Eu assisto xvideos.com. Eu me masturbo, prática normal, e o
canal oferece milhares, senão milhões, de vídeos gratuitos das mais variadas
categorias. Por que trago o assunto à baila? Porque há uma tendência que parece
ser o novo padrão de sexo oral em que as mulheres tentam emular “garganta
profunda” enfiando pênis enormes goela abaixo, muito mais do que seria
confortável para elas, inclusive “vomitando” saliva porque devem sofrer algum
tipo de lavagem estomacal antes dessas cenas. Além de não achar tal prática
excitante, acho excessivamente degradante, submissa e agressiva para com a
atriz, a mulher, o ser humano que está se submetendo a isso. Me revolta, não me
excita. Mas nada posso fazer a não ser deixar a minha nota de repúdio aqui
visto que a imensa maioria das cenas de fellatio
que assisto são agora dessa natureza. Fora eu uma dessas atrizes, não só
não me submeteria ao procedimento, como organizaria um movimento para que a
prática fosse abolida. Não sou e a vida segue um tanto pior para as profissionais
do ramo. Temo que homens empoderados pelo que veem nos vídeos venham a cobrar
das parceiras tal feito. Mas chega de falar de sexo oral, coisa que há mais de
dez anos não experimento.
14h44. Fui comprar Coca. Blanka está incomunicável porque
precisou desinstalar o Tinder para que o seu primo tentasse consertar o seu
celular. O nosso pré-relacionamento não pode ser descoberto por ninguém, pelo
menos nas condições atuais. As condições do que pode vir a ser uma relação
entre nós são as mais peculiares possíveis. Um verdadeiro romance do século
XXI, com uma série de complexidades que às vezes me deixam perdido a respeito
do meu papel nele. Acho que esse papel cabe a mim desenhar e definir, será uma
construção, sempre respeitando os espaços que não são meus dentro dele. Sei que
Blanka não está apaixonada por mim, eu confesso que ainda não estou apaixonado
por ela, mas também sei que sua presença em minha vida me faz bem.
15h46. Como a relação é aberta, eu não tinha o que fazer e possuo
cinco superlikes do Tinder para
gastar diariamente até a minha assinatura expirar, fui ver o cardápio de gente,
gastei meus superlikes, dei likes em outras, mas confesso que não
sei se teria paciência para trocar ideia com alguma das selecionadas.
16h00. Fui fumar e vi vindo de volta um senhor que caminhava
penosamente a passos curtos e lentos, aparentemente difíceis e sofridos de
serem dados. Não pude deixar de me questionar se esse é o futuro que me espera,
fumante e sedentário que sou. Entretanto, acho que não serei tão longevo, pois
o sedentarismo, o cigarro e minha alimentação me levarão à morte precoce, isso
sim. Que seja, a vida já me deu o bastante, há coisas a esperar, mas todas
provavelmente se concretizarão em 2019, 2020 o mais tardar. Pode ser que Blanka
entre de fato em minha vida e permaneça até lá, mas não tenho grandes
esperanças. Não acho que conseguirei conquistar o seu afeto, é muito difícil,
ainda mais tendo o seu coração já uma dona, com quem tem planos de longo prazo.
Não digo ser impossível, mas há um ditado que diz que não se pode servir a dois
senhores. Descobrirei. Uma coisa que me decepcionou bastante foi um
realinhamento no nosso pacto. Acho que vou sair magoado dessa história se me
doar demais. Ainda bem que ainda não me apaixonei. Infelizmente ou felizmente,
sei lá, sei que é fácil me apaixonar e sei que é bom viver uma paixão. Mas é
muito melhor quando é recíproca, que não vai ser, serei mais um instrumento do que
a melodia. Penso que na cabeça dela me dará um mês, três no máximo e se sentirá
no direito de me descartar. Espero que não. Vou tirar um cochilo, estou
precisando.
19h30. Acordei e tomei banho. Foi um sonho quebrado, em que
ia e vinha do mundo de Morfeu. Despertei pensando em Blanka, pensamentos
sensuais, sobre a sua nudez. Agradáveis pensamentos que nem sei se se
concretizarão. Também pensei nas minhas bonecas amadas, as femininas, especialmente.
