Me peguei pensando nela. Acho que não deu em nada, não tem
nenhuma notificação para mim no Facebook. Acho que só fiz me passar pelo
constrangimento mesmo. Que ozzy. Com que cara vou encontrar com essa garota
agora? Se encontrar. Ainda bem que há essa remota possibilidade de não mais
acontecer. Remota, pois vou continuar a sair com o meu primo-irmão que é amigo
dela, logo, novo encontro é sempre possível. Pode ser que não tenha olhado o
Facebook hoje, acho uma possibilidade plausível, mas menos do que a de ela ter
acessado e ter me cortado. Será que ela ao menos leu ou lerá o post? O que terá
achado? Uma elegia, um insulto, uma ousadia? Terá gostado ou repudiado?
Gostaria muito de saber. Mas se leu e não me adicionou como amigo é porque não
se impressionou positivamente com o que estava escrito. Enquanto ficar com Word
aberto vou ficar escrevendo, tenho que fechar esse negócio. 2h01.
-x-x-x-x-
Hoje, acordei chateado. Meu padrasto fez novo ataque ao meu
Vaporfi. E a garota do Facebook não me adicionou. Agora pouco se me dá, me
sinto um pouco constrangido por ambos os eventos de formas diferentes. Em
relação ao Vaporfi, me sinto constrangido no sentido de reprimido e, no da
garota, de envergonhado mesmo. O pouco se me dá também se aplica a ambos de
forma distinta, sobre o Vaporfi, não vou parar de fumar no meu quarto, passei
meses fumando e nunca nenhuma reclamação ou alergia foi alegada, cadê o bastião
de honestidade aí, foi corrompido por seu lado reacionário? Em relação à garota,
melhor ter tentado que não, acho eu. Quem não arrisca, não petisca, já dizia o
velho ditado. De toda sorte ambas as coisas me roubaram o meu humor. No caso do
Vaporfi quase me levando à raiva, mas para que cultivar sentimento tão ruim por
algo que não merece essa alteração de humor que a mim me é tão nociva? Não
gosto de ter raiva, é um sentimento venenoso. Autocomiseração também não leva a
nada, então o que me resta é seguir adiante. Não estou com muito saco de
escrever agora, pois não tenho nada de novo a trazer. Só o meu primo que pretende
ir para uma festa amanhã, parece que amanhã é véspera de algum feriado. Não sei
se irei, pois suponho que seja o dia em que vou para a sessão de Super Mario
Odyssey. Se não for, considero o caso. O caso é que não tenho vontade de ir,
mas preciso de socialização. Tomara que a sessão de Odyssey seja no mesmo dia,
me libertando. Aparentemente, a garota não leu ou não se deu ao trabalho de ler
minha postagem ainda. Pelo menos foi isso que entendi dos marcadores do
Facebook. Menos mal, uma réstia de esperança permanece. Mas estou meio cansado
de viver de réstias de esperança. Bem, nem tanto. Hahahaha. Melhor do que viver
seco de esperanças. Acho que a charge deu um boost nas visualizações do meu blog, pois alcancei 71 visualizações
até agora. Um recorde. Imagens interessantes fazem mesmo a diferença. O que
dizer agora? Preciso tomar banho. Estou criando coragem. Essa briga do Vaporfi
toda por um deslize meu, fumei, num ato involuntário o Vaporfi com a porta
aberta e meu padrasto viu. Desde então, dia sim, dia não ele vem com essas
reclamações para mamãe que as repassa para mim. Será que o meu padrasto lê o
meu blog também? Acho um tanto improvável, ele que tem tantos interesses outros
na grande rede dedicar-se a ler minhas imensas postagens. Mas nada é impossível.
