sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

BLANKA, BLANKA, BLANKA, BONECOS E PERMANÊNCIA


Página em branco, mente idem. Cigarro e café. Preciso.

13h46. Blanka me mandou mensagens dizendo que iria fazer prova, espero nova comunicação hoje à tarde.

14h13. O mundo conspira para que eu escreva, mas não sei que palavras colocar no papel. Estou com medo de não conseguir fazer sexo (ainda, espero) com Blanka quando do nosso próximo encontro. Sexo tornou-se uma coisa problemática para mim. Amo as preliminares, me acovardo da penetração, acho que seja trauma do desempenho pífio na minha primeira e única ficada. Aliás, na minha segunda ficada com a mesma pessoa. Segunda e última devido exatamente ao meu desempenho ou falta de desempenho. Não sei como superar esse medo de fracasso e me entregar sem neuroses ao ato com Blanka. Ela me atrai, ela me desperta afeto, ela tem tudo para que funcione. Ou quase tudo. Eu não sinto a chama do tesão ardendo por ela como sinto pela alagoana. A alagoana realmente mexe com os meus hormônios, é algo animal, que me dá uma excitação que quase não reconheço como minha embora seja deveras minha. Mas não sei se a alagoana vai topar a nossa semana de curtição e Blanka foi a pessoa que meu peito escolheu para cultivar afeto. Quase tenho vontade de não ter o encontro antes do Natal com medo de fracassar sexualmente. Mas não vou correr, é o que quero para a minha vida, é onde invisto todas as minhas energias, preciso resolver isso. Preciso encarar, sem medo de ser feliz. Se o fracasso vier, virá. Pode não vir também, posso ficar excitado. Vou comprar um Viagra. Só por garantia. Juro. Pelo menos é uma muleta psicológica. Vou fazer um exame para estudar o meu sono, engraçado é que ele possui um questionário sobre os meus hábitos durante o sono. Como poderei eu responder tal questionário se não sei o que faço quando estou dormindo? Um dos questionários mais sem lógica que eu já vi. Mamãe que respondeu, pois tem mais propriedade para tratar do assunto do que eu. Vou fumar e repor o café. Acho que é a última ou penúltima xícara.

14h41. Volto com a cabeça repleta de Blanka. Uma mistura de sentimentos bons e ruins que advém, creio eu, da mudança que ela representa. Acabou de me mandar mensagem, disse que a mãe não sai hoje, que fala comigo à noite e, mais importante, inusitado e inesperado, disse que estava com saudade de falar comigo. Não consigo crer, mas não posso me desmerecer tanto a ponto de desacreditar de um gesto de carinho dedicado a mim. Talvez seja sincero, talvez seja a colheita chegando ou já aqui, quem há de saber? O negócio é seguir em frente. Talvez ter mencionado a volta da alagoana tenha a deixado insegura, lhe dado um leve medo de me perder. O que já seria uma grande proeza da minha parte, causar-lhe esse tipo de receio. Há quanto tempo uma garota por quem esteja romanticamente interessado não diz que está com saudade de mim? Nem lembro. Afinal, quando estava com a Gatinha, não havia tempo para grandes saudades. E quando houve, eu recaí na cola, aproveitando sua ausência. O que apagou qualquer traço de saudade em decepção, frustração e raiva, porque a Gatinha era e é esquentada.




15h40. Quase escrevo em inglês agora! Hahaha. Estava perdido no maravilhoso mundo dos bonecos. A palavra saudade ainda ecoa em mim. Sou muito carente, admito, e coisas assim me tocam por mais que as aceite com certa desconfiança. Ou não as aceite e mesmo assim não deixem de me impactar. Vamos ver como falará comigo à noite. E tenho ainda a tarde inteira para esperar. Acho que vou navegar no mundo dos bonecos, bem que eu poderia receber o e-mail de que o crânio-coração chegou ao Brasil. Mas encantado mesmo eu estou com a peça que, com a ajuda de Daisy da YetiArt eu adquirirei. Queria abrir a página para namorá-la um pouco, mas tenho medo de enjoar. Adoro, é um passatempo, namorar as imagens das figuras que tenho, mas que estão em pre-order ou na casa do meu irmão. Falando ainda em bonecos, antes de partir de fato para esse universo, estou com certa ansiedade em relação ao truque da MoAF funcionar ou não. Se não funcionar, vou pleitear pelo menos metade do desconto ou um reembolso integral do valor gasto. Comprei o Superman e torrei todo o meu dinheiro do PayPal por causa do desconto. Não consegui resistir aos 30% off oferecido pelo site que usei em uma peça que não estava na promoção, mas que, por um defeito do site consegui, incluir o desconto. Fiz isso com duas peças. Numa obtive 25%, o Batman branco, na outra, como mencionado, o Superman, 30%. Agora me lembrei, aproveitei o desconto uma terceira vez em duas peças proibidas também, obtendo 25% de desconto, mas acho que essas passarão despercebidas. Ao todo economizei mais de 500 dólares que, caso tenha que pagar, serão um golpe duríssimo. Economizei é forma de dizer, pois acabei foi gastando todo o meu dinheiro do PayPal nessas promoções. Vou pegar Coca e ir para o maravilhoso mundo dos bonecos, fazer hora para falar com Blanka.

