvida o principal foi sobre a trilogia dos tons (Cinqüenta Tons de Cinza etc.) na qual ela está fissurada. Esse papo levou a outros papos que levaram a outros mais e assim a noite transcorreu alegre e do jeito que eu gosto, em uma mesa de bar, falando da vida com pessoas queridas.

Dei uma esticada nas ideias e cá estou, agora ouvindo Primeiro Andar do Los Hermanos (leia-se Amarante). Há apenas um mísero e solitário cigarro nesta casa. Quem sabe o meu último. Quem vai saber? Se alguém numa curva me convidar...

Estou mais na vontade de viajar no som que nas palavras. Vontades obedecidas são prazeres da vida. Claro, se as vontades forem nossas. Obedecer à vontade alheia, de outrem, geralmente não costuma ser prazeroso, mas (como os Tons de Cinza estão aí para provar), isso pode ser prazeroso também. Só é bem mais raro prazer dessa forma. Na primeira, o prazer é quase garantido, mesmo que haja arrependimentos depois, no momento em que obedecemos nossas próprias vontades, isso é prazeroso. Talvez haja exceções, mas não consigo pensar em nenhuma. Talvez ter vontade de discordar de uma ditadura. Sei lá.

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1h57. O desconforto que senti no peito passou. Não sei por que veio. Nem para onde foi. Espero que para bem longe. A gente só queria o amor, Deus parece às vezes se esquecer...Ai, não fala isso, por favor...
2h02. Pegar água e fumar o último cigarro... e vou dormir para não sofrer a fissura ainda hoje.
2h20. Que infâmia! Fumar meu último cigarro com água! Sem Coca-Cola ou café. Ozzy, Ozzy...
2h22. Vou acabar o copo de água e dormir.

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Recife, 5 de janeiro de 2013.
Eu enviei para a Veja os 12 enunciados de Algo 0003 por e-mail, com o título de “Previsões”, posto que a chamada de capa da revista desta semana é “Previsões para 2013”. Eles só não imaginam com que previsões vão se deparar lá. Um Deus criador do universo materialista. Não-espiritual. (O espiritual – o que quer que seja isso – pode existir, é irrelevante, não é útil nem inútil ao conteúdo do e-mail.)

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O guardanapo ficou jogado, amassado sobre a mesa. Esquecido, por mais que na hora em que ela recebeu, tenha rido bastante e repartido com os amigos o conteúdo escrito lá. Bem, ela nunca vai saber, mas ela foi a Clementine da noite. O ser mais encantador e hipnótico com quem cruzei. Ela tinha jeito de atriz de cinema, com um charme natural e um rosto marcante e mesmo assim belo – sei lá como o de uma Uma Thurman, que não é a beleza padrão, mas é belo. Trazia os cabelos castanho-avermelhados e lisos amarrados num rabo de cavalo, era alva e vestia um “corpete” verde exército (uma blusa justa com finas alças para suspendê-la e fixá-las nos belos ombros, deixando a parte superior das costas nua, de onde emergia uma interessante. tatuagem) e, depois eu vi, quando se levantou para ir embora, sem levar o guardanapo, que usava um micros short jeans e tinha pernas e andar belíssimos. Se fosse dizer uma atriz que me lembrou seria Julianne Moore aos 20 e poucos anos. Ela tinha gestos perfeitos, nem muito afetados, exagerados, nem muito contidos. Confortáveis e elegantes; femininos, mas decididos. Ela aparentava ter sobrancelhas claras o que aumentava ainda mais o seu exotismo. Ao sairmos vi a Clementine loura, a amiga da morena ex-musa do meu primo-irmão. Continua linda. Mas continuo ficando com a minha Julianne Moore. Como nenhuma acessou ou acessará este post, não faz diferença qual eu prefiro, pois fiquei na dúvida agora. A loura tem um beleza mais clássica, me lembra Amanda Seyfried.

Meu irmão, essa foi incrível! Buscando fotos de Amanda Seyfried e Julianne Moore, achei uma com as duas abraçadas. Elas fizeram juntas um tal de “Chloe” em 2009. Será o destino enviando sinais? Que o meu tão esperado e amado amor se aproxima? Será que o tempo de dar carinho quer se chegar outra vez? Acho que não, só mera coincidência mesmo.



Isto tudo, a visão das garotas, digo, aconteceu no Caricaturado Chicão, onde fomos Prisci, meu-primo irmão e eu para uma noite de bom e generoso bate-papo. De Pipa a antibióticos. Foi bom, gostoso e divertido. Não conta a ninguém, mas eu baixei a discografia do New Order (use torrent não o botão de Download [é vírus]) e vou fazer um set list para ouvir agora. Ouvindo Brotherhood, que eu imagino ser o primeiro, e a primeira música quase não parece New Order. Acho que ainda estavam descobrindo a própria sonoridade ainda são um híbrido do Joy Division. Pelo menos nesta Paradise. A segunda é bem mais New Order, Weirdo. A terceira, All It Is When It Was, tem um saborzinho de Joy Division, principalmente na batida, mas o conjunto inteiro é uma híbrido entre Joy Divison e New Order. O baixo da quarta lembra Joy Division, outro híbrido, no geral. Pegar Coca-Cola e fumar um cigarro.

Tô muito cansado, com muito sono e ainda vou ter que postar isso. Vou acabar por aqui. Bons sonhos universo, continue conspirando a nosso favor. Reviso amanhã 

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