segunda-feira, 2 de outubro de 2017

MUNIQUE V - ÚLTIMA PARTE

E sem assunto. Diria que até um pouco entediado. Comemos um smorgasbord no jantar, um nome chique para degustação de queijos, pães e frios que estava uma delícia. Vários tipos de salame, eu diria, um apimentado, outro de javali, outro de veado e outro tradicional, três queijos muito deliciosos, tomates secos, picles de pepino, os picles daqui são magníficos, tudo regado a cerveja, para os que podem, um vinho doce, pouco fermentado, para a minha irmã e Cherry Coke para mim. Havia até uma cerveja fabricada aqui perto de casa que meu cunhado comprou para experimentar, chamada Haderner, e nós moramos na Haderner Stern. Descobrimos que a cerveja e fabricada a algumas ruas daqui, parece que na do colégio do meu sobrinho.

2h54. Abri um pouco a porta para gelar o quarto, para que possa dormir num ambiente mais friozinho. Enquanto os demais fogem desse friozinho, eu busco por ele. Vou dar mais meia-hora aqui e depois vou dormir. Certamente me mandarão para a cama de mamãe ou me despertarão à força quando mamãe acordar. Acho que vou para o Desabafos do Vate, preciso comentar algumas coisas lá.

5h50. Estou quase dando o virote aqui, o problema é que hoje tudo é fechado e só tenho três Cherry Cokes para beber. Vou pegar um copo da Coca sem cafeína da minha irmã para beber e depois acho que vou tentar dormir. Dentro de uma hora os guris devem estar acordando. Que ozzy.

5h54. Peguei a Coca sem cafeína da minha irmã e me decidi que vou tentar dormir. Pior que amanhã minha irmã vai querer fazer faxina na casa. Sei não como vai ser. Pelo menos durmo um pouco.

Acordei de 10h01 e fui logo apressado a me aprontar para irmos a Oktoberfest. Dessa vez levei a câmera, mas novamente não consegui captar o tamanho do evento ou as roupas tradicionais a contento. Não tive motivação para andar em nenhum brinquedo dessa vez. Descemos na Goetheplatz e de lá rumamos para a Oktoberfest. Devido aos ataques terroristas recentes na Europa, o policiamento estava mais severo, revistando bolsas e mochilas na entrada, infelizmente não consegui captar imagens, minha irmã achou melhor não arriscar. Havia mais policiais nas ruas e entradas dos galpões de cerveja, mas também não fui capaz de captar, entramos no galpão da Löwenbräu e miraculosamente conseguimos um lugar em uma mesa, tomei um refrigerante de cola com laranja, pois não serviam Coca de verdade lá, comemos salsichas com repolho fermentado e batatas fritas. Já havia gente bêbada e havia os corajosos que subiam em cima dos bancos e anunciavam a todo mundo que iriam tomar a caneca de um litro de chope de uma vez só e todos no galpão faziam torcida para o “herói”, no final do feito, como prova de que havia tomado tudo, o beberrão virava a caneca sobre a própria cabeça provando que não havia mais bebida na caneca para ovação geral. Meu cunhado disse que quando falham, a vaia também é geral, mas só houve sucesso durante o tempo que passamos lá. Tivemos a sorte de pegar a banda chegando para a alegria de todos os “documentaristas” do evento e êxtase dos bebedores em geral. Me encantou em particular o imenso teto amarelo repleto de balões de unicórnios rosas perdidos pelas crianças que visitaram o local, formavam uma bela, pacífica e surreal imagem no meio da balbúrdia abaixo deles. Os meninos se comportaram bem e usei a câmera até a bateria acabar. Os cavalos alemães me parecem muito mais portentosos que os brasileiros, com pernas grossas e grandes cascos, provavelmente de uma raça outra que a criada comumente no Brasil. Espero brincar em alguns brinquedos quando e se for com a minha irmã, filha do meu padrasto, o que provavelmente ocorrerá. Aí andarei nos brinquedos antes de beber um litro de refrigerante e de comer. Por sinal comemos um sanduíche muito bom de joelho assado com pão. Delícia. Havia como era de se esperar, muitas pessoas vestidas a caráter, inclusive brasileiros, como pude, para minha surpresa, constatar. Os ébrios ainda eram poucos, mas já havia pessoas bastante tocadas pela cerveja. Me impressiona sempre como aquelas mulheres que servem as bebidas conseguem carregar tanto peso, tantas canecas de uma vez só. Eu mesmo não conseguiria. E elas engolem um troco triste. Por sinal, a caneca está caríssima, mais de dez euros por um litro de chope. Minha irmã disse que sobem todo ano. Acredito. Acho que da última vez que fomos era cerca de oito euros. A parte mais legal de todo o passeio foi quando a minha sobrinha pegou na minha mão e não largou mais, achei tão carinhoso, tão fofo, tão emocionante. Fiz até balanço com ela, minha irmã segurando a outra mão. Foi divertido. Carinho é sempre bom, quando espontâneo e querido. Não sabia que tinha essa parte boa de ser tio. Gostei. Mas agora estou cansado. Dormi muito pouco. Pior que hoje provavelmente vai ter mais sessão de filme e novamente dormirei depois das onze da noite. É o único percalço de dormir na sala. Um grande percalço, por sinal, pois não posso dormir ou acordar na hora que quiser. Dormir até que posso, pois costumo dormir mais tarde que todo mundo, mas acordar é o problema. Porém isso é o de menos, estou amando a minha estadia aqui, muito mais do que poderia conceber. E graças aos céus não cruzei com meus vizinhos ainda. Só pouco mais de uma semana sem vê-los e estarei de volta intacto desse encontro social indesejado, por ser muito demandante para mim.

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9h10. Minha mãe, que ficou de cuidar do meu sobrinho adoentado, dorme no sofá enquanto o menino assiste TV, “Pocoyo”, para ser mais específico. Minha irmã disse que ele podia assistir no máximo uma hora de TV, mas minha mãe parece não se importar com isso e ronca, dormindo e me deixando aqui com o meu sobrinho. Me acordou à guisa de botar o DVD para o doentezinho da casa e resolveu tirar um cochilo. Muito bonito da parte dela, que prometeu à minha irmã cuidar do neto e me deixou aqui a ver Pocoyo.

10h08. Tentei botar “Blue Planet”, mas o meu sobrinho ficou com medo dos tubarões. Ainda bem que achei um novo dos carrinhos para ele ver. Não dá para escrever agora, mamãe, que assumiu a responsabilidade de cuidar do menino, fica dormindo, achando que está doente, uma série de pra que issos, tudo que a impeça de sair de se levantar da cama para cuidar do guri.

11h04. Depois que desliguei a TV, após muito mais do que uma hora, que era o período estipulado pela minha irmã como máximo para TV, agora mamãe joga no celular um jogo de construção e gerenciamento de recursos, após ter botado ele para desenhar no quadro negro.

12h32. Estou morrendo de sono. Mamãe me acordou de 8h30 da manhã mais ou menos e quase não dormi na noite que antecedeu esta, logo ainda não recuperei o sono perdido. Mamãe agora cuida do petiz, dando ideias para o trem de Lego dele.

