quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

L.




Tantos pensamentos enquanto fumava, não sei bem quais botar no papel. Não me vejo como pai, pois não quero que porventura meu filho herde de mim esta doença que me fez odiar boa parte da minha vida. Afora isso, acho que daria um bom pai, mas só me arriscaria nesta aventura se a mãe insistisse, mas insistisse muito. E eu tivesse algum provento, obviamente. Apostaria na probabilidade do gene não passar para ele. E se passasse? O que faria a não ser oferecer amor, compreensão e tratamento adequado e torcer para que essa soma resultasse em melhora ou amenização da dor? Nada, não haveria mais nada a fazer. E isso me assusta. Por outro lado, ele poderia herdar os genes da mãe e ser saudável. Esse é um dos fatores pelos quais meu coração pende para o lado de L. e não de M. Ela me parece mais com a mãe que eu sonho para um filho meu. Uma filha. Eu gostaria de uma filha. Maria, como a minha babá. Maria simplesmente. Meu irmão já está no segundo e parece se divertir muito com eles. Amanhã começo a diagramar o livro de vovô, gostaria de ter o texto final, entretanto. Não sei se tenho. Não sei se meu avô sabe onde está no computador dele. Não queria nunca mais diagramar ou fazer nenhuma parceria criativa com meu avô. Queria que minha produção criativa se limitasse ao meu ilimitado blog. Imaginei se L. me chamaria para uma conversa, sabendo do ocorrido na Oficina de Cotidiano. Imaginei o que eu diria. Não consegui pensar em muita coisa. Tenho que parar de pensar nela, não adianta alimentar esse fogo. Não há fogo. Gelo é mais provável. Mas essa conversa muito provavelmente nunca ocorrerá, é mera racionalização da minha parte. Ou seria sonho, desejo? Parar de pensar nela, lembrar disso. Pronto. Mudar de assunto. Antes, fumar um cigarro porque a fome está me consumindo e eu não quero comer mais nada hoje para ver se emagreço algumas gramas daqui para amanhã. Mas que eu queria comer um Sucrilhos, isso eu queria, com leite com Toddy. Acho que acabarei sendo vencido pela fome. Acho que já fui. Vou comer o tal Sucrilhos.

-X-X-X-

Pensando bem, por que não posso pensar em L. se isso me dá prazer? Um platonismo a mais ou a menos não faz diferença para mim. E não tem nada que eu possa efetivamente fazer para parar os pensamentos, eles simplesmente me vêm e eu os saboreio. Se não passarão disso, de pensamentos saborosos, que mal há nisso? Pensamentos saborosos são melhores de pensar que pensamentos amargos. Então, por que me privar disso, desse pequeno deleite que minha alma me dá? É uma fuga da realidade, será isso o errado dessa história? Eu ainda não ouvi um não, provavelmente o ouvirei, na forma da impossibilidade de conciliar nossos papéis de paciente e psicólogo com o de amantes, mas ainda não ouvi. Então deixe, ego dos infernos, me deleitar, solta um pouco do meu id. Publico isso? Por que não? Sou eu. É meu espaço. Vou postar e vou dormir. Amanhã terei de acordar especialmente cedo, devido a algum dos infindáveis médicos de mamãe. Ouvindo Só Se For a Dois com Cássia Eller. Linda, arrebatadora, sincera, escancarada, alma na voz. Me identifico.

Hoje no CAPS, L., R. e cigarros




Página em branco, que espaço libertador. Hoje no CAPS (futuro Espaço Rizoma) houve dois fatos relevantes, um para mim especificamente e outro para o grupo como um todo. O primeiro foi que na Oficina de Cotidiano eu declarei minha “identificação” especial por L. (que ainda não havia lido o blog e, portanto não sabe que foi citada aqui), declaração esta que me deixou bastante envergonhado, mas saiu assim meio sem querer, querendo, como se tivesse escapado do peito e pulado para fora da boca. O outro fato relevante foi o desligamento, esperamos que temporário, de R. do nosso grupo. Foi muito comovente e inesperado, pois, além de ser uma das mais necessitadas a meu ver, era também a alma, a animação da “tenda eletrônica”. O CAPS certamente ficará mais triste e calado sem a sua presença. Não agüentei ficar para as despedidas e lágrimas finais, pois odeio os dois (mentira, adoro chorar, mas me é extremamente raro e difícil fazê-lo [talvez por isso seja algo tão precioso]).

-X-X-X-

Queria que L. começasse a acessar o blog a partir deste post, os três posts anteriores, das ideias esticadas, poderiam causar uma impressão demasiado forte nela, pois estão mais próximos do meu lado profeta do que do meu lado cotidiano. Tenho que admitir que a mais sexy do CAPS nem é L., é, sem dúvida alguma, M. Ela exala sensualidade, com seus lábios de Brigitte Bardot e olhos felinos, além do corpo curvilíneo e apetitoso. Mas algo em L. me cativa, me encanta, me seduz. Uma outra feminilidade, mais branda, mais gentil. Não sei explicar, essas coisas não se explicam, se sentem.

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Jô está preparando café e tenho comigo sete cigarros, alguns herdados de nossa saudosa R. Espero que armado destes dois amigos do escritor consiga retirar algum conteúdo da cartola – ou caixola – que magicamente está vazia no momento. Na verdade não está, ainda trago a sensação de falar para o grupo inteiro sobre L. Aquilo de alguma forma me aliviou tanto quanto me constrangeu. Não sei se as consequências desse ato, se alguma, serão benéficas ou maléficas para o nosso convívio cotidiano. Apostaria na pior opção, pois geralmente é o que acontece comigo e as garotas. Mas deixemos que as cordas do destino se estiquem e se contraiam trazendo consigo os movimentos que lhas aprouver. Espero que o café esteja saindo, estou ansioso por um cigarro. Para falar a verdade esta história de parar de fumar... Jô veio me avisar que o café está pronto.

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17h57. Duas xícaras de café e dois cigarros depois, o dia já foi quase todo sufocado pela noite, restam apenas leves suspiros. Como ia dizendo, esta história de parar de fumar até agora não passa de um grande teatro encenado para a minha mãe assistir. Tenho fumado mais do que digo, especialmente nestes dois últimos dias que foram de especial fartura, graças principalmente a R. e a uma carteira de US comprada com o dinheiro desviado da compra da Coca Cola (Zero!). Menti dizendo que havia comprado apenas quatro Derbys cuja unidade custa 50 centavos. Então, qual é o ponto nisso? Não desagradar minha mãe é um dos pontos, certamente, mas, pela minha saúde, tenho feito muito menos do que devia. E a saúde deveria ser o ponto mais importante. Vamos ver. O final de semana se aproxima e meu estoque não resistirá a uma noite e dois dias inteiros. Ainda mais havendo poucas brechas para fumar, pois minha mãe e meu padrasto estarão em casa full time. Caso consiga passar esse período sem fumar, quem sabe não revigoro minha meta e no CAPS, principalmente num CAPS sem R., eu não fume e assim consiga deixar o cigarro de vez. É pagar para ver. Mas confesso que estou meio descrente de mim mesmo nesse aspecto. 18h07. Todo esse papo sobre cigarro me deu uma vontade danada de fumar, vou tomar mais um café e queimar mais um, quem sabe dois.

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18h19. Foi um cigarro só, como também uma só xícara. Agora vou sossegar meu facho, pois não sei da dureza do dedo de Jô. Ela pode apenas dizer que eu fumei, caso inquirida, ou pode dizer quantos eu fumei a julgar pelas minhas saídas para o hall (como a maioria aqui já sabe, sou proibido de fumar dentro do apartamento). Então é melhor prevenir. O teatro deve prevalecer. Vou revisar e postar logo este texto, na esperança que L. o leia hoje e antes dos anteriores. 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Começo




Esticar as idéias tendo uma página em branco à frente é como ser o Arquiteto de Matrix. Aliás, uma mistura entre o Arquiteto e o Oráculo. Posso por exemplo, “ei, oi, Björk!” E “oi também, Björk! Depois eu troco uma ideia com vocês.” Falo isso enquanto passo pela Björk da época do Sugarcubes e a Björk atual que coversam no jardim fantástico (mais fantástico que qualquer invenção de Tim Burton) no planeta que inventei. A primeira está grávida de mim. Quando o filho dela (nosso) nascer, a Björk de agora terá espontaneamente um filho da idade que o da primeira teria caso o tempo tivesse passado. E aí vendo os erros que nós cometemos através da versão crescida, corrigiríamos no menor. Ou eu poderia deletar os filhos caso me cansasse deles, sem que isso causasse prejuízo emocional às mães, como se eles nem tivessem existido para elas. Eu poderia e posso nessa página ser tudo. Magnânimo e cruel. Bom e mau? Seria justo fazer isso com duas pessoas (mesmo que virtuais): botar e tirar filhos em suas vidas e apagá-los de suas memórias? Seria mais justo se eu apagasse da minha também? Seria justo que eu os salvasse num diretório quando não os quisesse por perto e fazer com que as mães não sentissem falta deles nesse interregno? E se elas me pedissem isso, deveria fazê-lo? Se não sentissem falta não os trariam de volta, provavelmente. Que estranho o caminho que estas ideias seguem... 18h54

Começa no post anterior





Encher de Coca-Cola Zero. Eu poderia fazer um upload na cabeça do meu filho com todo o conhecimento disponível-acessível, já o ensinado da capacidade de criar e copiar tudo, porém sem nunca destruir a criação de ninguém, só a sua própria ou partes dela, da capacidade de fazer backups antes de qualquer alteração para poder retomar a criação depois de alguma decisão errada, ou retomar apenas partes dela (como fiz apagando da minha criação e das memórias das duas Björks os nossos filhos). Interessante é que ele seria uma criação da minha criação criando suas próprias criações. Realmente o papo segue por caminhos estranhos, mas é mais ou menos assim que imagino o paraíso virtual na Terra. Um lugar onde qualquer um pode materializar e compreender tudo o que quiser. Do lado de fora, no mundo real, uma sociedade igualitária e pacífica, superdesenvolvida e gerenciada por esta grande consciência coletiva que é a grande mente cibernética onde todos os homens, podem e devem e vão se conectar freqüentemente, talvez passando a maior parte do seu tempo, da vida, lá no espaço virtual. Cada usuário provavelmente a carregará consigo aonde for, terá como uma camada virtual entre ele e o real sempre que requisitado, uma mistura das duas realidades, que provavelmente ampliará e completará a real com informações úteis ou até a transformando de forma ainda mais radical.