Acho que vou jogar... não, não vou. Assistir? Também não. Tomar banho? Ainda
não. Mas em breve. Mais um ou dois copos de Coca e vou. Meu padrasto saiu do
quarto. Não tenho nem cara de ir à cozinha com ele lá com esse climinha que ele
instaurou por causa do bendito Vaporfi. Isso só faz me distanciar ainda mais do
convívio com eles. Com ele, especificamente. Mas acho que isso não importa
muito para ele, o que importa é ganhar, me obrigar a fumar no hall. Aí
desistirei do Vaporfi e voltarei para o meu cigarro normal, pois não vejo ganho
nenhum em fumar o eletrônico, que, como o meu padrasto comprova diariamente,
segundo evidências fisiológicas que diz sentir, ele faz tanto mal quanto o
outro cigarro. Queria que meu padrasto saísse de casa, fosse malhar, botar gaia
na minha mãe, qualquer coisa. Quando da reforma, vou pedir que, de alguma forma,
a minha porta seja vedada, de forma a não passar ar para o lado de fora. Não
sei se isso é possível, mas não me parece impossível. Que neura. Tudo por causa
do narcisismo exacerbado, a vontade de ganhar em tudo do meu padrasto. Ele quer
me subjugar, eis aí sua grande motivação por trás dessa perseguição ao meu
hábito de fumar Vaporfi no meu quarto. Uma disputa idiota de poder que intenta
avacalhar com a minha tranquila vidinha habitando aqui o meu quarto-ilha. Mas
não vou gastar mais palavras com isso, é um despropósito. A garota até agora
não leu a minha mensagem. Posso revisar e melhorar o texto.
16h06. Não tive saco e não me pareceria autêntico. Que seja
o que tem que ser. Ela disse que trabalhava em um hospital grande daqui, não
gravei o nome, foi a única interação que tive com ela durante toda a noite.
Nossa, como me incomoda essa falta de vontade de jogar. Será que um computador
teria a sensibilidade para produzir algo como a litografia que tenho à minha
frente? Foto com uma baita luz de flash bem no meio da imagem, mas é o que
posso oferecer.
16h31. Quando acabar esse copo de Coca vou tomar banho. Acho
esse quadro de uma delicadeza, sensibilidade e criatividade que só artistas
possuem. Será que máquinas serão capazes de criar assim? Não serão máquinas,
então. Chamá-las de máquinas seria diminuí-las. Pois algo capaz de criar arte,
por mais abrangente que o termo se torne a cada dia, a mim só pode ser considerado
um ser inteligente. Não digo reproduzir, mas criar. Criar é algo que só seres
altamente inteligentes fazem. Vou tomar banho
17h39. Minha mãe chegou enquanto eu estava no banho. Disse
que meu padrasto não sentiu cheiro nenhum hoje e me agradeceu por isso, chegou
a derramar algumas lágrimas ditas fruto do estresse que vem passando por causa
dessa controvérsia. Eu sei que eu não a estou estressando. Indaguei se não
poderia ser paranoia do meu padrasto e ela disse que entrou no quarto dele e se
sentiu, pelo que pude aferir do seu gestual, sufocada com o ar do quarto. Fosse
isso causado pelo meu Vaporfi, meu quarto deveria estar impenetrável pelo ar
viciado de Vaporfi, o que certamente não se deu hoje ou ela o teria mencionado.
Bom, vai entender. Eu certamente não consigo. Deixemos para lá. Se a percepção
do meu padrasto continuar assim, está ótimo. Mamãe disse que vai comigo ao
McDonald’s para comprar um lanche no drive-thru.
18h46. De volta da empreitada ao McDonald’s, estava sem
fila, graças, e, com a primeira parte do lanche já devidamente devorada, estou
de volta às palavras. Guardei um sanduíche para a fome dos remédios. O lanche
me deu sono. Acho que vou me deitar. Queria fazer outra coisa que não escrever,
mas o quê, me escapa.
20h47. Me deitei um pouco e tirei um rápido cochilo que,
acho, não conseguiria emendar até amanhã, embora esteja um pouco sonolento
ainda. Mas há de passar. Ainda tem o outro sanduíche para comer. Vou logo pegar
Coca.
21h13. Vou jogar um pouco MGS4.
22h36. Cheguei afinal num checkpoint. Vou assistir “Alien
Covenant”. Tomara que comece de onde eu estava. Não começou. Saco. Mas não
lembro de nada mesmo, vou assistir do princípio.
-x-x-x-x-
14h06. Não estou com saco de escrever. Estou com saco de
assistir meu amigo jurista jogando Super Mario Odyssey. Quem me dera ocorresse
hoje. Véspera de feriado, sua esposa pode querer sair com as amigas e a pequena
dormir na casa dos avós. Não sei se isso vá se dar, é mera especulação. Parei
de ver “Covenant” ontem antes mesmo de suplantar a parte que já havia
assistido. Acho que vou encará-lo agora.
16h26. Acabei de acabar de ver “Alien Covenant”. Não me
despertou nenhuma sensação especial, achei até “Prometheus” melhor. Esse filme
não traz nada de novo, completamente dispensável. Pelo menos prende a atenção e
a cenografia é bem cuidada. Afora isso, como disse, dispensável. Para mim, a
melhor cena é a inicial. Imagino o que vou achar do novo Kong, se assisti-lo.
