21h17. Aproveitei que meu irmão está no porão e fui lá fazer
a seleção dos bonecos. Acho que consegui separar mais de 1/3 para vender, meu
irmão ficou chocado e pediu para eu repensar o assunto, achando que eu não
deveria vender tantos bonecos que me foram tão sofridos para conseguir. Mas vim
preparando a minha alma há meses para fazer isso. Estou convicto de que as que
vou vender são as que não quero. Convicto é uma palavra forte demais, digamos
decidido a vender. Vim especulando sobre quais figuras abriria mão desde que
soube dessa viagem. Acho que está bom. As demais eu quero. As demais não
inegociáveis.
21h44. Estou preparando a foto com os nomes dos bonecos que
quero vender para servir de referência para o meu irmão.
21h58. Preparei a foto e mandei.
22h19. Ia pedir a meu irmão que medisse e pesasse o Skeletor
para pôr logo à venda, mas fiquei com vergonha, o bichinho está dando um duro
danado no porão.
22h34. Ele saiu do porão. Pedi a ele que medisse a caixa se
porventura fosse amanhã lá. Ele fez uma bela arrumação. Quase tudo está
acomodado em prateleiras, fiquei impressionado com a sua eficiência e eficácia
(nunca soube a diferença entre uma e outra, aí sempre boto as duas juntas para
não restar dúvida de que o trabalho foi feito com agilidade e perfeição). Vamos
ver se a Amazon tem a mesmas qualidades na entrega do bendito Switch.
23h09. Estava conversando com o meu amigo jurista, tirando
as últimas dúvidas sobre o Switch e trocando figurinhas entre nossas férias, a
minha na neve, a dele na praia. Aventou o desejo de vir visitar a família do
meu irmão aqui. Acho que seria um encontro massa. Ele disse que a filha dele é
virada também. Ia dar certinho com a turminha daqui. Acho que vou tomar um bom
banho hoje. Aliás, vou nada. Frio do créu. Aliás, veremos. Quando o pessoal
estiver na sala jogando, eu posso me arriscar. O “Utopia” de Björk já vale por
“Arisen My Senses”. Ela me desperta um sentimento semelhante a “Plainsong” do
The Cure o que não é pouco para mim. Ainda prefiro “Plainsong”, mas “Arisen My
Senses” não está muito distante.
23h54. Ainda é cedo, mas hoje estou entediado. Só quero
saber de namorar o Switch pela internet. O console que escolhi, com os
controles azul e rosa, ao invés do todo cinza, está dizendo que o one day
shipping é só para o dia 2 de janeiro, já o cinza, pode ser entregue no
domingo, data que o meu está marcado para chegar. Quero ver no que isso vai
dar. De toda sorte, chegando tudo no dia 2 para mim está ótimo, mas estaria
maravilhoso se chegasse no domingo. Se bem que o pessoal vai dormir tarde por
causa da virada do ano. Bom, agora o que será, será. Se não chegar dia 2 é que
posso reclamar de novo. Mas vai chegar, estou mais tranquilo e confiante depois
que contatei a Amazon. Quem sabe na madrugada do dia primeiro de janeiro de
2018 não esteja jogando o Switch? Acho um tanto abusivo comprar um videogame
para jogar dois jogos, mas acho melhor do que comprar um com 15 jogos e não
jogar nenhum. Pelo menos esses jogos vão ser bem jogados e curtidos. E pode ser
que o Metroid Prime 4 chegue aí para arrasar de novo. Não sei o que podem fazer
de novo no Metroid Prime, a não ser um visual ainda mais invocado que o dos
antecessores. O que para mim já está de bom tamanho. Estou com vontade de fumar
outro cigarro. E estou com sono por conta dos remédios que acabei de tomar, eu
creio. Hoje não tem Coca para me manter acordado.
0h39. Fui fumar um cigarro no frio e isso me despertou, mas
de hoje até o videogame chegar só terei isso em mente. Videogames, mais do que
bonecos até, são o meu forte. Eu fico vidrado quando estou à espera de um novo.
Meu irmão disse que está perdendo a fé. Perguntei em quê e ele respondeu, em
tudo. Agora estava um pouco mais animado vendo um filme de luta asiático.
Nossa, estou com sono. E com vontade de ir ao banheiro.
0h48. A água do joelho eu já tirei. Agora me bateu a fome,
mas só vou comer quando todos forem dormir. Se eu mesmo não for dormir antes.
Quero que amanhã chegue logo, para ver o que acontece com a minha encomenda. Amanhã
que digo é hoje, mais tarde.
1h32. Estava comendo, farofa de linguiça com molho
Buttermilk Ranch. Gostei muito desse molho. E, para mim, serve para tudo,
sanduíches, saladas (se comesse), carnes, massas you name it. Acho que vou me deitar.
1h52. Vou me deitar quando acabar esse copo d’água. Tenho
nada para fazer, estou cansado de escrever, estou cansado de pensar, quero me
deitar na cama e dormir bem muito no friozinho gostoso que faz no
escritório-ilha. Quantos bonecos levarei, não sei.
-x-x-x-x-
16h37. Fui com mamãe comprar o tênis. Depois disso, ela foi
a uma loja de departamento e eu fiquei na Gamestop. Não resisti e tentei o
Mario e um tiquinho de nada do Zelda. O Mario me pareceu divertido, mas não
fiquei hooked logo de cara, como
imaginava. Consegui pegar duas moons antes
do tempo de jogo se esgotar. Colecioná-las é o objetivo principal do jogo. A
câmera do jogo se colocou no caminho em dois momentos em quinze minutos de jogo,
o que achei um pouco frustrante. Joguei justamente uma fase que havia visto com
o meu amigo jurista, o que me trouxe certo alívio, pois não vi conteúdo novo.
Do Zelda só joguei um pouquinho de nada, por motivos pessoais e porque não
queria desvendar muito do jogo. O boneco do personagem me pareceu destoar
completamente da floresta em que estava, o que achei muito feio. Mas pode ser
que me acostume com os gráficos. O controle não se apresentou como um grande
problema, naveguei pelos jogos sem dificuldade, o que foi um grande alívio e me
deixou sinceramente impressionado. O console em si também me pareceu
supreendentemente pequeno. Tudo é pequeno no Switch, embora seja um game
voltado para crianças de dez anos ou mais. Não joguei com os controles separados,
só com eles encaixados no grip que junta os dois joy-cons num corpo de joystick
convencional. O Mario estimula o jogador a não usar desse expediente e jogar
com um joy-con em cada mão, que é o que tentarei fazer. Se o videogame chegar,
já era para ter sido enviado, eu creio, se é para chegar amanhã. Estou com uma
pulgona atrás da orelha. Estou começando a achar que o Switch não vai me
desencantar em relação aos videogames. Estou meio desapontado com ele. Mas não
vou cantar derrota antes do tempo. Tenho que me dar tempo para jogar os jogos,
imergir neles e aí, sim, contar os resultados. A Nintendo fez um trabalho de
marketing forte com o Switch. Disponibilizar gabinetes em todas as Gamestop do
país com o Switch, quatro controles e os jogos para jogar deve ter custado um
dinheirão. Acho que foram todas as Gamestop, pois as duas que vi aqui nessa
cidade minúscula possuíam os gabinetes, então imagino que devem estar por todo
lugar desse continental país. Do Zelda, só vi mesmo os gráficos, que, além de
tudo, me pareceram serrilhados e o protagonista pequeno, enfim, foi um choque
negativo, mas não posso julgar por uma cena apenas. As que são mostradas atrás
do cartucho são bem legais e o trailer do gabinete da Gamestop que eu vi
também. Aliás, o trailer tinha imagens
incríveis. Então, não há porque me desapontar com o um minuto ou dois que eu
vi. Ah, teve outra coisa de que não gostei. O jogo usa o giroscópio e o
acelerômetro do controle para alguns dos movimentos. Queria que fosse um
controle sem essas frescuras, mas acho que também vou acabar me acostumando.