Acordei tomado de feminilidade ou, pelo contrário da apreciação masculina pelas
formas da mulher, eterno encanto para mim, pelo menos, que tenho tais formas e
feições por coisas mais belas do universo. Poderia nomear os pensamentos que
tenho de Blanka agora como saudade? Se não o são em muito se aproximam da
definição. A vontade de revê-la cresce em mim e provavelmente só o farei no dia
primeiro de dezembro, dia da festa de 15 anos da minha prima caçula. O que me
veio de forma preocupante é a recepção negativa da minha família materna (e
também a paterna, suponho) se por acaso numa das celebrações que sucederão a
estadia do meu irmão em solo brasileiro eu optar por tomar umas cervejas.
Repudiarão a minha escolha, me criticarão e alertarão, mas espero que após o
choque inicial e vendo que nada decorre do fato, relaxem. Há uma diferença
social enorme para mim no fato de poder tomar minhas cervejas, me sinto como
qualquer outro adulto ciente de suas escolhas, não como o viciado reprimido. Me
vejo mais igual aos demais e esse sentimento é bom. Acho que é das melhores
partes, não ficar com inveja ou constrangido por ter na minha repressão ao
álcool uma lembrança do estigma que me assombra, hoje mais na cabeça dos outros
que na minha. Se bem que o fato de querer beber é uma negação do estigma o que
é, ao mesmo tempo, a lembrança de sua existência. Ei de superar essa fase. Às
vezes bate-me o medo de estar em estado de mania. Mas todo e qualquer bem-estar
que sinto me desperta esse alerta. Não acho que seja o caso, se bem que andei
comprando algumas coisas que não deveria. E sinto um desejo forte de ter um
Super-Homem, o novo Super-Homem da Sideshow na minha coleção. Acho que, tirando
o Monstro do Pântano, que nunca terei por questões logísticas, é o único
super-herói que me faz falta na coleção. E a peça é soberba. Contentar-me-ei
com o que já tenho e o que já tenho é muito. Comprarei o Azure Dragon com o meu
PayPal e darei minha coleção por vista. Se a arquiteta conseguir reservar algum
espaço livre para uma ou duas peças de ¼ espero receber os pontos da Sideshow e
negocio com mamãe a compra do Super-Homem. Não me incomoda que não seja o
exclusivo. Mas não vou sonhar com o que não tenho quando tenho tanta coisa que
possuo a sonhar. Que não sei quando vai fazer seu trajeto da América do Norte
para a do Sul. Um dia. Espero que não depois do Natal de 2020. Preciso contar a
meu irmão sobre Blanka, mas não tenho coragem. Prefiro que ninguém saiba. É uma
história nossa, minha e dela, e quero que continue assim. Não diz respeito a
mais ninguém, é uma construção nossa, pouco ortodoxa, é verdade, mas não menos
válida – embora não esteja validada de fato ainda – e valiosa. Estamos ainda na
planta do nosso projeto, não botamos tijolo sequer, estabelecemos as bases:
honestidade, respeito e sinceridade. A cumplicidade e a intimidade
construiremos juntos e são o corpo e alma da relação, que espero que seja leve,
carinhosa e divertida de ser construída. Prazerosa, tanto para mim quanto para
ela. Nossa, como queria que a regra de que não se pode servir a dois senhores
fosse uma exceção na nossa relação que é toda repleta de exceções. Esta, talvez
a mais importante, acho dificílima de ser alcançada e preciso manter os pés no
chão a esse respeito. Difícil tarefa. Se bem que Blanka pode facilitar tomando
as atitudes erradas. Percebo que ela está acostumada a mentir. Preciso reeducá-la,
por falta de melhor termo, em relação a isso. Que minta para o resto do mundo,
é a relação dela com o mundo, mas não minta para mim, pois é a minha relação
com ela.
