terça-feira, 31 de julho de 2018

PAUSA NO BLOG?


Amanhã tem terapia. Ontem teve a Gatinha aqui. Hoje teve eu na frente desse computador seguindo comunidades de bonecos no Facebook até quase agora. 23h. Em ponto. Minha mãe fica mais feliz quando escrevo no blog de bonecos que aqui. Porque lá tenho muito mais visualizações. Passou-se o final de semana e a portuguesinha não comentou meus posts. Tenho um embrião de post deixado pela Gatinha com vinte perguntas para eu responder, a tão sonhada entrevista que gostaria que alguém fizesse comigo. Que sugeri mais de uma vez à portuguesinha sem sucesso. Acho que a portuguesinha desistiu de ler definitivamente agora. É uma pena, um cordão partido, o balão sobe para além do meu alcance. Mais leve que o ar, visto que inflado de sonhos, toma a infinidade dos céus do nunca mais. E a vida segue. Preciso lembrar sempre que apesar de tudo e antes do fim, a vida segue. E é boa. Por mais que muitas vezes não pareça. Mas isso é cisma comigo mesmo e minha inominável solidão. Com a qual me cubro e me escondo no quarto-ilha. Me escondo de quem é a questão. Se ninguém há. Estou ligeiramente melancólico e as palavras me vêm assim, nesse tom. O blog de bonecos sem dúvida me preenche de forma mais sadia e a recompensa é bem maior.

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20h02. Eu fui à terapia hoje e tratamos muito das minhas contradições. Nossa, como eu sou um ser contraditório. Estou de volta porque postei o meu texto de hoje no maravilhoso mundo dos bonecos. Estou interessado em comprar duas bonecas, mas não sei como. Uma me lembra muito Natalie Portman, que eu amo. Vejam e julguem se é só coisa da minha cabeça.





Estou sem coragem de enfrentar a entrevista que a Gatinha fez. E estou à espera da entrevista de um dos queridinhos do maravilhoso mundo dos bonecos. Não sei se a entrevista dele vai rolar. Acredito que não. A toda-poderosa Sideshow vai vetar. Bem, veremos. Estou com vontade de dar uma cobrada, dar um deadline para ele, para ver se consigo agir antes da Sideshow. Acho ousado da minha parte, afinal o cara trabalha e eu não. Meu trabalho é o meu hobby das palavras, agora cuidando de dois blogs, o que é um duplo prazer.

20h12. Na terapia, quando Ju perguntou o que eu precisava para apreciar coisas diferentes da vida, a única coisa que me veio à cabeça foi uma AT, entretanto confessei que não estava preparado para tal experiência no momento. A verdade, como lhe disse, é que estou muito acomodado com a minha situação, muito confortável nela. Confessei também que deixei de acreditar que conquistarei uma nova namorada na vida, que já havia me desiludido disso. Isso veio puxado pelo caso da portuguesinha e do seu silêncio. Mas é uma coisa até anterior a ela. Confessei que me sinto um frustrado, fracassado, um merda e que estou acostumado a me sentir assim. Ela perguntou a pergunta crucial, o que eu ganho me colocando nessa posição. Tive que pensar e a única conclusão que cheguei é que é uma forma de fugir de qualquer confronto e continuar com a minha existência medíocre no quarto-ilha. Ju vai ganhar muito dinheiro comigo. Hahaha. Vai levar muito tempo para todas essas contradições serem confrontadas e eu me motivar a sair da minha zona de conforto. Nossa, parece tão estranho escrever aqui agora que recomecei a publicar no blog de bonecos.

21h23. Falei também de o meu livro ser considerado impublicável, mas não consegui expor quão frustrante a realidade pode ser e como a minha visão de mundo é discrepante das demais. Ela falou que eu tenho um lado bom, além do lado – nas palavras dela – sombrio. Eu não consigo ver esse lado bom. Há algo de muito errado comigo, é o que posso dizer. Eu me sinto todo errado. Eu vivo o avesso das coisas, do padrão, do esperado de alguém como eu. E, ao mesmo tempo que isso me incomoda tremendamente, me faz sentir tremendamente único, o que é um sentimento bom, mas espinhoso. Queria que a portuguesinha desse sinal de vida. Queria mesmo era uma namorada pela qual fosse apaixonado. Preciso de carinho de uma forma que eu mesmo não sei mensurar. Sou carente e infantil e patético.

0h11. Estava mergulhado no maravilhoso mundo dos bonecos. É um mundo de fantasias, não difere muito do meu, exceto pelas fantasias serem mais reais (para quem tem dinheiro para elas, o que não é o meu caso). Quando volto para cá, me sinto mais sorumbático, isso me incomoda. Talvez seja o momento de deixar de lado um pouco este espaço. Se não me faz bem, se não há mais a portuguesinha, se o outro blog é tão mais excitante e recompensador, por que ficar me denegrindo aqui para vinte, trinta leitores? Parece sem sentido. Eu terminarei este post, entretanto. Mas não agora, não hoje. Amanhã talvez.

