terça-feira, 31 de outubro de 2017

ASSEXUAL?

2h20. Estou sem sono. Li um bando de frases motivacionais de escritores famosos colecionadas por um amigo que estudou comigo na faculdade. Elas só fizeram corroborar com isto que faço, o que me deixou deveras feliz. Já não me preocupo se me repito no meu repertório vocabular. Ele é parco, mas é com ele que escrevo e é dele que dependo. Se escrevo bem ou mal, isso importa, mas não é tudo. Pode ser que a prática leve ao aperfeiçoamento como é tão apregoado por aí. Eu não estou nem aí. Sigo escrevendo como quero e o que quero. Nessa madrugada estou feliz. Uma estátua que considerava essencial à minha coleção está finalmente encaminhada, como quem leu o outro post deve saber. Conquistei a Red Sonja. E o Hulk está nas parcelas finais para partir para o Brasil. São, sem dúvida, duas das minhas estátuas prediletas desde já. De já, não. Há muito tempo as venho namorando. O Hulk até há mais tempo que a Red Sonja, desde que o vi em processo de escultura num vídeo da Sideshow. Ah, eu não contei para mamãe, não tive coragem, mas aproveitei a promoção do Spooktacular que estava dando 15% de desconto e frete grátis e comprei uma camisa da Sideshow. Usarei com muito orgulho, pois a maioria das figuras que tenho, todas as grandes, 1/4 e 1/5, são da Sideshow. E pode ser que usando ela encontre novos colecionadores por aqui. É a camisa que todos os escultores usam quando são entrevistados e é apenas uma camiseta preta com o logo da companhia. Prefiro do que uma camisa com o logo da Coca-Cola, que deve custar muito mais, visto que a Coca-Cola é uma grife conhecida e cara. Então estou feliz. Meu lado colecionista foi saciado. Falando em consumismo, não sei se o celular que estou observando vai caber no meu bolso. Creio que sim, mas não tem como ter certeza. A verdade é que não me interesso por celulares. Mas é verdade também que o meu está para lá de datado com seus 8GB não expansíveis. Tive que apagar fotos para poder atualizar os aplicativos. E essa coisa de vir com os aplicativos todos da Google pré-instalados e impossíveis de desinstalar só fazem os 8GB encolherem ainda mais. O celular que encontrei é o que tem melhor custo quando comparado ao brasileiro, por isso meu foco nele. Por isso e porque foi o único que encontrei com 128GB de memória. E 6GB de RAM. É uma máquina. Só que é grande. Não fazem mais smartphones do tamanho do meu hoje em dia. Vi na casa da minha tia-mãe os celulares da galera e todos são consideravelmente maiores que o meu. Só que eu acho que esse ainda é um pouco maior em altura. Não sei se chega a ser do tamanho do de mamãe, mas deve chegar perto. Talvez seja um pouco mais fino. Espero muito que a pintura da Red Sonja seja perfeita, especialmente a cabeça. Isso é essencial. Sua expressão é muito sutil e a pintura tem que ser precisa para dar a impressão do seu sorriso quase sem sorrir. A pintura dos olhos também tem que ser perfeita para que a estátua valha a pena. Confio na Sideshow. Eles conseguiram com a Captain Marvel, uma das que quero trazer de lá, espero que consigam com essa também. Especialmente com essa. Nossa, como gostaria de ter o Hulk aqui. É outro cuja pintura vai ter que ser top. Mas acho que não vão dar vacilo numa figura tão cara. Estou mais tranquilo com o Hulk que com a Red Sonja. 3h00. Não sei se vire a noite. Não estou com sono. Mas também não beberei mais Coca. Parei logo depois do banho. Com o meu último cigarro da noite. Não pretendo sair do meu quarto para mais nada até acordar amanhã. Como estou satisfeito. Com a Red Sonja e a camisa. E o box surround de Björk. Tenho até que ligar para meu irmão perguntando se chegou. Acho que vou me deitar dentro em breve. Não quero que minha mãe acorde dê de cara comigo escrevendo. Vou pegar só um copo d’água e quando terminar de bebê-lo, vou dormir.

3h07. Peguei a água, dei uma passada no banheiro e cá estou. Só escrevi futilidades, eu sei. Mas me permito ser fútil algumas vezes aqui. Algumas futilidades me aprazem, como é o caso da Red Sonja, da camiseta e do Hulk. Se minha mãe encrespar com a camiseta, eu peço para ela deduzir do montante que levarei para os EUA. Por falar em EUA, mamãe ainda anda sentindo dores nas juntas, mas faz muito pouco tempo que trocou de remédio, até parar de ficar inflamado deve demorar, o organismo agora precisa reagir e desinflamar as juntas, uma vez livre do agente inflamatório. Isso não se dá da noite para o dia. E talvez seja necessário fazer infiltração nos joelhos, quem sabe. Quem sabe são os médicos, mas a oncologista disse que o causador de todo esse mal-estar era o remédio. Torçamos para que esteja certa. Será que mamãe já leu o último post ou não? Tudo sugeria que sim. Será que ela leu todo? Porque foi um post grande. Uma semana escrevendo. Foi o maior post que jamais escrevi. Bom, está postado e agora ele é passado, o presente se desenrola nesse post que nem tem nome ainda. Meu ombro direito dói de tanto escrever. Só falta comer o gelo do copo para ir me deitar. Espero conseguir dormir. 3h18. Espero também que quando acordar traga algo de mais relevante para o mundo. Acho difícil. Hahahaha. Afinal, ainda estarei inebriado com as minhas novas aquisições. Queria conseguir trazer todas as estátuas grandes que há na casa do meu irmão. Tenho quatro lá, pelas minhas contas. Será que caberiam duas por mala? Acho difícil, só chegando lá e vendo. Talvez caibam umas três mais alguns bonecos pequenos. 3h26. Já acabei o gelo. Só permanece a vontade de escrever e fumar o Vaporfi. Vou logo botar minha música de ninar. “Achtung Baby” do U2.