14h22. Fui ao Edeka comprar Cherry Coke e carne assada para o almoço e mamãe leu isso e ficou bastante contrariada, como era de se esperar. Disse que se levantou de 6h45 e que estava que não se aguentava de dores no joelho, que eu pelo menos tinha dormido duas horas a mais, que não imaginava que eu guardava tanto rancor dela e por aí foi. Depois, aparentemente se acalmou, mais, mas não quis comer da carne que eu trouxe, alegando ser muito gordurosa. Não entendi o que ela queria, mas agora que compreendi, não falharei da próxima vez. Consegui pagar tudo – carne e Cherry Cokes – com moedas, pois tive o desconto das garrafas que retornei ao supermercado. Mamãe, num ato de independência em relação a cuidar do meu sobrinho, talvez motivada pela leitura desse texto, disse que se eu quisesse ir na Marienplatz eu podia. E acho que vou. Depois de tirar um cochilo de duas horas. Saindo de 16h30 terei tempo demais para fazer o que pretendo, que é pouco, pois as coisas fecham às 20h00 apenas.

18h00. Acordei tarde demais. E fiquei remanchando aqui em vez de me arrumar e ir. Irei amanhã se nada me impedir, então. Agora, embora tenha duas horas, não sei se vai dar tempo e ainda vou pegar a hora do rush do metrô, que detesto. Todos já estão em casa. E se preparam para o jantar, talvez. Agora minha irmã pôs Peppa Pig para as crianças. Mamãe está em seu quarto, o resto de nós está na sala. 18h27.

20h39. Mamãe comprou as passagens para os EUA. E minha irmã fez a conta do Spotify. Mal sabe ela do presente que receberá, a caixa de som da JBL melhor possível, entre hoje e amanhã.

22h44. Meu sobrinho deu uma piorada, espero que não seja nada de grave. Parece ter melhorado um pouco e adormecido, mas estava com dificuldade de respirar. Se o quadro continuar este, o levarão para o hospital. Vão ligar para o médico de emergência para saber o que fazer. Pedi para me avisarem do bom e do ruim. Espero que não tenha nada a ver com a fumaça do meu cigarro. Mas o quarto das crianças é muito distante de onde fumo e as janelas são vedadas contra o frio, não são como as do Brasil. Tem até uma janela miraculosa que abre verticalmente e horizontalmente.

23h32. Decidiram levar o meu sobrinho ao hospital. Espero que não seja nada demais. Só asma mesmo. Estranho isso me deixar tão preocupado. Parece que existe um vínculo after all. Não quero que nada de mau aconteça ao pequenino. Acho que é uma preocupação normal, tendo em vista o convívio diário que tenho tido com ele.

2h09. O pessoal chegou do hospital, aparentemente não foi nada demais. Graças. Do jeito que mamãe contou parecia coisa bem mais séria. Se minha irmã estava relaxada, então é porque não deve ter sido nada grave realmente. Vou dormir. Minha irmã indicou que me quer presente cuidando do meu sobrinho junto com mamãe.

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14h03. Minha mãe me deixou dormir e cuidou do meu sobrinho sozinha até agora, acho que realmente ficou mexida com o que escrevi aqui e chamou a responsabilidade toda para ela. Me sinto culpado por causa disso, mas não sei se deveria. Se precisasse de ajuda certamente me acordaria, embora não saiba que assistência poderia dar. Ela botou o guri para dormir e foi tirar um cochilo. Merecido, diga-se de passagem, pois deve ter ido dormir muito tarde por causa do incidente do hospital ontem e acordado muito cedo por causa do meu sobrinho hoje.

14h27. Estava revendo recordações que não são minhas, das quais me apoderei. Apenas uma pequena parcela me pertence, me convém, o resto são memórias roubadas das redes sociais. Uma conveniência dos tempos modernos. Ou inconveniência dependendo do ponto de vista.

15h16. Meu sobrinho acordou, parece que mamãe pegou o jeito de lidar com ele e ele se acostumou a ela, estão se dando superbem. Fico feliz. Realmente feliz, acho que mamãe – ou vovó – também, tudo o que ela mais queria era construir essa afinidade com os netos e parece que com o meu sobrinho ela conseguiu. A menina é mais arredia a ela. E a desconhecidos em geral. De alguma forma incompreensível, ela tem certa afinidade por mim. Não fiz nada para cativá-la. Acho que ela se sente mais confortável com presenças masculinas talvez.

16h20. Já estou de banho tomado. Minha irmã chegou e, em teoria eu e mamãe iremos para a Marienplatz agora. Eu estou com preguiça, meio mole, sei lá. Não sei se foi o banho quente ou se peguei a doença do meu sobrinho, que talvez esteja em fase embrionária. Tomara que não seja esta última opção.

22h52. Já estou de volta há muito tempo da minha ida à Marienplatz com mamãe. Deixei-a na Müller, uma Lojas Americanas daqui. Fiz tudo o que tinha que fazer e voltei lá à tal loja para pegar as compras que mamãe fez, para que ela não carregasse muito peso. Acompanhei-a até a entrada do U-Bahn, de onde se avistava a Zara, o seu destino final do dia. Voltei mais cedo que ela e fiquei de prontidão, caso precisasse de alguém para carregar mais peso, eu voltaria à Marienplatz para ajudá-la. Não foi necessário. Ela não comprou mais nada, pois não achou calça que coubesse nela. Talvez nós vamos amanhã novamente. Se ela não for, eu vou querer ir do mesmo jeito.

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11h16. Meu sobrinho está com 39 de febre e não quer tomar o remédio. Recebi a entrevista respondida de Erick Sosa, aquela que estava já desesperançoso de receber. E por falar em recepção, ela está gerando um bom número de visualizações, mais de 540 até agora.

19h09. A entrevista foi visualizada 846 e continua tendo acessos, pode ser que chegue a 950-1.000 visualizações. Pena que nenhuma se converteu em comissões da Sideshow. Não saí para nenhum lugar hoje. Talvez vá buscar minha irmã, filha do meu padrasto, hoje no aeroporto com a minha irmã que mora aqui em Munique. Ela foi com minha mãe e meu sobrinho ao médico no intervalo de almoço, pois ele estava com quase 40 graus de febre. O médico disse que era um desdobramento natural da doença, pelo que entendi. Tive que carregá-lo até o carro na ida e do carro para casa na volta. Foram a primeira e a segunda vez em que carreguei uma criança nos braços. Antes disso, só havia carregado namoradas. Quem está meio mole sou eu. Mas acho que é psicossomático. Mamãe e minha irmã foram no açougue buscar o almoço nesse ínterim do médico e mamãe comprou o apresuntado que tanto gosta e, graças, trouxe para mim um pedaço de porco assado que prefiro mil vezes, aliás gosto realmente e muito, do apresuntado não gosto nem um pouco. Fui ao Edeka comprar Cherry Coke e outras coisas que estavam faltando em casa. Aproveitei os 15 euros que tinha e comprei duas carteiras de Marlboro tamanho médio, que me saíram por absurdos 14 euros as duas. Que mamãe não saiba. Espero ter cigarros agora até a viagem.

