domingo, 1 de julho de 2018

PORTUGUESINHA II E ROCK IN RIO LISBOA (LEIA RAFICORKS.BLOGSPOT.COM!)



1h01. Só para fazer uma rápida recapitulação do meu dia e expor algumas percepções. Acordei tarde demais e perdi o café da manhã. Não recuperei o celular ainda. Fui ao El Corte Inglés comprar Coca depois fui ao aeroporto com mamãe. Fiquei fumando um cigarro na entrada e marcamos de nos encontrarmos na loja da TAP. Fui à tal loja, esperei quase uma hora e nada de mamãe. Perguntei a três atendentes da TAP se havia outra loja, outro ponto de atendimento da TAP no aeroporto, e todos disseram que não. Pedi ajuda a dois tipos de policiais, um do tipo que carrega metralhadoras, sem efeito. Já estava ficando sem alternativas, quando descobri uma loja para clientes VIPs da TAP, lá finalmente soube que ela tinha passado há bastante tempo e pedi ao cara que me fizesse uma ligação para mamãe, que deu fora de área, e numa última saída pedi que ligasse para o hotel. Ela já estava aqui. Fiquei aliviado e indignado ao mesmo tempo, pois no Aeroporto vendia-se ingressos para o Rock in Rio Lisboa. Voltei de táxi, fui roubado no valor pelo taxista e ele ainda me deu o número de contato se quisesse pedir os seus serviços. Escroto. Vim, falei com mamãe, a consolei, parece que em vez de resolver o problema a sua visita à TAP só fez piorar a situação, com mais voos já comprados cancelados. Uma negação. Não sei nem como é que vai ser isso. Sei que peguei o cartão de mamãe e voltei ao aeroporto para comprar o ingresso e peguei o mesmo táxi de volta. Foi o primeiro que não me sugeriu prostíbulos para eu ir. Curioso isso dos taxistas portugueses sugerirem putas a estrangeiros. Será que acontece a mesma coisa no Brasil? Bom, a última coisa de relevante que vi no aeroporto, foram várias mulheres brancas levando bebês negros, como se tivesse havido um programa de adoção em massa. Achei bem peculiar isso. Sobre as percepções, percebo que estou realmente encantado pela portuguesinha, até sua cara de abusada eu acho uma graça, veja só. Como vão me fazer falta os nossos encontros diários. E hoje nem pude falar com ela porque estava com a minha prima e família na mesa. E amanhã, mais um dia perdido por causa do Rock in Rio. Que pena. Eu trocaria o espetáculo de amanhã por meia-hora de papo com ela fácil. Mas vou mais para comprar a camisa do Rock in Rio para ela que por qualquer coisa (que minha mãe não saiba). Mas acho que vai ser divertido de todo modo. Uma experiência diferente. Acho que encontrei a garota com potencial para ser a mulher da minha vida, só que esbarro em uma nova impossibilidade, a geográfica. E ela nunca vai se encantar por mim de volta. Levarei, entretanto a cabo a ideia da camisa com a rosa, que se torna tanto mais pertinente porque ela faz aniversário um dia depois da minha partida. Descobri que vendem-se rosas malhadas no El Corte Inglés. Tudo conspira a meu favor para a consecução do presente. E só para isso. Vou tomar um bom banho de banheira e me retirar. Amanhã (hoje) é um dia grande, com o show, café da manhã (ou, como chamam aqui, pequeno almoço) bem cedo com a minha mãe e tentativa de reaver o telefone. Vou lá, relaxar e sonhar com a portuguesinha. Ela é um doce sonho. Mas que pode se tornar bem azedo às vezes, eu percebo. Hahaha. 1h36.

