quinta-feira, 19 de outubro de 2017

COMEÇANDO NUMA TERÇA-FEIRA OU NUMA SEGUNDA QUE AINDA NÃO TERMINOU

7h21. Não dormi quase nada de ontem para hoje. Estou em modo zumbi aqui. Peguei duas estrelas no Super Mario Galaxy, após ter postado o último texto, e cá estou de volta. Sem muito o que dizer, pois minha mente está quase que completamente vazia. Minha mãe entrou aqui, mandando abrir janelas, o calor da manhã do mundão entrou desagradável no meu quarto-ilha que mantinha a frieza do ar. Perguntou se eu queria alguma coisa, respondi um café. Ela disse que não vai ter banana frita hoje pois não há canela. “You think you’re tired now but wait until three”. É, Robert, nem sei como vou estar às 15h00. Destruído provavelmente. A não ser que a Coca venha e me dê uma dose de cafeína constante que me mantenha desperto. Minha mãe quer que eu a acompanhe em outro exame. Que saco. Espero que o Marinheiro resolva aparecer hoje. Ou que o meu amigo jurista resolva ver o filme... amanhã. Hahahahaha. Três horas de filme tarde da noite, vou cair no sono na certa. Mesmo que fosse um filme de ação. O que eu acho que não seja o caso do novo “Blade Runner”. Para o meu primo urbano ter gostado, não é filme de ação. O primeiro não era. Talvez tenham posto um pouco mais de ação nesse, mas nada no estilo “John Wick” ou “Jack Reacher”. Minha cunhada está defendendo que cantada é abuso sexual. Acho que há cantadas e cantadas e que nem todas podem ser enquadradas em abuso ou violência contra a mulher. Se continuar assim, como o amigo dela disse, estaremos condenados à extinção, pois nenhum homem vai poder tomar a iniciativa e abordar uma garota, pois estará tentando abusar dela. Há limites para o feminismo. Claro que há cantadas que são por demais grosseiras, inoportunas e inconvenientes, abusivas até, mas a maioria faz parte do jogo de sedução, eu creio e só creio, pois não consigo passar cantadas, sou tremendamente empulhado para esse tipo de abordagem, pois acho que vou estar incomodando a garota. Ou seja, sou mais feminista que as feministas! Hahahahaha. O mundo se torna cada vez um lugar mais inóspito para mim por causa do politicamente correto que é dado a exageros e cerceamento de liberdades desnecessários. A única coisa que deveria acontecer é se ensinar no colégio, já que a maioria dos pais não ensina, a respeitar o próximo (ou a próxima). Bastava isso, não o Estado cagando regras em cima de regras para impor uma coisa que deveria ser ensinada desde a mais tenra idade. Coagir depois é a atitude mais equivocada que eu acho, acaba punindo quem não tem nada a ver com a história. Mas não quero tratar de polêmicas aqui. Sou péssimo com isso. Me faltam embasamento e disposição. Acho que já falei até demais. Mulheres continuarão a levar cantadas e as que tem bom humor – a depender da cantada e do contexto da cantada, reitero – se sentirão lisonjeadas de serem alvos do interesse masculino. Epa, estou continuando com a polêmica. Parou. Quem sou eu para saber o que vai na cabeça das mulheres? Adoro as mulheres. Bem adoro algumas mulheres, há mulheres que são chatas como são chatos alguns homens. Mas via de regra, acho as mulheres mais interessantes que os homens. Talvez porque seja homem e as mulheres a mim me pareçam seres mais misteriosos e mágicos que os homens. Talvez seja só por causa dos poucos hormônios que me restam. Fato é que me apraz conversar com mulheres. Enfim, adoro um número maior de mulheres que de homens, mas os que adoro, adoro para valer. Sei lá o que estou escrevendo. Ouvindo “Cheek To Cheek” ótima maneira de embalar as 8h20 de hoje. Foi uma escolha arriscada botar esse disco na minha lista 6, mas cada vez o aprecio mais. Acho Louis Armstrong morreu depois que eu nasci, tenho essa impressão, vou procurar no Google/Wikipédia. Não, morreu antes de eu nascer. Vou ver Ella. Poxa ela morreu em 1996. Eu já era bem grandinho e nem soube de sua morte. Não lembro de nada relacionado a isso. Estranho. Tinha 19 anos. Bons tempos. Estava no meio da faculdade, aprendendo a tomar cachaça com os meus colegas. Namorando minha segunda namorada. Com a turma da Ubaias bem unida. Raros tempos bem vividos. Foi o ápice de mim, eu acho. Antes de tudo degringolar. Mas não quero falar de coisa ruim agora. Já basta o que escrevi no post de Geninho. Foi muita desgraça para um post só, visse? Vou pedir para a minha mãe ligar para a feira para ver se as Coca-Colas acontecem.

8h41. Oba duas vezes. Mamãe pediu as Cocas e Dona Carmelita vai fazer mais uma xícara de café para mim quando for fazer a dela para tomar seu café da manhã.

8h52. Li o review da Pitchfork para “Comedown Machine” do Strokes e ele fica, como o resto do que li, em cima do muro, hora alisando, hora batendo, não gosto da maneira como escrevem e é muito cheio de gírias ou figuras de linguagem que me escapam. Meu inglês não é essas coisas. Só sei que adoro “Comedown Machine” e acho que os Strokes evoluem musicalmente a cada disco. Incrível, eles não terem mencionado os falsetes de Julian Casablancas que permeiam mais da metade do álbum e são uma novidade para a banda. Bom, já dizia o sábio provérbio, gosto é como cu, cada um tem o seu. Desculpem-me o palavrão gratuito, mas cito o ditado como o ouvi repetidas vezes. Está passando “Orange Sky” e inevitavelmente lembro do meu irmão. Minha irmã PE fez uma observação sobre ele quando em Munique que me calou fundo por ser tão antagônica à minha visão. Novamente o sábio ditado me vem à mente. Acho apenas que ele está mais sociável e comunicativo, ela pode ter interpretado isso de uma forma totalmente diversa da minha. Ou viu o que meus olhos tendenciosos de admiração não conseguem enxergar. Só sei que aquilo calou fundo em mim. Preferia não tê-lo ouvido, principalmente dela. Não abalou o que sinto pelo meu irmão e não foi nada de absurdo, foi apenas a percepção dela do último encontro que teve com ele. Estava passeando pelo Facebook, à procura de uma luzinha verde ao lado do nome do Marinheiro ou do meu amigo jurista e dei de cara com o sofrimento de uma mãe que enterrou seu filho. Não deve haver perda mais terrível. Isso me levou para um lugar assustador. Não sei por que essa ideia tétrica me persegue. Imaginei algo menos terrível, mas igualmente doloroso. Algo passível de acontecer se o impossível acontecer. Eu compreenderia, eu acho. Eu relevaria, eu acho. Eu permitiria, eu acho. E tenho certeza que isso me consumiria por dentro. Pelo menos nas primeiras vezes. Mas as circunstâncias acho que justificariam isso. Perdê-la seria pior. Sandices. Estou falando sandices aqui. Sandices de uma cabeça cansada pela falta de sono.

9h20. Mamãe me chamou para pagar o frango com o cartão de crédito, pois estava enrolada na toalha, saída do banho. Mas acho que sou um campeão em perdoar. Não sei se isso é bom ou ruim. Só sei que sou assim. Não guardo muitas mágoas e as que guardo não me ocorrem agora. Guardo muitas mágoas de mim mesmo. Do que fiz a entes queridos. Do que faço à minha mãe. Do que fiz a meu pai. Do que fiz à minha segunda namorada. Ah, são tantas mágoas, tantas culpas. Difícil se sentir alguém válido com todas elas. Coisa para se tratar em terapia. Eu poderia elaborar uma lista do que eu gostaria de tratar na terapia.

- Gostaria de ter mais autoestima. Eu acho que talvez eu tenha, mas é como se não tivesse. Na verdade, acho que não tenho muita. Acho tudo o que sou feio ou defeituoso. Um ser humano falho, mas não falho como todo ser humano é, muitíssimo mais falho. Gostaria de me sentir válido. Valioso em algum âmbito. Não consigo pensar em nenhum.

- Aurora e em como lidar com isso.

- Como lidar com minha mãe de maneira mais saudável.

- Discutir a ideia do dinheiro com ela, a terapeuta, para ver se ela acha válido. Queria investir em um imóvel na rua do McDonald’s. Gostaria de dividir o dinheiro da minha pensão da seguinte forma: metade para o meu custeio mensal (isso inclui as Coca-Colas), metade da metade para investimento e a outra metade da metade para eu gastar com o que eu quiser (saídas, cigarros, bonecos, o que for).

- Meu desinteresse quase total por sexo.

- Minha falta de coragem para abordar garotas que me interessem.

- O meu crescente desinteresse pela vida social.

Acho que estes poucos tópicos já dão muito pano para manga. Podem render meses ou anos de terapia, depende mais de mim que da terapeuta. Mas ela vai ter que me dar uma força nesses aspectos, claro. Um novo olhar, sem muitos julgamentos, me aceitando para eu me aceitar. Sei lá. Estou todo cheio de dedos para encarar a terapia. Nossa, estou com muito sono. Só a Coca pode me salvar. Parece que já está vindo. Dentro de uma hora devo ter Coca aqui. Eu acho que vou fumar um cigarro.

10h20. Nada de Coca ainda. Não aguentei e deitei por cinco minutos, só para descansar um pouco o corpo da posição em que estou. Vou ligar um pouco o ar, está quente o quarto. Vou coroar a Coca, quando chegar, já soube que são só duas garrafas e da normal, com um bom e velho Marlboro. Nossa, cabeça completamente vazia e enevoada. Depois do almoço, eu certamente vou tirar um cochilo. Eu acho ou espero. Precisar, eu preciso. Mas como ficar atento ao comunicado do meu amigo Marinheiro? Perguntando a ele. Mandei a pergunta. Ele recebeu, mas ainda não leu, embora esteja online. Ele respondeu que talvez venha na sexta. Já posso cochilar tranquilo à tarde. Agora estou indagando a meu primo-irmão e ao meu amigo jurista sobre o cinema. Meu primo-irmão já me respondeu que a turma dele ainda não foi (quem sabe hoje?) e meu amigo jurista nada respondeu, mas falei dessa turma que queria ir. Não sei o que vai rolar a partir daí. Joguei a informação para rede social.