Como disse, o usuário da grande rede (neurocibernética) ou consciente coletivo poderá colecionar criações de outros usuários e implementá-las na dele própria. A única coisa que ele não vai poder é interferir/modificar a criação alheia, a não ser se permitido pelo outro usuário e sendo criada uma cópia automática da criação deste como era antes de tal alteração. Espaço de memória para armazenar tamanha quantidade de dados não será problema e este espaço torna-se cada dia mais barato. 20h52. Assisti um filme cujo enredo inteiro é um trote, um longo e extenso trote. Só é interessante porque a protagonista tem seios lindos, beirando a perfeição (se ela existe em relação a seios, pois nunca vi coisa mais variada, há tantas belezas diferentes quanto há tipos de seios [mas, para ser sincero, os dela entraram no meu top 10, acho até que deve ter sido um fator determinante para a escolha da atriz]). Gostaria de ter uma amada com lindos seios, este é um fator preponderante para mim. Se bem que quando se ama, tudo se torna belo ou mais belo na pessoa amada. Inclusive seios. Pelo menos todas as que amei achei-as todas com seios belos, talvez excetuando uma, cuja beleza dependia da posição (obviamente não revelarei qual delas). Seios são talvez a parte – à parte o rosto e os cabelos – que acho mais belas numa mulher, pena nunca ser possível prevê-los antes de ter a intimidade para vê-los...

Continuação do post anterior





21h35. Tomei algumas xícaras de café enquanto conversava com meu padrasto e minha mãe. Por algum motivo ter esticado as ideias hoje me deixou mais sociável, talvez por terem sido muito pouco esticadas.
Falando um pouco mais sobre o futuro, acho Björk uma mulher à frente do seu tempo (além de linda), gostaria de conversar e casar com ela (e mais algumas, ter meu próprio harém). Acho que rolaria um papo interessante se eu não me deixasse intimidar por sua pessoa e o que ela representa para mim. Gostaria de saber o que ela acharia da minha versão de futuro. Gostaria de saber o que o mundo inteiro acha da minha visão de futuro. Se esse paraíso na Terra onde se pode criar e sentir tudo o que se quer sentir e criar agrada a todos, sendo ele indistingüível do real (se assim o usuário quiser). Estou construindo as frases meio desconectadas, embaralhadas, truncadas, mas é assim que me vêm e é assim que serão e permanecerão. Gostaria de saber se esse paraíso na Terra que levará à otimização de todos os recursos de forma a preservar a biosfera e sua diversidade é válido. Se uma democracia universal de fato onde todos os indivíduos, caso seja do seu interesse possam ser ouvidos do âmbito distrital ao global, onde há igualdade de oportunidades e onde o acúmulo de riqueza não é mais fator determinante da motivação humana (sendo substituído pelos prazeres das criações possibilidades dentro do consciente coletivo, que podem muito bem ser de cunho científico ou literário [o que já experimento aqui, do meu jeito torto ou pouco ortodoxo ou banal mesmo]). Oh, I love your eyes my dear...Botei a trilha que ouvia no albergue de drogados, there’s plenty of Björk in it. 22h09.

Eu gostaria de saber se a seqüência que imagino será a correta: o surgimento do unidoc, seguido pela formação de um governoglobal sediado por uma ONU repaginada, tendo como constituição global a DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos (incluindo clásulas de inserção digital para todos) e, enfim, a singularidade tecnológica que levará, junto com esses outros dois eventos, à origem da consciência coletiva. Ou será que vai ser o contrário, a singularidade tecnológica é que vai botar a humanidade nos eixos?
Quero e vou dar continuidade a minha esticada de ideias. Mas, antes, tomar meus remédios. E ver se a graciosa Clementine grávida passou pelo meu blog e deixou algum comentário.

Fui ver, não havia nenhum comentário. Percebi, então, que minhas configurações de postagem de comentário eram demasiadamente burocráticas e limitadoras. As alterei, obviamente. Na esperança de ouvir dela – e de outros e outras – algumas palavras, sejam elas positivas ou negativas.

22h26. Tomei meus remédios. Ouvindo Geni e o Zepelim, parece que há também uma extensa seqüência de Chico neste set list. Não é muito minha vibe agora, queria algo mais Björk e Los Hermanos e talvez uma pitada de Radiohead e Audioslave e uma boa dose de New Order. Vou fazer uma nova set list. Se bem que, revendo a lista e o que virá vi que serei quase integralmente contemplado em meus desejos auditivos depois de Chico. Bye, Bye Brasil, essa eu gosto muito. Essa fase Chico era a hora de esticar as ideias. Vou ver como anda o mundo.

Continuação do post acima





A lista é quase o meu desejo acrescentado de The Cure (o que é excelente) e privada de New Order (pois ainda não tinha a discografia).

Quais são minhas emoções agora? Uma onda de prazer e uma certa agitação mental, falta-me concentração, ela vem e vai de um canto para o outro com muita facilidade, fora do meu controle, embora esteja conseguindo concatenar este texto. Ouvindo The President, do Drugstore com participação de Thom Yorke. Começou Legião, Um Dia Perfeito. Eu vou partir este texto em dois posts para ver se mais gente lê com menos texto por post.

Dividi em três parte... so far. Eu gosto desta criatividade torta que esticar as ideias me dá. É bom me apoderar desse estado de forma criativa.

Mas parece que não vou muito longe pois o sono está me alcançando. Tem um conto erótico que me excita muito mas que eu acho que não excitaria nenhum de vocês, por isso nem posto o link. Também porque tenho vergonha de uma intimidade tão grande entre mim e você. Você vê, sexo ainda é tabu. Posso até conversar sobre minhas experiências sexuais reais – que são nulas há mais de três anos, eu creio – mas não sobre minhas fantasias sexuais. Basta dizer que são impossíveis de acontecer. Começou Los Hermanos com Quem Sabe – Uh-hu! Acho essa música uma canção pop perfeita. Se me pedissem para colocar uma música para definir Los Hermanos, eu colocaria esta, Sentimental ou O Velho e o Moço. Ou O Vento. Mas deixa de me perder em músicas, vamos voltar nosso foco para o papel, ou seja, para o que há na minha cabeça além da música que entra pelos meus ouvidos e enche metade dela.

A primeira parte deste negócio partido em três vai se chamar Começo. Estou Ouvindo O Vento agora, havia ouvido Sentimental antes e, de todas, a que mostra mais o que é Los Hermanos acho que é O Vento. Se alguém viesse me pedir pra mostrar-lhe uma música que sintetiza o Los Hermanos, que o define, seria O Vento. Isto o faria ter várias surpresas musicais como Dois Barcos, que toca agora e que é bem diferente de O Vento. Sem muito o que dizer, acho que vou comer o resto da farofa com feijão e ir dormir. Tá tarde já. 23h24. Amanhã eu leio e posto.

23h49. Coloquei um último copo de Coca. Vou escrever até ele acabar. Ah, e não vou ouvir som desta vez para não me distrair. E colocar os pijamas.

23h51. Ah, que conforto e que vontade de ouvir música. Vou botar o set list do New Order. É incrível, eu fico completamente absorvido pela música. A Coca está acabando, restarão em breve só os gelos para comer. 23h57. Só gelo. Tirei os headphones, mas, mesmo assim, continuo com a cabeça vazia. Acho que realmente chegou a hora de me retirar.

Eu me enganei de novo




Eu me enganei. A maré mudou de novo. A voz dela é novamente o som mais belo, mais que a voz de Björk, Zizi, Elis, Ella, a mais doce melodia o mais agradável gorjear do mais encantador dos pássaros... ai, ai... 

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Tudo o que sei fazer é isso


Tudo o que sei fazer é isso. É isso o que faço de melhor, é isso que faço com tesão. E isso é tão irrelevante para o mundo quanto é relevante para mim. Estava deitado em minha cama, às 17h21 da tarde, pensando em dormir, mas a fome de palavras foi mais forte e vim dizer isso. Agora vou ver Batman Returns Parte I.

Iurrú!


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Dualidades


Eu enjoei da voz dela. Por desejar demais, por tempo demais, em vão demais. Mas eu sei como são as marés da minha alma, viram. Queria que não virassem desta vez, não quanto a ela. Queria que este castelo desmoronasse de uma vez e não houvesse nem escombros, nem poeira restasse, pois é um castelo construído de escombros já e antes. Mas sei como é minha alma, construtora de castelos fantásticos e fantasiosos. Queria acabar com  isso, pois me corrói muito mais do que me constrói. E mesmo negando tudo isso é a tudo isso que me refiro, foi isso que me trouxe para cá escrever. 22h09. Ouvindo New Order. Será assim, New Order, por um tempo, agora que finalmente tenho a discografia completa.

-X-X-X-

Estou pensando em deixar de fumar amanhã, tentar deixar, digo. Quando coloco o “tentar”, implico o fracasso da empreitada, já me dou uma brecha para recair. Teria que soar na minha alma mais como “vou parar e pronto, ponto final”. Difícil é ver os fumantes do CAPS queimando um atrás do outro. A tentação vai ser quase irresistível. Gostei do “quase” na frase anterior, quer dizer que em algum lugar dentro de mim, há a esperança de resistir. Dualidades, dualidades...

A minha praia é a liberdade de expressão... e a do La Greca

Novo copo para a coleção!