-x-x-x-x-

15h47. Dormi bem hoje. Até o final do meu sono. Foi ótimo. Mamãe disse que minha irmã provavelmente não vá aos EUA conosco por causa do problema nas costas. O pobre do meu cunhado deve estar se virando em três, pois em dois ele já virava, para dar conta do trabalho e das crianças, visto que minha irmã não pode carregar peso. Mamãe disse que ainda está sentido dores apesar da troca de remédios. Como disse, acredito e espero que seja porque o processo de desinflamação demore mais tempo que a troca de remédio. Queria muito que o sofrimento dela diminuísse. Aos poucos vou me acostumando com o bicho estranho que é o Biophilia de Björk. Sem dúvida seria um aplicativo que gostaria de adquirir para o meu possível novo celular, já que no meu não cabe. Sempre quis ver do que se tratava esse projeto que foi pensado para ser uma experiência interativa antes mesmo de ser um disco, mas nunca tive memória no celular para tal. Espero que ainda esteja disponível na Playstore ou sei lá como chama o aplicativo de baixar aplicativos. Pensar na parte elétrica do meu quarto me esquenta a cabeça, mas tudo há de se resolver. É para isso que servem arquitetas. Não sei se precisarei de dois estabilizadores e quero que tudo seja facilmente acessível, nada embutido que não dê para não ter complicação na hora de desligar ou ligar um hipotético novo aparelho. Embora não pense em adquirir mais nenhum aparelho. Não penso em migrar para 4K nem tão cedo. Na verdade, não quero migrar para 4K já que meus consoles não rodam nessa definição, nem meu Blu-Ray player, isso só tornaria os gráficos deles mais feios, serrilhados ou o vídeo parecendo de baixa qualidade. Full HD para mim já está de bom tamanho. Acho minha TV excelente. Foi uma das boas compras que fiz na vida. Aliás, tudo o que comprei para mim, fogão, geladeira foi tudo bom, dentro do orçamento que possuía. Me peguei agora pensando na operadora de telemarketing que me vendeu meu primeiro cartão de crédito há muito tempo atrás. Bote tempo nisso. Acho que ela criou uma fantasia romântica comigo e eu com ela. Prova disso é que passamos quase uma hora no telefone, ela aumentou o meu crédito para mais do que era permitido por causa da minha renda e, não bastasse isso, ainda me ligou de novo para conversar mais. Pena que ela era de São Paulo e eu estava em Recife e que eu sou muito empulhado, embora fosse muito menos à época. Foi um dos telefonemas mais legais, instigantes que recebi na vida. Tanto que ainda me lembro dele. Isso me lembrou outro episódio, muito menos aprazível que não me sinto no direito de relatar aqui. Vou pegar Coca.

16h31. Não sei ainda se desça para encontrar o meu amigo da piscina. Não sei se estou a fim de pregação, mas acho que meu amigo merece a minha atenção e companhia, senão vou acabar perdendo mais um canal de socialização. Que azar danado eu ter cometido o ato falho de fumar o Vaporfi de porta aberta e meu padrasto ver. Demorou até demais, eu acho. Agora ele reclama da “fedentina”, quando durante meses não sentiu cheiro de nada. De toda sorte, vou trocar o líquido do Vaporfi e colocar só do chinês. Quer saber? Vou fazer isso agora.