Está no mesmo pen-drive. Agora posso apagar o Alien e colocar “Atomic Blonde”
no lugar. Ou “Valerian” que acabei de colocar para baixar. Mas acho que vou de
“Atomic Blonde” hoje à noite – caso não haja Odyssey – para dar um tempo em ficções científicas.
Embora seja o gênero que eu mais goste, esse “Valerian” parece ser ainda mais
bobo do que o Alien. Só vale pela direção de arte e os efeitos especiais. Não é
nenhum “Blade Runner 2049” ou “Interestelar”.
17h07. Mamãe me ligou dizendo que bateu a traseira do carro
num poste e que esqueceu os exames do joelho ao lado da máquina onde se paga o
estacionamento do hospital e que está voltando lá, no meio do convoluto
trânsito do Recife, principalmente nesse horário, para ver se acha. Que dia de
cão. Coitada, deve estar uma pilha de nervos. Embora tenha me parecido mais
calma do imaginaria diante de tais situações. O que posso fazer para acalmá-la
quando chegar? O máximo que posso oferecer, caso o meu padrasto ainda não tenha
chegado, é um abraço, um ninho de consolo e acolhimento.
17h27. Fui fumar um cigarro. Está acabando. Mas acho que
dura até quinta. Vou passar “Atomic Blonde” para o pen-drive.
17h36. Processo completo. Coloquei “The Dull Flame Of
Desire” para rolar no som. Como queria que o meu amigo jurista me convidasse
hoje para o Odyssey. Tenho que me preparar entretanto para o fato de que isso
não vai acontecer ou ele já teria sinalizado. Já joguei hoje, já vi filme hoje,
não estou agora com paciência para um ou para outro, tampouco estou com saco
para escrever. Isso é deveras tedioso. Vou tentar tecer uma poesia.
Minha alma cinza
Busca a tua luz
Te faço sonho meu
Sem saber com o que sonhas tu
Minha alma rota
De tanto uso e desuso
Tenta te alcançar
Mas nada toca
De que toques tu precisas?
Aqui há melodia
Aqui há quentura
Quase febril
Tudo à espera de ti
Minha alma cinza
Quer voltar ao viço e à vida
Que só tu podes trazer
Que só tu sabes como fazer
Pronto. 17h57. Falei com mamãe. Ela conseguiu reaver os
exames e parecia sensivelmente mais tranquila. Disse chegar em meia-hora. Ah,
ainda tem a festa que meu primo estava marcando de ir. Mandei uma indireta para
o meu amigo jurista para ver se cola. Qualquer coisa, eu vou para essa festa.
Será mais interessante que ficar em casa, eu acho. Mandei um WhatsApp
desvendando o mistério da garota para o meu primo-irmão e perguntando se vai
ter night hoje. Meu primo já me disse que não vai sair. Provavelmente serei eu
comigo mesmo essa noite, pois o meu amigo jurista também não se manifestou. Era
para eu ter cortado as unhas hoje, me esqueci. Ozzy. Agora está escuro demais
para cortar. 18h24.
18h35. Cadê a minha mãe que não chega? Acho que vou jogar um
pouco de Half-Life 2.
18h39. Tem uma atualização do sistema do PS3. Está rolando.
Tem o segundo Rayman que eu também poderia jogar. Aliás, há vários que eu
poderia jogar.
18h49. O update acabou.
Meu amigo jurista não mordeu a isca. Então vou ter que me contentar com a minha
própria companhia hoje.
19h37. Minha mãe chegou e pediu que eu descesse para
ajudá-la com as compras. O amassado na traseira do carro foi feioso. Ela trouxe
sonhos para o cara que não se lembra dos seus sonhos, mas que ama sonhos anyway.
20h35. Me perdi na internet. Vi que o álbum de Björk está em
terceiro lugar entre os melhores do ano da Rough Trade. O Zelda Breath Of The
Wild e o Super Mario Odyssey também estão concorrendo a várias categorias do
The Game Awards, todas as que são compatíveis participar. Isso me deixa animado
pelo novo Zelda. Mais animado ainda, digo. E rouba a minha vontade de jogar os
demais jogos. Gostaria de ter o Nintendo Switch e poder jogar ambos os jogos
dele. Mas o universo não conspira nessa direção. Aparentemente também não
conspira na direção da garota da saída da noite.