2h49. Fomos eu e minha irmã buscar nossa irmã, filha do meu padrasto, no Aeroporto. Na ida tentei captar a Allianz Arena acesa em vermelho, pois o Bayern estava jogando contra o Paris Saint German, aviões pousando e o aeroporto, a sede da Mercedes com seus inúmero carros em exposição, mas para a minha frustração ao estacionarmos o carro no aeroporto, descobri que o SD card estava mal enfiado na câmera e não havia capturado bulhufas. Filmei algumas locações do aeroporto, mas a GoPro não é uma câmera feita para se filmar à noite e, por alguma razão não captou a grandiosidade da construção como imaginava. Coisas da vida. Na volta, tentei filmar a autoestrada, mas ficou parecendo aquele jogo de Atari, Enduro, na fase da noite, com óvnis alucinados aqui e ali, ou seja, uma porcaria. Tentei captar a sede da Mercedes na volta e os carros pareciam bidimensionais como backlights de automóveis, mas com boa vontade se distingue a enorme quantidade de veículos expostos no prédio transparente. Captei ainda um túnel, que pareceu ainda mais um cenário de videogame, como minha irmã muito bem frisou, pelas lentes da GoPro e suas luzes estouradas. Enfim, foram um total desperdício de tempo as filmagens, mas é material para o meu amigo cineasta julgar se vai utilizar ou não na decupagem do filme. Achei as imagens por demais estouradas e sem nitidez. Ele que ache utilidade ou não para elas. Talvez amanhã vá na Marienplatz com minha irmã que chegou de uma viagem que durou três dias, passando por São Paulo, Miami e Madri antes de chegar aqui. Obviamente, todos já se retiraram, mas tenho dúvidas se ela já dormiu, não sei se já se acostumou com o fuso-horário europeu, pois no Brasil agora é que são 22h05, enquanto aqui são 3h05 da manhã. Estou meio que ensaiando um virote já. Minha mãe tentou ligar para o seguro e arrumar um médico para vir ver seus joelhos, a atendente disse que retornaria o contato em 60 minutos, mas partimos para o aeroporto antes disso e descobrimos na volta o que prevíamos, nada havia acontecido. Sugerirei que mamãe ligue para o seguro aqui de Munique, afinal a sede do seguro, não por coincidência Allianz é aqui e há o contato para o seguro internacional aqui em Munique também. Minha irmã vai ter que gastar um pouco do seu Alemão, mas acho que a solução será mais imediata. Não sei. Só uma intuição, visto que aqui as coisas tendem a funcionar com mais eficiência e eficácia que no Brasil. Deixei a porta do meu quarto que dá para o terraço aberta para dar uma resfriada no ambiente e funcionou que foi uma beleza, está parecendo que ligaram o ar condicionado aqui. Acho que vou ter um terçol. Parece que a United Airlines também aceita bagagem de tamanho excedente ao da bagagem padrão. Como eu e mamãe vamos para os EUA e voltamos de lá pela United Airlines, há uma possibilidade de trazer o busto Hulk para o Brasil. Vou mandar um e-mail para a Sideshow. Acabei de ver que o Brasil não aceita oversized luggage, que droga! Ozzy, ozzy, ozzy! Posso arriscar, mas é arriscar demais. Acho que vou mandar direto para o Brasil mesmo e depois me entender com a minha mãe sobre os absurdos valores da alfândega brasileira. Isso se a encomenda chegar. Afinal minhas camisas ainda não chegaram. Essas incertezas me consomem. Vou falar com a minha mãe assim que possível. Quero o seu input e já prepará-la para a porrada financeira que levarei.

8h37. Mamãe apareceu aqui no quarto a caminho do banheiro e me ordenou, em tom ameaçador, que eu fosse “dormir imediatamente”, finalizou me chamando de “irresponsável” por ter por obrigação sair com minha irmã que acabou de chegar para um passeio e por ela achar que eu iria acordar tarde para tal feito. Acabou que tive um sonho em que estava num grupo de leitura/literatura, ministrado por um professor não muito mais velho do que nós, os integrantes, e que tinha um dos participantes bem falante, um tanto rebelde, porém bastante inteligente e articulado, que criava polêmicas e era de difícil acesso/convívio, possivelmente uma das facetas da minha psique, que às vezes me punha nos olhos dele e às vezes como observador. Até o meu amigo Marinheiro apareceu no final do sonho sendo provocado quase à briga por esse participante destoante. O sonho acabou com o professor/mediador/tutor do grupo admitindo que era difícil “entrar”/“acessar” o participante rebelde, num desabafo para o demais quando do final do grupo, momento em que marcamos um encontro da turma num barzinho. Isso é que dá tantas internações com tantos grupos terapêuticos. Hahahahaahha. Será que isso é falta/saudade do CAPS? Só pretendo reingressar no ano que vem. O post da entrevista já está com 1.367 acessos, estava com vontade de expandir a entrevista e republicá-la, como versão “expanded”. Algumas respostas me levantaram outras questões, se as tiver em número suficiente, acho que relanço a entrevista. Vou fazer isso agora. Minha irmã me sugeriu que dormisse mais um pouco, mas o sono não me vem. Ou vem. Bem, vou dar uma relida na entrevista e ver o que consigo extrair mais de lá. Depois das minhas aventuras de hoje, dou esta postagem como encerrada, reviso e publico. 8h55.

11h20. Minha irmã ainda está dormindo. Prova de que estava realmente exausta e de que ainda não se acostumou com o fuso-horário europeu. Coitada. Quem está com sono agora sou eu. Mas terei que resistir. Talvez quando os meninos forem dormir eu me anime em jogar Another Code: R do Wii. Sempre quis jogar, mas sempre priorizei a compra de outros jogos. Meu cunhado tem ele aqui, teoricamente em inglês, não em alemão, o que invalidaria qualquer possibilidade de jogar um jogo onde a estória e as pistas são fundamentais. Não é um jogo de ação, é um jogo de mistério e investigação. Estava pensando em comprar o relançamento do console do SNES, mas mudei de ideia, sei que não vou jogar mesmo. Não tem para que.  Mas chega de videogames. A mulher do seguro de saúde ligou para mamãe hoje cedo e o médico é aqui na mesma rua da minha irmã, a dois quarteirões daqui do apartamento. A levarei até lá às duas da tarde. São 12h02. Ah, me prometi escrever uma carta para a Sideshow vendo o que a empresa pode fazer para aliviar a barra dos impostos para mim. Não sei se é tempo ainda. Mas vou ver o que é que sai.

22h50. Escrevi a carta e enviei para a Sideshow. Fui à Marienplatz com a minha mãe e minha irmã, filha do meu padrasto. Comi o maior pedaço de torresmo que já vi na vida, um dos itens vendidos na feira da Marienplatz à qual nunca havia ido até então. Vieram dois enormes pedaços de torresmo, não aguentei o segundo. Está aí pela cozinha. Fomos também à Müller, claro, e findamos tomando um espresso (minha irmã), um vinho branco (minha mãe) e um chocolate quente (para mim, obviamente) com vista para o Glockenspiel. Fiquei na cadeira que ficava de costas para o famoso ícone de Munique por cavalheirismo. Foi um momento agradável. A tarde toda foi agradável, tirando a parte da Müller. E talvez o final do torresmo. 23h51. Estou morto de sono. Não acho que o meu e-mail para a Sideshow vai surtir algum efeito, que eles vão considerar as minhas sugestões. Vamos torcer. A caixa JBL que mamãe comprou para a minha irmã e meu cunhado foi um presente acertado, ela está ouvindo até agora. Ouviu na cozinha, na sala de jantar e ouve agora aqui na sala de estar, que é o meu quarto e de onde quero que todo mundo desapareça para eu poder dormir. Dormir, não, começar o meu ritual para dormir. Refrigerar o quarto, fumar cigarros e Vaporfi, ouvi um pouco das minhas músicas, escrever quaisquer reminiscências do dia que me venham ou de qualquer coisa outra. 0h07. Eles saíram do quarto. Finalmente, ou quase, estou livre para dormir. Resistirei, entretanto agora que terei a parte da casa que me interessa só para mim. Acho que a primeira coisa que vou fazer é escovar os dentes. Agora.