16h40. Fiz. Espero que isso resolva, pois o chinês não tem quase cheiro de nada. Esse “Drawing Restraint 9” é um disco difícil de ouvir, viu? Pense em “Biophilia” e multiplique por dois. Acho que vou descer para falar com meu amigo da piscina, mesmo que ele tente me catequizar através do arqueólogo cristão Rodrigo Silva. É um ótimo orador, prende a atenção e apresenta informações e curiosidades nas suas palestras, mas a que vi não me convenceu de que a Bíblia era a palavra de Deus. Nada a não ser o próprio Deus manifesto na minha frente para um longo papo me faria crer em sua existência. E mesmo assim eu poderia achar que foi um delírio a depender de como sentisse e percebesse o milagre. Talvez a não-inovação do novo single de Björk indique menos a falta de inventividade dela e mais a falta de novidade no cenário musical, de onde ela sempre foi buscar agregados para mesclar em suas músicas. Ela sempre foi uma exímia “sanguessuga” das novas tendências. Sei lá, vai ver que se cansou disso. Não dá para julgar por uma música só, mas concordo com o meu primo urbano que os recursos se repetem no novo single. Sei que até sonhei que ouvia uma música nova dela, mais pop, com mais melodia e refrão. Julgo ouvir a voz da minha mãe, mas não tenho certeza. Hoje ela me disse que está preparada para que eu parta antes dela. Não sei como suportaria a perda da minha mãe, como reaprenderia a viver no mundo sem ela, que prefiro mesmo morrer antes dela. Embora a morte esteja ganhando contornos cada vez mais assustadores à medida que se aproxima. Nunca havia tido medo da morte e agora me pego cismando sobre o assunto com temor. A morte se apresenta nas marcas da idade que começam a pipocar em mim. No meu rosto, nos meus cabelos. O atomizer também está com gosto de queimado, isso pode contribuir para a “fedentina”, mas vou segurar mais um pouco, pois meu estoque de atomizers é limitado. Êba, eu tenho o DVD do Sugarcubes. Eu achava que tinha, mas não tinha certeza. Isso é muito bom, é um dos meus DVDs prediletos. Pena não ter onde ligar o meu Blu-ray de novo... ainda. Acho que a imagem de um Blu-ray vai parecer borrada numa TV 4K como um DVD fica numa Full HD. Mandei as felicitações do meu amigo da piscina para a minha mãe e disse que pretendia encontrar com ele hoje. Ela consentiu. Mandei um WhatsApp para ele. Ele disse que já foi para casa. Que pena. Estava com a alma toda preparada para esse encontro hoje. Acontece. Acho que não vou descer sozinho. Tem pouco gelo no refrigerador e tenho que economizar Coca. Além do que desarmar o circo aqui, para montá-lo lá e depois desmontar lá para armar aqui de novo é um saco, por mais que o ambiente da piscina me agrade. Quando houver mais gelo, eu desço. No dia em que a fantástica faxineira estiver aqui parece ser o mais apropriado, pois ela sempre enche o depósito de gelo e bota todas as caçambas para congelar de novo. Como disse, ela é fantástica. Noite já se fez. 17h44. A hora para me decidir descer é essa. Mas já havia me decidido. Descer no dia da fantástica faxineira. Tenho que ir preparando o meu espírito desde já para tal empreitada. E desde já me sinto desmotivado, não sei precisar por quê. Sei que estou feliz com a Red Sonja. Ela deve ser linda ao vivo. Isso, novamente, se a pintura for spot on. Mas deve ser. Tem que ser.

18h15. Me perdi no maravilhoso mundo dos bonecos e olhando uma coisinha ou outra na internet. Aproveitei para dar uma namorada na Red Sonja e no Hulk. Houve um momento, quando do lançamento do Swamp Thing em que eu achei que já estávamos em 2018. Para você ver que com a passagem do tempo, com a idade, os anos vão se tornando cada vez mais irrelevantes, a sucessão de meses parece cada vez mais veloz e por consequência a sucessão dos anos. Esse passou voando para mim, com uma pequena diminuída no ritmo na minha estadia na Alemanha. Eu acho. Até isso para mim parece que passou rápido demais, mais rápido do que desejaria. Às vezes penso que minha forma de arte pictórica tivesse alguma aceitação nos meios artísticos, especialmente depois de ver as obras de uma amiga minha que se considera uma artista plástica. Mas não sinto estímulo para pintar. Ainda resquícios do malfadado curso de pintura que eu fiz. E me encontro ou me perco muito mais na escrita. É onde me sinto em casa, é onde tudo para mim é maravilhosamente delicioso. 18h30. Pensar que posso ouvir Medúlla em 5.1 algum dia da minha vida é um sonho antigo, que se aproxima da realidade com o fato de ter a mídia já na casa do meu irmão.

