sábado, 7 de julho de 2018

DIA DE BRASIL

Uma das maravilhas alemãs.



Dois posts e nenhum comentário da portuguesinha. Acho que cansou do nosso pequeno universo particular. É triste, mas como tudo na vida hei de me acostumar com mais essa desilusão. E pensar que voltarei à mesma realidade estéril que vivo em Recife me causa particular desgosto nesse momento. Acabou de acabar a Coca da casa, só há a sem cafeína que minha irmã toma, preciso ir ao Edeka aqui da rua refazer as reservas do negro líquido. Tomara que haja Coca cereja. Estava querendo ir à Marienplatz hoje, mas minha mãe me dissuadiu da ideia. Vi hoje que a portuguesinha fez o review de “Baby Driver” no blog Cinema à Rolha, filme que assisti ontem e comentei brevemente. Obviamente as opiniões dela são bem mais legais que as minhas.

14h56. Voltei do Edeka. Nada de Coca cereja. Voltei com três da zero, dois vinhos para mamãe e um Manner de hazelnut (avelã), uma das delícias alemãs.

15h17. Guardei pratos e fui fumar um cigarro. A farra de cigarros que experimentei em Portugal acabou-se e volto a uma carteira a cada dois dias. E ao Vaporfi. Estou ouvindo “Livro” de Caetano. Estava com saudade do disco, uma obra menor do compositor baiano que aprendi a amar. Gosto em particular das letras, pouco usuais, mais literárias. A minha predileta é “Livros”. A portuguesinha ainda habita as minhas fantasias, mas seu silêncio me desanima. Talvez a leitura diária do meu blog que sugeriu não encontre espaço no seu cotidiano, muito atribulado, ainda mais com uma tese de mestrado a mordiscar os calcanhares. Gostaria de saber inclusive o resultado da empreitada. Tenho muita curiosidade, por mais que saiba que o sucesso seja inevitável. Mas queria que me contasse os pormenores da conquista. Acho que ficarei sem saber. É a vida e segue apesar de qualquer pesar. Nenhum sinal da incrível revisora, espero que consiga enxugar o livro o máximo possível, por mais impublicável que seja neste aqui e agora. Isso me lembra que não mais escrevi no meu projeto paralelo. Acho que preciso revisitá-lo por causa da portuguesinha. Que já me abandona. E ao léu vou me preparando para voltar a ficar. É triste. Ou como dizem em Portugal, é seca. Minha vida é seca como uma passa. Não posso dizer isso do momento atual. Estou em Munique, um privilégio para pouquíssimos brasileiros, na casa da minha amada irmã e família, tendo metrô à porta e... tenho que colocar a “Você é Minha” aqui para a portuguesinha. Vou fazer isso agora.

Você é Minha
(Caetano Veloso)

Desde o tempo em que você andava
Com quem não conhece os seus segredos
Que sem pensar, brinco de repetir...
Você é minha...
Minha... e não desse aí
Mas naquele tempo eu não sabia
Que isso é que dissiparia a treva
Em que o amor lançou meu coração...
Você é minha...
Ninguém se atreva...
Porque nós dois somos um time campeão...
Você comanda,
Eu sigo e protesto
Mas vamos aonde ninguém vai...
Amplo se expanda
Ao alcance de um gesto
Por terra essa tenda não cai...
Você me ensina
E eu finjo que aprendo
Os truques da gana e do amor
Ouve os batuques
mas muito se engana
Quem crê que está lendo ou que advinha
Hoje que você é a rainha
Do meu velho e vasto estranho reino
Faço ecoar nos pontos cardeais...
Você é minha...
Minha... e de ninguém mais...
Eu próprio só aos poucos desfaço...
As redes de enigmas desse laço
Dentro de nós
E a minha voz rediz:
Você é minha...
16h05. Pronto. É bastante pretensioso da minha parte. Mas o que importa quando nada mais importa? Eu pouco me importo se inoportuno. Pouca diferença faz para mim e acredito que menos ainda a ela. Sou apenas um ex-hóspede que sonha ser um pouco mais que isso e que não é. Iludido, achando que as minhas palavras fazem alguma diferença.

16h46. Comi hambúrgueres caseiros e penne ao alho e olho com queijo parmesão ralado na hora. Muito bom. Espero que sobre para a minha fome noturna, mas não creio.

16h55. Acho que estou perdendo tempo escrevendo para a portuguesinha ou talvez seja só ansiedade e imediatismo da minha parte. Mas sejamos realistas, esta empreitada é um grande despropósito não me dera o prazer que dá. A esperança de a portuguesinha ler e quiçá comentar existe e a ausência destes é frustrante.

20h34. Dormi bonito. Arreei no sofá, por cima das almofadas, na mais estranha posição e acordei há pouco, meio doído. Tudo isso, todo esse esforço emocional por alguém que provavelmente nunca mais verei e que aparentemente não está dando a mínima para o que eu escrevo me parece agora despropositado. Se houvesse pelo menos os comentários, mas nem isso. Não mais. Ou não por enquanto, como a minha esperança quer forçar a crer.

22h49. Vamos ver “Pacific Rim: Uprising”.

0h00. Ouvi uma história durante o jantar que me aliviou um pouco a consciência de ser como eu sou. Soube de um membro da família do meu cunhado que era mais problemático, eu acho, do que eu. Talvez por isso ele tenha compreensão e respeite com mais facilidade as minhas, digamos, excentricidades. Pararam de ver o filme pois minha irmã pegou no sono e meu cunhado também estava bastante cansado. Poderia ver “Lady Macbeth” agora, mas sem legendas, num filme que suponho seja ancorado muito em diálogos, talvez em um inglês mais arcaico, não me arrisco. Deixarei para ver em Recife. “A Quiet Place” e “The Killing of a Sacred Deer” me parecem mais apropriados, mas a esta hora tão avançada, não o farei. Pretendo dormir mais cedo pois há dois grandes jogos amanhã. Se bem que não estou com sono nenhum.

-x-x-x-x-

13h39. Nenhum sinal da portuguesinha. Talvez tenha achado por bem esquecer a coisa toda. Não a culpo. Nem poderia. As ilusões são minhas e minhas apenas. E cada vez mais se assemelham a desilusões.

18h27. Perdi a minha primeira aposta no bolão. Nada da portuguesinha hoje também. Ela está no trabalho agora, dificilmente terei notícias dela hoje. Se algum dia. Pode muito bem ter desistido de travar qualquer contato comigo. Talvez o namorado tenha encrespado, muito embora eu ache que ela não seja de engolir tais sapos de um homem. Não adianta elucubrar. Talvez adiante desistir de esperar o inesperado. Estou desapontado com o silêncio dela para dizer o mínimo. Como o meu amigo que agora mora em Portugal disse, “que mané musa!”

18h45. Meu sobrinho está aqui ao meu lado, é um fato diferente e muito gostoso, ver que ele está aclimatado com a minha presença. Estava a mostrar os super-heróis sobre os quais minha irmã mencionou ontem antes de irem dormir. Em especial o batmóvel, que minha irmã disse que voava e um carro voador sobrepujou quaisquer superpoderes que os outros heróis tivessem. Hahaha.

19h13. No Brasil, estamos vendo pelo computador, é carnaval por causa do jogo de logo mais. O país parou, incrível. Sou brasileiro, mas confesso que não sou tão fanático assim. No bolão, coloquei o placar de 4 a 2 para a gente. Veremos. Falo de futebol, mas ela, ou ausência dela, não me sai da cabeça. É melhor me acostumar com a realidade e a realidade, pelo visto, exclui a portuguesinha da minha vida. Sei lá. Vou manter a esperança até o domingo. Se não receber comunicado algum dela... não sei, não sei...

19h53. O jogo está prestes a começar.

22h02. Futebol é mesmo uma caixinha de surpresas... pelo menos resta a certeza que jogamos melhor e dominamos o jogo. Infelizmente não foi o suficiente. Vamos a “Pacific Rim: Uprising”.

23h43. Filme fraquíssimo. Gostei não. Quanto à portuguesinha, vou tentar um último recurso, responder seus comentários nas minhas duas postagens. Mas só farei na segunda-feira. Ou farei agora?  

-x-x-x-x-

15h59. Não fiz, dormi antes. Vou fazer.

18h05. Mandei. Seja o que o acaso-destino quiser. Mas estou desiludido. Vi e li que ela fez o review de mais um filme, um sobre um hotel de bandidos (John Wick, anyone?), logo esteve pelo mundo cibernético e não me mandou notícias. É a vida. E segue, um tanto mais sem graça sem a minha portuguesinha, mas segue. Nada que o tempo não cure. O pior é que tudo aqui fecha às 20h e nada abre no domingo, então Marienplatz só na segunda. Acabou-se a terceira página.

Nunca tinha calhado de olhar para o teto de uma loja na Alemanha. Achei curioso.


3 comentários:

  1. John Wick É TÃO FIXE OMG!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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    1. Segundo Keanu Reeves, o terceiro filme da franquia se chamará John Wick 3: Parabellum, que se refere à famosa frase, "if you want peace, prepare to war". O filme está previsto para chegar aos cinemas americanos (quiçá mundiais) em 17 de maio de 2019. Está mais perto que longe.

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