2h07. Fumei um cigarro e tomei um banho de banheira, que para mim não é banho, é relaxamento. Poucas coisas me ocuparam a mente, quase como se estivera em estado contemplativo, atento as percepções do corpo somente. Estou bem relaxado. Claro que me passou pela cabeça descer por volta das quatro da tarde, antes de ir ao Rock in Rio, para ver se posso ter um pouco com a portuguesinha, se ela se desse a esse desfrute. Será que imagina o que está à sua espera? Meu deus, o que pensará desses escritos se de fato ler? Que pensará dos presentes? Mamãe já entregou metade do ouro, perguntando a ela o tamanho da sua camisa. Puxa, como queria saber como é sua intimidade, como leva a sua vida, se é que há vida fora dos confins do hotel, onde mora, como é a decoração, o que gosta de escutar, como lava suas roupas, observá-la escovar os dentes e todos os pormenores e “pormaiores” da sua vida. Queria criar um vínculo afetivo com ela, mas é tudo impossível. Eu moro do outro lado do oceano. Somente o Atlântico nos separa. Além do fato de eu carregar um embrião de sentimento e ela nenhum. Bah, ela vai achar tudo isso ridículo, desmesurado, irresponsável talvez. Tudo o que eu sou. Se é para achar o que sou, vai achar ingênuo, infantil, sincero, honesto e cheio de sentimento. Pelo menos lhe garanto boas risadas. Será que algum hóspede já fez algo semelhante por ela? Provavelmente. Encantadora como é. Linda como é. Tudo-de-bom-exceto-o-nome como é. Mas aposto que ninguém nunca lhe dedicou tantas palavras, pois poucos escrevem tanto quanto eu. Mamãe me mandou dormir. Vou lá.

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10h10. As garotas da limpeza vieram fazer a arrumação do quarto.

11h37. A minha amiga do ateliê chinês disse que o frete vai sair por um preço absurdo. Mas aceitei pagar mesmo assim. Pedi para que me enviasse em agosto, pois estarei visitando a minha irmã até 21 de julho.

12h17. Liguei para todas as operadoras de táxi e nenhuma recebeu nenhum celular como o descrito. Meu amigo finalmente localizou o número do celular, mas está inacessível. Talvez a bateria tenha descarregado ou já tenha outro dono. Tentarei ligar novamente a cada hora.

12h23. Voltando ao tema que mais me toma as ideias ultimamente, a portuguesinha, naturalmente. Acho que ela vai achar isso e toda a empreitada, se se der como planejada, de um completo absurdo. Quem dera gostasse de algo. Ou fosse tocada de alguma forma (positiva). É tão bom ter alguém para fazer bem. Tudo bem, tenho a minha mãe, mas como psicólogas sabem, mães são mães. São um bicho completamente outro, de uma natureza relacional totalmente diversa. Amo minha mãe, mas o que me falta é algo diferente de amor materno. E falta há muito tempo. Por falar em tempo, me acho tão distante de quem eu fui quando morava e namorava com a Gatinha, minha ex, que nem sei se me perdi definitivamente daquele. Acho que não, pois o sangue ainda corre quente pelas minhas veias. Não estou morto ou fechado para esse tipo de amor que, talvez por egoísmo, me seja o amor que mais me toca e é precioso. Os outros todos os tenho, por mais que distante esteja dos meus amigos. Minto, sinto que vagarosamente eu faço o movimento de reaproximação e que este ano me encontro mais próximo deles que em anos anteriores. Será que depois da segunda-feira nunca mais verei a minha querida portuguesinha novamente? Minha vida é cheia de becos sem saída, isso é tão frustrante. Ela poderia ser a mulher da minha vida. Falo sério. Alguém que eu sempre admiraria e teria prazer em ter por companhia nesse breve passeio pela existência, até depois de nossas juventudes. Mais juventude dela do que minha, afinal tenho 41 anos neste planeta maravilhosamente exuberante, que abriga criaturas maravilhosamente exuberantes como ela. Nossa, como queria ao menos abraçá-la, mas isso deve ser contra as normas do hotel. Talvez até presentear funcionários seja contra as normas. Danem-se as normas. Vou com o meu projeto até o fim. Quero pelo menos causar uma impressão diferenciada para alguém que me causou uma impressão rara na minha vida. Sei que me repito, mas faz dez anos que não tenho convivência diária com alguém que me desperte afeto, encantamento e toda uma série de adjetivos positivos que já elenquei repetidas vezes aqui. 12h59. Hora de ligar para o celular novamente. Nada. Como a portuguesinha disse ontem, é caso perdido. Minha imaginação, que outra vez se prova fértil, quer crer que o celular caiu debaixo do banco e lá ficou até descarregar. Talvez o motorista o descubra antes de eu partir daqui. Mas essa probabilidade só não é mais baixa do que a portuguesinha se interessar por mim. É, eu deveria esquecer tudo isso, você tem razão, superego, mas como sabe muito bem, muitas vezes sou movido pela paixão e não pela razão. Estou só a escrever sandices para descomprimir o peito. Mas gosto de ter essa coisa em ebulição dentro de mim, melhor que nada ter. Muito melhor. É algo que torna mais bela a alma, mais viva e cheia de cor.