19h16. Liguei para o meu irmão para saber se a caixa de Björk havia chegado para poder dar o feedback para a vendedora. Perguntei se ele tinha 5.1 lá e ele disse que sim, só que não estava montado. Quem sabe ele não monte daqui para lá? Dureza vai ser arrumar um momento calmo para ouvir os discos. Acho que é melhor batalhar por um 5.1 no meu quarto. Até porque se meu padrasto for atualizar a TV e o som da sala, ele não vai me deixar plugar meu Blu-ray lá, vai ficar cheio de cuidados e ciúmes com os equipamentos. Conheço. Foi bom ter ligado para o meu irmão, pois minha mãe falou com ele e com os netos, foi bom para ela. Se anima mais para ir no final do ano. Eu, para variar, estou com as expectativas lá embaixo. É difícil deixar o quarto-ilha. Ainda mais para enfrentar duas jornadas de mais de 11 horas de aviões e aeroportos. Espero que tudo dê certo. Não haja muita confusão. Será que ano que vem vai ser tudo de novo? Duas viagens? Espero que não. Se bem que eu acho que o cruzeiro eu encararia. Deve ser interessante viajar num daqueles navios enormes. Mas talvez seja um programa planejado para ser feito pelo casal somente e eu respeito isso. Eles precisam aproveitar enquanto ainda têm qualidade de vida, enquanto ainda estão relativamente inteiros. E eu poderia ser um atrapalhador do momento deles. Penso mais no navio como um meio social para arrumar uma paquera, quem sabe, devido ao confinamento no mesmo espaço, no meio do oceano, que meio que obriga a convivência e o encontro com as mesmas pessoas. Deve ter gatas no navio. Mas vamos deixar essa literal viagem de lado. É estranho escrever sabendo que mamãe vai ler. Me sinto um tanto cerceado. Mas tenho que deixar disso e continuar a escrever como sempre escrevi. Assim, ela vai saber o que vai na minha cabeça. Já que nosso diálogo, mais por culpa minha do que dela, admito, é tão precário. Aliás todos os diálogos têm sido precários na minha vida. Minha vida social é quase inexistente. E isso não me faz a falta que deveria fazer. Sinto que é algo deslocado dos padrões sociais, mas essa parte não me interessa muito. Acho grande parte dos padrões sociais ridículos, fúteis e dispensáveis. Cada vez mais gosto de reinar no meu quarto-ilha. Cada vez menos gosto de me jogar no mundo. A única exceção talvez seja o encontro mensal para o cinema com o meu amigo jurista. Talvez um encontro esporádico com o meu amigo da piscina, que é como viajar para outra dimensão com sua realidade repleta de religião e de ETs e teorias da conspiração. Não deixa de ser uma experiência interessante. Afora rememorarmos momentos da nossa juventude, a maioria dos quais não consta dos meus arquivos de memória. Acho que se o meu amigo cineasta quisesse traçar um perfil de quem eu sou seria melhor perguntar aos que realmente se lembram da minha vida, a velha guarda das Ubaias, pois eu, infelizmente lembro muito pouco do que fiz. Talvez até por essa falta de memória a necessidade de deixar as novas memórias documentadas aqui. Por mais que nunca mais vá reler o que deposito nesses escritos. A mim me basta a revisão. Já é até demais. Não, não é para rememorar que escrevo isso, é por desejo outro, necessidade outra, necessidade essa que seria interessante investigar. Por que escrevo isso? Primeiro porque me é a coisa mais divertida e útil que eu posso fazer com meu tempo e minhas faculdades mentais e físicas. Segundo porque sempre quis ser escritor. Agora sou. Lido por pouquíssimos, mas vivo para escrever, escrevo para viver o que acho que define um escritor. Quando falo que escrevo para viver, não significa que esse é o meu ganha-pão, mas que escrevo para não sucumbir ao ócio, para ter prazer na existência e não cair nos buracos negros da depressão ou da cola. Escrevo para manter a minha sanidade da forma mais agradável que me ocorre. É algo que me atrai mais que os videogames, é onde tenho poder absoluto. Onde me manifesto de forma mais integral. A escrita tem o seu efeito colateral que é me tornar socialmente autossuficiente, como a masturbação. Embora possam argumentar que a masturbação não substitui o prazer do sexo e que a escrita não substitui o deleite das interações sociais. I beg to differ. Sexo, só apaixonadamente e, mesmo assim, não tenho preparo físico para ele. E as interações sociais para quem fica calado não tem lá muita utilidade. É até interessante ouvir um ou outro ponto de vista, um ou outro causo, mas vejo nas interações sociais uma certa briga pela atenção dos demais que me enerva. Numa relação dual não, por isso tento engrenar uma conversa com uma pessoa de cada vez. Eu só sei conversar hoje em dia “entrevistando” a pessoa, puxando conteúdos dela, visto que não tenho muito a dizer da minha vida, afinal passo o dia encastelado no meu quarto-ilha a escrever, que posso eu dizer mais da minha vida? Posso dizer que consegui adquirir minha última ou penúltima estátua, a Red Sonja, a estátua feminina mais bem-feita até hoje, na minha opinião. Mas isso não tem muito pano para manga, pois a maioria das pessoas desconhece totalmente esse mundo. Eu troquei a bateria do Vaporfi e essa que é mais potente está produzindo um gosto de queimado muito forte. Acho que vou trocar o atomizer para diminuir a “fedentina”.

20h37. Depois de muita luta, consegui trocar o atomizer e o gosto melhorou bastante. Bom para o meu padrasto, bom para mim. Luta porque não há como equilibrar o tanque de cabeça para baixo, pois seu bico é arredondado, então tive que segurá-lo com uma mão e fazer todo o processo com uma mão praticamente imóvel para não derramar o líquido e fazer a maior meladeira aqui. Agora já sei. Só desatarraxo o tanque depois de tirar o atomizer da embalagem. Isso facilitará tremendamente o processo. Esse atomizer é dos bons – o controle de qualidade da Vaporfi para atomizers não é essas coisas todas – está fazendo uma fumaça danada, tanto que diminuí a potência do aparelho, pois só fazia tossir. Como gosto quando sai muita fumaça, parece que realmente estou fumando um cigarro. Foi a melhor coisa que fiz nesse final de semana, tirando a Red Sonja, é claro, óbvio e ululante. A maior besteira que fiz? Foi ter comprado a camisa sem consultar mamãe. Mas espero que aceite por ser roupa e por ela saber que as camisas que eu compro eu realmente uso. Quando cabem. Com esse bucho que eu estou muitas estão apertadas, o que não vai ser o caso da camisa da Sideshow, pois pedi XL. E XL americana é grande, eu creio. Não iria pedir uma XXL porque ia parecer um vestido. Acho que fiz a escolha de tamanho certa. E estava com desconto e frete grátis. Sempre namorei essa camisa, aproveitei a oportunidade do Spooktacular que acabava naquela noite e comprei. Está comprada e agora é descontar da minha quota de dólares que levarei para a viagem. Isso e a caixa de discos 5.1 de Björk, que comprei pela metade do preço que imaginei que conseguiria, verdadeira pechincha, então consegui uma folga onde essa camisa se encaixa. Isso eu estou explicando para a minha mãe. Há um lado bom de mamãe ler isso, consigo comunicar coisas que não saberia como fazer de outra forma. É até irônico.