Estou muito pessimista. Xô pessimismo. É o jogo do ano, não tem como ser ruim.
Se esse for ruim, todos os outros são.
17h58. Fui lá fora fumar e estava nevando uma neve fina que
parecia açúcar de confeiteiro a polvilhar o mundo. Muito bonito. E quando neva,
não é tão frio quanto quando não neva. Está -8 graus, acabei de ver no celular.
18h02. O game não foi ainda enviado e está marcado para
chegar amanhã às 20 horas. Quero só ver. É só o que quero ver, em verdade, o
jogo chegar amanhã à noite, bem a tempo de carregar e jogar à noite e madrugada
afora. Só pode ser a demanda pelo Switch que está causando esse atraso todo. O
celular que mamãe comprou para o motorista de vovó há poucos dias já chegou. Só
não chega o meu pedido. Que ozzy. Que chegue no dia 2 então, mas chegue.
Desculpe, caro leitor que porventura achou esses escritos, que não divulgarei,
pela ideia fixa e repetitiva em relação ao videogame que encomendei. Sei que é
um assunto deveras chato, mas saiba que é muito mais chato para mim. Eu devia é
sair da frente do computador e parar de me ligar nisso, quando relaxar, o
videogame chega.
18h23. O livro que eu queria comprar da Sideshow foi enviado
como presente para mim pela empresa. Ainda bem, ficaria bem decepcionado se o
comprasse, é uma peça de autopropaganda da Sideshow. O livro é pequeno e de
capa mole. Os ambientes da empresa são curiosos e foi divertido conhecê-los mas
ficaria desapontado se tivesse pagado pelo livro. Pelo menos isso foi uma boa
coisa. Recebi também, e paguei por ela, a camisa com o logo da empresa. Não
tenho o apego que tinha à marca, mas ainda usarei sem problemas, visto que a
maioria das minhas figuras de resina são da Sideshow. Embora algumas tenha
comprado no eBay. Aliás, acho que só uma das Sideshow que disponho agora foram
compradas dessa forma. Fiz muita besteira vendendo bonecos massa para comprar
outros não tão massa. É a vida, minha sede de bonecos era insaciável e hoje
vejo que tenho talvez mais bonecos do que conseguirei expor no meu quarto. Por
isso me desfazer de uma parte, por isso e para bancar o Switch e o frete do
Hulk. Pelo menos um dos dois. Acho que a maldição dos astros alardeada pela
namorada do meu primo foi realmente de responsa, simplesmente não entendo, não
entra na minha cabeça, como o danado do Switch ainda não foi enviado. Isso me
deixa ao mesmo tempo que ansioso, frustrado. Muito mais ansioso que frustrado,
com medo de ele não chegar a tempo da viagem. Isso seria o fim para mim. Não
sei até quando os tios da minha cunhada ficarão por aqui e também não sei se
poderão levar, afinal é um objeto grande para qualquer mala. A minha veio
preparada para recebê-lo. As minhas. Contando com a que está no conserto.
20h50. Contatei a Amazon mais uma vez. As minhas encomendas
estão com entrega garantida para o dia 2 de janeiro. Está tudo bem, é só
esperar. Espero. Estava ajeitando com mais informações a lista de bonecos que
quero vender, ou melhor dizendo, que tenho que vender. A loot box que preparei estava por um preço muito barato, resolvi
aumentar para quando colocar à venda não perder tanto dinheiro. Vou perder
dinheiro em todos os bonecos, pois estou botando o lance inicial bem abaixo do
preço de mercado. Espero que venda. Espero gostar do Zeldinha. Eu vou gostar do
Zeldinha. Eu vou gostar do Zeldinha. Eu vou gostar do Zeldinha. Tenho que me
repetir. Eu tenho que voltar a gostar de jogar videogame com o Nintendo Switch.