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15h50. Acabei de receber uma notícia que muito me agrada a respeito da figura que lembra Natalie Portman e que tanto queria ter na minha coleção. Não vou explicar porque muito demorado e complicado para quem não coleciona, mas definitivamente uma informação que me faz ter ainda mais vontade de ter a figura na minha coleção. Ju, minha psicóloga (para quem não sabe), me incentivou a conquistar mais espaço e estabelecer limites para o controle da minha mãe sobre a minha vida. Isso inclui a liberdade de comprar periodicamente um ou outro boneco, ou seja, usar parte da minha pensão como eu quiser. Ela achou salutar eu ter comprado o ingresso para o show de Caetano, o que causou a ira momentânea da minha mãe, por tê-lo feito sem consulta. De toda sorte tentarei adquirir a Little Mermaid e a Rebel Terminator para a minha coleção. Para a primeira tenho fundos. Para a segunda, a coisa complica. Mas emprestei uma grana a meu amigo e pretendo vender alguns dos bonecos que estão na casa do meu irmão nos EUA para conseguir recursos. Vou inclusive mandar um e-mail para ele para organizarmos isso. Pois é, estou de novo superempolgado com o maravilhoso mundo dos bonecos e sonho com meu quarto preparado para poder expô-los todos. O que não estou com muito saco de fazer é criar posts autobiográficos. Estou desinteressado disso no momento e está sendo um fardo completar as três páginas de Word que me proponho a preencher para criar uma nova postagem do Profeta. Me excita muito mais o maravilhoso mundo dos bonecos no momento. Até porque a portuguesinha me abandonou. E quando venho aqui isso me lembra da completa miséria emocional em que vivo. Ju me perguntou mais de uma vez o que eu poderia fazer para reverter isso, sair da minha autoimposta clausura, ver coisas novas, gente diferente. Minha resposta para todas as vezes que me indagou isso foi a AT, por mais que tenha lhe dito que não estou preparado para isso no momento, como já mencionei aqui o que é redundante e chato como eu. Acho que vou acabar esse post por aqui e postar. E divulgar. Não estou com alma para cá. Ah, meu tio me perguntou do livro! Fiquei superfeliz de ele ter demonstrado esse interesse. Contei-lhe que a incrível revisora achou o material impublicável e que ela tinha conhecimento de causa para emitir tal julgamento. Contei-lhe também que havia enviado o material sem revisão para um concurso da CEPE, o qual não ganharei certamente. Mas não quero pensar no livro, acho que o que farei é comprar um pen drive pregar-lhe um adesivo com a palavra “livro” e deixá-lo na minha gaveta para quando eu morrer alguém que se interesse ler. Ou não. É triste ver tanto esforço, a narração de uma situação tão sui generis, que pouquíssimos experimentam, ser destinada ao completo esquecimento, mas não vejo outra alternativa. Não quero ser repudiado por todos que me cercam e este seria o inevitável resultado da publicação da obra. Quem quer que lesse ficaria chocado com as revelações. Dane-se, vai para um pen drive na minha gaveta como se eu nunca tivesse vivido e sentido aquilo. Como se todo o esforço de escrever paulatinamente e depois digitar paulatinamente não valesse de nada. O custo/benefício em todos os âmbitos, como a incrível revisora deixou claro, não compensa. Estou começando a me desvencilhar do maravilhoso mundo dos bonecos e me focar na minha realidade. Tenho um Chartreuse verde para beber, mas mamãe fica me enrolando e protelando o dia de inaugurar tão precioso líquido que combinei beber com ela. Acho que vou comprar duas Cocas ali na pizzaria quando acabar de escrever isso. Quero deixar claro que eu não presto, eu sou a promessa frustrada, o patinho feio que é deveras pato e deveras feio, não há cisnes no conto da minha vida. Se há, é o meu irmão. Uma dica de escrita não diga o que você vai fazer, narre fazendo ou depois de ter feito. Sugestão do escritor Raimundo Carrero, nas palavras da incrível revisora. Quando estou no maravilhoso mundo dos bonecos não tenho vontade de morrer. Aqui essa vontade se assanha e vem me assombrar. Acho que na minha lápide que não haverá eu colocaria alguém que viveu a vida em vão. E os anos se vão e eu continuo aqui sentado na solidão, como se esperando o inesperado e pensando em brinquedos. Adulto infantil, ser odioso que sou. Pelo menos vou ver Caetano, da terceira fileira. Bem lá do canto, mas terceira fileira mesmo assim. Preciso inclusive ouvir o disco novo para chegar ao show inteirado do repertório. O farei quando voltar das Coca-Colas. Já estou na terceira página, mais da metade dela. Dou meu dever por cumprido. É odioso ser eu e ao mesmo tempo não poderia ser mais salutar, não sei viver de outra forma, desaprendi, me acostumei a ser a barata de Kafka. Vou-me.

17h24. Voltei. Vou levar esporro de mamãe por ter comprado as Cocas. Vi um animal estupendo, uma enorme mariposa, coisa tão rara nessas searas cimentadas da cidade. Era só o que queria dizer. Mariposas maravilhosa merecem as minhas palavras.

2 comentários:

  1. Só porque não comento não quer dizer que não leia! Ai ai ai. É claro que leio. Era para comentar o outro post mas entretanto esqueci-me. Beijinhoo

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    1. Você! Ontem tive um aniversário da família e claro, o maior destaque da minha narrativa da viagem foi você. :P Saí com o aniversariante (meu primo, psicólogo) e ele disse que aqui psicólogos de saúde da família ganham bem, mas que é um trabalho muito difícil, pois lida-se com famílias nas piores condições que o terceiro mundo pode oferecer, bem disfuncionais. Falei de você também para Ju, minha psi, e ela quase não acredita no que fui capaz de fazer por você e do convite para vir tentar o estágio no Brasil, sendo hóspede em minha casa. Lol. Ainda não vi "Sacred Deer" estou muito mergulhado no maravilhoso dos bonecos no momento. Sei que é bobo, mas sinto saudade de você.

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