Dá vontade de publicar no maravilhoso mundo dos bonecos, onde todo mundo ama odiar a Sideshow, que eu comprei a camisa. Acho que iam mandar me lascar. Hahahaha. Ah, fiz outra boa ação, participei de uma petição reivindicando o direito de uma família de pôr a filha numa creche. Espero que consigam. Estou pensando se publico sobre a camisa ou não. Acho que não, não me vem nenhuma frase boa o suficiente. Nossa, já são 21h09. Como o tempo passou rápido. Ouvi mamãe dizer que vai voltar às suas atividades cotidianas na próxima semana (a que começa dia 5 de novembro) e que isso inclui a terapia. Acho que ela não poderia se dar melhor presente. Acho todas as atividades que vai fazer de alguma relevância, mas a terapia é, de longe, a mais importante. Minha tia vai ajoelhar e agradecer aos céus. Hahahaha. Por falar em rotina, estou pensando em dar umas voltas na Praça por volta do meio-dia ou duas da tarde que é quando ninguém anda. Ligo o meu iPod e ando na minha velocidade normal, dou duas, três voltas na praça e volto. Quem sabe? É um caso a considerar, considerando que o bucho está me incomodando bastante. Não sei. Não sei se vou fazer isso mesmo. Mas a ideia já começa a criar raízes na minha cabeça, vamos ver se vai vingar ou não. Aposto que não, mas não custa tentar pelo menos uma vez. Sentado na cadeira o bucho não vai sumir. Ou assumo o bucho ou tomo uma atitude. Vamos ver o que ganha. Com o bucho fica muito mais difícil ganhar uma garota. Sem bucho, fica bem mais fácil. É muito difícil perder peso no sedentarismo completo. Vou contemplar essa possibilidade com carinho. Não sei se vai fazer alguma diferença... se não fizer desisto. Quantas vezes terei que fazer isso por semana? Acho que uma não basta. Mas é preciso haver uma primeira vez. Não forçarei meu ritmo, pois da última vez que fiz isso me deu uma série de câimbras nas pernas que quase não chego em casa mancando de dor. Vou na maciota. Eita, parece até que vou andar mesmo. Hahahaha. Isso não passa de invencionice até o momento. Uma ideia que me passou pela cabeça depois de mil e uma pessoas dizerem para eu fazer isso. Nada set on stone... yet. Vou pegar Coca.

21h36. Está estresse lá na sala, não vou pegar Coca agora nem a pau. Meu padrasto anda estressado, com um comportamento diferente, acho que por causa do Vaporfi. Espero que não seja por causa disso. É algo tão fundamental para mim e tão irrelevante para ele. Mamãe veio aqui no quarto avisar que vai dormir, pediu que eu tomasse o remédio e comesse. Farei ambas as coisas, dentro em breve. E pegar Coca. Vou esperar que se retirem e com eles a nuvem negra que paira sobre o ambiente. Antigamente, e espero que isso tenha mudado, eu escrevia coisas que depois achava sem sentido, acredito que me tornei mais claro com as palavras com o tempo, ou assim quero crer. Mas meu texto também ficou mais seco, não uso muitos recursos linguísticos que embelezem o que produzo. Se isso me incomoda? Incomoda um pouco. É como se tivesse perdido a poesia. Só por isso, vou tentar fazer uma poesia.

Os dias descascam das paredes
O tempo passa e nunca passa
Sempre é
Nós é que vamos ficando para trás
Deixando pétalas e folhas amareladas
Pelo caminho
Até que reste só o arbusto e seus galhos secos
Até que reste só pó
Até que reste só
O tempo.
E a imensidão de um universo sem vida

Sinto um cheiro de álcool, de onde virá? Não é de bebida alcoólica, é de álcool higiênico. Será que é meu padrasto tirando a fedentina do corredor? Não sei. Espero que não chegue a tanto. Acho que estou paranoico com o assunto. Por isso, vou mudar de assunto. Aliás, vou ver como está o clima na casa para pegar mais Coca-Cola e tomar os meus remédios.