21h13. Tem uma hora em que a pessoa se cansa de estar de
frente para o computador. Parece que esse está sendo o caso comigo agora.
Tentei ampliar os meus horizontes musicais ouvindo quatro dos melhores álbuns
selecionados pela Rough Trade e achei tudo muito chato. O que ouvi? Cigarettes After Sex, Ryan Adams e
Aldous Harding e Big Thief. Fico com a minha lista 6. Pode me chamar de
retrógrado musical. 21h21. Mais nenhuma esperança de o meu amigo jurista me
chamar para a sessão de Odyssey. Meu primo-irmão também disse que não iria
sair. Sou eu e eu mesmo. Sem Irene. É incrível como a minha família materna é
diferente da paterna. Quero ver na eleição do ano que vem como é que vai ser.
Estou curioso para saber quem serão os candidatos e quem os meus familiares
escolherão como o seu novo chefe de estado. Acho que vou jogar Super Mario
Galaxy.
22h48. Peguei mais oito estrelas no Galaxy. Senti verdadeiro
prazer as conquistando, como há muito não sentia. Será que o meu gosto por
videogames está voltando? Quem me dera, seria tão bom. Mas muito bom mesmo.
Seria mais que bom, seria fantástico, pois tenho vários jogos por jogar, mas os
que queria jogar mesmo são os novos Mario e Zelda. Estou me coçando para pegar
uma nova estrela, mas coceira pouca. E ainda temos “Atomic Blonde” para
assistir. Meus olhos ardem, será que foram restos de detergente que ficaram em
minhas mãos quando eu lavei os óculos?
23h23. A menina da outra noite nem recebeu nem visualizou as
mensagens que mandei. Deve ter apagado a janela por se tratar de um
desconhecido. Ou não visualizou mesmo o Facebook até agora, o que acho
improvável. Tanto melhor. Eu acho. Se bem que queria que ela tivesse lido. Eu
acho. Só de pensar já fico com vergonha. Bom, quem sabe um dia. Ou quem sabe
não. Hahahaha. Deixa a vida levar essa sementinha que tentei plantar. Nem sei
se teríamos afinidades suficientes para um relacionamento. É difícil alguém ter
afinidades comigo. Sou um mundo à parte, de uma galáxia cada vez mais distante.
Distante e só. É a expansão do universo. Interior. Antes fosse, meu universo,
ao contrário, ruma para um big crunch quando
só restaremos eu e o computador. Não vamos pensar tão negativamente. Pelo menos
dos games aos poucos me reaproximo. E fui ao aniversário da minha prima onde
interagi com minha família a contento.
0h30. Vou fumar um cigarro e talvez assistir “Atomic Blonde”.
-x-x-x-x-
15h04. Não assisti nada, só fiz comer, zanzar um pouco pela
internet e ir dormir. A garota da noite respondeu! Foi supersimpática e perguntou
se a garota do texto por acaso era ela. Eu respondi que sim, pena que não logo que
ela postou, acho que ela não viu ainda a resposta ainda ou não vai ver.
15h30. Ela respondeu! Sentiu-se lisonjeada e disse que
escrevo muito bem. Eu respondi que ganhei meu dia e umas baboseiras porque
fiquei todo errado e acabei trocando os pés pelas mãos.
15h49. Acho que a conversa se encerrou com a minha última
postagem. Sinto-me bem por ter feito a garota da noite se sentir lisonjeada. É
bom fazer outra pessoa se sentir bem. Ainda mais por razões sinceras. Ainda
mais sendo alguém que me interessa. Muito embora eu saiba que isso não seja
solo fértil para criar fantasias. É pouco. Um pouco diferente de nada. Não dá
para imaginar que isso vá evoluir para algo mais substancial. Para ser sincero,
eu nem sei com que cara eu vou olhar para ela se uma próxima vez se apresentar.
Maldita timidez. Se bebesse ainda... não, iria ser pior. O que será, será.