Quem dera a vida me desse uma chance
De tornar possível o impossível
De romper a barreira dos mares
De estar sempre ao seu alcance
Não apenas nas mesas dos bares
Ah, quem me dera amor infinito
Quem me dera construir
Para além do que fito
Para nós dois um ninho
Mas aqui estou eu sozinho
E mais estarei do outro lado do mundo
Sem realizar o desejo
De mergulhar fundo
Nas imensidades do teu ser
Sermos dois e sermos um
Resistindo às intemperanças
Mas não temos tempo algum
De conjugar esse sentir
Que é só meu
Que não deu
E alma se apequena e voa
E quanto mais distante
Mais triste soa
Como o badalo melancólico
Dos sinos de Lisboa.

14h11. Ficou uma porcaria! Hahaha. Não nasci para isso. Nem para as palavras eu nasci, as teço por paixão, não por talento ou dom. Escrevo-as porque me pedem para sair ou porque as deixo entrar no meu texto torto, roto, enlouquecido e terno, quando a ternura se faz. Não sei o que você vai achar de mim. Certamente menos do que o tudo que acho de você. Bela, inteligente, simpática, graciosa, engraçada... ah, lá vou eu me perder em adjetivos que você sabe muito bem que possui. Como eu sei bem que possui os adjetivos braba, convicta, lutadora, despretensiosa, mas com grandes pretensões. Sonha ser grande. Eu já sonhei alto assim e, bem, acho que sigo sonhando, pondo você no meu elenco de sonhos. Estou a desperdiçar palavras. É hábito muito meu e já antigo. O melhor que eu faço é dormir para aguentar melhor esse Rock in Rio que não é no Rio.

16h38. Desci para fumar e não vi a portuguesinha. Talvez seja o seu dia de folga. Vou tomar banho para ir ao Rock in Rio.

