segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Incrível! Não vimos o Mario Bros. hoje!

Mario Bros. quando era bebê.




Acho que o problema de sociabilização na minha casa parte de mim mesmo. Minha mãe acaba de me chamar para ver um filme com ela e meu padrasto e eu declinei em troca destas palavras e por sentir um certo desconforto em participar e porque eu não estava com saco de ver filmes. Foi assim também no final da vida com meu pai, ele me chamava para ver filmes, mas eu preferia o meu computador e o meu universosinho. Antes, quando colocava o computador na sala, acho que havia uma sensação de proximidade maior entre nós dois, depois quando passei a achar mais confortável utilizar o escritório, nos distanciamos mais. O que é uma pena, pois ele morreu logo depois. Poderia muito bem, nesta situação atual, ligar meu computador na varanda para ficar mais próximo de mamãe e do meu padrasto, mas uma coisa qualquer me impede no momento. Até porque eu teria que ficar passando na frente do filme para ir fumar e receberia reclamações da minha mãe a cada ida. Deixar isso de lado. Eles estão se divertindo lá e eu cá. Se é que falar de problemas de sociabilização coma família é algo divertido...

15h12. Dormi o sábado praticamente inteiro. Me recuperando da Hellcife Crash Party. Não sou mais tão cavalo do cão quanto costumava ser e a cama me atraia com seu magnetismo irresistível. Pelo menos hoje eu estou completamente renovado. Pena que minha vontade de parar de fumar tão adamantina ontem antes de dormir, hoje tenha evanescido. Mesmo assim, vou tentar fazer um esforço. São 15h16. Vou fumar um cigarro agora e o próximo só daqui a uma hora, às 16h16. Vou lá.

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15h28. Fumei dois para garantir. Então, para compensar, só vou fumar às 16h40. Fechado? Fechado.

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O que fazer para preencher este tempo com palavras? Ouvindo agora Legião, Por Enquanto... nome bastante sugestivo para o momento, música linda e triste, como é do feitio da Legião. Vi do fumódromo que está rolando o famoso almoço de domingo na Vila Edna, mas não estou com cara nem disposição de ir lá, inclusive pelo avançado da hora. Mas tenho muitas saudades da turma toda e verei se domingo que vem combino com Xanda pelo Facebook para aparecer. Levo minha Coca de 2,5 litros e pinto por lá. Será? Inclusive é a música do Legião que está tocando agora. Havia esquecido de mencionar, no post em que mencionei os lugares em que me sinto em um lar, de falar da Vila Edna, lá sem dúvida me sinto em um lar e muito bem acolhido nele.

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15h37. The Next Time Around, do Little Joy. Quantas vezes já dei o “reboot” na minha vida? Tantas que já perdi as contas. Nem sei porque me dá essa vontade impossível de começar tudo de novo como uma página em branco. Não há como se desvencilhar do passado e das neuroses acumuladas ao longo da vida, por mais forte que seja o “reboot” dado. Não há como escapar do passado. E há coisas no passado que valem permanecer. Se as perdesse realmente a cada “reboot” seria péssimo. Pois há amizades queridas, pessoas amadas, que não devem, nem podem se perder com o tempo ou com qualquer recomeço, que quero preservar junto a mim, cultivá-las, fazê-las florescer de forma ainda mais bela que na estação passada. Discordo de você, Renato Russo, quando diz que “amar ao próximo é tão démodé”. Amar ao próximo é o que me acende a alma. Por mais que tenha feito tão pouco pelo próximo, incluindo aí os mais próximos de todos. Poderia estar assistindo o filme na sala com eles agora. Cultivando a relação, mas... Realmente sou um ser contraditório...

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15h52. Fui ler Economia for Dummies do boraver. Leitura divertida e elucidativa ao mesmo tempo. Queria eu ter confiança digamos “cultural” para escrever um artigo assim. Não me considero entendido em nada, nem tenho a mínima vocação/ânimo para tal. Sei que é uma postura errada que me encerra num universo mais limitado que o geral, mas... sei lá, e o pior é que me considero uma pessoa curiosa. Talvez minha curiosidade seja diferente. Tenho curiosidade por pessoas, suas histórias de vida, suas peculiaridades, seus charmes e conquistas. Gosto de pessoas, por mais que interaja cada vez menos com elas. Não, talvez esteja exagerando aqui. Tenho interagido com as pessoas ultimamente. Afora meus amigos, às vezes quando vou entregar o papelzinho, rola uma conversa, mesmo que rápida, quando alguém se interessa ou fica curioso(a) em relação ao blog. Para ser sincero nunca interagi tanto com desconhecidos(as) como ultimamente que inventei esta história de distribuir o endereço do Profeta. E o mais surpreendente é que faço isso sem beber, o que seria impensável alguns meses atrás. A bebida nem está me fazendo falta mais, até porque acho um copo de Coca-Cola cheio de gelo muito mais delicioso que uma cerveja “meio” gelada. 16h03. Ainda faltam 37 minutos para o próximo cigarro... Bom, vamos em frente. Péra, pelo menos vou encher meu copo de Coca-Cola.