Antes do que eu quero realmente dizer sobre o dia de ontem, vamos começar do começo. Fomos eu e meu primo-irmão, cadeiras e protetor solar para a Praia do La Greca. Lá chegando, achamos que o toldo de filó branco gerava um abafado muito grande e resolvemos sair debaixo dele e nos protegermos do astro-rei na sombra de uma placa na entrada do museu. Fomos acompanhando a sombra enquanto ela se movia junto com o sol até nos aproximarmos da rede que havia sido posta entre duas pequenas palmeiras. Foi mais ou menos quando nossa amiga Prisci chegou e a pessoa que ocupava a rede saiu. Meu primo e ela então passaram a disputá-la aguerridamente, bastando um se levantar para fazer qualquer coisa – ir ao banheiro, comprar chocolate nas Americanas do Plaza – para o outro tomar o posto nesta invenção que meu primo diz ser indígena. O dia foi manso, tranquilo, com pouco frequentadores devido à concorrência do carnaval que já espoca nos quatro cantos da cidade. Fiquei na Coca com muito gelo e revezando entre o meu canudinho e cigarros de verdade. Infelizmente, eu era o único fumante do trio, pois Prisci está sem fumar há uma semana (o cerco se fecha cada vez mais, ai, ai). Bom, chegando onde realmente quero chegar, foi aí que a vi, a Clementine do dia. Quando eu bati o olho, já a achei uma graça, mas quando ela fez um rabo de cavalo, me encantei de vez. Ela era alva com os cabelos lisos castanho-avermelhados, tinha um ajeito delicado e gracioso de se mover e... estava grávida. Quando constatei isso, deduzi o resto: filho, igual a pai, igual a marido ou companheiro, igual a chance zero para mim. E eu que estava feliz por me interessar por uma mulher, não por uma garota (embora ela tenha jeito de garota e um sorriso lindo). Apesar de tudo isso, tomei coragem e fui entregar-lhe o endereço do meu blog e disse que talvez ela aparecesse na próxima postagem. Ela perguntou-me a que se devia tal honra e eu respondi algo como “simplesmente por sua existência”. Confesso que uma pontinha de esperança permaneceu em mim, pois não vi por lá ninguém que me parecesse desempenhar o papel de seu consorte. Mas isso é devaneio, ele deve ter ficado em casa, no trabalho, num bloco, noutro canto qualquer. De qualquer forma, não pude deixar de achá-la totalmente encantadora, mesmo o andar com a coluna curvada para frente para carregar o barrigão emprestava-lhe graça. Meus companheiros obviamente fizeram chacota do cúmulo de platonismo que é se interessar por uma mulher grávida. Eu relevei e a apreciava sempre que ela não estava reparando e nenhuma ninfeta conseguiu desbancá-la dos meus pensamentos, mesmo tendo ido, após a Praia, a um bloco repleto delas no Poço da Panela. Pelo menos aqui, onde posso dizer tudo, ela está eternizada como uma especial Clementine enquanto a Google der suporte ao Blogger.

P.S.: se você realmente leu esta postagem como disse que faria, agradeço por tornar meu dia superiormente agradável e belo. E desejo sinceramente felicidades com o novo rebento.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Blah, blah, blah...

Meu cigarro de canudinho de refrigerante. Caminhei pelo Shopping com ele, 
entrei até na fina Richard’s com o bicho no bico. Foi divertido.




17h52. Não sei se fiz certo, mas estiquei as ideias com alguns amigos do CAPS aqui no prédio. Até sugestão de organizar um churrasco houve. Vou consultar mamãe, após mencionar este fato de tê-los trazido aqui. Depois fui malhar, me neguei a fazer o último exercício – 2 minutos de elíptica – o que me foi substituído por 2 de esteira, feitos numa velocidade nunca antes alcançada por mim: 6.0. Mas não é disso que quero falar, o que quero realmente dizer é que dentro de algumas horas (ou até minutos) meus 15 Dias de Ócio em 50 Páginas estarão concorrendo ao I Prêmio Pernambuco de Literatura (quem quiser tem até o dia 30 deste mês para mandar! Clique no link e veja os detalhes, não tenho medo de concorrência! ;) ). As 4 cópias já estão tiradas e encadernadas aqui atrás e o envelope de identificação devidamente preenchido (em ambos os sentidos). Só falta mamãe chegar para levarmos ao SEDEX do Plaza e enviar tudo. Pelo menos, quatro outros leitores vão, no mínimo, começar a ler a minha obra, o que me deixa muito animado. Ainda mais se for gente do meio literário, algum escritor relativamente conhecido, formadores de opinião em geral. Gostaria muito de ouvir os comentários dele sobre a obra, se é literatura ou não (afinal, para os entendidos, nem tudo que é escrito é literatura), mas infelizmente creio que isso não será possível. De qualquer forma sou eu botando algo para frente. O próximo projeto poderia ser o cordel de Algo (mas antes o livro do meu avô, bichinho... [E bichinho de mim que vou ter que recomeçar do zero sem entender direito as coordenadas que ele me deu!])

18h12. Mamãe chegou! Depois continuo.

-X-X-X-

O correio do Plaza estava fechado, no sentido de extinto e transferido para outro local. Obviamente, não enviei o livro. Mas isto não me estressou ou frustrou muito. Ainda estou zen. Espero resolver na semana que vem logo no começo, pois hoje já é dia 25. Mamãe me cobrou o livro do meu avô quando me dei conta de que hoje era sexta, ou seja, dia de balada com meu primo-irmão, o que me levará “a dormir o sábado todo”, segundo mamãe (no que não está errada, é o que tem havido nas últimas saídas). E domingo não perderei a Praia no La Greca em hipótese quase nenhuma. Nem Sempre Lili Toca Flauta, a história do nome do bloco, segundo eu sei de fontes que desconheço, não me recordo, é de que Lili era uma prostituta que tocava flauta, quando não tocava significava que estava atendendo algum cliente. Nem sei se o nome do bloco é assim mesmo, mas me deu vontade de escrever isso. Me deu vontade porque a cidade já exala e soa carnaval por todos os cantos. O programa de hoje envolve alunos da UNE de todo o Brasil reunidos para um show de Alceu na praia de Olinda. Quem me dera alguma gatinha se interessasse por mim. Espero pelo menos distribuir vários papéis do Profeta. Uma facilitadora do CAPS interessou-se, por si só, em visitar o blog. Pena não ter papéis na hora para entregá-la, mas disse-lhe o nome e que ele era o primeiro resultado mostrado no Google. Pensei ainda em escrever o endereço para ela, mas a ideia acabou escapando-me do pensamento. Fato é que eu tive praticamente uma consulta hoje, pois no meu grupo, só houve eu de participante, então abordamos uma série de assuntos, entre eles a lembrança do meu pai morto, o controle excessivo da minha mãe sobre mim e os ganhos secundários desta situação (o principal é não passar pelo terror de trabalhar novamente), cola, cigarro, dentre outros. Gostei de ser o centro das atenções, algo também debatido durante o encontro. Foi bem legal, gostaria de ter mais grupos solitários como este. É bom ser o centro das atenções. Acho que tenho essa necessidade porque nunca me senti o centro das atenções na vida da minha mãe, o trabalho sempre veio em primeiro lugar na minha percepção, que pode ou não ser distorcida. Hoje eu sei que ocupo um lugar de destaque, mas me sinto como um destaque incômodo, não como uma fonte de satisfação e prazer, ao contrário com eterno foco de preocupações. Gostaria que ela conseguisse mudar esse ponto de vista, mas não tenho essa ascendência sobre ela. Tenho a impressão de que depois e se eu parar de fumar, ela vai arrumar outra coisa com que se preocupar comigo. Principalmente se conseguir a pensão de papai, espero, torço que ela finalmente relaxe o bigode pro meu lado. O tempo dirá. Ainda falta algum tempo para eu parar de fumar, isto ainda não está resolvido na minha cabeça. Estou voltando a escrever como um fluxo contínuo entre ideia e dedos e isso é bom, prazeroso. Pronto, foi só pensar nisso que me bloqueei de novo. Não posso ser tão anti-eu assim. Que mania mais chata de não fazer justamente o que me proponho a fazer!

Pelo menos há dias, momentos em que ganho o jogo e faço o que me proponho. Tenho achado estes dias até mais frequentes. Talvez isso tenha relação com ter uma rotina e com isso um certo exercício de disciplina. Não que eu goste de disciplina, odeio, mas às vezes é útil. Mas é uma coisa que realmente tenho aversão, por isso que não gosto de ser adulto, com toda a disciplina que o papel requer. Por isso e por vários outros motivos. A solidão, aturar a imbecilidade alheia, a submissão a agentes superiores hierarquicamente e suas arbitrariedades, o acúmulo de estresse que invariavelmente se transforma em bloqueio, o desinteresse pelas atividades cotidianas de um adulto, dentre uma miríade de fatores que mistificam e tornam o papel de adulto algo aterrador e insuportável para mim, por ora, pelo menos. É o que me leva a me submeter aos mandos e desmandos da minha mãe. Eu amo minha mãe e sei que ela move mundos por mim, mas ela é muito mandona, ela é viciada em mandar, é incrível. Não fora trágico para mim, seria até engraçado. 20h25. Pegar mais Coca Zero que minha mãe amada comprou para mim, no posto como pedi a ela (em vez do supermercado [que significa filas, outras compras, do tipo “lembrei disso” ou “eita, tá faltando aquilo” ou ainda “a gente bem que podia levar um desses”...]). Ela ainda me deu um cigarro quando cheguei. Por falar nisso, vontade da murrinha de fumar, mas vou ter que segurar. 20h27. À Coca, enfim.

-X-X-X-  

20h50. Aproveitei e pedi à mamãezinha para imprimir novos papéis do Profeta e cortá-los, o que ela fez, aproveitando o interregno para me dar vários comandos. J

Queria que nesta festa da UNE eu achasse uma gata do Rio Grande do Sul, ou qualquer Sul que valha, com aquele sotaque diferente, aquela visão mais cosmopolita, loura de olhos azuis, magrinha (mas não magérrima) que visse em mim um sujeito interessante pelo menos para um papo. Se isso acontecesse, eu gostaria mais ainda de, de alguma forma, seduzi-la e induzi-la a nos beijarmos e ficarmos o resto da noite conversando e trocando carinhos. Vais sonhando, cara-pálida, vais sonhando...