23h47. Antes de mais nada, raficorks.blogspot.com é o melhor blog de cinema do universo. Siga, leia, você não se arrependerá. Segunda coisa, quando não se tem nada, “quase nada” é muita coisa. Não sei se estou triste ou feliz, acho que é uma mistura. Mas agora passo a viver do passado. Pelo menos terei o blog dela para acompanhar. Ela, você (acaso você leia esse texto) não me perguntou nada, mas eu digo. Os três melhores filmes que eu já vi, pelo menos que me vêm à cabeça agora são “Quero Ser John Malkovich”, “Matrix” e “Cidadão Kane” (este último não sei se por causa da hype ou porque achei tremendamente moderno para um filme tão antigo). O filme que mais diz sobre mim é “Her”, eu me vi no personagem principal de mais maneiras do que gostaria. Os meus maiores sonhos são encontrar alguém possível para amar e ter o meu livro publicado. Ambos vão ter que esperar. Tenho vergonha do meu português semianalfabeto (no Brasil aboliram-se os hífenes, um dos grandes crimes recentes contra a língua), de não saber usar pontuação adequadamente e ser lido por alguém de Portugal que deve ter um domínio das letras bem superior ao meu. Eu fui ao Rock in Rio. Mas antes de sair descobri – pois intuí perguntar a ela – que a portuguesinha (que passarei a tratar nesse post de você, pois sinto que estou dizendo para ela) não trabalharia nem amanhã nem depois e que, viajando na segunda à tarde, o último dia para vê-la seria hoje. Você é, nesse momento, a coisa mais importante do meu mundo e não poderia, não consegui, desperdiçar a chance única de partilhar minha existência com a sua, mesmo que circulando pelo salão, sei lá, em troca de ver Chemical Brothers e The Killers. Simplesmente não valia à pena, esta seria muito dura, então não resisti e voltei a tempo de comprar a rosa – a camisa já havia comprado no início do show – e partilhar este blog com o que há de mim com você. As “prendas”, como você diz, causaram certa impressão, pois pudemos bater um bom papo, por mais que silêncios constrangedores tenham espocado aqui e ali. Senti que você me tratou como gente, como um conhecido, não como um hóspede, se permitindo gírias e mostrando sua grande porção cinéfila e até um pouquinho nerd. Acho que você seria a mulher da minha vida (acho que já disse isso umas três vezes neste texto! Hahaha), uma das, pois já acreditei nisso três vezes, a diferença é que nas demais eu vivi essa possibilidade até ela se esgotar, ou seja, até receber o pé na bunda. Eu escrevo demais, eu sei. Minha vida é escrever e não tenho trabalho outro a me ocupar o tempo. Sou aposentado por invalidez porque o destino foi muito generoso comigo e bastante solitário. Saio nos finais de semana com os amigos, é verdade, mas isso é fugaz e cada vez mais sem sentido. Por que se esvazia o sentido eu não sei ao certo. Creio que porque as relações nesses momentos são muito superficiais. É sempre para uma balada, o que dificulta interações mais aprofundadas. Já reclamei disso várias vezes aqui, mas sinto falta da intimidade de um casal, forma mais plena de intimidade que já conheci. Faz realmente muito tempo que não usufruo disso. Ou consigo construir isso para mim. Achei a opção de layout do seu blog muito curiosa, não sabia nem que o Blogger permitia tais displays. Confesso que só lerei suas resenhas depois de ver os filmes, pois detesto spoilers de todo e qualquer tipo. Mas dos filmes que não verei, lerei com atenção, aí incluam-se as comédias; eu vejo a graça, mas não consigo achar graça, acho engraçadas as coisas mais bizarras, não, acho esse termo forte demais, diria que tenho um senso de humor sui generis. Poucas pessoas riem do que eu rio, em suma. E sou difícil para rir, é raríssimo gargalhar, mas isso se deve a um trauma de infância, pois toda vez que gargalhava me dava uma forte crise de asma, vai entender. Estou misturando tudo, é porque minha cabeça está a mil. Preciso desabafar e nesses últimos anos as palavras – e a terapia, que faço sem nenhum pudor, pois no Brasil não há celeuma com isso – são o meu recanto para tais rompantes da alma. Acho que facilmente a amaria, acho que acrescentaria uma nova dimensão à minha vida uma paixão por uma pessoa e não apenas por esses caracteres negros na tela eletrônica. Eu entendi que você gostava de terror, mas depois desentendi isso. Mamãe me interrompeu agora, falando que não deveria ter repartido meu blog com você, que nele eu me exponho muito, que você vai ter uma péssima impressão de mim, mas não tenho assuntos outros que não a minha vida e a minha percepção do mundo. É do que mais sei – e sei bem pouco –, é o que me apraz escrever então me digo, e me digo e me digo. Não posso fazer nada se sou uma figura desinteressante, rasa e com um passado nas costas. Mamãe concluiu dizendo, nos breves momentos em que despertou, que eu deveria deixar o passado para trás e seguir em frente. Mas acho que é isso que eu faço. Sei que ela me botou estressado e mais encucado do que já estou com o meu ato, singular em minha vida, e me levou a descer para fumar um cigarro.