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16h09. Minha mãe estava ao telefone com vovó na cozinha, aproveitei para agradecer as ligações que ela fez durante minha estada na casa da minha amada tia. Ela me deixou para cobrir meu avô com um cobertor, o que não deixa de me preocupar, pois vovô nunca foi friorento. Espero que não seja nada mais que a velhice em si (este monstro do qual me pelo de medo). Se bem que minha mãe pode ser considerada uma idosa, posto que tem 60 e está em ótima forma, apenas sente algumas dores que na juventude não havia. E eu que tive, aos 35, dois, digamos, princípios de convulsão por causa de crises de tosse disparadas pelo cigarro. Saí da real total, por alguns segundos. E quando voltei, não sabia onde estava, tudo estava desfocado, parecia a volta de uma lombra de loló ou de cola, a sensação era boa, mas estava totalmente desnorteado, soltei o cigarro da mão, tive uns espasmos. Ozzy. Preciso realmente parar de fumar. Senão, quem sabe onde isso vai dar? Não quero ter as convulsões que meu pai tinha perto de morrer. É muito feio para os outros e, sem dúvida, mostra um organismo em desalinho consigo próprio. O pior que esse papo de cigarro está me dando uma vontade de fumar e ainda são 16h18, faltam 12 minutos. A vez que passei mais tempo (acordado) sem fumar ultimamente foi montando o quebra-cabeças de dragão 3D dado pelo meu irmão. Devo ter passado entre 2 ½  a 3 horas sem por um cigarro no bico. Poderia recomeçar a jogar Zelda Skyward Sword, agora que Jô achou o carregador de pilhas, fazer isso também me desliga do cigarro. Mas acho que vou guardar o Zelda como trunfo para quando eu parar de vez. E se eu ganhar um PS3 de Natal, aí é que vai me ajudar mesmo. Meu amigo tem vários jogos irados, que duram semanas para zerar que pode me emprestar. Vai ser imersão total para esquecer essa porra de cigarro. Acho que o tratamento dos adesivos pode ser a melhor opção. Funcionou com meu primo. Funcionou com outro doido que eu conheço (mas ele voltou alguns meses depois). Pode ser que funcione para mim também. Trocar um antidepressivo por outro que, dizem, ajuda a reduzir a fissura, como foi sugerido pelo cardiologista, não sei não... 16h30. Mais 10 minutos. Saco. Saco maior ainda ficar olhando para o relogiozinho do Windows e me torturando. E olha que nem estou com essas fissuras todas. Os Pássaros do Los Hermanos, uma das músicas mais arrastadas que eu já ouvi. Eu nem sei se eu gosto dela, nem sei por que coloquei no set list. Eu gosto, na verdade, só não está no Top 10 Los Hermanos. 16h36. Quatro minutinhos... o tempo de outra música e, opa, esta é mais alegre, O Vento. 16h37. Vou pensar... Como pode alguém sonhar o que é impossível saber? Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer.../Uhh, se a gente não sabe mais rir um do outro, meu bem, então o que resta é chorar/Um século três, se as vidas atrás são partes de nós...  Putz, acabou exatamente às 16h40! Vou lá.

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17h06 e ainda não fumei! Passei pela sala e mommy estava falando com minha irmã, aproveitei para trocar uma ideia com ela e nisso se passaram mais 20 minutos. Agora, sim, vou fumar.

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17h21. Fumei dois, como da outra vez. Vamos ver se eu aguento ficar sem fumar até as 19h00 agora. Foi bom ter falado com minha irmã, é geralmente bom. Falamos de trivialidades, que são papos tão deliciosos de ouvir, sobre os pequenos detalhes da vida, academia, a nova “casa” de seu marido em Munique, o chão alcatifado de lá, o final da Saga Crepúsculo, essas coisas. Fez me sentir mais próximo a ela. O que é sempre bom e remete a esta palavra que tem me acompanhado nos últimos posts: “lar”. O lar dela hoje é mais lá do que aqui, embora o vínculo com minha mãe ainda seja fortíssimo, assim como com os demais da parte materna da família, o que sempre justifica o retorno periódico à Veneza Brasileira, por mais que esta se distancie cada vez mais da Pasárgada do poeta. Minha Pasárgada é Barreiras. Sinto muita falta de voltar lá. Vou ver se organizo com meu primo-irmão uma viagem para lá com um grupo de amigos. Seria o bicho. Acho que todos gostariam. Todos que foram até hoje gostaram, não há por que ser diferente. Antes é preciso nos informar com o nosso tio que ainda reside em Macau sobre a água e a energia na casa. Estando tudo ok nesse sentido, o resto a galera se vira.