Daqui a pouco meu primo vai me ligar para que nos arrumemos para a festa. 20h58. Ceremony do New Order/Joy Division rolando. Tomara que dê para mandar o livro pelos Correios. Não posso ir lá pela manhã sozinho e com dinheiro é muito perigoso para uma recaída. Dependo de mommy. Espero que dê tempo de conciliar sua sempre lotada agenda com este objetivo meu. Dia 30 é quarta-feira que vem. Queria resolver logo na segunda. Vi na internet que nenhum dos Correios das redondezas funciona aos sábados ou domingos...

Acho que vou acabar este post por aqui, to meio sem assunto, já na instigação de ir para esse babado da UNE, só preciso pensar numa imagem para o post. 

Um entardecer. Queria eu saber tirar fotos para captar ao menos metade do momento.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Acho que não vou pro Lesbian hoje... :(


Antes de tudo a prova cabal de que ele esteve, em carne, osso e bigodes no meu prédio!

16h23. Fiz um set list com as que mais gosto do New Order, deu vinte músicas em 106 minutos. Começa com Mr. Disco. Estou meio intimidado em recomeçar a escrever isto aqui. Faz tempo que não sento eu só com meus pensamentos, sem eventos – saídas – para descrever. Se o mundo fosse meu, ela iria comigo depois da malhação tomar um frozen yogurt na Praça de Casa Forte e conversaríamos e riríamos e ela começaria a se encantar por mim como eu estou encantado por ela. Mas o mundo não é meu, eu não tenho dinheiro para comprar um copo d’água, ela é menor de idade (muito menor do que eu poderia julgar pelo seu corpo) e eu sou um cara na curva dos 40. Então, sonho estraçalhado. Outra que me encanta não pode ser pelos papéis sociais que desempenhamos quando estamos juntos. Muitas vezes me vejo olhando perdidamente para ela. Hoje ela estava com uma trancinha suprbonitinha no cabelo e uma blusa com uma parte semitransparente da parte superior da barriga à parte inferior dos seios. Contra a luz pude ver o belo desenho do seu corpo. Outro desejo impossível. Estou começando a me convencer que a solidão é que vai ser minha companheira inseparável, como tem sido nestes últimos três, quatro anos. Run rolando. Largar o cigarro está sendo mais difícil do que eu pensava, começo a duvidar da minha vontade de realmente abandonar o hábito. Em verdade, eu sei que não quero abandonar, não consigo me enganar quanto a isso. Não fora aquele maldito exame de espirometria, tudo estaria como era. Agora há todo este estado de alerta, esse esmolar cigarro dos outros, fumar escondido, como se estivesse cometendo algo hediondo. Um saco, enfim. Waiting For The Sirens’ Call. Este papo me deu vontade de fumar um cigarro, vou fumar um do meu estoque particular que conta com míseros três cigarros. Depois é canudinho até mamãe chegar e me liberar um. Gostaria tanto de amar e ser amado por uma garota que eu achasse encantadora. Mas estou ficando velho para garotas encantadoras e mulheres mulheres me intimidam. Gosto de ver o desabrochar das ninfas. A mulher já toda rosa aberta não me atrai, deve ter algo a ver com a minha mãe ou o fato de ter me apaixonado muito cedo, a primeira vez foi aos três anos se não me engano. Não sei. Um caso a ser investigado, quem sabe em terapia, quem sabe quando esta houver. Bizarre Love Triangle. Antes, Every Little Counts, uma graça porque ele não segura o riso em alguns trechos da música o que dá um ar ainda mais leve a ela. Sim, disse que iria fumar e vou agora, 16h46.

Como resolver essa equação do meu coração que só se interessa por garotas mais jovens que eu? Acho que é insolúvel, é a minha preferência, é quando ele brilha, canta, me chama a atenção. Uma vez com a pessoa, não me incomodaria de envelhecer ao lado dela, mas já começar com alguém da minha idade me soa quase repulsivo. Há uma mulher no CAPS com exatamente a minha idade e, embora a ache inteligente, não me desperta o mínimo, ínfimo, tesão. Muito pelo contrário, a acho tão velha, tão não-atraente... Não são todas as jovens que me atraem também, lá no CAPS, embora todas as estagiárias tenham mais ou menos a mesma faixa etária, só L. e E. me atraem e meu encantamento maior é por L., talvez por vê-la todos os dias, talvez porque meu coração tenha batido o pé nela. Sei lá. E as outras não deixam de ser bonitas e atraentes, porém o coração é um músculo involuntário. E desse mato – CAPS – não sai o coelho branco que vai me levar pro outro mundo, o do amor recíproco. Tô a fim de ir pro Lesbian Bar hoje, mas meu primo-irmão tá sem tesão para isso. Que droga, pudesse eu ir sozinho... aliás quando será que poderei ir sozinho para os cantos? Parece que essa quarentena de mamãe nunca acaba... ela é mais dona da minha vida que eu mesmo. Eu sei, eu sei, isto tem uma série de ganhos secundários, mas também tem vezes que é um saco. Será que se eu conseguir a pensão com ela virá acoplada mais independência? Sabe de outra? Vou fumar outro cigarro!

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Eu acho que quero ir pro Lesbian só para ver se encontro E. lá de novo e desta vez entrego o papel do blog a ela (o que eu poderia fazer no CAPS e o farei se não acontecer nem Lesbian, nem E. no Lesbian). Mas também queria fugir um pouco da rotina, ver gente, me distrair com a existência humana jovem e descolada do Recife. Queria tanto que meu primo mudasse de ânimo e decidisse ir (e minha mãe aquiescesse [ainda há essa imprevisível variável]). Age Of Consent, adoro, acho maravilhosa. É do Power, Corruption and Lies. Estou tão destreinado em escrever, sinto isso em cada sentença. É como se tivesse perdido um pouco da intimidade com as palavras. Preciso voltar a escrever com mais frequência para readquirir a facilidade com que me vinham. Por falar em palavras, talvez hoje minha mãe me leve para imprimir e inscrever os 15 Dias de Ócio em 50 Páginas no 1º Prêmio Pernambuco de Literatura. Não custa nada sonhar, mas os jurados que lerem vão ter que ter uma mente muito aberta para considerar aquilo literatura. Vamos ver. 18h11.
Entrei no Facebook de novo e confirmei minha presença na Praia do La Greca, domingo que vem. Meu primo está online, vou cutucar ele de novo sobre o Lesbian.

18h30. Não funcionou. Ele acabou revelando que não gosta muito da vibe do lugar. Disse que só iria se nosso amigo perfeitinho fosse de carro, logo as probabilidades são mínimas. Como diminuem também as probabilidades de imprimir e enviar o livro para o concurso hoje devido ao adiantado da hora. Eu vou é ver um filme e provavelmente acabar este post por aqui. Lonesome Tonight rolando. Tudo a ver. É linda também. Acho que é nessa que dá uma escarrada no microfone. Apesar disso é linda.

Atípico. Como há gente diferente no mundo.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

PROFECIAS VII – MUNDO BISSEXUAL





Com a popularização, ou, melhor dizendo, com a aceitação do homossexualismo como forma de relação social válida, é de se esperar que mais pessoas experimentem, mesmo que só a título de curiosidade, ter relações com pessoas do mesmo sexo. Vai ser comum confundirem-se sentimentos e achar que uma grande amizade, entre duas colegiais, por exemplo, possa ser, uma paixão e elas namorarem por algum período, voltando ou não ao heterossexualismo, se tornando bissexuais, homossexuais, quem sabe. Em uma palavra, o mundo será bissexual. Profetizado está.

P.S.: Poderia dizer que o mundo será pansexual, mais isso seria muito ofensivo neste tempo.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Quarto Pedaço no JK e outras coisas



As novidades da noite recifense para mim estão se esgotando. Mas, mesmo assim, cada noite reserva suas surpresas. Encontrei uma estagiária/psicóloga do CAPS logo na entrada da festa, ela foi cordial e isso foi o máximo que ela foi devido aos papéis que exercemos durante a semana. Eu entendo, muito embora me sinta atraído por ela. Dei o papelzinho do blog e estranhei vê-la maquiada. É certo que era uma maquiagem suave, mas não gosto de mulheres maquiadas a priori, por isso prefiro como a vejo nos dias de semana, de rosto praticamente limpo. Gostei, entretanto, de vê-la com as pernas nuas, pois ela nunca vai de saia ou shorts para o CAPS. Mas não quero constranger excessivamente ninguém aqui. Se tivesse um pouco mais de coragem na hora teria dito que em vez da música que leva seu nome, a que sempre me vem à cabeça quando a vejo é Cecília, de Chico.



Outra novidade foi que fiquei, durante a fila de entrada, ao lado ou nas proximidades “da” Clementine, cheguei até a puxar alguns assuntos, mas ela me respondia friamente o que ainda me dói. Paixão platônica de merda que insiste em não me abandonar. Lá dentro, não circulei muito, então não pude ir à procura de novas Clementines, entreguei meus bilhetes principalmente no balcão de bebidas e arredores. Tive uma interação maior com meu outro primo-irmão e sua amada. Minha prima, que veio com meu primo-irmão e eu de buzu, saiu mais ou menos no meio da festa, acompanhada de um amigo do meu primo que encontramos enquanto fazíamos hora lá embaixo para entrar. Parece que o fato de ser gatinho foi superveniente ao fato dele falar mais que ela. Para a minha glória, Bruno, o bróder que tem bigodes de Mario Bros. estava fantasiado, adivinha de quê? De Mario Bros.! Achei o bicho, confesso que me senti em parte honrado e até responsável pela escolha do figurino. Obrigado por me proporcionar isso, Bruno. Por falar nele, você não acreditam onde o achei: na área da piscina do meu prédio. Foi meio surreal, mas ele estava ajudando meu primo DJ do Quarto Pedaço a montar a decoração da festa em questão e eles são bem amigos. “A” Clementine também estava lá embaixo, combinando detalhes da casa de Olinda pelo pouco que ouvi, mas não falou comigo. (Este encontro inesperado ocorreu no dia doencontro inesperado com Saulo, mas havia esquecido de mencionar. Meu primo tirou até uma foto minha com Bruno e ficou de me mandar por e-mail, mas até agora neca.) Foi uma semana incomum, tendo cruzado com Clementine duas vezes. Bastante incomum. Voltando à festa do JK, houve um momento em que bodeei e me sentei para me levantar só para ir para casa. Meu primo-irmão estava muito bem acompanhado do nosso amigo perfeitinho e de nosso amigo pegador, então não me senti culpado de me deixar estar observando o movimento, inclusive das pessoas sem rosto que faziam já a faxina indicando o final da festa. Falo que são sem rosto, porque poucos olham para elas, ou se olham, não prestam a devida atenção, como se não fossem pessoas, mas autômatos programados para realizar aquelas funções. É que eu vi Inteligência Artificial recentemente e o filme me marcou muito mais desta vez. A ponto de me fazer ligar para minha mãe e dizer que a amo. Ouvindo Technique do New Order. Gosto, mas não é o meu predileto, ainda vou ouvir todos de novo para confirmar se o meu predileto é mesmo Power, Corruption and Lies ou não.