22h01. Meu padrasto está na sala e minha mãe se deitou. Ele está espirrando e fungando, não sei se pegou uma gripe ou se quer sinalizar que eu estou o adoecendo com o meu cigarro eletrônico. O que não aconteceu durante os longos meses em que usei antes de ser revelado o meu hábito a ele. Bom, vou deixar de paranoia e seguir minha vida como vinha seguindo. Deixei cair um remédio no chão da sala. Procuro amanhã, com a claridade solar. Tomei o do outro dia. Droga de soluço. Nossa, já escrevi sete páginas. Mas também comecei ontem antes de dormir. Acho que logo mais vou para o meu projeto paralelo. Já passei por lá hoje, mas há coisas ainda a tratar. Não adianta, estou na paranoia do Vaporfi por causa do meu padrasto. Fico sentindo o cheiro, fraco, do líquido chinês. Tenho que ter foco. Esse cheiro não vai passar pela porta, se diluirá antes. Se sinto é porque sopro ele diretamente para o computador, então é de se esperar que essa área fique com algum resquício de cheiro. Meu irmão, vou desanuviar disso, está me causando um estresse completamente desnecessário. Se meu padrasto quer se estressar que fique ele estressado. Nossa, como queria que ele fosse dormir. Hoje especialmente. Nada contra a sua pessoa, tudo contra essa paranoia. Que saco. Se ele não quer que eu fume Vaporfi no quarto, ele banca os meus cigarros normais e suporta o cheiro deles que daí só fumo no hall, com o maior prazer. Novembro tarda a chegar e, com ele, o novo disco de Björk. Como será a capa? Quantas músicas? Alguma mais pop? Acho difícil, mas não impossível. Estou curiosíssimo e ansiosíssimo pelo disco. Quem sou eu para reclamar da vida. Com um CD de Björk para sair, com uma linda Red Sonja encomendada, com o meu amado Hulk também engatilhado, com minha caixa 5.1 de nossa amiga islandesa à minha espera e quem sabe a camisa da Sideshow. E ainda escrevendo e ouvindo “It’s In Our Hands”. Tudo de bom. Só a Coca-Cola acabou, mas tenho tempo. Enquanto isso engano com o Vaporfi. Tenho sempre que olhar pelo lado bom. Não estou deprimido. Não estou internado. Não estou em mania. Está tudo sob controle. E tenho o meu quarto-ilha só para mim. Que mais eu posso pedir da vida? Só uma namorada. Que comece devagarinho, que não seja de supetão. Que não chegue logo ao sexo. Sexo. Uma das razões para andar na praça. Além do bucho. Bucho e sexo. Duas coisas que não combinam muito e que têm a mesma solução para mim, caminhar na Praça. Todo mundo diz que é o que de melhor eu poderia fazer por mim. A droga é que não sinto o boost de serotonina, ou seja lá qual “ina” que seja, do exercício. Como não senti, quando cheirei, o efeito da cocaína. Acho meu cérebro não tem receptores adequadamente preparados para metabolizar essas coisas. Ainda bem pelo lado da coca, ainda mal pelo lado do exercício. Prefiro assim, se tem uma coisa que me apavora é me tornar dependente de outra droga. Vade retro. Xô. 22h35. Quando der 23h00, vou buscar mais Coca. Como queria que meu padrasto já tivesse se retirado. Sua presença agora me incomoda por causa da paranoia que me gerou. Não sinto que estejamos em paz. Acho que há certa animosidade por parte dele em relação a mim. Aqui deveria ser assim, cada um respeitando o quadrado do outro. Suas peculiaridades. Minhas peculiaridades. Sinto que mamãe vem se esforçando para respeitar as minhas. Fico muito feliz com isso. Só falta ela respeitar e não me dar patadas. Mas vamos por partes, já é um grande avanço. Não sei se isso decorre da leitura desse blog. Não sei se é uma coisa que vem dela pura e simplesmente. Não sei, só sei que a mudança está se dando. Ai, ai, como será nos EUA?

23h20. Estou no meu projeto paralelo, que já está muito grande.

0h19. Peguei Coca e comi salmão com o resto arroz. Comi um pouco mais da metade do salmão. E peguei um pouco do sorvete de chocolate. Refeição perfeita. Botei um azeitezinho de oliva aí ficou no grau. E sal, claro. Indispensável aqui em casa. Espero que troquem logo o sal do saleiro pelo sem tempero pois acabo botando muito sal pegando pitadas do sal que fica ao lado do fogão.  

2h11. Vou me preparar para retirada.

3h37. Depois de muito matutar, pedi para entrar no grupo Assexuais. Eu que não gosto muito de sexo posso ter sorte aí e arrumar uma namorada antes dos 50. Já mandei pedido de amizade para duas meninas que achei bonitinhas. Vamos ver o que rola. Espero que, pelo arco-íris no meu avatar, não me tenham por homossexual. Se me aceitarem pois há uma pré-seleção, um questionário a ser respondido. Espero que passe no ENEM da Assexualidade. Ainda bem que aceitam Demissexuais, que acho que seja mais o meu caso. Acho que se for legal, vou criar o grupo Assexualidade Recife. Para aumentar as minhas chances. Hahahahaha. Mas mesmo se eu arrumar uma namoradinha por e-mail e Facebook, já é melhor do que nada. Adicionei mais uma, essa é inclusive de Recife. Que sorte. E tem um nome lindo, Lua. Mas vamos dormir que é o melhor que faço. Amanhã descubro se alguma amizade vingou e se fui aceito no grupo.

-x-x-x-x-

14h50. Achei o meu novo passatempo, participar das polêmicas do grupo de Facebook Assexuais. Realmente existem assexuais no mundo. E parecem ser pessoas mais bem-educadas, no sentido de instruídas, que a média das pessoas desses grupos de Facebook. Estou no meio de uma discussão sobre a possibilidade de um assexual se relacionar com um alossexual (pessoas sexualmente ativas). Interessante.

15h53. Ainda no não tão maravilhoso mundo dos assexuais. Descobri que eles se chamam “aces” e que cada naipe do baralho corresponde a um nível de assexualidade. O de espadas sendo o mais radical e o de paus sendo o mais flexível, eu me identifiquei com o ás de ouros, ou demissexuais. Com um pouco do ás de copas. Acho que o de copas está embutido no de ouros. Não está entendendo nada. Veja a imagem abaixo. Vou pegar Coca.





16h01. Deu uma morgada. Uma das gatinhas que eu mandei o convite me adicionou. Justamente aquela para a qual não mandei mensagem nenhuma. Curioso. Mas não tenho coragem de puxar papo com ela. Eu sou um ozzy mesmo. Acho que o meu destino é viver de paixões platônicas mesmo.

16h28. Mandei uma mensagem para a garota, perguntando o seu filme, som e livro prediletos. Respondi “Her”, Björk e “Dom Casmurro” respectivamente. Vamos ver se obtenho resposta. Mas ela é de um lugar que nunca ouvi falar. Então se rolasse seria relacionamento virtual. Bom, seria melhor que nada, mas não sei se gostaria de entrar numa viagem dessas. Bom, acho que ela não vai responder.