Deixemos que esse brotinho que plantei siga o seu destino, seja morrer por
falta de quem o regue – o mais provável –, seja florescer. Pensar nessa última
possibilidade me enche de receio. É muito tempo de solidão nas costas e é uma
vida muito isolada que levo, ingredientes de uma receita perfeita de um ser
antissocial. Romper essa barreira é deveras complicado. Me esforço, mas não
estou conseguindo vencê-la sozinho. Tenho o auxílio indispensável do meu
primo-irmão, principalmente, do meu amigo jurista, do meu amigo da piscina e um
pouco do meu primo urbano. Me perdi em pensamentos agora ouvindo “Love Rescue
Me” do U2 e lembrando que um velho amigo disse que era a música perfeita para o
seu casamento, o que não aconteceu quando esse de fato se deu com pessoa outra
que não a que o acompanhava à época da música. Estão casados e têm quatro
filhos. Filhos me assustam. Aliás, o papel de pai me assusta. Não me vejo apto
para assumi-lo. Que exemplo eu seria para uma criança? Será que saberia amar
uma criança? Eu que não consigo criar vínculo afetivo com os meus sobrinhos. O
pior é que serei forçado a conviver com os filhos do meu irmão durante vinte
dias num inverno dos infernos e mais familiares da parte da minha cunhada.
Pense num pesadelo social para mim. Vou como boi tangido para o matadouro. Vai
ser desafiante para dizer o mínimo. Aterrador seria a palavra mais precisa. A
inevitabilidade desse encontro, a velocidade com que essa realidade se
aproxima. E todos são loucos pelos meninos, espero que não cobrem tal loucura
de mim. Tomara que eu durma no escritório do meu irmão e lá mesmo instale o meu
computador e de lá saia muito pouco. Meu deus, vai haver todo tipo de pressão
para que eu interaja com esse grupo. Não sei o que fazer, me dá logo uma agonia,
uma perturbação forte da alma. É bom, como já disse em outros posts, que vá com
as piores expectativas possíveis que o que vier é lucro. Mas acho que minhas
expectativas estão incomodamente alinhadas com a realidade. Não quero me focar
nisso, sofrer por antecipação não é a minha praia. E hoje meu humor está
elevado por ter tocado positivamente a alma da garota da noite. Embora não
saiba como lidar com ela na próxima vez que houver um encontro. Se esse houver
de fato. Não posso também mitificá-la, isso só vai piorar as coisas. O que vai melhorar
as coisas? Uma dose de videogame. Mas não estou com realmente muita disposição
para isso agora. E “Atomic Blonde”? Também não. Vou pegar um copo de Coca.
17h13. Não sei o que fazer. Queria descer para a piscina com
o meu amigo. Pena que ele me chamou muito cedo para ir, estava ainda
despertando. Ele sabe que meu horário é de 18h00. E quero me despedir dele
antes que ele vá para a Fazenda Esperança tentar uma carreira por lá. Bom,
deixei a sugestão para ele no WhatsApp. Não sei se ele vai. É esperar um
contato. Não consigo tirar da cabeça a conversa que tive com a garota da noite.
É tão raro, diria até único, que eu trave contato com uma garota relativamente
próxima e que a diga, mesmo que através da escrita, o que acho dela. E mais
único ainda ela responder. Como acabou de fazê-lo, me agradecendo mais uma vez.
Repliquei com um grande sorriso e confessei que não sei com que cara vou olhar
para ela se voltarmos a nos cruzar. Hahahaha. Tenho que jogar aberto. Estou quase
patologicamente antissocial. Não sei quanto disso é invencionice da minha
cabeça e quanto é real. Posso estar fazendo mais um bicho de sete cabeças aqui
onde não há. De qualquer forma é como me sinto.
17h48. Ela replicou o meu comentário dizendo para eu
relaxar, que ela é super de boa. O problema sou euzinho aqui. Ó, ser
complexado, deixa da tua frescura. Deixa as neuroses de lado. Não vai rolar
nada que vá lhe fazer mal, pode ser até que lhe faça bem. Interagir com uma
garota bonita, inteligente e simpática, que mal há nisso? Suponho que seja
inteligente e simpática, pois não tive realmente oportunidade de me comunicar
com ela. Se bem que ela se mostra um doce pelo Facebook. É o medo do real que
te assusta, você que só viveu de paixões platônicas por mais de uma década e
que está enferrujado na arte de lidar com o próximo. Deixa da tua covardia e
enfrenta. Não vai dar em nada, saiba de antemão, se isso o tranquiliza. É óbvio
que uma garota daquelas não vai querer nada contigo. Hahahaha. Meu superego é
fogo, quando dou voz a ele sempre me vem com essas. Novamente, o que será,
será. Mas vou parar de ficar transcrevendo conversas aqui no blog. Conversas
são coisas pessoais, não públicas. Esse post já está grande demais. Vou dar uma
relida e postar.
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