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Como estou com vários papeizinhos do Jornal do Profeta impressos e recortados, acho que vou entregar aos psicólogos e estagiários do CAPS. A E., uma das facilitadoras do CAPS com quem comentei que ela apareceu no meu blog, eis o link da aparição. Foi uma aparição rápida, mas o suficiente para que eu a guardasse carinhosamente na memória. 13h21. Fui ajudar minha mãe na cozinha e cá estou. Meu outro primo-irmão comentou que uma das diferenças para o meu blog ter infinitamente menos acessos que o boraver é que o meu é muito ensimesmado. Não deixará de ser, por mais que as profecias e Algo 0003 falem para toda a humanidade (e você deveria lê-las). Se este blog é ensimesmado é porque é disso que necessito e é isso que me move a produzi-lo. Se poucas pessoas lêem é um efeito colateral indesejável, o máximo que posso fazer é pedir para quem estiver lendo curtir a página do Jornal do Profeta no Facebook (http://www.facebook.com/JornaldoProfeta) e compartilhar os posts que acharem interessantes. Mais do que isso, não posso fazer. Aliás, até poderia tentar criar posts menos ensimesmados. O anterior considero bem pouco ensimesmado, por sinal. Mas não quero falar mais disso. Eu acho que não entregarei o bilhetinho do blog para os meus amigos de CAPS. Talvez para R. que me perguntou sobre ele. Realmente não sei. Nem sei se entregue a todos do staff de psicólogos do CAPS... vamos ver o que meu coração dirá amanhã. Vai que acabo sem entregar a ninguém. Mas acho essa possibilidade exígua, a não ser que estique as ideias hoje – o que não pretendo – e isso me nóie, intensificando minha antissociabilidade. Vontade danada de fumar um cigarro, tragar o canudinho para ver se passa. Não estou com muito saco de escrever agora não, depois eu volto. 14h03.

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19h06. Almocei, depois assisti “The Day” (não sei o nome em Português) e A Princesa e o Sapo. Confesso que gostei mais do segundo. Agora estou em dúvida se assisto o remake de Total Recall ou O Corvo. Estou mais para o remake, mas como vou assistir com mamãe, deixarei que ela decida. Estou só na espera de ela fazer algumas transações no computador para assistirmos. Acho que vou fazer pressão lá na sala para mommy se focar apenas nas atividades que ela se propôs a fazer e não acabe jogando Paciência Spider. 19h31. Já revisei o texto, depois do filme posto, talvez haja mais que eu queira escrever.

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20h19. Vou escrever mais nada não, vou postar.

Gosto é como C*, cada tem o seu.


Imagens extraídas do Facebook Body Mod. Divirtam-se. Ou choquem-se com a diversidade das preferências estéticas que há no mundo. Achei interessante.

















quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

3 dias, 1 post



0h56. Recife, 15 de janeiro de 2013.
Recebia às 23h a inesperada visita de um amigo-irmão (afinal nos conhecemos e somos amigos pela maior parte de nossas vidas) que mora longe, no Canadá, eu acho. Ele falou bastante no Canadá, daí subentendi isso. Foi um papo superlegal, mas acho que ambos achamos um ao outro muito diferentes da época do último encontro. Eu pelo menos senti isso nele. Afinal a vida muda as pessoas da mesma forma que o vento desenha as pedras. Um Saulo com menos arestas se me apresentou hoje. Mais seguro, mais sábio, mais convicto de quem é, de saber que é bom sê-lo. Eu estava com as ideia esticadas, só por isso já me afigurei diferente para ele. Devo admitir Saulo, em que houve um momento em que viajei e não saquei seu papo, estava em outra, em outros pensamentos, em outras viagens. Mas isso aconteceu uma vez só, mais no final. Falamos sobre muita coisa de videogames à maconha, à vida no Canadá, sobre problemas na gravidez... ah, tá bom, não vou ser fofoqueiro e detalhista a esse ponto. Houve o CAPS também. 1h09. Está tarde para quem se levanta às 7h45 amanhã. Continuo quando voltar de tudo e espero muito ter entregado o bilhete a ela.

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1h18. Decidi que vou escrever mais um pouquinho antes de dormir, só até chupar e mastigar todos os gelos que tem no copo. Cadê meu canudo? Ah, achei. Fumar um pouquinho ele, já que não tenho coisa outra para fumar. Logo que cheguei em casa e pus Coca Zero no meu copo e dei um gole, me deu vontade de fumar o último cigarro bebendo aquela Coca geladíssima que faltou lá embaixo, na piscina. Só levei o gelo e os copos, Saulo esqueceu a Coca. Normal. A gente findou, de tanto falar, com a goela seca e começamos a chupar o gelo para molhar a goela. O Houaiss tá pedindo o CD-ROM para poder abrir e eu não sei, por ora e escuridão, onde está. A única luz que emana no meu quarto agora vem da página branca com negros caracteres do Word. Onde cada caractere é um pedaço de mim, ou do mundo através dos meus olhos, o que não deixa de ser parte minha, posto que é algo único, as percepções são únicas, pois só eu sou capaz de produzir. As mesmas palavras não vêm da mesma forma e na mesma seqüência das do próximo. A não ser que seja uma cópia. Não vejo graça em cópias, vejo graça nisso aqui. Na palavra solta, corrida, saída quase sem querer de mim, um fluxo, uma torrente que vai se seguindo como rio que corre. Às vezes há pedras no caminho que impedem o fluxo do rio, como um sono monstro que me bateu agora. Boa tarde, Japão. 1h33.

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Recife, 16 de janeiro de 2013.
23h12. Lembrei do meu pai morto, da formiga andando sobre a face imóvel no caixão, certamente vinda com as flores, o colarinho da camisa do paletó suja de sangue. Ele disse que usaria aquele paletó até o enterro quando o comprou. Estava certo. Acabei de ver o filme “A Rede Social” e fiquei triste com a diferença de acessos do meu blog para o Facebook. Eu sei que isso é ridículo, não há comparação, mas queria ter mais público. Tenho pendências dos eternos e inacabáveis livros do meu avô e não estou com a mínima disposição de mexer neles. Há ainda a ideia dele de uma “empresa familiar” a ser deixada como legado às novas gerações. Eu não quero e não vou participar disso. Eu quero minha aposentadoria, para me livrar de uma vez por todas deste trauma do trabalho. Trauma não é uma palavra forte demais, é precisa. Estou divagando meio melancólico me perdoem. A garota do bilhete não apareceu hoje na academia, levarei o bilhete outra vez amanhã. Amanhã, em tese, farei uma ressonância do cérebro para ver se há algum defeito com o bicho. Defeitos há, mas não sei se captáveis por ressonância ou qualquer outro instrumento que não as palavras. Ainda não marquei com a psicóloga. Nem sei se quero agora. Nem sei se quero realmente com ela. Também não sei com quem quereria. Crica novamente? Acho que não. Acho que hoje estou com muitos “acho que não”. Hoje estou mais para não do que para sim. Vou dormir e esperar que amanhã seja mais legal que hoje. Às vezes é. Facebook... a grande ideia dos caras foi como ele foi divulgado, primeiramente para a elite dos jovens do mundo. Finalmente descobri porque ganhou do Orkut. Nunca mais entrei no Orkut, vou tentar entrar para ver como ele é hoje.

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Recife, 17 de janeiro de 2013.
Realmente entrei no Orkut ontem, como Boto de Gatas, mas hoje nem me lembro direito como era. Fiz ressonância magnética com contraste da cabeça hoje à tarde e os sons da máquina, extremamente variados, me pareceram como se o Karftwerk e o Radiohed se juntassem para fazer uma música instrumental muito doida. Foi interessante. Interessante também a ideia do espelho que é o que a gente consegue ver, inclinado para mostrar a parte de fora do aparelho (minhas pernas e a janela dos operadores) e assim diminuir a sensação claustrofóbica de estar dentro do apertado tubo. Não que eu tenha problemas com isso, mas achei a solução engenhosa. Acabei de assistir Alien Ressurection, me pareceu melhor que da primeira vez, talvez porque a qualidade dos blockbusters venha caindo com o tempo, não sei. Até porque Alien3 não me agradou nenhum pouco, achei parado, vazio, por mais que tenha a cena memorável da autópsia da garota. Não pretendo postar mais nada até entregar o bilhete à garota da academia. Fui malhar após o exame e ela não estava lá. Quem sabe amanhã. O bilhete já está no bolso da bermuda que usarei. Não estava na calça com que fui malhar, pois não me passou na cabeça que depois do exame teria disposição para tal, mas ela surgiu não sei de onde. Pretendo amanhã, quando acabar minha série, andar mais 30 minutos de esteira, numa velocidade mais light, para ver se meu lombo desce mais rápido. 0h30. Preciso dormir. Amanhã levantarei cedo para ir à minha psiquiatra (a do manicômio). Agora, neste momento, não sinto mais saudades de lá, como um dia senti, tanto é que fiz por onde retornar. Minha vida está mais completa e mais dinâmica com o CAPS e a malhação e o blog. E as saídas com o meu primo-irmão (que minha mãe vetou temporariamente, pois disse que leu aqui que eu comprei uma carteira de cigarros da outra vez, muito embora eu não me lembre de ter escrito sobre isso... mistério... ou vai ver que minha memória anda fraca mesmo). Mas acho que ela vai “desvetar” com a negociação que pretendo fazer: ela me dá quatro cigarros para a noite toda e eu fico enrolando entre um e outro fumando o canudinho. Por sinal fiz um novo cigarro de canudinho com um canudo que é do diâmetro quase igual ao do cigarro, estou “tragando” ele agora enquanto escrevo isto. É legal fumar canudinho, pois eu posso fumar onde quiser. Fumei canudinho dentro do carro de mamãe, dentro do hospital, na antessala da ressonância, já com a roupa do exame e ninguém pôde reclamar, pois estou apenas respirando por um canudo. É divertido, pois a primeira impressão aos outros é a de que estou transgredindo, que é um cigarro real (principalmente agora com esse novo que é branco com finas listras azuis) e isso me diverte. Eu gosto de ser diferente e gosto de provocar antitabagistas, então o cigarro de canudinho vem bem a calhar comigo. Isso sem mencionar que eu não estou detonando os meus pulmões já bastante detonados, por isso a paranoia de mamãe em relação a carteira de cigarros comprada na última saída e os adesivos de nicotina que venho usando. 0h42. Preciso dormir, mas não sinto um pingo de sono. Ah, eu não tomei os remédios, talvez seja isso. Vou tomá-los e me deitar. Boa noite imensidões, tanto a que me preenche, quanto a que habito. Ah, levarei um cigarro de canudinho para uma amiga do CAPS.