0h24. Escovei os dentes aproveitei e fui no banheiro, já deixando o quarto com a porta do terraço aberta para esfriar o clima e já senti a diferença quando voltei.

0h33. Isto está grande demais. Acho que fico por aqui. Ah, não levei a câmera hoje, fui sem mochila por uma insistência sem nexo da minha mãe, não sei qual é a paranoia dela em eu sair com mochila. Bom xapralá, se for amanhã, levo a mochila. Por sinal amanhã lança o SNES aqui na Alemanha e no resto do mundo, tenho que dar uma passada na Gamestop e na Saturn.

1h51. Acabei de receber um e-mail da Sideshow em resposta ao que enviei dizendo, como deduzi, que nada podem fazer. Ozzy. O elefante branco vai vir mesmo para o Brasil, já mudei o endereço lá no site. Vou conversar com a minha mãe, entretanto, para ver se ela vai querer arriscar trazer para o Brasil quando formos para os EUA. Isso se o boneco for lançado na data prevista. Minha sobrinha teve 39,4 de febre hoje. Coitada. Tomou o remédio, vomitou e teve que tomar de novo. Só imagino o escândalo. Pobrezinha. E pobre dos pais. Espero que ela esteja melhor amanhã. Minha irmã vai faltar outra vez ao trabalho para cuidar dos dois pimpolhos. Quero ver como vão levar a gente para o aeroporto na terça que vem (eu acho). Ah, parece que é feriado aqui (eu acho). Eu acho que mamãe não vai comprar o perfume ou a camisa oficial do Bayern para mim, tampouco o SNES. Também, pouco se me dá. Já vai ter esse custo absurdo do busto do Hulk. Acho que mamãe nem vai deixar eu comprar as duas estátuas que me faltam depois dessa lapada. Bom, vou fumar um cigarro para ir dormir. 2h10. Amanhã reviso e posto.

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1h54. Parece que este post não vai acabar nunca. Minha mãe e minha irmã, filha do meu padrasto foram a Marienplatz uma vez mais e ficou decidido que eu iria lá pegar as compras. Queria ver também a Gamestop e a Saturn em dia de lançamento mundial de um console, mas acabou que nem deu tempo, quando peguei as coisas de mamãe, a deixei em casa e voltei à Marienplatz, tudo já estava fechando, não se podia entrar. Fiquei relativamente frustrado, mas, pelo que eu vi pelo vidro da vitrine da Gamestop não havia SNES nenhum à vista e dá para se ver a loja quase toda da vitrine. Certamente o SNES, caso houvesse, estaria em lugar de destaque. Bom comi o KFC que queria, tomei um milk-shake do McDonald’s e voltei para casa. Assistimos um filme sobre o primeiro jogador negro da liga oficial dos EUA que agradou bastante os demais. Foi o filme acabar e minha irmã, que deixamos na estação da Oktoberfest para ir ao evento, chegar. Foi aí que passou-se a parte mais interessante do meu dia, ela e eu batemos um papo bem mais profundo e pessoal do que jamais tivemos sobre diversos temas. Basta dizer que até a morte do meu pai foi debatida. Foi muito interessante, legal e houve pontos de identificação entre nossas vidas que me surpreenderam. Vi meu pai como uma figura conciliadora, uma coisa que jamais havia me passado pela cabeça, mas que lhe cabe muito bem. Soube que meu irmão, filho do meu padrasto e sua esposa leem meu blog, quiçá a mãe dos meus irmãos (não a minha, graças a deus!), para todos, completamente constrangido, mando um grande abraço e um muito obrigado. Eu acho! Hahahahahahaha. Não sei como não me acham uma pessoa odiosa ao meu conhecerem tão profundamente. Quase todos os meus recantos obscuros iluminados. É para mim, surpreendente que ainda gostem de mim, pois acho que a pintura que faço de mim não é nada agradável. Peço que a essas pessoas que conhecem a minha mãe que façam os seus próprios julgamentos dela, não levem o meu em consideração, afinal sou o filho problemático e essa posição em que me coloquei gera uma visão bastante distorcida da pessoa que me pôs no mundo e a quem eu deixo me governar no mais das vezes. Então relevem. Ela é capaz de ser uma pessoa agradável, simpática e acolhedora no mais das vezes, principalmente com quem tem relações não tão profundas e complexas e complicadas como a minha com ela. Então, por favor não a vejam como o monstro que as minhas menções dela às vezes sugerem. Não quero carregar mais essa culpa comigo. Por fazer essa separação entre a minha visão e a pessoa que se revela a vocês, muito diferente da que aqui trago, eu creio, sinceramente agradeço. Sei apenas, como já disse, que não sei viver sem ela. Eu desaprendi. E acredito que vai ser muito difícil para mim o momento em que não a tiver mais comigo. Meu português anda mal das pernas. Mais do que nunca. Acho que é essa salada mista de idiomas que se desvela aqui. Nem acredito que este já é o meu último final de semana aqui na Europa. Estou gostando tanto. Vou sentir falta. Acho que estou mais prestativo que o habitual, só não me pergunte por quê. Não é do meu feitio. Hahahahaha. Partimos na terça, dia do reunificação da Alemanha. Espero não ser vítima de nenhum atentado terrorista, pegando um voo nacional, de Munique para Frankfurt. Onde a maioria dos viajantes deve ser alemã. Seria uma oportunidade de ouro para os ressentidos com o país, o que definitivamente não é o meu caso. Cada vez entendo mais porque a minha irmã não quer voltar para o Brasil. Lá não tem nem Cherry Coke! Hahahahaha. Vou voltar ao marasmo do meu quarto-ilha e isso me deixa um pouco para baixo. Voltar ao meu cotidiano, sem friozinho, sem Edeka, sem passeios de metrô até à Marienplatz e de lá até a Karlsplatz e às vezes até a Hauptbanhof. Também não saio disso. E isso não me incomoda. Talvez se tornasse entediante depois de alguns meses, só não vejo como enjoaria desse clima, pena que ele tenda a se tornar insuportavelmente frio. Como o será nos EUA à época em que estaremos por lá nesse final de ano. Especialmente na longitude e latitude em que meu irmão habita. Ozzy. Não sinto a menor inclinação por curtir a neve. Não tenho nem roupa para enfrentar a neve. Vai ser tudo muito ozzy não fora pelo meu amado irmão e por trazer uma parte da tralha que acumulei lá. Por tralha, entenda-se as minhas preciosas figuras de colecionador, falo tralha pois acho que é assim que devem se referir às minhas querida peças. Acho que já são 3h03, não tenho certeza. O gato preto entrou pela porta que deixei aberta para resfriar o quarto e ficou à espreita atrás da lixeira, me obrigando a fechar a porta. Acho que resfriei o suficiente o quarto. Estou sem camisa, apenas de calça e assim pretendo dormir. Sem me cobrir, diga-se de passagem. O pior é que os pais do meu cunhado virão amanhã aqui e chegarão por volta das 10h30. E austríacos, como alemães, parecem ser bastante pontuais. Acho que vou me deitar. Amanhã conto da visita dos sogros da minha irmã. E quem sabe jogue Another Code: R de madrugada. Depois da inevitável sessão de filmes. Espero que os guris estejam melhor. Hoje ambos tiveram mais de 39 graus de febre. A caçula parece que teve 39,7. Tomara. Não me sai da cabeça que o meu irmão e sua esposa leiam o meu blog. Espero que consiga escrever como sempre escrevi mesmo sabendo que pessoas conhecidas o leem. Até agora parece que sim, consigo. Também, não há nada de muito relevante saindo ultimamente. É uma mera narrativa dos meus dias e minhas peregrinações por aqui. Está bom, vou tentar dormir.