1h00. Vou tomar um banho de banheira, relaxar, meditar, assimilar esse muito que você significou em minha vida e acredito que volto a escrever depois disso.

1h38. Esse negócio de banheira relaxa mesmo. Pelo menos o corpo, mas como esse é indissociável à mente, acaba relaxando esta também. Como das outras vezes, tive poucos e fugidios pensamentos, acho que a quentura amolece a memória. Uma coisa que não me esqueci, pois trouxe de antes do banho, é que, se eu fosse você, eu trocaria a sua foto de perfil do blog, você parece muito mais nariguda do que é e o pior com nariz de batata. Talvez os óculos emprestassem ao seu perfil algo de intelectual, o que sempre impressiona as massas. Você, nesses longos anos, foi a paixão platônica que tive mais próxima de mim e por mais tempo. Já repeti isso um sem número de vezes aqui, mas não sei chegar numa menina desconhecida e seduzi-la, sou do tempo do namoro, em que uma convivência prévia era necessária para estreitar os laços, hoje tudo é muito imediato e hedonista, pelo menos no Brasil. Eu sei que sexo é nada mais que um divertimento de adultos a dois (ou mais), mas não consigo ver dessa forma. Ou sentir dessa forma. Eu preciso ter algo no peito para ter algo no pinto. Me sinto extremamente desafortunado por essa visão romantizada das coisas, mas, sem atração, interesse, a carne pela carne apenas, não vale para mim. Não sei porque reparto isso com você. Talvez para que meça o ridículo do seu ex-hóspede. Já escrevi demais por hoje. Está bom. Vou dormir. Amanhã escrevo as minhas percepções do Rock in Rio, reviso e posto.

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18h02. Uma hora para o jogo Portugal e México. Uma hora para escrever. Vim do El Corte Inglés onde já garanti o meu Bleu de Chanel Parfum Pour Homme. Simplesmente divino. Reparti um bolo de chocolate com mamãe inesquecível. A culinária daqui é uma das melhores do mundo, pelo menos das partes do mundo que conheço. Sim, tenho que discorrer sobre o Rock in Rio. O que me chamou mais a atenção foi que vi muitas crianças, famílias, indo, isso difere muito do evento brasileiro. O palco era monstruoso e tinha uma arquitetura moderna e arrojada que deve ficar linda iluminada durante à noite, mas não presenciei essa parte, pois como disse, preferi voltar para ver você, espetáculo da existência muito mais interessante e prazeroso de se apreciar. O som tinha boa qualidade e podia se ouvir de qualquer ponto do parque Bela Vista, tomado por espaços os mais diversos. Várias coisas a fotografar, mas perdi o meu celular, nada pude registrar. Explorei um pouco o seu eu cibernético ontem a partir do seu blog. Confesso que só li a sua descrição biográfica e vi suas fotos, dentre elas a do seu belo namorado. Me lembrou Rick Martin, pelo pouco que se deixou revelar. Realmente, contra gajo assim, não tenho como concorrer. Não sou tão fotogênico. Hahaha. Acabei de ver que você comentou com muita personalidade o meu post anterior. Obrigado pelo afago a alma. Percebe-se que pensou para me oferecer uma resposta criativa e baseada na nossa conversa. Não te esquecerei nunca. Eu espero. E caso resolva desbravar o mundo e passar por Recife, há um porto na minha casa. Minha casa, não, moro com a minha mãe, mas o quarto da minha irmã é destinado a hóspedes. Meu coração está um pouco mais acostumado com o nosso nunca mais. Não de todo, mas a melancolia parece se transmutar em doce saudade. Uma saudade boa que difere das outras saudades de nunca mais que tive. Tudo com você foi diferente. O país, a interação, a ousadia que tive de presentear-lhe, tudo foi único para mim. Me faltam palavras e essas raramente me escapam. Acho que este texto já está demasiado longo e pretendo ver o jogo no bar, embora o salão fique vazio sem a sua presença.