17h25. Fui comprar remédio para a minha mãe na farmácia e ao voltar ao grupo dos assexuais, me senti estranho, como se realmente não pertencesse aquele universo ao mesmo passo que me identifico, pois meu interesse por sexo é praticamente nulo. Pelo coito, digo. Tudo até as preliminares me agrada, mas a penetração para mim é dispensável, eu acho. Quero ver quando o clima esquentar mesmo se não mudo de ideia. Hahahaha. Mas acho que sou demissexual, no sentido que preciso ter intimidade, afetividade, atração pela figura para rolar. Sexo casual definitivamente não é a minha praia.

17h46. A menina me respondeu. Falou de seu interesse pelo cosmos.

17h54. Acabou de se classificar como assexual arromântica, ou seja, nada de toques. Aí para mim não dá. Perguntei se ela conseguia arrumar alguma relação afetiva sendo assim tão fora dos padrões comumente aceitos. Ela ficou off-line. Capaz de me bloquear. Bom, deixa para lá. Jogamos aberto um com o outro é o que importa.

18h04. Ela voltou a responder e estamos conversando, mas desse mato não sai coelho. Fico imaginando se essas pessoas radicalmente assexuais não sofreram algum tipo de abuso em algum momento de suas vidas. Vou tentar investigar isso com a garota da forma mais delicada possível. Vou perguntar como ela descobriu a orientação sexual dela, se foi tranquilo ou se deriva de algum evento traumático. Acho que é a forma mais light que tenho de abordar o caso. Acho que lançarei essa pergunta ao grupo como um todo. Mas não hoje. Também quero perguntar se todos os assexuais estão condenados a virar solteirões frustrados (como eu) ou se há alguém namorando assexualmente no grupo. Ah, e ela ficou off-line de novo. Tudo muito novo e curioso para mim. Acho que a imensa maioria é de solteiros frustrados ou de gente sexualmente traumatizada ou de gente que quer ser diferente. E acho que vou ter que fazer vista grossa para os erros de português das garotas que abordar. Essa até que está se esforçando, mas aqui e ali surgem erros. Mas quem sou eu para dizer alguma coisa, pouquíssimo sei de português. Mas é um comportamento deveras estranho não querer toque, carinho, afeto. Ela me disse que só quer amizades, não quer se apaixonar. Perguntei dos traumas e ela mencionou decepções com amigos e namorados. Não fui mais fundo porque ela precisou sair. Ela disse que se descobriu quando encontrou esta orientação sexual. Se sentia excluída e estranha antes disso. Não sei por que deixa de ser, acho que pelo senso de pertencimento a um grupo. Deveras curioso indeed. Não sei se será nesse espaço que encontrarei uma namorada. Pelos posts que vi é todo mundo vivendo amizades virtuais coloridas. Não é realmente o tipo de relacionamento que eu quero. Sou uma pessoa extremamente solitária. Por opção. Ou falta de opção. Queria que uma das outras duas me aceitasse como amigo, mas a julgar por essa, não terei muita sorte, mesmo se elas me aceitarem.

19h08. Estou achando que esse grupo só tem pessoas com problemas emocionais sérios, o que talvez seja o meu caso também. Hahahaha. Mas estou achando algumas colocações meio bizarras. Muito off do padrão até para mim. Não confiar em ninguém ser uma coisa normal? Não posso crer nisso. E um monte de gente corroborando com esse comportamento. Isso está cada vez menos parecido com a minha praia. Mas vou manter. Um grupo a mais, um grupo a menos.

20h28. Cansei de assexualidade por um dia. Nunca imaginei que houvesse tanta gente mal resolvida no mundo. Por um lado, sei que não sou só eu, por outro me entristece ver tanta gente solitária e complexada. Muitos se descobrem na assexualidade. O pior é que o grupo publica na minha página principal. Está apinhado de publicações do grupo, isso pega mal para mim. Não sei se sou assexual. Acho que sou demissexual. Mas este post já está grande demais e eu estou sem saco de escrever agora.

23h36. Perto do banho da meia-noite. Meu primo urbano me mandou dica de dois discos para eu sacar e não ouvi ainda. Nossa, como um copo de Coca acaba rápido. Que pena. Era o meu último. Daqui por diante, só agua. Vou fazer isso por mamãe. A véia merece. Por isso o banho da meia-noite também. “From Out Of Nowhere” começa urgente. Será que meu primo urbano vai querer conhecer o meu quarto, as minhas estátuas quando estiver pronto? Será que Convidá-lo-ei, orgulhoso que provavelmente estarei do meu quarto-ilha? “Cannonball” tocando. Músicas de um passado há muito ido quando o principal foco da MTV eram vídeos e que o mercado de CDs ainda era forte e dominante. Como tanta coisa mudou de lá para cá, agora eu posso ter a discografia inteira das Breeders e muito mais, eu que passo o dia escutando música especialmente, por menos do que o preço de um CD, pelo Spotify. Pense numa mudança radical. 23h52. Quase na hora do banho da meia-noite. Björk, uma das poucas dela que coloquei nas lista 6, toca. E nem é uma que particularmente goste, mas foi no bolo, acho que estava ouvindo na hora. “It’s Not Up To You”, não é das favoritas, mas gosto. “It’s In Your Hands” tem partes muito parecidas com as dessa canção e é outra que também está na lista 6. Eita Guns, vou tomar banho.