E tenho, não, eu vou voltar a gostar
de jogar de jogar videogames com o Nintendo Switch. É assim, tenho que encarar
como um fato. Quase como uma profecia que se concretizará quando ligar o Switch
pela primeira vez para jogar o Zelda. Do começo, com calma, numa TV legal.
21h10. Meu irmão arruma o porão, a minha cunhada eu não sei
onde se meteu e o resto da turma vê o “Kung Fu Panda” mais recente. Eu continuo
no escritório-ilha, calçando o tênis novo que minha mãe comprou para ver se o
amacio. Ela comprou um mais baratinho para eu andar por aqui, ele é revestido
internamente por uma espécie de carpete. Não tem cadarço e é bem confortável.
Não sei se protege realmente do frio, pois saí com ele da loja e fiquei com os
meus pés gelados, mas é melhor do que o tênis que eu trouxe. Coloquei Björk
para ouvir. Ainda não havia ouvido música hoje. Nem tinha me apercebido disso.
Legal que começou de “Arisen My Senses”. O disco já me lembra este momento aqui
nos EUA e principalmente a minha paranoia com o Switch. Não queria ele
correlacionado com isso. Se o game chegar na terça, terei uma semana para
reprogramar tal sentimento. Nossa, como espero gostar do Zelda. Se não gostar,
o que será de mim? Mas vou gostar. Essa obrigação de gostar é que está me
causando uma certa repelência à história toda. Tenho que relaxar e jogar.
Relaxar e jogar. Vou acabar pegando gosto pelo jogo. Não posso esperar que ele
me conquiste nos primeiros cinco minutos. Eu percebi jogando o Mario que meu o
meu senso de localização é terrível. E para ambos os jogos, isso é essencial. E
o que é que tem? Deve haver um mapa a seguir em ambos. No Mario, eu vi que tem,
embora não tenha tipo tempo suficiente para me aprofundar na sua
funcionalidade. Percebi também que, para ajudar, o Mario tem uma bússola na
tela, algo que não havia percebido de maneira nenhuma quando vi o jogo na casa
do meu amigo jurista. Mas não entendo direito de bússolas, não me ajudará
muito. Ou, quem sabe, o jogo não acabe me ensinando como usar uma? Seria massa.
O Mario é quase certo eu gostar. Se devia começar por ele? O meu coração vai
dizer, mas estou mais inclinado a começar pelo Zelda. Eu gosto de explorar e os
dois jogos são feitos para serem explorados, é quase como se fossem feitos para
mim. A probabilidade de gostar é enorme. Tenho que relaxar e me divertir, não
fazer nada por obrigação, pois como eu bem sei, eu odeio obrigação. Acho até
que foi essa coisa de me ver obrigado a jogar – obrigado por mim mesmo – o que
me distanciou dos games em primeiro lugar, na minha opinião. Então tenho que
parar com estresse, tanto com o envio do jogo como com a pressão de gostar de
jogar de qualquer jeito os games, que assim gostarei de qualquer jeito dos
games. Depositar expectativas positivas demais não vale a pena. Ter jogado os
jogos hoje baixou bastante as expectativas que tinha em relação a eles. Com
expectativas baixas, fico na minha zona de conforto. Achando que não vou gostar
é melhor do que a certeza adamantina de que vou amar os games. Achar o gráfico
do Zelda feio com o boneco pequeno e achar a câmera do Mario uma porcaria, além
de achar os controles pequenos demais, como botões muito pequenos, com tudo
muito pequeno, enfim, vai me gerando uma expectativa negativa, essa sensação de
que não vou gostar de nada, que comprar o Switch foi um grande equívoco,
equívoco que me fará vender meus bonecos para pagar, ou seja que tem consequências
pesadas para mim, é ruim, então o que vier de bom será lucro. E pode ser que
venha lucro em forma de genuína diversão. Do tipo de diversão que só a Nintendo
pode proporcionar. Pode ser que me acostume com os controles, isso acho bem
fácil de acontecer. Se já estava controlando o Mario razoavelmente com 15
minutos, com uma, duas horas de jogo devo estar aclimatado. Veremos. Estou na
noia completa em relação ao Nintendo Switch.
