Levei um resto de Coca-Cola aqui de casa, o equivalente a
uma latinha, uma latinha e meia para fazer render mais os R$ 20,00 que tinha.
Meu primo-irmão cumprimentou e foi cumprimentado por muita gente da tribo do
Côco, que é muito miscigenada unindo negros com brancos (e todos os tons
intermediários), abastados com pobres, gringos com brasileiros, enfim, um
caldeirão de culturas diversas reunidas para dançar e viver aquela experiência.
Bonito de se ver.
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Por falar em beleza, houve uma Clementine essa noite, pena
que quando fui comunicá-la isso, ela estava atrás de uma árvore, nos braços de
outro. Eu ainda consegui dizê-la posteriormente que se ela achasse algum
hiperlink com o nome Clementine, clicasse e lesse. Coloco logo dois hiperlinks
seguidos para ver se ela, se acessar, descobre o quanto me encantou. O olhar
dela me lembrou o da atriz Eva Green e o jeito dela, delicado e elegante, me
cativou.
O mesmo olhar |
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Encontrei com uma amicíssima de longa data e conversamos
bastante, quando ela me ensinou diversas coisas, desde histórias sobre o Côco,
ao regime Cuba (permeado por uma história de amor quase impossível), à Permacultura
(que nunca tinha ouvido falar), à família e como os filhos mexem como ela de
formas diferentes. Foi um papo incrível porque ela é uma pessoa incrível.
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Me marcou também um velho sem camisas e maltrapilho catador
de latas que levou um susto quando um garoto puxou o saco para botar a lata que
acabara de terminar para ajudar o homem. Talvez, desacostumado com gentileza
como deve ser, ele tenha pensado que era alguém querendo saquear o seu saco, o
seu sustento. Mais a frente o homem começou a dar pisadas como se dançasse
Côco. Fiquei pasmo com aquela animação, mas era engano, ele apenas amassava
mais uma lata para o seu saco. Só uns dez minutos depois que ele partiu foi que
percebi que segurava uma lata de guaraná vazia, que eu poderia muito bem ter
entregue a ele também. Leseira triste eu tava. (Guaraná, obviamente, porque a Coca
havia acabado no bar. Meu primo me disse que eu encontrava Coca em qualquer
barraqueiro das proximidades, mas eu preferi ajudar a galera do Côco e comprar
só lá bar deles. E também a ideia dos barraqueiros nem me passou pela cabeça,
tão bem estava eu no meu lugar ao lado do bar.)
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Um muuuito lombrado a quem entreguei o papel no banco lá
longe, perto de onde a galera mijava (sentou ao lado de uma menina), ao passar
por mim novamente me cumprimentou e disse que ia acessar o blog, que tinha guardado
o papel, disse que ia comentar. Eu disse a ele que lesse Algo0003, que é o
primeiro da lista dos mais visitados. Não sei se ele vai lembrar, nem de
acessar. Eu percebo que com os bilhetinhos há apenas uns 10% de chance de
alguém visitar. Ou menos. Acredito que maioria até esqueça que está com o
bilhete quando chega em casa.
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Minha amicíssima também me falou da religião Jurema, da qual
quatro integrantes, dois casais, participavam da festa. Eles os homens, se
destacavam pois um usava um cocar e o outro, além da roupa branca, chapéu
branco, fumava um cachimbo enorme. Esse do cachimbo, inclusive havia sido a
primeira pessoa no país a mudar seu sobrenome para o de seus ancestrais.
Conseguiu isso por ter alegado motivos religiosos. Fiquei imaginando se há
muitos outros brasileiros com o mesma desejo que ele.
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Meu primo-irmão me deixou mais solto e foi curtir a festa,
falar com os amigos, dançar no meio da galera. Eu fiquei mais ou menos no mesmo
lugar, ao lado do bar do Côco a noite toda, servindo meio que de referência
geográfica da turma. Meu primo estava bebendo e animado, pois sabia que o amigo
Davi (boto seu nome para enaltecê-lo), que não fuma, nem bebe, nem cheira e se
diverte da mesma forma, iria dirigir o carro na volta.
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No mais, houve um momento em que fui finalmente dominado
pelo ritmo e dancei meus 15 minutos de Côco. O que eu achei tão diferente do meu
eu habitual, mais divertido e se divertindo mais. Tudo isso sem beber, o que
foi ótimo.
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Bom, acho que foi isso, pelo menos as coisas que mais me
marcaram na noite e sobreviveram ao sono até este momento. Em síntese, foi uma
experiência muito mais divertida que das outras vezes, graças à minha
amicíssima, a ter me soltado mais, a ter encontrado uma Clementine (hiperlink uma última vez), ao astral
da noite e em como a vi, esta mistura de povos em torno do mesmo ritmo, da
mesma celebração, que é feita com muita alma por quem está no palco a cantar e
tocar.
Pronto. Revisar e postar.
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