18h46. Me contradizendo completamente, acabei de ler um review seu de “Jurassic World”, um filme que quero ver e, apesar dos spoilers, que detesto (mas como falar de um filme sem mencionar algo dele, não é?) achei o texto muito divertido de ler, muito você. Sua personalidade transparece em cada parágrafo e acho que isso é que torna o texto interessante. Acredito que é preciso uma pessoa interessante por trás das palavras para que essas despertem interesse. Bom, 18h56 já. Vou descer fumar um cigarro e garantir o meu lugar no seu sítio de trabalho. Depois reviso e posto isso. De verdade agora e tentarei ir para um show de Gilberto Gil no Jardim da Torre de Belém. Virei fã do blog. Também, não poderia ser de outra forma. Eu só não entendi se você teve duas mil visualizações de um post só ou na história do blog. Se foi num texto apenas, é uma ótima marca. O máximo que consegui foram pouco mais de cinco mil visualizações num blog dedicado a bonecos de colecionador, um hobby meu que se tornou caro demais, escrito em inglês macarrônico (ou seja, péssimo! Hahaha) quando fiz uma entrevista com um dos ícones dessa indústria.

20h24. Desisti de assistir o jogo, resolvi voltar para cá, tomar um bom banho de banheira ouvindo um som e tomando uma Coca com muito gelo (o que mais, né?). Ademais tomaram o meu lugar quando fui fumar um cigarro e Portugal perdia de 1 a 0. Deixar de besteira e revisar isso. Será que você vai ler? Será que vai continuar a acompanhar o meu blog? Ah, sim, vou acrescentar o seu blog à minha página principal para divulgar (pouco, pois meus posts têm pouquíssimos leitores, mas é o que me cabe e eu aceito, não trocaria a liberdade de dizer por mais visualizações. Sabe o que mais queria de você? Uma entrevista. Pergunte o que que lhe vier à cabeça, podem ser perguntas cabeludas. Vi que você fez entrevistas que lerei. Mas lhe dou total liberdade. Quero me mostrar a você, saciar quaisquer curiosidades que tenha sobre mim. Seria uma interação bastante interessante. Você pode me mandar por e-mail, se não tiver pudores com isso, é claro. Mas já me prometi três vezes revisar isso e postar. Farei isso, pois preciso ir ao show na Torre de Belém. Beijo.

21h20. Vou revisar quando voltar. Já está tarde.

1h07. Vou revisar amanhã. Agora, vou escrever sobre a noite para o novo post. Ah, meu e-mail é mariogbarros27@gmail.com, caso se aventure a mandar a entrevista. Detesto repartir meu e-mail assim, mas como é o único canal de comunicação que tenho e a única maneira que diviso para você me mandar a entrevista, caso entre na brincadeira comigo, o faço.


2 comentários:

  1. Não só estou a utilizar a tshirt que me deste, como achei o post super engraçado e extremamente pessoal. É giro ser o destaque de alguém e especialmente desta forma. Ler algo que foi escrito para mim é muito especial :) Há muitas coisas a comentar mas quero que saibas que a tua mãe está errada: a impressão é das melhores e adoro a forma como tu escreves, é mesmo muito fluída. Anyways, este blog também vai passar a fazer parte da minha leitura diária e desde Sexta que estava à espera de te voltar a ler. Beijoooo.

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  2. Amo receber os seus comentários por serem seus e porque ninguém comenta. Escrevi mais dois posts que você protagoniza, mas como não recebi mais comentários, creio que você desistiu de mim. Compreendo, só estou com um pouco dificuldade de aceitar a realidade, bem dura sem a sua companhia cibernética. :P

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