Barreiras tem sons e cheiros e cores da infância, das férias de verão, da família toda reunida, a pirralhada toda brincando. Eu, mais velho, ouvindo Unforgettable Fire do U2 e chapando no visual (sem a necessidade de droga nenhuma). Excursões exploratórias nos morros virgens de gente. O isolamento praticamente total do resto do mundo, a caça aos búzios ou siris, os passeios de barco (quando o Imperador tinha barco) quando fomos até o braço de areia lá longe, onde havia peixes e golfinhos. Barreiras é o meu paraíso na Terra. Tenho amor incondicional por este lugarzinho escondido do mundo.

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17h38. Não estou com vontade de fumar e isso é bom. Que se dane se este post ficar longo, quero segurar até às 19h00. Space... I wanna be here – SpaceballsThe Ballad, Pato Fu.

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17h57. Falando com meu primo-irmão e com um dos amigos que foram à festa ontem pelo Facebook... Vendo se vai rolar saída hoje e tals...

18h05. Acabou que fumei um cigarro... L

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18h08. Ouvindo Radiohead. Passei o link de Algo 0003 para o amigo que foi a festa ontem ler. Não sei se ele vai ler ou está lendo, pois não me respondeu mais. O driver de vídeo de outro pau. Geralmente acontece quando tenho o Facebook aberto. Pelo menos eu percebo essa estranha coincidência. Pode ser viagem minha, pode ser que não. Só um técnico – coisa que estou longe de ser – para responder a questão e solucionar o problema. Nem reinstalar o driver eu sei. Ah, como fumei às 18h00, só vou fumar agora de 19h20. Agora não posso negar que o cigarro proibido tem um sabor especial, de liberdade (quando deveria ser de escravidão ao vício), de seguir as próprias vontades, em vez das próprias regras. Odeio regras, mas sei o quanto são necessárias para manter a coletividade coexistindo com um mínimo de civilidade. E regras pessoais, esta nunca cultivei, mas estou tentando agora, pois não quero ter convulsões por causa do cigarro, nem enfisema pulmonar. Quero ver eu seguir a regra da academia. A da nutricionista não me incomoda, pois vai ser mamãe a produzir a alimentação, só terei que degluti-la. Não haverá muita escolha. Estou curioso para saber se o nosso amigo da festa leu o post. Vou perguntar a ele.

18h23. Droga ele está offline... Fui dizer a Pablo Bitu que encontrei uma amiga dele na festa e ele de repente se tornou offline também. Estão fugindo de mim?

18h37. Conversando com Pablo (ele voltou!) e o poeta potiguar Daniel Násser no Facebook. A set list acabou. Vou botar uma agora com Cure e Björk que faz tempo que não escuto. Botei RAID IV. Começa com Adele.

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Em algum momento meu primo me mandou no Facebook uma mensagem: “Quer ir pro Central? Passo aí em 20 minutos”. Daí eu fui e a galera não estava lá, tinha ido para o Antigo para o Sushi Digital. Tocava uma cantora lá e uma banda de jazz no bar à minha direita. Resultado, só conseguia ouvir o que meu primo, que estava do meu lado, falava. E não conversamos quase nada. Não posso dizer que foi dos momentos mais divertidos pelo qual passei esta semana. As meninas foram embora e nós fomos, meu primo, nosso amigo perfeitinho e eu, para o Alceu, mas ninguém pensou que eu fosse ele lá. O ambiente sonoro estava muito mais agradável com uma radiola de ficha tocando clássicos do rock à volume suportável. Ficamos os três conversando um pouco e, duas cocas e uma Heineken depois fomos ao Carlito´s Burguer encher a pança. São 1h03, já tomei meus remédios e estou em casa. Nada mal para um final de dia de domingo, mas nada inesquecível também. Ah, entreguei um bilhete a uma menina loira, de cabelo um pouco acima dos ombros, roupa rosa, se não me engano, que estava sentada solitária lendo do outro lado da rua, em frente ao Sushi Digital. Ela disse que visitaria o site. Espero que tenha vindo.

1h07 Revisar e postar.

P.S.: Não encontramos o Mario Bros. hoje! Inacreditável!

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