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10h56. Acabei por conseguir dormir em algum momento. Os pais do meu cunhado estão para chegar a qualquer minuto. Minha irmã foi às compras.

11h24. Os pais do meu cunhado chegaram. Estou morrendo de vergonha. Mas meu cunhado disse que eu posso ficar escrevendo no computador, posso me isolar na minha ilha portátil. Estou quase passando mal de vergonha. Mal fisicamente, digo, e me sinto ainda mais envergonhado porque estou no computador enquanto todos conversam. 11h32. Estou mais confortável porque eles parecem não se importar muito ou fingem que não se importam comigo apenas escrevendo. Os pais estão curtindo os netos e conversando com mamãe e meu cunhado. Mamãe está conversando sobre câncer. Eu não aguento, eu vou fumar um cigarro. Nessas horas odeio ser um fumante sedentário.

12h22. Todos saíram, menos minha irmã, filha do meu padrasto, que dorme ou finge que dorme talvez para fugir do convívio com os pais do meu cunhado, talvez por ressaca, talvez por que não se acostumou com o fuso ainda, não sei e não adianta especular. Pelo que entendi – e não sei se entendi direito –, ela vai para a Oktoberfest hoje de novo só que vestida à caráter, a amiga vai emprestar um vestido, pois, pelo que entendi – e não sei se entendi direito –, ela vai para um galpão ou área de um galpão onde só se pode entrar assim. Posso ter entendido tudo errado, tenho que confirmar com ela. Ela disse que havia uma amiga de sua amiga – e isso eu entendi bem – muito bonita, talvez até linda, na concepção da minha irmã, que parecia estar dando em cima dela. Certamente vou dizer à minha irmã que mencione que tem um irmão solteiro muito legal que também está aqui na Alemanha. Hahahahahaha. Sei lá, quem sabe não seja assim que desencanto? Isso se a figura for bonita e não for gay e tivermos uma chance de interagir, o que é um bocado de “se” para ter algum pé de realidade. Pode até dizer que estou solteiro há um bom tempo, se quiser pode dizer até o número de anos, que não sei mais se são dez ou onze. Mas acho que isso iria contar mais pontos contra que a favor. Um tiozinho velho e encalhado com muito amor para dar. Hahahahahaha. Ridículo. Mas, mesmo assim, vou dar o toque à minha irmã. Custa nada. Quem sabe a amiga dela não arruma uma pulseira para eu entrar no galpão também? Mas não tenho a roupa típica, não sei se poderia entrar. 13h01. O pessoal chegou da rua. Pelo menos as mulheres, mamãe, a sogra da minha irmã e minha irmã (a de Munique). Acho que passarei a chamar os meus quatro irmãos da seguinte forma, irmã PE, irmã Munique, irmão JP, e irmão EUA. Vou considerar. Padrasto é uma palavra muito chata de escrever e muito distante afetivamente. Minha irmã entrou e deixou a porta aberta, não sei bem por quê. Talvez o recinto esteja cheirando a cigarro, muito embora tenha fumado da última vez antes de ela chegar com as compras. De toda sorte estou achando ótimo, pois estava achando a sala(-quarto) muito quente. Assim, com a porta aberta dá uma providencial resfriada no recinto. Caramba, estou com muito sono. Parece que a outra parte do pessoal está chegando. Estão. O pai do meu cunhado, este, e as crianças. Minha irmã PE saiu da toca e está interagindo bem com o pessoal, que inveja. Perguntei se ela tinha alguma foto da gata, ela disse que achava que sim e que iria procurar. Vi a tal gata de perfil, mas não achei tão gata quanto a gata que vi no consultório do médico no qual mamãe foi para tratar do joelho. Aquela sim, eu me apaixonaria facilmente. Secretamente até torci para mamãe voltar lá, só para eu poder olhar para ela novamente e, quem sabe, arriscar uma cantada. Acho que não resistiria, seria a última vez que a veria. E o pior que fui todo mal amanhado. Nunca poderia imaginar. Também não trouxe nenhuma roupa que não fosse mal amanhada, infelizmente. Hahahahaha. Me esqueci completamente das gatinhas daqui! Fiquei só focado nos problemas sociais que iria enfrentar e que acabei superando de uma forma ou de outra, do muito bem ao bem mais ou menos, como foi o caso com os pais do meu cunhado hoje. Só agora começo a me soltar mais com eles. Graças. Estava pensando que aquele sentimento inconveniente no começo do dia iria me acompanhar por todo ele, mas não, o tempo serviu para que as relações sociais fossem se estreitando e agora converso quase sem nenhuma vergonha com eles. Quase. Mais algumas horinhas e acho que será como na viagem passada foi instantaneamente. Não sei onde esse eu instantaneamente sociável se perdeu, em qual curva da estrada da vida meu trem social descarrilhou. Fico pensando se foi quando comecei a escrever sobre ela, mas não dou certeza disso, sei que escrever me é mais fácil que socializar, pois não é necessária a construção de empatia nem a troca, é algo unilateral, o que considero muito mais fácil, todo o poder da relação com a folha em branco está nas minhas mãos. Sou um déspota das palavras como todos que escrevem o que querem. É uma sensação de poder e prazer que não conheço em nenhuma outra esfera da minha vida. Fui com minha irmã PE filmar o final de um casamento turco. Eu não tive coragem de filmar, para variar, fiquei empulhado. Graças aos céus, minha irmã PE é altamente desenrolada e filmou pelo menos a partida dos carros, com direito a muitas buzinas, algo totalmente alienígena ao povo alemão. Perdemos a banda tocando, entretanto, e não filmamos o que julgamos ser a saída do carro da noiva. Mas é interessante como num país completamente estranho e com normas sociais totalmente diferentes, os imigrantes se sentem confortáveis em manter e exibir suas tradições e comportamentos peculiares. Estou curioso para ver como a filmagem ficou. Acho que vou ver agora.

18h06. Os pais de meu cunhado acabaram de partir. Mamãe, minha irmã PE e eu pretendemos ir para a Marienplatz. Espero conseguir ver se há o SNES na Saturn ou Gamestop.

21h36. Voltamos da Marienplatz há cerca de 40 minutos e a sessão de cinema está prestes a começar. Já começou. Não vi nem na Saturn nem na Gamestop sinal algum de SNES. Comprei uma camisa para o meu primo-irmão, não sei se ele vai gostar. A que queria não havia do seu tamanho. Eu acabei por gostar mais da que levei, mas acho que não vai fazer o tipo do meu primo-irmão, é muito clássica. A do leão rugindo parecia mais adequada, mas, novamente, não havia do seu tamanho. No intervalo de uma hora fui procurar o SNES nas lojas acima mencionadas na Karlsplatz que fica a cerca de um quilômetro da Marienplatz, comprei a camiseta, voltei à Marienplatz, fui na Douglas pesquisar o preço do perfume que queria comprar e concluí que estava mais caro que na Müller, depois, fui à papelaria onde minha irmã PE disse que iria, não a encontrei lá e, como tinha ainda sete euros de troco da camisa, comprei dois pacotinhos de adesivos, um de gatinhos e um de carros para a vovó dar aos seus netinhos. Achei que seria uma boa ideia. Depois, como recebera um monte de moedas retornei à Karlspltatz – mais um quilômetro de caminhada – para tomar um milk-shake no McDonald’s pagando exatos 2,49 euros em moedas. Foi uma coisa que sempre quis fazer, pagar tudo contadinho com moedas uma vez na vida. Não se pode fazer isso no Brasil. Não que eu saiba. Afinal aboliram as moedas de um centavo e deixar de dar ou dar dez centavos de troco no Brasil não faz mais a menor diferença. Aqui, no entanto, cada centavo é importante e dar o dinheiro na quantia exata foi uma experiência totalmente nova para mim. E isso tornou esse ato extremamente interessante e divertido para mim. O filme é muito depressivo. O cara sem querer mata os dois filhos queimados depois de uma cachaça com os amigos regada a cocaína. Bem, não consigo me concentrar bem com uma TV na minha frente e o áudio todo ao redor. Não é um filme ruim e parece que vai começar a ficar um pouco mais feliz agora, após a morte do irmão do cara que matou os filhos. Aparentemente não melhora muito. Continua depressivo. E o pior: não consigo parar de assistir.

0h23. O filme acabou há cerca de dez minutos. Não foi um final feliz, nem absurdamente triste, mas definitivamente não foi feliz. Um filme que foge aos padrões hollywoodianos. Não vou dizer o nome do filme porque dei muitos spoilers. Eu praticamente contei o filme todo e isso é imperdoável para mim. O máximo que posso fazer agora é não dizer o nome da película na esperança que, se algum(a) leitor(a) (if any) calhar de assistir, só se aperceber no meio do filme. E, quem dera, já ter esquecido o que leu aqui. Acho que só vou acabar esse post quando estiver na véspera da viagem. Faltam apenas dois dias, hoje, que começou agora há pouco e segunda-feira. Segunda à noite reviso e posto. Agora pretendo jogar Another Code: R ou dormir, visto que não tenho muito a acrescentar. Ao invés de todo o planejado, botei “Toda Forma de Amor” de Lulu Santos. Não sei bem por quê. Acho que o filme me trouxe essa canção à cabeça. Não sei a razão. Qual a relação que há, mas alguma deve haver dentro da minha cabeça. Estou prestando muita atenção às músicas de Lulu. Vou botar algo mais conhecido e por isso, menos distrativo para a minha escrita. Vou da playlist 6 que é figurinha frequente durante esses escritos. O que eu queria escrever não posso aqui. É para o Desabafos do Vate. E não quero criar outra entrada lá. Então calarei dentro de mim, o que não deixa de ser incômodo pela mania de dizer e desabafar dessa forma as coisas que ficam presas na garganta, mas estou cansado demais para isso. 1h02. Estou ouvindo a música que meu irmão enviou para mim e minha irmã quando da nossa ida aos EUA há dois anos, eu acho, o tempo anda passando tão rápido que nem sei.

1h43. Detonei uma batata frita e uns picles, ambos deliciosos e me sinto pronto a me entregar aos braços de morfeu. Bem, nem tanto, mas já não sinto disposição para jogar Wii. Daqui vou direto dormir. Gostaria de dormir bastante para poder jogar amanhã à noite. Gostaria de dormir pelo menos dez horas. Espero que mamãe me deixe dormir em sua cama. E mais ainda, espero que ela dê os adesivos aos netos. Vou dormir. Boa noite, Munique. Que a chuva fique apenas na madrugada.

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16h56. Acordei hoje com a minha irmã prostrada no chão, pelo que soube, atacada por uma dor lancinante na região lombar perto da coluna. A minha irmã PE saiu sem destino por Munique, mas antes fez uma longa e paciente massagem na minha irmã de Munique.

17h38. Movemos um pouco a posição da minha irmã, baixando suas pernas. Estamos meu cunhado, os dois petizes e eu na sala. Minha irmã pediu que eu pegasse o seu iPad para que se divertisse, pois estava cansada de olhar para o teto. A situação dela parece muito dolorosa. Mamãe lava coisas na cozinha. Parece que houve um desentendimento entre ela e meu cunhado enquanto eu dormia. Minha mãe ficou de arrumar a mala hoje. Não sei se vai fazê-lo realmente. O médico está demorando a chegar. Os vizinhos do andar de cima, os que são meus “amigos”, estavam tendo uma baita discussão enquanto eu fumava. É, hoje, nem tudo são flores na Guardinistrasse. Minha irmã joga com os pequenos no iPad e diz ainda sentir dores fortes.

18h49. Minha irmã virou 90 graus para que pudesse assistir a TV. Isso foi um grande aumento na sua qualidade de vida no momento.

19h00. Parece que o efeito do remédio que mamãe deu à minha irmã está passando. Botamos uma das almofadas de sementes de uva aquecidas nas suas costas. 19h25. Agora ela lê a historinha de ninar dos meninos.

22h09. O médico veio aqui aplicou duas injeções porradas na minha irmã e ainda lhe deu um remédio por via oral. Ela, depois de duas tentativas, nas quais quase desmaia e vomita conseguiu se deitar no sofá e grogue e sonolenta foi aninhada por meu cunhado com tudo o que tem direito e agora acho que dorme. Ou tenta. Não sei. Está com aquelas máscaras de dormir, então não posso dizer com certeza. Ela, entretanto, deixou eu jogar o Wii, que é o que pretendo fazer até o outro dia, visto que não tenho muito lugar para dormir agora. Não me incomoda isso, pois dormi muito de ontem para hoje me preparando para o virote “gamístico”. Se ela achar que o jogo perturba o seu sono, eu prontamente pararei de jogar. Mas tentarei antes. Até ela reclamar. Botarei baixinho, é claro, mas acredito que sons são partes integrais da experiência. Pode ser que saia algum som do controle, acho bem provável e não sei se tenho como controlar esse volume. Espero que sim. Veremos.

22h18. Meu cunhado apareceu aqui e disse “vamos deixar ela dormir”, acho que morgando a minha jogatina. Novamente, veremos. Qualquer coisa, posso dormir nessa asa do sofá, que me cabe perfeitamente e acho que não bato nela. Ou fico escrevendo até amanhã. Quaisquer dessas opções são válidas para mim. Talvez minha mãe adie a viagem de volta por uma semana. Seria ótimo passar mais uma semana aqui, apesar de ser por uma causa como essa. Não vou mencionar nem o “desabafo” da minha mãe sobre o meu cunhado com detalhes aqui, pois achei deveras embaraçoso. Agora tudo está tranquilo. Eu acho que ela percebeu que agiu errado e está sendo supercordial com ele. O cara é um santo, um marido e pessoa com um todo excelente. É claro que ambos estavam estressados e o momento era estressante, tentando erguer minha irmã, que passava mal e mamãe é muito ansiosa. Deu no que deu. Mas, como disse, a paz reina agora aqui. Minha irmã se moveu, mas acho que dorme. Coitada, passou o dia inteiro deitada no chão duro praticamente imóvel, deitada de costas olhando para o teto. Estou com vontade de dar umas baforadas, mas vou me conter.

23h02. Meu cunhado vai vir fazer companhia à minha irmã e minha mãe já me proibiu de jogar o game. Ela também quer vir para cá, dormir na minha nesga de sofá e fazer companhia à minha irmã. Não quer que eu dê o virote. Minha mãe aparentemente não se decidiu ainda se vai ou se fica mais um pouco. Disse que tem até as 11h00 de amanhã para tomar a decisão, pelo que entendi. Ela disse que se não for uma dor muscular, é caso cirúrgico. Espero que esteja sendo exagerada ou o esteja sendo quem quer que tenha passado essa informação.

23h10. Meu cunhado chegou ao quarto, isso trouxe conforto para a minha irmã. Tivemos uma conversa boba que a descontraiu um pouco. Finjo estar ouvindo iPod para dar privacidade ao casal e ao mesmo tempo ficar atento a qualquer pedido da minha irmã. Se a viagem se prolongar ou não, postarei este texto amanhã à noite. Já está com 12 páginas de Word. Pensei em apelidar essa casa como “Lar dos Enfermos” visto que quando um melhora, outro cai doente, mas acho termo por demais jocoso e deixá-lo-ei só nessa frase. Não acho uma boa ideia, nem acho possível dada a condição da minha irmã, que minha mãe declare o casaco que comprou como tax free, porque ele custou quase 500 dólares e ela comprou muito mais coisas que somam facilmente mil euros. Então, declarar o casaco é pedir para ser parada na alfândega. E pagar taxas de importação para todo o resto. Estou me sentindo um peixe fora d’água aqui, como se, de repente me pusessem para escrever no quarto de casal com o casal dentro no meio da noite. Uma situação social bizarra. Liguei o meu iPod de verdade agora para criar a minha ilha portátil e desviar minha atenção de que os dois estão dormindo no mesmo sofá onde agora escrevo. Está funcionando apesar da frase anterior não deixar isso muito crível. Hahahahaha. Nossa, como pequenas frustrações me aconteceram nessa viagem. Nunca imaginei que uma crise dessas se daria com a minha irmã justo no dia em que me preparei todo para jogar o game. Simplesmente impensável. Mas se deu e agora já era. Acredito que a presença do meu cunhado vai trazer à minha irmã o conforto que ela precise para relaxar e dormir, apesar de sentir o quarto rodando toda vez que está quase pegando no sono. Ela disse que a dor está mais intensa que há uma hora, mas menos intensa que antes de ter tomado as medicações, obviamente significando que o efeito das drogas está passando. Vamos torcer pelo melhor. Que não precisemos de ambulância amanhã. Ter a luz emanando somente do computador me dá sono. Isso é um saco. Quem sabe miraculosamente, às 2h00, 2h30, ao tomar um dos remédios que o médico deixou aqui, ela não se aventure em ir para a cama. Acho bem improvável. Mas, mais uma vez, veremos. Isso me daria a oportunidade de jogar o Another Code: R. Isso se minha mãe não vier me pentelhar para dormir.

23h51. Fui fumar pela porta da frente, em vez de usar a porta da varanda aqui do quarto. Pensei que fizesse menos barulho, mas não tenho certeza. Fui na cozinha e ataquei o Manner de avelã e uma batatinha frita multicolorida com sabores diversos. Não sei se o barulho das teclas está atrapalhando o casal, mas aí também sentar aqui sem fazer nada não dá. Já me vetaram o videogame, o que foi definitivamente ozzy, não podem me impedir de escrever, acho que eles mesmo sabem o quanto isso seria desconfortável para mim. Eu ficaria fazendo o quê?

0h16. Minha irmã decidiu ir no banheiro e de lá ir andando até o quarto. Disse estar enjoada ainda, mas que a dor aparentava ter diminuído. Amanhã é o dia dos vamos ver. Agora que tenho o quarto só para mim novamente, posso dar uma resfriada e jogar um pouco de Wii. Acho até que vou fazer um café para mim.

1h50. Joguei Another Code: R até agora e estou apenas no comecinho do jogo, o plot nem engrenou ainda, mas já estou com sono. Minha mãe pediu para eu ligar de 2h00 para a minha irmã PE, caso ela não tivesse chegado. Não sei se tenho cara de ligar, mas farei como mamãe me ordenou.

1h57. Três minutos para a ligação. Dois. Não sei nem o que dizer. Um minuto. Bom, tentei duas vezes, o telefone chamou um pouco depois deu a voz de uma gravação em alemão, a qual obviamente não entendi, e depois dava um apito, e aí eu falei “alô, alô? E chamei pelo nome dela. Fico preocupado, mas ela é uma adulta de 30 anos num dos países mais civilizados do mundo ocidental, não há muito por que se preocupar, só me incomoda que não há mais metrôs para voltar, mas o ticket dela dá direito a ônibus, eu acho. É de se estranhar também o que ela está fazendo a essa hora na rua se a Oktoberfest, que era onde ela estava, acabou há duas ou três horas. Bom, como disse, estamos falando de uma adulta, muito mais adulta que eu, num país cujos índices de violência são baixíssimos, então, vou relaxar. Se mamãe vier me perguntar, digo que tentei e deu caixa postal ou coisa que valha. Vai que ela arrumou algum boyzinho e está curtindo com ele, sabe-se lá. Por falar em boyzinho, vi um cara menos interessante do que eu no metrô, um italiano que sentou-se ao nosso lado com um chapéu engraçado (para os que acham graça naquilo), que balançava e tocava uma irritante música, souvenir da Oktoberfest, de onde estava vindo, e que era casado e tinha um filho. Nem tudo está perdido para mim, então. Cada vez me sinto mais desmotivado a completar o meu projeto paralelo. Cada vez me convenço do seu total absurdo e do absurdo que é depositar todas as minhas fichas nele. Acho que já estou realmente com sono para estar trazendo isso aqui. Vou mudar de assunto. Não sei se fique acordado até a minha irmã PE chegar, mas talvez ela tenha ido dormir na casa da amiga e só volte amanhã. Não vou ficar de virote por causa disso. Talvez tenha que arrumar as malas com mamãe amanhã. Caso partamos na terça mesmo. Queria muito ficar mais uma semana aqui. Mas estou pronto para qualquer coisa. Só quero ajeitar a minha mala o mais rápido possível para ver se dou um pulo na Marienplatz uma última vez antes de voltarmos ao Brasil. Mas prefiro voltar logo ao Brasil e ver minha irmã melhor ao acordar do que a outra opção. Torçamos então.