0h16. Minha mãe me mandou um WhatsApp mandando dormir. Que ozzy. Não conseguirei dormir agora nem a pau. Talvez de 1h00. Ainda falta eu atacar a farofa. Sem feijão, pois já o guardei. Beber um copo d’água. E comer o sorvete. Antes de tudo vou no sorvete. Agora.

0h36. Comi paçoca, comi sorvete e fumei o meu cigarro da noite. Agora tenho um último copo d´água a meu lado antes de ir deitar. Vamos ver se vou conseguir dormir. Pensava, enquanto fumava, na iluminação da Red Sonja. Ela vai ser parâmetro para todas as outras iluminações. O tipo de lâmpada que for usado nela, será o tipo de lâmpada usado nas demais. Ela é que necessita da iluminação mais perfeita, que ressalte o seu sorriso. Tenho a imagem de referência. Quero ela com aquele sorriso. Com a luz incidindo daquela particular maneira. Eita, começou a passar de “O Grande Circo Místico”. “Beatriz”. É tem certas coisas que não concernem aqui. “Meu Namorado” agora.

Garota marota
Você já nasceu pronta
Programada
Pra me destravar

Você vem e sacode
Vem com tudo o que pode
Deixa desse fricote
Deixa eu ser seu pacote

Garota marota
Você trota
No meu coração
Ai, Ai, Ai, meu coração
Ai, Ai, Ai, meu coração

Você vem e sacode    
Vem com tudo o que pode
Programada
Pra me quebrar na emenda

Garota marota
Garota mandona
Você me detona
Nessa canção

Tentativa de fazer uma letra comercial de música. O nome podia ser “Trote”, pois a dança poderia ser imitando a pessoa andando de cavalo de um jeito bem sensual, claro. Vou dormir. 0h56.

-x-x-x-x-

15h41. Que ridícula a letra. Hahahaha. Era essa a intenção. Mas me envergonho agora de tê-la escrito. Tenham ela como uma crítica ao atual cenário da música de massa no Brasil. Estou finalmente ouvindo o disco que meu primo urbano considera como o melhor que ele ouviu esse ano “Pavillion Of Dreams” de Harold Budd. Parece que é um disco só com músicas de piano. Nada mais estimulante para mim. Vou ouvir até a hora do cigarro. São 15h53. Ele marcou o cigarro pelo WhatsApp para as 16h30. Minha mãe disse que eu deixei alguma luz do carro acesa quando fui pegar as compras e a bateria arriou. Não me lembro de luz acesa quando fui pegar as compras, mas também não confio na minha memória. Pode ser que a pilha da chave esteja fraca. Pelo menos o disco de piano não empata a escrita. Estou cada vez mais desgostoso de participar desse grupo de assexuais. Ele não para de postar coisas no meu feed principal como se quisesse divulgar para todo mundo que eu sou assexual. Que eu nem sei se sou. Posso estar fora de forma e sem prática somente. E tem a idade também que diminui a libido. Sem falar nas medicações, por mais que a Doutora ache que as que eu tomo não afetem esse lado, sabe-se lá. Mas fato é que não vivo nessa sanha de sexo apregoada pela mídia como comportamento padrão, os meus mais de dez anos de solidão vem ratificar isso. Só não precisa ficar apregoando isso aos quatro ventos. Minha mãe achou que eu estava roubando dinheiro do quarto do meu padrasto. Obviamente me senti profundamente ofendido, mas nada disse, meus antecedentes corroboram com tal desconfiança. Ozzy. Não é a primeira vez que ouço tais acusações e certamente não será a última. É um bonito disco de piano. Moderno. Mas não faz a minha cabeça. É bom para escrever, não desconcentra. Meus posts estão ficando gigantes. Tenho que postá-los com mais frequência. A capa do novo disco de Björk foi divulgada e é horrenda, ela parece um monstro velho com uma vagina na testa.





16h12. Já-já meu primo me dá o toque para ir fumar. Está passando até uma mais animadinha no disco de piano agora. É, Björk está ficando velha e esgotando os seus truques, que começam a se repetir. Vamos ver se pelo menos o disco é agradável. O de piano é agradável de ouvir. Tem umas melodias bonitas, mas não colocaria na minha playlist. É bom para ouvir e conhecer, até em respeito ao esforço do meu primo em repartir algo que considera precioso comigo. Esse post já entra na 12ª página de Word. Vixe. Depois do cigarro, paro, reviso e posto. A Sideshow está encrencando agora que o endereço de envio da camisa difere do endereço do cartão de crédito. Mandei um e-mail para eles. Vamos ver no que isso vai dar. O piano acho que é misturado com sintetizadores, pois há sons que não são de piano. Não entendo porque meu primo foi gostar do disco, vou perguntar a ele. Tem uma parte da música que parece uma das de videogame que coloquei na lista 6. Hahahaha. Mas só três ou quatro notas. Mudou de música.


16h34. Vamos ver se ele vai me dar o toque para ir fumar ou não. 16h41. Achei que meu padrasto tinha chegado, mas pelo visto me enganei. Tenho que comunicar-lhe os destinos de mamãe hoje. É interessante o disco de piano. Essa música com arranjo mais elaborado me agrada, por elaborado, entenda-se com mais instrumentos. Queria ir fumar logo. 16h49. Para poder dar um fim a esse post. Ei, mas eu posso acabar ele na hora que eu quiser, não dependo do chamado do meu primo urbano para isso. Fim. Pronto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário