terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Divagações espaciais





13h41. Não consigo compartilhar o post que escrevi ontem no Facebook, que Ozzy. Mais Ozzy ainda é que pedi a mamãe só 7 cigarros ontem à noite e ela, em vez de me dar a costumeira carteira da manhã, me deu espertamente apenas os 13 cigarros que sobraram da outra carteira. Eu já fumei 6 e vou fumar o 7º agora. Tô ferrado. Vou ter que fazer uma contenção punk ou apelar para o meu estoque particular (que acho que vai ser a alternativa mais viável). Vamos ver se consigo, depois deste cigarro, ficar  1 ½ hora sem fumar.

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13h57. Se só for fumar daqui a uma hora e meia, só poderei acender o próximo às 15h27. Eu acho. Putz. É tempo demais. Vamos ver o que faço aqui para este tempo passar. Adorei a Capa de Caras feita pelo Ozzy mor e repartida no Facebook (meu chat finalmente voltou). Já compartilhar na rede social o post que escrevi ontem tá difícil, ele não carrega a figura e por isso não compartilha o post de jeito nenhum.

14h06... losteando...

14h17...losteando e querendo fumar outro cigarro. E é o que vou fazer...

14h28. Realmente estou com a cabeça vazia hoje, não me aparece assunto nenhum a dissecar... o Facebook insiste em não compartilhar o link do post de ontem... Jô está na área, arrumando tudo na sua velocidade a jato de sempre. Pense num mulher trabalhadeira. Parece uma formiguinha, diminuta, mas cheia de disposição, indo pra lá e para cá com baldes, aspirador, vassoura e toda sorte de instrumentos que a profissão e minha mãe requerem.

14h39. Compartilhei diretamente pelo Facebook. Aí rolou limpeza, automaticamente, com foto e tudo. Que coisa estranha...

A parte acima é irrelevante. Papo chato sobre minha fase quase-ex-fumante e problemas com o Facebook. Penso que é como a fase religiosa do Rei, vai passar.

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14h42... losteando... Ouvindo Neguinho, com Gal. Certamente vou ter que apelar para o meu estoque particular, pois só tenho cinco cigarros sobrando. E Jô está fazendo mais café para nós. A pedido meu, claro, burguês explorador que sou. Se bem que acho que sempre fui um bom patrão quando assumi esta postura à época em que morava sozinho. Parece-me um passado tão distante e doloroso este de morar sozinho. Não incluo aqui o tempo em que morei com Clementine, pois aí morávamos nós dois. Mas antes e depois disso. A solidão realmente não me cai bem. O interessante é que hoje, aqui, eu praticamente me isolo e fico sozinho, mas, de alguma forma, eu sei que há gente em casa, que eles vão voltar e isso ameniza a solidão.  
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Preciso criar instiga para criar mais coisas Visuais. 15h55. Dei um tempo aí do lado enquanto a frenética Jô dava uma guaribada no meu quarto. Vi o trailer do novo Super-Homem e achei bem legal. O diretor é o mesmo de 300 e o produtor é o diretor dos últimos três Batman, logo, promete.  



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A mão de madeira está com seu dedo levantado à minha esquerda, como se pedisse a palavra. Eu a coloquei nessa posição e gostaria muito que ela realmente tivesse algo a dizer, pois eu estou realmente seco de ideias. Escrever sobre o nada. O nada é a única coisa infinita, pois não tem começo nem fim, não tem limites. Pronto, escrevi sobre o nada. Escrever sobre o tudo. Não acredito em multiversos, acredito que o tudo que existe está contido neste universo, não existe o fora deste universo, o além deste universo. O que há, há dentro dele. E, um dia, dentro dele haverá aquilo que lhe deu/dará origem, a consciência suprema, capaz de manipular as leis do universo, que, do futuro, ativará o Big Bang no começo dos tempos. Como fará isso sem alterar o futuro ou o nosso presente? Mas o próprio fato de ter havido o Big Bang já influenciou e influencia nossa existência e nosso presente. Sem o Big Bang não haveria nós para começo de conversa. De qualquer forma há muito espaço “vazio” no universo que pode ser utilizado como rota para a semente – Espírito Santo? – fecundar o nada em tudo. Como já disse em, vamos lá mais uma vez, Algo 0003, o nada é maior que tudo, pois contém, além de tudo, o seu inverso, o que o anula em nada. Basta esta semente causar um desequilíbrio – extremamente bem calculado – para que o universo desabroche, se descompacte, de uma forma estável que permita a evolução de seres altamente complexos como nós e outros que devem haver por aí. Acho extremamente improvável que o ecossistema terráqueo seja a única fonte de vida do universo. Seria um extremo desperdício de energia. Acho que só entraremos em contato com estas outras raças inteligentes quando estivermos mais evoluídos – e elas também – para que a interação seja amigável e sinergética. Depois da singularidade tecnológica, em uma palavra. Ainda nem resolvemos nossas pendengas internas, ainda não alcançamos a paz mundial e a igualdade de direitos entre todos os seres humanos, para quê se preocupar com outros povos de outros planetas? Façamos nosso dever de casa primeiro. É isso que a consciência suprema do universo – Deus, se quiser chamar assim – espera de nós. E será inevitável que assim ocorra, por mais que leve tempo, seremos, o mundo todo, uma grande nação guiada por princípios sistêmicos, como sustentabilidade e democracia de fato através de dispositivos tecnológicos. Mas aqui apenas repito o que já disse em outros posts. Me deixei levar pelos meus sonhos, minhas profecias mais uma vez. 16h19. Fumar e ver se volto com um novo assunto.