3h06. Nada da minha irmã PE. A farra deve estar boa. Eu não aguento muito mais tempo acordado. Inveja boa da liberdade que minha irmã experimenta. Queria eu ter tamanha liberdade sem ser fiscalizado e coibido a voltar para casa, mesmo eu sendo um homem de 40 anos num país altamente civilizado. Mas como já disse inúmeras vezes, essa foi a vida que construí para mim, destruindo um bando de liberdades e direitos que um dia tive. Pelo menos é melhor do que está engaiolado na Clínica de Drogados ou no Manicômio. Também um sem número de situações é melhor que estar preso num lugar desses. Aliás muitos acham situações como essas infernais. Eu as considero hoje assim. Tive a sorte de ter no meu último internamento no Manicômio a companhia de velhos e legais companheiros de internação. Não acho que minha irmã chegue antes da reativação dos metrôs. Deve ter ido dormir na casa da amiga. Ou assim quero crer. Mas uma vez, não tenho nada a ver com a vida dela, é uma pessoa independente e plenamente responsável pelos seus atos e escolhas. Ela é quem vai ouvir de mamãe, não sou eu. Graças. Vou mudar de assunto que este também já deu.

4h23. Me perdi na internet. Vou dormir. Amanhã pode ser nosso último dia aqui. Ou não. Resta saber como minha irmã estará. Duvido que se recupere em um dia, mas tudo é possível. Quando tive uma crise dessas, passei bem mais tempo de molho, mas também não recebi medicamento algum, estava internado na Clínica de Drogados e até acharam que eu estava fazendo corpo mole para não participar das atividades. A dor é realmente muito forte. De toda forma estou na expectativa que ela acorde bem melhor. Quem sabe até já podendo andar.

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8h22. Minha irmã levantou da cama e andou um pouco, procurava preocupada pela minha irmã PE. Eu disse que havia ligado e que tinha dado caixa postal. Minha irmã ficou deveras preocupada e foi acordar a minha mãe para dar-lhe a notícia e em vez de entrar em desespero, minha mãe disse que tinha falado com ela pelo WhatsApp e que minha irmã PE havia dito que iria dormir na casa da amiga. Minha irmã chorou um pouco de alívio e para dar vazão ao desespero que a acometeu e voltou a se deitar. Até onde eu sei. O resto do pessoal está na sala de jantar, tomando café da manhã. Meu cunhado já se apronta para deixar a caçula no colégio. Não vai trabalhar hoje para cuidar da esposa. O meu sobrinho não tem escola por ser véspera de feriado. Parece que meu cunhado já foi levar a minha sobrinha.

8h48. Ele foi. Já-já deve estar de volta. Mamãe vai preparar um café para nós. Ele voltou. Acredito que minha irmã PE deva chegar por volta das 10h00 – 12h00.

9h48. Minha irmã de Munique foi ao médico da família, parece que atrás do Edeka.

13h00. O diagnóstico do mal que aflige a minha irmã só se dará depois de um exame, não sei se ressonância, mas acho que é. Só há vagas disponíveis na sexta-feira. Acho que mamãe deve ter adiado a passagem, não tenho certeza. Acho que mamãe está no quarto com minha irmã, então não tenho certeza se ela adiou ou não a passagem. Deve tê-lo feito. Por 15 dias.

17h03. Não fez, recebeu um telefonema de minha tia – sua irmã – e esta a fez desistir de ficar e voltar amanhã mesmo. Ou pelo menos assim, deu-se a entender. Já está arrumando as malas. A minha já está pronta. Parece que vai precisar de uma mala extra para levar tudo que comprou. Acabou que além do casaco acho que não comprou nada para si, como não comprei nada para mim. Tudo o que comprei foi ou será dedicado a alguém. É verdade que gastei bastante desfrutando a cidade, com transporte, alimentação e cigarros. No mais gastei muita sola de sapato, o que foi ótimo. Tive medo, ao erguer a minha mala, de chegar perto de ferir a mesma região que vitimou minha irmã ontem, senti uma pontada na área lombar do esforço, mas graças aos céus foi uma dor passageira, não me lesionei realmente, apenas me aproximei um tanto perigosamente disso.

18h01. Tomei meu último banho na Europa. Agora só no Brasil. Estou usando uma roupa que venho usando há uma semana. Usarei mais um dia e meio. Não está fedendo, eu espero.

18h22. Meu cunhado disse que nos levaria ao aeroporto. Um problemaço a menos. Que essa não era nem uma pergunta que se fizesse, ele disse. Ele é o cara. Minha mãe vai levar uma terceira mala, grande, pois inventou de comprar almofadas aqui. Além de duas luminárias. Hahahahaha. Rio para não chorar, pois foram as benditas luminárias que acho que quase me quebraram as costas. Realmente estou ficando velho e sedentário demais. Afinal o que são 23 quilos? Não sou um cara que trabalha carregando sacos de cimento, mas não devia sofrer como homem adulto para levantar 23 quilinhos. Isso é tão humilhante. Ainda bem que minhas costas têm que aguentar apenas o embarque e o segundo desembarque de amanhã. É uma pena estarmos deixando Munique quando as árvores começam a ficar cor de fogo. Peguei algumas folhas que achei mais inteirinhas no chão e guardei dentro de “O Mundo de Sofia”. Não sei qual é o procedimento para que fiquem legais para fazer um marcador, espero que não percam a cor. Escolhi justamente por causa disso. Sei lá o que vai acontecer com as folhas, nunca fiz isso.

20h09. Algum dos meninos chora no banho, acho que é a menor. Está quase na hora de eles dormirem. Provavelmente só os verei na despedida para a cama agora. E talvez nos EUA. Minha irmã nem sei se verei. Provavelmente sim, acho que ela não nos deixaria partir sem se despedir. Até talvez minha irmã PE, se despeça de nós amanhã pela manhã, mas dela tenho mais dúvidas, afinal mora em Recife e nos vemos com relativa frequência, muito maior do que vejo a minha irmã de Munique certamente. Que pena dela, que acidente mais infeliz.


20h23. Minha irmã de Munique se levantou, acho que vai ficar um pouco conosco depois de pôr os filhos para dormir. Me enganei, quem chora é o menino. Nossa. 15 páginas. Esse bateu o recorde de maior post. Amanhã vou ver se me lembro de tirar uma foto do adesivo contra o islã. Ou pelo menos assim meu cunhado deu a entender, pelo que mal e porcamente transmiti a ele. Já rasgaram a parte do site. Vamos ver quanto sobra do adesivo até amanhã. O pior é que está chovendo e muito para os padrões daqui. Espero que amanhã de manhã eu me lembre e a chuva ceda. Acho muito difícil que eu me lembre, entretanto. Estamos assistindo reportagens sobre o massacre em Las Vegas. Todos menos as crianças, que foram dormir. Não dá para escrever. Nem para revisar agora. Talvez depois que se retirarem. Disseram que temos de sair antes das cinco da manhã. Disseram agora que vamos assistir “Wonder Woman”. Uma das malas da minha mãe está pesando 25 kg. O máximo permitido é 23 kg. É torcer para passar. Minha irmã de Munique acha que passa. Tomara. Até o Brasil.

Nem tudo são flores em Munique...

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