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Ainda dia 17 só que às 20h28 da noite. Não encontrei novamente a menina da malhação – a nova Clementine – e, por isso vou postar este texto mesmo sem ter a entregado o bilhete. Falei com os treinadores da academia sobre o caso e mostrei o bilhete a eles. Eles se divertiram com a história, como era de se supor, talvez pelo ridículo da situação e de seu protagonista. Coloquei Movement do New Order para ouvir. Primeira audição da minha vida. A primeira música nem parece New Order direito, eita agora pegou mais o estilo do New Order, mas o vocal parece imitar o de Ian Curtis do Joy Division (que todo mundo sabe suicidou-se e os restos da banda, mais a namorada do finado formaram o New Order). Talvez seja um dos primeiros discos. Certamente deve ser. A psiquiatra, ao ler o laudo da minha tomografia de tórax, foi bastante enfática e até hiperbólica ao dizer “ou você pára de fumar ou morre”. Mas tudo bem, era tudo o que minha mãe queria ouvir e tudo o que eu não queria. Decidi que não vou pedir mais cigarros às amigas do CAPS, é desagradável fazê-lo, como se as estivesse explorando. E, em verdade, estou. Abusando da boa vontade e da caridade delas. Basta. E eu preciso parar. Um novo remédio vai entrar na jogada com esse fim: Champix ou coisa que valha. Puxa estava com saudade de escrever. Vou continuar a escrever em um novo post, pois este está com 3 páginas de Word o que já é demais. Não gostei muito das duas primeiras músicas do Movement. Talvez com o tempo comece a apreciar, who knows? “The Shadow knows”, né pai?

Pronto, revisar e postar.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Nova Clementine e canudinho



Hoje, na aula de ioga, usamos canudos para aprender um novo tipo de respiração pela boca. A sensação de sugar o ar pelos canudos me pareceu muito semelhante à de tragar um cigarro, então, logo que a aula acabou, fui à secretaria do CAPS, pedi uma tesoura e cortei os canudos do tamanho de cigarros e, por incrível que pareça, isso parece enganar bem a minha mente, quando simulo segurar e tragar e soprar o ar dos canudinhos cortados. E o melhor, posso fumar esse “cigarro” em qualquer lugar, tanto é que estou com o canudinho amarelo entre os dedos neste exato momento, dentro de casa, parando entre uma palavra e outra para dar uma “tragada”. De sugar ar ninguém pode me impedir, então vou me esforçar ao máximo para trocar o cigarro de verdade pelo de mentira e me tornar um fumante de canudinhos. Assim poderei fumar em locais fechados, salas de cinema, dentro de casa, na mesa de jantar se eu quiser. É o cigarro perfeito, pois mantenho o hábito sem os malefícios, ou seja, sem a amaldiçoada e cancerígena e venenosa fumaça. E mais: é um cigarro que nunca acaba! E não custa R$ 5,00! Posso fumar até dentro da academia, se me aprouver.  

Por falar em academia encontrei hoje lá uma nova Clementine, linda e delicada e jovem como uma rosa branca a desabrochar. Vou me informar com os instrutores se ela é maior de idade e, caso seja, a entregarei um bilhete com os seguintes dizeres: Eu faço todos esses exercícios para, quem sabe um dia, me tornar uma pessoa interessante para alguém encantadora como você. E coloco meu nome embaixo. O que vocês acham? Não que isso importe, pois é a mais pura verdade. É exatamente para isso e por isso que me submeto a esses exercícios. Parece-me que o nome dela é Gabriela, não tenho certeza. Mas se for fica ainda mais encantadora. Eu tenho essa coisa com nomes, sabe? Se a garota tiver um nome que não me agrade, eu já perco metade do interesse. Eu sei que é frescura, mas é algo que me acomete, uma dessas sutilezas da alma que as pessoas às vezes carregam sem saber por quê.

Posso dizer que por esses dois acontecimentos – o canudo e a nova Clementine (que desejo desesperadamente reencontrar amanhã! Já com o bilhete, escrito a mão, no bolso) – eu tive um dia bom. Por sinal, a nova Clementine me lembrou “a” Clementine. Que elogio maior poderia eu fazer a ela? Será que finalmente encontrei a nova mulher da minha vida? Que nada. Ela deve ser menor de idade e, caso não seja, vai me achar um ridículo. Estou adorando o Low Life do New Order, me ganhou na primeira audição. E acho que prefiro a versão de Sub-Culture dele que o remix mais famoso do Substance. Acabou-se, vou colocar o disco extra da collector’s edition dele para ouvir agora.

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Fico pensando se no bilhete eu colocasse “se quiser me conhecer melhor, visite jornaldoprofeta.blogspot.com”. Mas acho que ia ser uma queimação de filme total. Não sei. Pois é aqui onde sou mais eu. Por mais que esteja aprendendo a ser mais eu em todos os lugares (acho que é algo que vem com a maturidade e a autoconfiança que venho adquirindo ao longo desses doloridos anos). Não sei, não sei, meu lado impulsivo me diz para colocar o endereço do blog, meu lado racional me diz que fica mais bonitinho e menos ridículo só com o texto inicial. Mas, porra, eu entreguei o endereço do blog para todas as Clementines que pude, por que com ela seria diferente? Talvez porque eu imagino que nos cruzaremos várias vezes ainda? O álbum extra do Low Life até agora é composto de remixes, remixes esses que eu já conhecia senão iguais, muito parecidos. Ela deve ser menor de idade... Uma versão muito doida de State Of The Nation rolando com backing vocals femininos entre o soul e o gospel. Devo admitir que gostei muito mais do Low Life do que do disco extra. Já estou me arrependendo da ideia do bilhete... É isso que dá racionalizar tudo. Será que é fazer papel de palhaço entregar um bilhete? Será que isso faz diferença? Não estou ofendendo ninguém. Pelo contrário, eu imagino. 19h32. Viajando na extended version de Elegia. Mais de 17 minutos de música. Que Ozzy me bateu um baixo-astral agora como se toda a minha vida estivesse errada, sensação nefasta. Um desânimo, um desespero, uma vontade de fumar um cigarro de verdade agora. Vou ver se consigo um com minha mãe... 19h42.

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19h57. Consegui e conversei com a minha mãe sobre este súbito mal-estar da alma e de certa forma ela me consolou um pouco, embora o mal-estar não tenha se dissipado ainda. Eu vou escrever o bilhete e vou entregá-lo, caso ela seja maior de idade. Não sei mais discernir, ela tanto pode ter 15, como 18 ou 20 e poucos anos. Sei que, com certeza, falta muito para chegar aos 30. A morte ronda a nossa família, há dois membros idosos na UTI. Como posso eu, que estou em (quase) plena mocidade, com saúde e relativamente são estar me sentindo mal? É até um acinte com os que realmente estão sofrendo agora.

20h05. O mal-estar da alma está passando. Estou criando coragem para escrever o bilhete. Como minha mãe disse, pequenos passos, um de cada vez. Calma e persistência. Pelo menos agora eu tenho um bom motivo para ir à academia. Um lindo, delicado e doce motivo. Mesmo se ela for menor de idade eu posso ainda observá-la existindo e me encantar apenas com isso.

20h38. Vou escrever o bilhete.

21h09. Escrevi umas seis ou sete vezes, em papéis diferentes, com diferentes canetas, até achar que a letra ficou aceitável e o bilhete “bonitinho” (o fato de só digitar em vez de escrever vem destruindo minha caligrafia). Já o coloquei dobrado no bolso da bermuda que usarei amanhã para não haver chance de esquecer e assim o farei até que ela reapareça na academia. Perguntarei então a um dos instrutores a idade dela e, tendo dezoito ou mais, entrego o bilhete. E peço para que só leia depois da academia! Não posso me esquecer disso!