17h53. O maravilhoso mundo dos bonecos está um pouco silencioso agora, resolvi voltar para cá, acho que fui rude com Blanka em meus comentários, duvidando da sinceridade da sua saudade de falar comigo.

23h38. Pelo visto meus comentários não foram tão infundados assim. Até agora nada de Blanka. Eu me sinto o perfeito palhaço. Como pode? Como pôde? A vontade de botar um fim nisso me vem até a garganta. Para mim já é escrotice.

1h13. Foi eu postar um desaforo para ela e ela me responder, não sei se foi coincidência, só sei que tivemos uma pequena discussão, mas tudo acabou em paz. Discussões fazem parte, é como um se afina ao outro, como disse a ela no post que deixei para ela ler amanhã. Não sei se aguento muito mais tempo acordado. Foi uma delícia passar a tarde no maravilhoso mundo dos bonecos. Vou voltar para lá. Estou sem o que dizer aqui, a não ser que há colecionadores muito mais descontrolados que eu e que poucos acreditam que eu tenha abandonado o hobby mesmo, que estou satisfeito com a minha coleção. A única peça que desejo eu jamais poderei ter que é Batman Sanity da XM. É completamente inviável pelo preço e logística. Troquei o Azure Dragon pela pintura de um custom kit feita pela YetiArt, achei mais válido. Faltam ainda duas figuras minhas a serem pintadas lá. Mas ficarão para o final do ano que vem, quiçá 2020, visto que ela tem muitos trabalhos a fazer, a lista de espera é grande. Blanka me veio à mente de assalto, suas palavras duras calaram profundamente em mim, me senti egoísta e insensível. Embora ache que se não tivesse me manifestado ela não teria respondido, não sei. Pode ter sido a mais pura coincidência. Coincidências acontecem. Vou para o mundo dos bonecos.

-x-x-x-x-

14h50. Acordei há algum tempo e há algum tempo estou conversando com Blanka. Ela não ficou com raiva do meu piti ontem e talvez até entendesse o meu ponto de vista se lesse este texto, mas não vou forçá-la a isso. Entretanto tentarei causar a tentação para que o faça. Se ela voltar a me responder. Pedi uma pausa para o café e cigarro.

15h04. Ela parou de se comunicar, talvez o médico tenha chegado lá ou qualquer outra coisa. Vou aproveitar para mais café e cigarro. Fiz a propaganda do blog, by the way.

15h43. Blanka parou de se comunicar comigo. Mandei mensagem para o meu amigo cineasta para combinarmos a nossa ida ao lançamento do livro do nosso amigo. Até agora ficou firmado de 18h45 na Rua da Amizade (nome sugestivo para tal encontro) e de lá irmos andando para o local do evento. Preciso cortar as unhas da mão. Estou com preguiça agora, quando a fantástica faxineira acabar de arrumar o meu quarto eu corto, até porque o cortador está lá.

16h35. Cortei as unhas, nada de Blanka e denunciei a presença de uma baratinha à fantástica faxineira. É o máximo que consigo fazer: denunciar; não tenho coragem de eu mesmo lhe roubar da existência, por mais que o resultado seja o mesmo. Coisa idiota. O livro do meu amigo chama-se Permanência e segundo ele trata da “impermanência”, confesso que não entendi direito, mas quiçá, se tiver coragem de ler a obra, eu compreenda do que se trata. Há um clipe rolando no Instagram com uma mulher de vermelho, solitária, em diversas situações, com trilha assinada pelo meu primo urbano, eu suponho. O livro está tendo um pomposo lançamento via Instagram, pelo menos. Não sei no Facebook, pois estou ultimamente conectado na minha conta do maravilhoso mundo dos bonecos. Sei que o meu amigo escritor fez o seu melhor e é tudo de uma fineza e bom gosto que me causam inveja. Livro de capa dura, preço bastante acessível, trinta reais, me desperta até a vontade que o meu tio me venha com a boa notícia da publicação do meu. Não virá. Fui vítima de promessas vazias, estou começando a me acostumar com elas, mas não desacredito da humanidade por causa disso, cada um oferece o que é capaz de oferecer e toma tudo o que pode tomar, é da natureza humana e, novamente, não desacredito dela, acredito que estamos progredindo, respeitando mais uns aos outros e à nossa mãe natureza. Há os brutalizados por força das circunstâncias, talvez haja aqueles que nasçam com o gênio ruim, aliás, tenho certeza que esses há, visto que sou um deles e reprimo o que posso para me aceitar como pessoa. Várias vezes, entretanto, meu lado ruim me escapa e sai para o mundo, mas me confesso cada vez menos dado a tais arroubos, a alma serena com a maturidade, que a mim chega parcialmente, em uns aspectos e não em outros, mas como um todo, assumo que amadureci e é boa tal assunção, pensei que nunca a alcançaria. O tempo corre...

17h03. Me perdi das minhas ideias lendo as novas mensagens de Blanka, a mãe teve alta e vai ter que entrar deitada em casa. Escrevi uma declaração para ela que, infelizmente, não posso publicar aqui. Minha mãe acha que ela é uma oportunista a me fazer de trouxa, eu prefiro acreditar que ainda há humanidade em seu coração. Não sei, me imaginar com ela me traz ansiedade e medo. Principalmente insegurança sexual. Acredito que a situação com a ficante de anos atrás somada à minha baixa auto-estima tenham resultado nisso. Blanka sexualmente me agrada, mas sinto como se não fosse capaz de ter uma ereção com ela. Até porque não é a penetração o que quero no momento, quero usufruir do seu corpo de todas as formas, menos dessa. É tão estranho e incomum e não estou sabendo lidar com isso. Acho que o jeito é aceitar essa incapacidade momentânea, pedir-lhe paciência até que me sinta sexualmente seguro com ela para que a coisa aconteça. Não adianta me forçar a algo que meu ego não está preparado para oferecer. Os fracassos com a minha ficante me assombram terrivelmente. Sempre fui sexualmente inseguro, aliás, desde a minha terceira namorada. O bloqueio começou nessa época. Fato é que penetração não me interessa muito, me interessa muito pouco em verdade. E vou deixar esse papo para lá porque preciso me aprontar para o lançamento de Permanência. 17h33. Tomar uma Coca com cigarro e me aprontar.

1h55. Acabei de mandar para Blanka:
01:55 - E ligar a minha vida à sua. Isso é tão precioso, pena que poucos veem sua beleza, a beleza de tal acontecimento. Só eu posso mensurar o que eu passei e o que eu desejo, só eu preciso relevar o que eu preciso relevar. Muitos achariam muito. Ser sempre o segundo, Dande sempre em primeiro? Não me importa e não me interessa. Estamos aqui tentando ser felizes. Se a sua felicidade é ter Dande como a pessoa que atravessa a couraça sem restrição, que é sua pessoa mais importante, que seja. A minha felicidade está em ser o segundo, ou de oferecer uma experiência nova, boa e válida para nós, que tenhamos prazer um com a companhia do outro, se pudermos fazer o outro um pouco mais feliz e experiente, porque a troca de experiências vai ser rica para ambos os lados, que a mudança venha, enfrentarei qualquer preconceito. Porque não são meus e não me atingem. Sou maior que eles. Desculpe me perdi escrevendo. Vou postar isso no blog, mudando os devidos nomes.

1h57 – Agora eu vou fumar um cigarro e talvez comer alguma coisa. Esqueci de dizer que estar com ela é melhor que meu dia enfurnado num quarto a escrever. Ou tão bom quanto, bom de formas completamente diferentes. Vou lá fumar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário