A parte acima é irrelevante. Papo chato sobre minha fase
quase-ex-fumante e problemas com o Facebook. Penso que é como a fase religiosa
do Rei, vai passar.
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14h42... losteando... Ouvindo Neguinho, com Gal. Certamente vou ter que apelar para o meu estoque
particular, pois só tenho cinco cigarros sobrando. E Jô está fazendo mais café
para nós. A pedido meu, claro, burguês explorador que sou. Se bem que acho que
sempre fui um bom patrão quando assumi esta postura à época em que morava
sozinho. Parece-me um passado tão distante e doloroso este de morar sozinho.
Não incluo aqui o tempo em que morei com Clementine, pois aí morávamos nós
dois. Mas antes e depois disso. A solidão realmente não me cai bem. O
interessante é que hoje, aqui, eu praticamente me isolo e fico sozinho, mas, de
alguma forma, eu sei que há gente em casa, que eles vão voltar e isso ameniza a
solidão.
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Preciso criar instiga para criar mais coisas Visuais.
15h55. Dei um tempo aí do lado enquanto a frenética Jô dava uma guaribada no
meu quarto. Vi o trailer do novo Super-Homem e achei bem legal. O diretor é o
mesmo de 300 e o produtor é o diretor dos últimos três Batman, logo, promete.
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A mão de madeira está com seu dedo levantado à minha
esquerda, como se pedisse a palavra. Eu a coloquei nessa posição e gostaria
muito que ela realmente tivesse algo a dizer, pois eu estou realmente seco de
ideias. Escrever sobre o nada. O nada é a única coisa infinita, pois não tem
começo nem fim, não tem limites. Pronto, escrevi sobre o nada. Escrever sobre o
tudo. Não acredito em multiversos, acredito que o tudo que existe está contido
neste universo, não existe o fora deste universo, o além deste universo. O que
há, há dentro dele. E, um dia, dentro dele haverá aquilo que lhe deu/dará
origem, a consciência suprema, capaz de manipular as leis do universo, que, do
futuro, ativará o Big Bang no começo dos tempos. Como fará isso sem alterar o
futuro ou o nosso presente? Mas o próprio fato de ter havido o Big Bang já
influenciou e influencia nossa existência e nosso presente. Sem o Big Bang não
haveria nós para começo de conversa. De qualquer forma há muito espaço “vazio”
no universo que pode ser utilizado como rota para a semente – Espírito Santo? –
fecundar o nada em tudo. Como já disse em, vamos lá mais uma vez, Algo 0003,
o nada é maior que tudo, pois contém, além de tudo, o seu inverso, o que o
anula em nada. Basta esta semente causar um desequilíbrio – extremamente bem
calculado – para que o universo desabroche, se descompacte, de uma forma
estável que permita a evolução de seres altamente complexos como nós e outros
que devem haver por aí. Acho extremamente improvável que o ecossistema
terráqueo seja a única fonte de vida do universo. Seria um extremo desperdício
de energia. Acho que só entraremos em contato com estas outras raças
inteligentes quando estivermos mais evoluídos – e elas também – para que a
interação seja amigável e sinergética. Depois da singularidade tecnológica,
em uma palavra. Ainda nem resolvemos nossas pendengas internas, ainda não
alcançamos a paz mundial e a igualdade de direitos entre todos os seres humanos,
para quê se preocupar com outros povos de outros planetas? Façamos nosso dever
de casa primeiro. É isso que a consciência suprema do universo – Deus, se
quiser chamar assim – espera de nós. E será inevitável que assim ocorra, por
mais que leve tempo, seremos, o mundo todo, uma grande nação guiada por princípios
sistêmicos, como sustentabilidade e democracia de fato através de dispositivos tecnológicos. Mas aqui apenas
repito o que já disse em outros posts. Me deixei levar pelos meus sonhos,
minhas profecias mais uma
vez. 16h19. Fumar e ver se volto com um novo assunto.
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16h29. Sentimental.
Quem é mais sentimental que eu? Bote fé que o páreo aqui é duro. Eu acho que
sou sentimental demais da conta. Mas não fica mais bem se eu sofro um pouco
mais. Tô cansado de sofrer. Passei mais da metade da minha vida sofrendo um
inferno dentro da cabeça. Claro que intercalado por momentos de alegria, mas se
fosse fazer uma média, ela daria negativa. E o pior é que o inferno nunca foram
os outros, sempre fui eu mesmo. Mas acho que está tudo sob controle agora. E
espero muito que continue assim. Mais que tudo não quero que o inferno volte. O
negócio agora é apontar para fé e remar. Mesmo que o vento venha contra o cais.