23h20. Putz, é muito bonita a neve. Dá até pena de maculá-la
com as minhas pegadas. E parece que ela serve como um isolante acústico do
mundo fazendo tudo parecer ainda mais silencioso do que é por essas tranquilas
bandas. Meu irmão acha que a história do isolamento acústico não é. Disse que
parece sem som porque é silencioso por aqui. Eu divirjo e mantenho a minha
impressão. Mesmo que seja só impressão, ela agrega uma mítica maior à neve.
Pelo menos todos vão concordar que bonito é. Eu acho que vão. Não sei se tendo
e vendo todos os anos ela continuará tão encantadora, mas me abestalho toda vez
que vejo o mar. É algo para mim sempre arrebatador, sua enormidade, o rugido de
suas ondas e o som efervescente da espuma morrendo na praia. Bote um pôr-do-sol
ou um raiar de dia ou ainda um dia cinza com pesadas nuvens e se tem um espetáculo
ímpar. Eu deveria ir mais ao mar. É a neve tropical. Gosto de olhar para o mar
tão mais violento esteja. Para não fugir do tema desse obsessivo post, estava
estudando o que podia sobre o Switch, para saber como lidar com ele quando
chegar. Ele meio que força a pessoa a utilizá-lo como portátil desde o início,
visto que para carregá-lo pela primeira vez, é sugerido que o faça sem o
suporte para a TV. É um videogame ao qual eu guardo uma crescente antipatia,
mas que tem os melhores jogos. Pelo menos os seus controles não são tão pesados
quanto o do Wii U. Não sei com a tela grudada quão pesado fica. Descobrirei no
setup do console. E terei que esperar três horas e meia para poder ligá-lo à
TV. Espero que meu irmão me dê uma mão nisso. Não gosto de mexer em TV dos
outros. E não sei se tem alguma tomada disponível nas redondezas. É incrível
para mim que um objeto tão pequeno como a tela do Switch tenha mais capacidade
de processamento que o Wii U que é cerca de quatro vezes maior. Não conto o dock do Switch, pois ele é apenas um
pedaço de plástico com saídas e entradas de fios, toda a CPU está na tela. Isso
me impressiona deveras. Em verdade, eu só comprei o Switch por causa do Mario,
pois o Zelda havia para Wii U. Mas agora fiquei mais reconfortado que o Metroid
Prime 4 virá para o console. Esse eu não me importo de ter controle de
movimento, embora não sei se terá, pois o Switch não tem pointer, visto o que
joguei no Wii muito bem com o sensor de movimento. Veremos. Antes tenho que
zerar os outros dois jogos. E acho que o Metroid vai demorar para sair.
Esperarei a E3 para saber que jogos virão para o sistema. Pelo menos para isso
o Switch serve, me dá motivação para acompanhar a maior feira de jogos do mundo
novamente, o que nunca deixei de fazer, mas fazia sem muito ânimo, pois
possuía, aliás possuo, dois videogames da geração passada. Comprei os dois no
final do ciclo de vida de cada um. Nunca mais faço isso, pois o lado que achava
bom, ter todos os grandes jogos já lançados e a preços acessíveis, se tornou a
minha maldição, pois me vi acachapado com o monte de games que tinha para jogar
e isso me intimidou e me indispôs com os videogames. Talvez seja essa a grande
diferença do Switch. Ele só terá dois jogos a princípio. Não é tão intimidante
assim. Ainda mais sendo de duas franquias que eu amo. As que mais amo. Em
terceiro vem Metroid. Em quarto fico entre Mario Kart e Starfox, embora não
tenha ousado jogar o Starfox do Wii U ainda. É um que tenho que tentar. Há
tantos que eu tenho que tentar.