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16h29. Sentimental. Quem é mais sentimental que eu? Bote fé que o páreo aqui é duro. Eu acho que sou sentimental demais da conta. Mas não fica mais bem se eu sofro um pouco mais. Tô cansado de sofrer. Passei mais da metade da minha vida sofrendo um inferno dentro da cabeça. Claro que intercalado por momentos de alegria, mas se fosse fazer uma média, ela daria negativa. E o pior é que o inferno nunca foram os outros, sempre fui eu mesmo. Mas acho que está tudo sob controle agora. E espero muito que continue assim. Mais que tudo não quero que o inferno volte. O negócio agora é apontar para fé e remar. Mesmo que o vento venha contra o cais. Será, morena? Sobre estar só, isso me incomoda, mas a vida é engraçada e do nada nos planta um novo amor. Meu coração é solo fértil para novos amores, por mais que seja seletivo em relação aos grãos. A flor perfeita brotaria frondosa no meu peito. E brotará, seja lá quem for. Quem dá a flor sua perfeição é o meu olhar, o meu sentir, o nosso sentir. Se alguém numa curva me convidar, eu vou lá, que andar é reconhecer o olhar. Vou buscar alguém, que eu nem sei quem sou. Nem sei tampouco o que quero ser, além de feliz, de longe do inferno. Não preciso ser feliz, aliás, só preciso estar fora do inferno de dentro de mim. É o suficiente para seguir. É com isso e um certo otimismo que tenho seguido ultimamente. Otimismo antes impossível de se sentir. Otimismo que é como sol da manhã e a brisa leve nos lençóis brancos da minha alma. Secando todas as lágrimas que guardei dentro de mim.

17h03. Eita, papo emo da porra, totalmente pop show. Mas e daí? Eu sou pop show mesmo. Meu lado mais rocker é The Strokes. E olha que eles têm um pezinho nos anos 80, principalmente no novo álbum. Meus sons prediletos, tirando os medalhões da MPB como Chico e Caetano e unanimidades como os Beatles (o álbum branco é perfeito) se situa nos anos 80 e 90. O que veio depois, só Strokes mesmo e os que continuaram daquela época a fazer som até hoje. Se bem que não gostei do CD de volta do Echo & The Bunnymen, tanto que nem procurei pelo segundo.

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17h09. Tomara que o acaso seja amigo do meu coração e que eu ouça quando ele falar comigo. Aí a gente corre para se esconder e se amar. Minhas janelas estão abertas e as cortinas também, não me escondo de ninguém. Já não vejo motivo para o amor de tantas rugas não ter o seu lugar. E esse lugar no coração de alguém há de surgir e, quando surgir, vai ser lindo. Gostei dessa brincadeirinha com as letras das músicas. Mas com Santa Chuva não dá. Se bem que a chuva já passou por aqui, eu mesmo que cuidei de secar, com a ajuda de um monte de gente, é verdade, mas uma partezinha enxuguei eu mesmo. Spaceballs The Ballad, esta não tem como. Se bem que voltando ao meu papo futurista nós só entraremos em contato com outras civilizações quando ambas não acreditarem mais em guerra. E nos espaço viajaremos como dentro de um sonho, conectados à consciência coletiva terráquea, imersos numa realidade maior que nós mesmos, maior do que a percepção dos nossos sentidos (que acredito sejam mais de cinco). Stop Whispering agora. Essa eu nem entendo direito o que ele diz. Mas, de qualquer forma, eu sinto que estou apenas sussurrando minhas profecias na internet e que é preciso gritá-las, mas eu não tenho dinheiro para tanto. Então sussurrando do meu cantinho continuarei. Fumar e tomar um cafezão.

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18h00. Acabou que fumei mais cigarros e tomei mais cafés conversando com Jô. Lendo um pedacinho do livro de Stephen Hawking enquanto estava no banheiro me deparei com alguns números literalmente astronômicos que gostaria de repartir com vocês (a tradução é minha): “[...] Nós sabemos agora que nossa galáxia é uma entre centenas de bilhões de galáxias visíveis usando modernos telescópios, cada uma contendo centenas de bilhões de estrelas.” Em outras palavras, esta porra em que estamos flutuando é muito gigantesca, inimaginavelmente gigantesca. Bilhões vezes bilhões dão quadrilhões, vezes centenas de centenas, dão dezenas de quintilhões de estrelas, nas quais orbitam de tudo, inclusive planetas, muitos planetas. E só o nosso, no meio dessa imensidão de corpos celestes, ter vida? É egocentrismo demais, acha não, cara-pálida? E esses quintilhões de estrelas são apenas as que são visíveis, aquelas cuja luz conseguiu viajar o suficiente para serem captadas pelos nossos telescópios... Enquanto tudo isso acontece nós vamos a supermercados. Ou escrevemos blogs. Alheios às dimensões do universo onde estamos inseridos. E nos achando importantes. O pior é que somos. Somos milagres físico-químicos, uma combinação mágica de componentes elementares do cosmo que produz poesia, prédios, amor e guerra. Que se reproduz e evolui, que cria utilizando os mesmos componentes elementares das formas mais inusitadas, que compreende e tenta compreender sempre mais esta vastidão que chamamos de existência. Para mim, isto é fantástico. E acredito que no meio desta imensidão outros seres façam o mesmo à sua maneira. E que um dia, quando a boa hora chegar, cruzaremos caminhos e caminharemos juntos em busca de um bem maior, de um todo maior, de uma compreensão e consciência maiores. Mas como disse antes, primeiro devemos fazer o dever de casa. Se o fizermos direito, o resto virá naturalmente. Acredite em mim.

18h36. Revisar e postar.

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