11h30. Nada de Coca. Vou comer e vou dormir.

11h42. A Coca chegou! Já comi. Mamãe vai ficar p da vida, mas estava com uma fome de outro planeta.

11h50. Ela não ficou p da vida, estava preocupada tentando achar o brinco que trouxe da Alemanha para Dona Carmelita. Acho que vou tirar o meu cochilo agora. Dar só mais um tempo. Beber outro copo de Coca. Preciso estar inteiro se a galera for ver o filme hoje.

12h35. Tudo a princípio marcado para segunda que vem (“Blade Runner”) com a rapaziada toda, a turma do meu primo-irmão e meu amigo jurista. Caso haja vaga essa semana na agenda do meu amigo jurista, nós veremos outro filme. O problema é que ele ainda está arrumando a mudança. Sim, já me escalei para a première de Super Mario Odyssey na casa dele e ele concordou. Show de bola total. Agora posso tirar meu cochilinho de lei.

12h59. Minha mãe disse que eu preciso ir a um exame com ela, então adeus cochilo. Que supermegaozzy. Fico pensando se ela não quer que eu vá só para eu não dormir. Disse que vai tomar não sei o quê na veia. E o que eu posso fazer? Dirigir eu não posso. A não ser que ela queira ir de Uber. O pior é que o meu celular está com pouca bateria. Botei para carregar um pouco no computador.

13h13. Estou zumbi e minha mãe me arrumou essa. Que ozzy. Não quero saber, quando voltar, vou dormir. Nem que sejam duas horas.

13h44. Mamãe, que estava aperreada com o exame, agora assiste a um episódio do seu seriado. Eu não poderia ter dormido uma horinha? Mas tudo bem, vou relevar. E vou falar da Red Sonja.

13h56. Mamãe foi mudar de roupa enfim. Caramba, estou muito sonolento. Zumbi total. Os olhos ardem.

19h09. Chegamos há 40 minutos do médico. Pense que eu estou um caco. Mas incrivelmente sem sono. Estou numa faixa de consciência mais baixa, mais lento, cansado, isso eu percebo, mas sono, não. Ou um sono contínuo há tanto tempo que nem o identifico mais como sono. Não quero deitar e dormir como queria antes. Agora eu quero curtir a noite. Vi várias pacientes com câncer fazendo quimioterapia, pois minha mãe me convidou/mandou acompanhá-la e entendi por quê. O medicamento que ia tomar era intravenoso e demorado e seria muito inóspito ficar ali sozinha no meio daqueles cubículos todos com senhoras doentes tomando quimioterapia e acompanhadas. Ainda bem que é só de seis em seis meses. O mais incrível, consegui convencer mamãe a deixar eu dar um lance na caixa surround de Björk, não fora a incompetência do vendedor, eu já poderia ter a arrematado. Se ele confirmasse que havia os DVDs em 5.1, o que ele foi incapaz de fazer, deu a entender que só havia os CDs na caixa, então não dei lance. Estou apostando em outro que a vendedora – pelos outros produtos julgo ser uma mulher – que está leiloando a caixa lacrada por lance mínimo de 45 doletas, muito mais barato que os demais que eu achei. Embora lacrada, a caixa tem um rasgo na região do código de barras, pequeno, não empata nada se for realmente lacrada e o conteúdo estiver intacto. Dei um lance só, que chega ao preço de “compre agora” dela, de 65 dólares. Mas, obviamente o eBay só vai chegar a esse valor se novos lances de outros cidadãos forem feitos. Vamos ver no que é que dá. A vendedora só tem uma compra feita há mais de um ano, então é um tiro no escuro que estou dando. O que muitos vão pensar também. Acho que se brincar levo a caixa por 45 dólares. Se levar, espero estar tudo em ordem. Aí só fica faltando o som 5.1 para ouvir. Hahahahaha. Mas vamos por partes. Ainda esta semana falarei da Red Sonja com mamãe. Se tudo der certo e a maré continuar boa para o meu lado, digo. Se bem que posso esperar até a semana que vem, pois começa um grande festival de descontos, códigos, sorteios e lançamentos na Sideshow. Só tenho que fazer antes do final de outubro. E o negócio da Sideshow vai até dia 27 o que dá na medida, eu acho. Provavelmente o Swamp Thing vá ser lançado e aí eu posso comparar os preços, ver as fotos e tomar a decisão. Mas acho que a Red Sonja vai ganhar, tanto por ser a mais bela quanto pelo preço ser mais em conta. Veremos, entretanto. 20h41. O casal se prepara para dormir. Eu que não dormi ainda, tomarei um belo banho e dormirei dentro em breve.


22h18. Tomei o belo banho, dei uma pausa na Coca e estou bebendo água. Ouvindo “Pictures Of You”, linda, linda. 

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