21h49. Fiquei fumando canudinho e dando voltas na cozinha enquanto pensava na Clementine da academia, na oficina de sonhos que tivemos hoje à tarde (e que foi muito interessante) e no pobre do meu padrasto que está emocionalmente em frangalhos, devido principalmente ao estado de saúde do pai. Ele estava andando com o corpo curvado, como se a cabeça pesasse o dobro, sua voz estava embargada, como se represasse um choro. Ele, na minha opinião, precisa desabafar, falar com minha mãe tudo o que está sentindo e o que lhe passar na cabeça e chorar. Em uma palavra, botar para fora o monte enorme de estresse e dor que está guardando dentro de si. Esta introspecção não vai fazer nada bem e, segurando demais, a coisa pode descambar para uma patologia psíquica real. Será que eu teria coragem de dizer isso para ele amanhã? Eu acho que eu preciso. Eu vejo casos no CAPS de pessoas que se deram muito mal por represarem seus sentimentos. Ouvi um relato ainda hoje disto. Mamãe me deu mais um cigarro. Estou guardando para depois que postar isso. Não sei que imagem colocar para ilustrar este post. Talvez a logomarca da academia? Bem, é o que me ocorre agora, então é o que vai ser. Preciso ir dormir para estar pronto e disposto amanhã de manhã. Será que Samarone leu o meu comentário ou visitou meu blog? Se leu, não deixou comentário. Se não leu, que se há de fazer? Amanhã vou ouvir o Movement do New Order, que nunca escutei, enquanto escrevo novas besteiras aqui. (Assim espero, pelo menos.). Bom dia, Japão.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Samarone e sinal da profecia



Sexta-feira, 11 para sábado, 12 de janeiro de 2103.
Eu acho que vou voltar para o Face. Não, sem antes de dizer novamente, por favor, leiam Algo 0003, ela é a grande profecia do profeta, as outras profecias são mais óbvias.

Hoje estou bem profeta mesmo. Esticando as ideias nessa direção e isso me agrada. The goat começa a aparecer, preciso me reanimar, pois pretendo, além de voltar pro Face, dessa vez no Jornal do Profeta (que é o meu segundo e mais verdadeiro eu. O Face do Jornal do Profeta é uma extensão deste blog, são tentáculos que lanço para atrair mais gente para a ideia de Algo 0003 (pois aquilo é uma ideia única, uma, só que fatiada em doze partes. Como um quebra-cabeças desmontado, é só unir as peças). Estava pensando sobre a idéia do canudinho... se a pressão dos oceanos não bastasse, poderia se acoplar uma enorme ou enormes bombas para ajudar a bombear a água. Aí se calcula se é mais barato e seguro que as bombas sejam fixadas ao solo ou flutuantes, talvez apenas ancoradas ao solo... Estou pensando em parar de fumar mesmo, não essa fuleiragem que ando fazendo de quando sair pra night comprar uma carteira de cigarros e praticamente detoná-la. Parar de vez. Zero amanhã. Se Deus me der forças e se eu “cresse” nesse Deus. Então não foi Deus quem me deu essa missão de profeta porque ele não existe (ainda). Fui eu quem me deu essa visão/função de profeta. O deus que dá o paraíso na Terra aos homens vai aparecer antes, mas o Deus por inteiro, o que merece o “D” maiúsculo, esse demorará mais a aparecer. Mas há uma probabilidade que, de uma forma ou de outra, nem que seja virtual, nós – raça humana (não nós dessa e de várias gerações posteriores, mas o nós do futuro mais distante) – alcancemos o criador de fato, embora nós agora fazemos parte de Deus não formado, mas Deus da mesma forma, pois Deus é a criação e a criatura, a única inteligência capaz de gerar a si mesma. Quem sabe ele não cria outro Deus para lhe fazer companhia. Ou quem sabe já estão lá, no futuro, dois Deuses esperando para se formarem. Como o lado direito e esquerdo do cérebro talvez. Mas sem o conflito da mente humana, em perfeita harmonia. Hoje eu pensei em adicionar o blog estuário a meu minha lista de blogs prediletos e comentar neste blog tal feito e pedindo firmemente que ele visite o meu. Aí posto o endereço do blog também. É isso que tenho que fazer. Que mais? Mudar o plano de fundo do jornal. E debater este post no Facebook. Sentei pertíssimo de Samarone, a ponto de ver que ele carregava vários cadernos de vários tamanhos e parecia bastante entretido com a menina loura sentada à sua mesa (eu ficaria também). Também parecia ébrio em alguma medida. E não fumava. E eu como idiota fumando como uma caipora. Juro que pensei em algo assim. Bem, preciso cumprir o resto do trabalho antes de ir dormir então termino este post aqui. Com dois pecados: um cigarro e um copo de Coca Zero (minha dentista disse para evitar, nestas primeiras 24 horas após o procedimento, cigarro, Coca, café para não adulterar a cor do conserto de cárie que ela fez. Será que terei um dente de duas cores? Acho difícil, porém, fiz minha parte para comprovar o fato (ou a inexistência dele). Gostaria de ter um dente de duas cores. Ia ser Ozzy se quando eu risse a pessoa dissesse “tem um pedaço de milho preso aí no teu dente”. Aí, eu simplesmente responderia “é não, é que este dente tem duas cores”. Que papo besta esse. Vou lar fumar e acabar este post por aqui. Talvez continue no Face. Tô é com vontade de dormir e fazer todo o resto amanhã. É o que vou fazer. Ah, convidar gente para o blog.

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Hoje é domingo, 13 de janeiro de 2013, 1h58. Vou botar New Order para ouvir (na noite da sexta vi um cara com a blusa que era a capa do Substance do New Order, eu não me controlei e fui cumprimentá-lo, dizendo que a camisa dele era massa, do caralho). Na noite anterior a coisa/figura que me salta a mente não estava em minha mesa, mas na ao lado: Samarone. Fiquei me indagando, fissurado por estatística de blogs que sou, se o dele era super acessado por causa do conteúdo ou por ser de Samarone? Nunca li, vou ler para ver qual é. Afinal vou colocá-lo entre um dos meus blogs prediletos (e convidá-lo humildemente para visitar o meu). Será que fazendo isso estarei fazendo uma coisa certa moralmente, pois minha intenção com isso é atrair leitores do dele para o meu. Não me parece errado sugerir a uma pessoa uma outra opção, afinal ninguém vai deixar de ler o de Samarone se o conteúdo for bom e o meu conteúdo anda uma merda, pois ando escrevendo “esticando as idéias’’ (vou criar um marcador com isso. Assim já identificam os que se identificam, que serão a minoria. Vou até colocar os marcadores no formato Clouds para saber quais são os mais acessados if any... e vou botar, enfim, New Order para ouvir... 2h09.

Ouvindo o Get Ready um dos que gosto menos dos que conheço. Depois botei na lista o Low LIfe, que nunca ouvi e, finalmente Waiting For The Sirens Call. A programação do Word é muito bem bolada em pequenos detalhes, sem saco de explicar, mas tem a ver em como ele seleciona os caracteres para trasnformar em Negrito, Itálico, Sublinhado e “Cortado”, vamos chamar atenção (revisando isso, não sei porque escrevi a última oração). Eu tive a impressão de que em Turn My Way  quem começa cantando é o cara do Smashing Pumpkins. E parece que ele faz Backing Vocals. Tenho quase certeza de que é ele, vou procurar o meu CD de Get Ready. Vou nada, vou procurar na internet, vou digitar “Billy Corgan New Order”. É verdade. Bom saber que não estou ficando surdo. Eu mandei o texto de Algo 0003 para a NewScientist. To hit and not to miss I can’t get enough of this. Eu queria estar me sentindo assim. Se eu parasse de fumar quando meu padrasto estivesse aqui. Vou beber Coca-Cola e fumar um cigarro. 2h42.

2h55. Imagine se a Região Sul quisesse se emancipar do Brasil para se tornar parte da nação alemã. Se houvesse um plebiscito lá e a maioria acatasse esta mudança. Seria legalmente possível, do ponto de vista do direito internacional, inclusive? E se, depois de muito debate, o Brasil aceitasse que ali fosse um território germano-brasileiro, ou seja, cada nação ficaria com metade do PIB, a legislação – inclusive constitucional teria de ser elaborada fundindo o que há de melhor na dos dois países e cada país investiria nesta sua parte do mundo compartilhada o que lhe conviesse. Ou o que fosse de direito e interesse de cada nação. E se após isso houvesse uma epidemia nacional e cada região ou estado quisesse fazer parte de uma nação compartilhada? E se o Brasil leiloasse os seus estados para outras nações, estipulando o cumprimento dos patamares mínimos da Constituição brasileira como a meta a ser alcançada, além de maior desenvolvimento da região/estado em questão? Quanto o Brasil restante e principalmente as regiões/estados leiloados não aprenderiam dessas outras nações e melhoraria em si próprios. E se Pernambuco se tornasse uma nação Germanobrasileira? E aí vários alemães viessem para cá e vários brasileiro fossem para lá? Seria legal, ou seria estranho, ou seria natural ou haveria preconceito (mútuo)? “Estender as ideias” dá nisso, é quando deixo minha imaginação solta, fazendo doudas associações. Samarone, por que ele não me sai da cabeça? Ele de alguma forma me cativou. 3h09. Vou fumar meu penúltimo cigarro.

3h17. Se minha mãe acordasse e viesse aqui me pentelhar, eu diria: - Mãe deixa, pelo menos no final de semana, eu viver a vida como eu gosto? The Perfect Kiss, a primeira de Low LIfe, clássica New Order. O baixo do New Order é muito massa.  

Este post já está com 3 páginas, é hora de parar de escrevê-lo, revisá-lo, fazer o que me propus aqui e ir dormir.


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4h32. Frase para Samarone: Prezado Samarone, eu inseri o seu blog entre os que curto/acompanho, se puder, dê uma visitada no meu blog: jornaldoprofeta.blogspot.com . Eu ficaria profundamente agradecido se você fizesse uma crítica a ele num comentário. Para eu saber se estou no caminho certo ou não. Por mais que eu ache que cada um é dono do seu blog, que é o lugar onde se pode fazer o que quiser, do jeito que quiser; é seu recanto na internet onde você expõe as entranhas, as estranhas, as bonitas e as tristes ou qualquer outra coisa que imaginar. Eu me exponho e exponho minhas visões e acho que não mudarei isso.




quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

New Order e sinais



Ouvindo ainda Brotherhood do New Order. Ele vai se tornando mais New Order nas últimas músicas, tanto que tem a e emblemática Bizarre Love Triangle. O pai do meu padrasto está muito doente e ele soube da piora no chá de fraldas do seu neto, filho do seu primogênito. Muito chato.

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O New Order sempre teve discos inconsistentes para mim, com, sei lá, metade das músicas do caralho, geniais, inesquecíveis e metade irrelevantes, como se estivessem lá só pra encher linguiça. Tenho a mesma sensação com este Brotherhood. Every Little Counts que poderia ser contada como uma das enchidas de linguiça é uma gracinha. E ele dando umas risadas quando canta dão um toque ainda mais leve à música, que deve ter dois acordes ou três no máximo.

O disco adicional da Collector’s Edition do Brotherhood começa logo com State Of The Nation e pelo que vi ainda tem True Faith, em duas versões, e 1963, além de Blue Monday ’88 e do remix definitivo de Bizarre Love Triangle. Ou seja, tem mais clássicos do New Order do que o próprio disco de estúdio.

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Hoje é um dia triste, estes têm sido dias tristes. O pai do meu padrasto, que já estava mal, teve uma parada cardíaca de dez minutos. Não queria estar na pele do meu padrasto, sei bem como é. O desespero da impotência. Não fora por isso, tudo estaria bem. Minha mãe concordou em fazer um desmame do cigarro e me dá 4 por dia (nessa semana, três na subsequente e assim por diante), fora os que arrego das meninas do CAPS. Pois é, comecei a frequentar o CAPS e mal não está me fazendo. Acho até que me faz bem. Comecei também a fazer academia na segunda-feira e tem sido melhor que o esperado também. Meu tio e vizinho ficou de falar com um amigo (advogado ou do INSS, não sei ao certo) sobre a minha aposentadoria, mas ainda não deu resposta. O meu sobrinho saiu da UTI neonatal e já está em casa (é a vida, uns vindo e outros partindo... embora não seja um caso perdido o do pai do meu padrasto). Aprendi a baixar filmes em 3D e já estou com uma pequena videoteca de cerca de 15 filmes. Comecei a baixar filmes em 2D que eu gosto em resolução de bluray também. Não tenho tido é muito tempo e disposição para escrever aqui, o que me intriga. Talvez a vida ande tão cheia de outras coisas que me falta tempo para este recôndito da internet.

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Extraído da Veja de 24 de outubro de 2012:

O impacto da banda larga no progresso da humanidade será muito mais revolucionário neste século XXI do que foi o do carvão, do petróleo e da eletricidade nos séculos anteriores. Ela funciona como verdadeira estrada da informação e do conhecimento, levando a cada ser humano a internet e todas as demais formas de comunicação, com enorme impacto sobre a economia, a prosperidade global e até mesmo sobre a promoção e a manutenção da paz mundial. Essas afirmações são de Julius Genachowski, presidente da Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos (FCC), órgão regulador de todas as formas de comunicação eletrônica. [...] Genachowski discorda frontalmente de que os governos devam regular a internet [...]”

Além disso, o presidente da Google foi à Coréia do Norte, um dos países mais fechados do planeta. Os sinais estão aí, não precisa ser profeta para ver. Um dia vocês me darão razão. E talvez este dia esteja mais próximo do que até eu imagino.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Coincidência


Lembrei do meu pai morto agora há pouco – e por consequência agora –; o médico do SAMU mostrando as veias ou artérias azuladas dizendo que ele já estava morto havia algum tempo. Não sei por que esse momento específico resolveu me saltar à memória, talvez para me eximir um pouco da culpa. Talvez por ter tossido enquanto fumava e ter sentido o braço dormente como senti após ter as duas quase convulsões anteriores. Meu pai andava tendo convulsões no final da vida. Estou usando o adesivo de nicotina e fumei bem menos é verdade, mas não o suficiente. Tenho que parar de fato, mesmo desejando não fazê-lo.

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Quinta-feira, 27 de dezembro de 2012.
 Falando de tema mais alegre, a confraternização da turma da faculdade foi ótima, muito embora nem todos tenham sido capazes de se fazerem presentes. Foi praticamente um reencontro da Cana’s Gang com mais três amigas para embelezar e alegrar a mesa. A grande maioria de nós tomou cerveja, alguns – dois, que eu tenha visto – acompanhada de uma caninha. Houve presenças inusitadas como a de Bernardo Brayner e Leo Falcão. A gente se divertiu bastante, mais contando as novidades que rememorando os velhos tempos e rimos bastante também. Depois, Gilvanetty, Leo F e eu fomos dar uma esticada nas ideias na casa de Leo e ouvi-lo tocar Beatles ao violão. Foi aí que minhas entranhas chiaram e botei tudo para fora. Depois Leo meio que desapareceu e fomos para casa. Marquei algo com Paquita, mas não lembro. Bem, bem resumidamente foi isso. A memória me falta para maiores detalhes...

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Domingo, 30 de novembro de 2012.
1h32. Tive uma agradibilíssima noite com minha amiga Prisci no Caricatura do Chicão. Por incrível que pareça, tomei suco de laranja sem açúcar. Ela conseguiu permanecer duas horas na mesma garrafa de cerveja. Debatemos sobre vários assuntos, mas sem dúvida o principal foi sobre a trilogia dos tons (Cinqüenta Tons de Cinza etc.) na qual ela está fissurada. Esse papo levou a outros papos que levaram a outros mais e assim a noite transcorreu alegre e do jeito que eu gosto, em uma mesa de bar, falando da vida com pessoas queridas.

Dei uma esticada nas ideias e cá estou, agora ouvindo Primeiro Andar do Los Hermanos (leia-se Amarante). Há apenas um mísero e solitário cigarro nesta casa. Quem sabe o meu último. Quem vai saber? Se alguém numa curva me convidar...

Estou mais na vontade de viajar no som que nas palavras. Vontades obedecidas são prazeres da vida. Claro, se as vontades forem nossas. Obedecer à vontade alheia, de outrem, geralmente não costuma ser prazeroso, mas (como os Tons de Cinza estão aí para provar), isso pode ser prazeroso também. Só é bem mais raro prazer dessa forma. Na primeira, o prazer é quase garantido, mesmo que haja arrependimentos depois, no momento em que obedecemos nossas próprias vontades, isso é prazeroso. Talvez haja exceções, mas não consigo pensar em nenhuma. Talvez ter vontade de discordar de uma ditadura. Sei lá.

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1h57. O desconforto que senti no peito passou. Não sei por que veio. Nem para onde foi. Espero que para bem longe. A gente só queria o amor, Deus parece às vezes se esquecer...Ai, não fala isso, por favor...
2h02. Pegar água e fumar o último cigarro... e vou dormir para não sofrer a fissura ainda hoje.
2h20. Que infâmia! Fumar meu último cigarro com água! Sem Coca-Cola ou café. Ozzy, Ozzy...
2h22. Vou acabar o copo de água e dormir.

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Recife, 5 de janeiro de 2013.
Eu enviei para a Veja os 12 enunciados de Algo 0003 por e-mail, com o título de “Previsões”, posto que a chamada de capa da revista desta semana é “Previsões para 2013”. Eles só não imaginam com que previsões vão se deparar lá. Um Deus criador do universo materialista. Não-espiritual. (O espiritual – o que quer que seja isso – pode existir, é irrelevante, não é útil nem inútil ao conteúdo do e-mail.)

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O guardanapo ficou jogado, amassado sobre a mesa. Esquecido, por mais que na hora em que ela recebeu, tenha rido bastante e repartido com os amigos o conteúdo escrito lá. Bem, ela nunca vai saber, mas ela foi a Clementine da noite. O ser mais encantador e hipnótico com quem cruzei. Ela tinha jeito de atriz de cinema, com um charme natural e um rosto marcante e mesmo assim belo – sei lá como o de uma Uma Thurman, que não é a beleza padrão, mas é belo. Trazia os cabelos castanho-avermelhados e lisos amarrados num rabo de cavalo, era alva e vestia um “corpete” verde exército (uma blusa justa com finas alças para suspendê-la e fixá-las nos belos ombros, deixando a parte superior das costas nua, de onde emergia uma interessante. tatuagem) e, depois eu vi, quando se levantou para ir embora, sem levar o guardanapo, que usava um micros short jeans e tinha pernas e andar belíssimos. Se fosse dizer uma atriz que me lembrou seria Julianne Moore aos 20 e poucos anos. Ela tinha gestos perfeitos, nem muito afetados, exagerados, nem muito contidos. Confortáveis e elegantes; femininos, mas decididos. Ela aparentava ter sobrancelhas claras o que aumentava ainda mais o seu exotismo. Ao sairmos vi a Clementine loura, a amiga da morena ex-musa do meu primo-irmão. Continua linda. Mas continuo ficando com a minha Julianne Moore. Como nenhuma acessou ou acessará este post, não faz diferença qual eu prefiro, pois fiquei na dúvida agora. A loura tem um beleza mais clássica, me lembra Amanda Seyfried.

Meu irmão, essa foi incrível! Buscando fotos de Amanda Seyfried e Julianne Moore, achei uma com as duas abraçadas. Elas fizeram juntas um tal de “Chloe” em 2009. Será o destino enviando sinais? Que o meu tão esperado e amado amor se aproxima? Será que o tempo de dar carinho quer se chegar outra vez? Acho que não, só mera coincidência mesmo.



Isto tudo, a visão das garotas, digo, aconteceu no Caricaturado Chicão, onde fomos Prisci, meu-primo irmão e eu para uma noite de bom e generoso bate-papo. De Pipa a antibióticos. Foi bom, gostoso e divertido. Não conta a ninguém, mas eu baixei a discografia do New Order (use torrent não o botão de Download [é vírus]) e vou fazer um set list para ouvir agora. Ouvindo Brotherhood, que eu imagino ser o primeiro, e a primeira música quase não parece New Order. Acho que ainda estavam descobrindo a própria sonoridade ainda são um híbrido do Joy Division. Pelo menos nesta Paradise. A segunda é bem mais New Order, Weirdo. A terceira, All It Is When It Was, tem um saborzinho de Joy Division, principalmente na batida, mas o conjunto inteiro é uma híbrido entre Joy Divison e New Order. O baixo da quarta lembra Joy Division, outro híbrido, no geral. Pegar Coca-Cola e fumar um cigarro.

Tô muito cansado, com muito sono e ainda vou ter que postar isso. Vou acabar por aqui. Bons sonhos universo, continue conspirando a nosso favor. Reviso amanhã