Será, morena? Sobre estar só, isso me incomoda, mas a vida é engraçada e do
nada nos planta um novo amor. Meu coração é solo fértil para novos amores, por
mais que seja seletivo em relação aos grãos. A flor perfeita brotaria frondosa
no meu peito. E brotará, seja lá quem for. Quem dá a flor sua perfeição é o meu
olhar, o meu sentir, o nosso sentir. Se alguém numa curva me convidar, eu vou
lá, que andar é reconhecer o olhar. Vou buscar alguém, que eu nem sei quem sou.
Nem sei tampouco o que quero ser, além de feliz, de longe do inferno. Não
preciso ser feliz, aliás, só preciso estar fora do inferno de dentro de mim. É
o suficiente para seguir. É com isso e um certo otimismo que tenho seguido
ultimamente. Otimismo antes impossível de se sentir. Otimismo que é como sol da
manhã e a brisa leve nos lençóis brancos da minha alma. Secando todas as
lágrimas que guardei dentro de mim.
17h03. Eita, papo emo da porra, totalmente pop show. Mas e
daí? Eu sou pop show mesmo. Meu lado mais rocker é The Strokes. E olha que eles
têm um pezinho nos anos 80, principalmente no novo álbum. Meus sons prediletos,
tirando os medalhões da MPB como Chico e Caetano e unanimidades como os Beatles
(o álbum branco é perfeito) se situa nos anos 80 e 90. O que veio depois, só
Strokes mesmo e os que continuaram daquela época a fazer som até hoje. Se bem
que não gostei do CD de volta do Echo & The Bunnymen, tanto que nem
procurei pelo segundo.
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17h09. Tomara que o acaso seja amigo do meu coração e que eu
ouça quando ele falar comigo. Aí a gente corre para se esconder e se amar.
Minhas janelas estão abertas e as cortinas também, não me escondo de ninguém.
Já não vejo motivo para o amor de tantas rugas não ter o seu lugar. E esse
lugar no coração de alguém há de surgir e, quando surgir, vai ser lindo. Gostei
dessa brincadeirinha com as letras das músicas. Mas com Santa Chuva não dá. Se bem que a chuva já passou por aqui, eu mesmo
que cuidei de secar, com a ajuda de um monte de gente, é verdade, mas uma
partezinha enxuguei eu mesmo. Spaceballs
The Ballad, esta não tem como. Se bem que voltando ao meu papo futurista
nós só entraremos em contato com outras civilizações quando ambas não
acreditarem mais em guerra. E nos espaço viajaremos como dentro de um sonho,
conectados à consciência coletiva terráquea, imersos numa realidade maior que
nós mesmos, maior do que a percepção dos nossos sentidos (que acredito sejam
mais de cinco). Stop Whispering agora.
Essa eu nem entendo direito o que ele diz. Mas, de qualquer forma, eu sinto que
estou apenas sussurrando minhas profecias na internet e que é preciso
gritá-las, mas eu não tenho dinheiro para tanto. Então sussurrando do meu
cantinho continuarei. Fumar e tomar um cafezão.
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18h00. Acabou que fumei mais cigarros e tomei mais cafés conversando
com Jô. Lendo um pedacinho do livro de Stephen Hawking enquanto estava no
banheiro me deparei com alguns números literalmente astronômicos que gostaria
de repartir com vocês (a tradução é minha): “[...] Nós sabemos agora que nossa
galáxia é uma entre centenas de bilhões de galáxias visíveis usando modernos
telescópios, cada uma contendo centenas de bilhões de estrelas.” Em outras
palavras, esta porra em que estamos flutuando é muito gigantesca, inimaginavelmente
gigantesca. Bilhões vezes bilhões dão quadrilhões, vezes centenas de centenas,
dão dezenas de quintilhões de estrelas, nas quais orbitam de tudo, inclusive
planetas, muitos planetas. E só o nosso, no meio dessa imensidão de corpos
celestes, ter vida? É egocentrismo demais, acha não, cara-pálida? E esses quintilhões
de estrelas são apenas as que são visíveis, aquelas cuja luz conseguiu viajar o
suficiente para serem captadas pelos nossos telescópios... Enquanto tudo isso
acontece nós vamos a supermercados. Ou escrevemos blogs. Alheios às dimensões
do universo onde estamos inseridos. E nos achando importantes. O pior é que
somos. Somos milagres físico-químicos, uma combinação mágica de componentes elementares
do cosmo que produz poesia, prédios, amor e guerra. Que se reproduz e evolui,
que cria utilizando os mesmos componentes elementares das formas mais
inusitadas, que compreende e tenta compreender sempre mais esta vastidão que
chamamos de existência. Para mim, isto é fantástico. E acredito que no meio
desta imensidão outros seres façam o mesmo à sua maneira. E que um dia, quando
a boa hora chegar, cruzaremos caminhos e caminharemos juntos em busca de um bem
maior, de um todo maior, de uma compreensão e consciência maiores. Mas como
disse antes, primeiro devemos fazer o dever de casa. Se o fizermos direito, o resto
virá naturalmente. Acredite em mim.
18h36. Revisar e postar.
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