22h44. Tive que ir à farmácia comprar remédios para o meu
juízo e quando voltei vi uma resenha do novo jogo de Pokémon para Switch,
embora sempre tenha tido vontade de jogar um game da franquia, especialmente na
tela grande com gráficos mais bonitos, eu não senti o menor tesão em voltar a
jogar videogame. Eu realmente não sei o que aconteceu comigo nessa esfera. Ou pokéball. Haha. Fato é que darei o meu
Switch para os meninos, filhos do meu irmão e que não sentirei saudades, ao que
tudo indica. Existe para mim algo muito mais interessante que é Blanka. A única
razão para não dar o Switch seria se Blanka gostasse de jogar. Mas nem assim
mudarei a minha decisão, terá ela que se contentar com o PS3. Vou fumar, eu
preciso.
-x-x-x-x-
14h33. Estou ainda despertando. Ensinei mamãe a fazer café
na cafeteira que ganhei da minha tia jornalista. Talvez o café me traga alguma
memória RAM adicional. Não consegui ver o vídeo de Rodrigo Silva inteiro ontem,
fui completamente subjugado pelo sono. Não me pareceu cansativo, estava
interessante, mas o sono ganhou do meu empenho. O vídeo está numa aba aberta exatamente
onde parou. Vou tomar um café e ver se com ele arranjo a coragem para assistir.
15h30. Tomei café, fiz coisas outras, principalmente
mergulhei no maravilhoso mundo dos bonecos. Foi bom. Não quero ver pregação
sobre o perdão no momento, simples assim. Eu acho que sei a importância do
perdãooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii8888888iiiiiiiiiiiiiii8iiiiiiiuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu888888888888888888888888uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu
ß Estava colando
adesivos com as letras que estavam apagadas para ter uma melhor referência.
Funcionou. Ficou tudo torto, mas isso é o de menos, não buscava a perfeição
estética apenas a referência visual e nisso fui muito bem-sucedido, tanto que
digito com muito menos erros e mais segurança, um aumento significativo na
minha qualidade de vida, graças a mamãe, mais um motivo para ter por ela a mais
profunda gratidão. Estou louco para que os pagamentos da boneca acabem, isso me
dará tremendo alívio. Espero que o cara do Azure Dragon me contate nos próximos
15 dias para podermos fechar o meu último negócio, pelo PayPal, nada a ver com
o cartão da minha mãe, e me veja livre de todos os pagamentos até março. Estou
tomado de gratidão por talvez enfim ter a minha coleção completa. Verei depois
o que farei com os 73 dólares de desconto que amealharei na Sideshow. Mas isso
vai ficar para depois da SDCC. Sobre o perdão, acho que tenho experiência nessa
prática, o acaso-destino no seu balé genético e sociocultural me agraciou com a
facilidade de esquecer mágoas e rancores. Tenho para mim que se não me fizer significativo
e importante na vida de Blanka, ela vai me dar uma relação de um a três meses e
depois me mandar pastar, pois, por ora, não guarda nenhum sentimento de afeto
por mim. Não sei se serei capaz, sendo como sou de provocar tais sentimentos
nela, farei o que eu entendo por meu melhor e só me resta torcer para que seja
suficiente. Há também o problema da aceitação da minha mãe. Esta festa de 15
anos vai ser essencial. Que ela, Blanka, não dê para trás. À medida que a data
se aproxima, eu me sinto inseguro. Imagino ela. Preciso fumar.
16h12. Será um golpe difícil se na cabeça de Blanka já
estiver tudo estipulado para me deixar. Seria frio e maquiavélico da parte
dela. E não a conheço o suficiente para duvidar dessa possibilidade. Até me
parece a mais plausível, mas o tempo e o acaso-destino que agiram a meu favor
após uma década podem continuar sendo benfazejos comigo. Seria muito bom. Por
suas respostas o nosso vínculo ultrapassará o carnaval. O que faz crer que ela
gosta de ter planos de longo prazo, se agrada disso. Pode ser tudo mentira
também. Mas não posso pensar tão mal da pessoa a quem quero desejar e repartir
todo o meu bem. Acabou a terceira página. Revisar e postar.
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