1h23. Estava tentando ver um filme com o meu irmão. “Gun
Shy”, com Antonio Banderas. Muito ruim. Pior ainda o “Alien - Reign of Humans”
ou coisa assim. Meu irmão conseguiu se superar e alugar dois filmes
completamente trash. O primeiro não
aguentamos 10 minutos, do de Banderas, eu acho que vi até a metade. É uma
comédia que tenta ser pastelão, mas que não tem graça nenhuma, pelo menos para
mim. Me identifiquei com o personagem de Antonio Banderas, o que me causou um
forte desagrado. Ele é um roqueiro aposentado e acomodado. Eu só não sou
roqueiro. Hahahaha. Mas passo a vida a produzir algo completamente inútil para
o mundo, mas essencial para mim. De toda forma se me lembrar, vou sugerir a meu
primo que assista para alertar o cara do canal os piores filmes de todos os
tempos sobre essas duas pérolas de cinema muito ruim.
2h18. Ainda pesquisando sobre o Switch. Abandonei meu irmão
com o filme trash. Ele foi dormir faz
tempo. Nem sei se assistiu toda a película.
2h52. Estava estudando mais sobre o Switch. Em dúvida se
compro um controle pró, mais parecido com os que estou acostumado a jogar ou um
Joy-Con Charging Grip, que permite carregar os joy-cons enquanto se joga.
3h18. Pesquisei mais sobre o Mario Odyssey e vi que a maneira
ideal de jogar é com um joy-con em cada mão e comprar o controle pró só para
jogar Zelda é um desperdício de dinheiro. A mesma coisa vai para o Charging
Grip. O negócio é me acostumar com os controlezinhos do Switch mesmo. Só
valeria o Charging Grip ou o pró se não tivesse comprado um par extra de
joy-cons. Como fiz isso, agora a escolha está feita. Vou jogar com o que tenho.
E com o que o Switch foi desenvolvido para ser jogado. É necessário só um pouco
de costume. E só vou me aventurar por jogos que queira realmente jogar. Ou
seja, além dos dois que possuirei, caso a Amazon decida me enviar o resto dos
meus pedidos, o Metroid Prime 4. Até agora. Pode ser que, sei lá, ela lance um
Earthbound novo. Ou alguma surpresa do nível. E poderei arregar jogos do meu
amigo jurista, jogos nota 8 para baixo, que não me motivam muito. Acho que ele
não se incomodará em emprestar. A não ser que ele só compre jogos online agora e
daqui por diante, que é o que tem feito. Sei lá. Se zerar os dois jogos me dou
por satisfeito. E espero o Metroid Prime 4. Só esses três já valem o console,
como tem sido, salvo raras exceções, com os consoles da Nintendo. Lançam três
ou quatro soberbos e o resto é tudo de bom para medíocre. A maioria sendo
medíocre. Nisso, o PS4 e o Xbox levam vantagem, pois têm muito mais jogos AAA
lançados por console. Só não têm Zelda e Mario e Metroid. Se a Nintendo
lançasse Super Mario Sushine HD para Switch, seria um que me aventuraria. Nunca
zerei o do GameCube. É uma lacuna na minha vida de gamer. O único Mario 3D que
não zerei. Ou não peguei todos os shines
o equivalente as estrelas nos Glaxies e no Mario 64 e às moons no Mario Odyssey. Se bem que não peguei tudo no Super Mario
3D World também. Muito difíceis as fases pós zerada, só consegui pegar algumas,
as outras estrilei com a dificuldade. Acho que são fases boas para serem
enfrentadas com dois ou mais jogadores. Como jogo sozinho, nunca tive essa
oportunidade. Espero não ter deixado tudo ligado no meu quarto. Estou novamente
com pensamentos/sentimentos divididos em relação ao Switch. Estou com uma leve
dor de cabeça. Acho que foi de comer os gelos quase todos de uma vez. Não
queria ter expectativa nenhuma em relação ao Switch. Queria ganhar de presente,
ser surpreendido por tudo o que encomendei. Acho que seria uma posição melhor.
Mas isso nunca iria acontecer. O único jeito de acontecer é do jeito que está
se dando. É aceitar e acolher. E tentar me envolver com os jogos. Estou com a
secura um pouco diminuída pela experiência que tive pela tarde na Gamestop.
Espero que não estrague tudo. Está sendo uma pequena batalha conseguir o
Switch. Desde o convencimento da minha mãe até os atrasos descarados da Amazon,
a trilha foi pedregosa e repleta de ansiedade. Excitação e adrenalina também.
Acho que vou gostar. Na verdade, mal espero pela oportunidade de ligar o Switch
na televisão do meu irmão para uma sessão madrigal de Zelda. Espero que haja
tomada livre próxima à TV. O dia 2 de janeiro nunca esteve tão longe...
4h03. Vou me preparar para me retirar. Não vou esperar nada
de amanhã. Ambos os pedidos estão com entrega garantida para o dia 2. É só o
que preciso saber. É só o que importa por ora. A garota da noite vai me
importar quando chegar em Recife. Outra coisa que importa, meu irmão comprar
Cocas e duas carteiras de cigarro para mim amanhã, se sair. Preciso fumar um
cigarro antes de dormir. Vou ficar só com três para amanhã.
4h20. Fumei e com isso espantei o sono um pouco mais para
lá. Vou voltar as minhas pesquisas “Switchianas”.
4h47. Estava aprendendo uma coisa a mais sobre o Switch, eu
criei uma pasta nos meus favoritos para guardar informações e links importantes
sobre o console. Depois fui dar uma olhada e umas repetidas nos meus comandos
de autossugestão. A caixa do Zelda aqui do meu lado desperta a minha secura em
jogar. É bom tê-la ao meu lado e sempre à vista. Joguei mais um pouquinho do
Animal Crossing do meu celular, mas é um jogo que vai pedindo que se faça mais
e mais coisas nele que para mim não são necessariamente divertidas. Aliás, não
são divertidas. Acho que a Gatinha iria amar e talvez a ajudasse a desenvolver
o seu inglês. Dei a dica para ela no Facebook. Não sei se ela leu. Só falta eu
me decepcionar com o Zelda. Mas não posso saber, só vi dois minutos de Link
(protagonista do jogo) no seu acampamento peguei o arco e as flechas e desisti
de jogar, tão chocado eu fiquei com a feiúra do gráfico e por não saber como
operar a arma. Nem tentei empunhá-la, simplesmente desisti de jogar porque
decepcionado e por motivo de força maior. O Mario me dá uma coceirinha gostosa
para jogar. Acho que eu e o Switch nos daremos bem quando tivermos mais
intimidade. Fomos mal apresentados. Tenho que jogar os jogos do começo, ir
aprendendo, sendo gradativamente apresentado aos seus movimentos, às suas
mecânicas, aos seus mundos. No meu ritmo. São jogos que não têm tempo para
terminar as fases o que é um grande plus
para mim, posso fazer tudo do meu jeito, com calma. São jogos que têm tudo,
absolutamente tudo para me agradar. Que assim seja. Fiquei triste que o Switch
só roda em 720 dpi, estava torcendo para um 1080 nativo, mas não foi dessa vez.
O poder dele é compatível com o de um PS3, eu acho, talvez um pouco mais, mas
não muito.
5h14. Acabei de receber um e-mail da Amazon dizendo que o
Super Maro Odissey foi enviado... mas não Nintendo Switch que está na mesma
encomenda. Como pode? Que urucubaca dos diabos, meu irmão ou irmã. Essa foi de
lascar. O atendente da Amazon me garantiu que tudo chegaria na terça. Inclusive
o par de joy-cons que encomendei anteontem. Essa me deixou grilado uma vez mais.
Que ozzy. Juro que não entendo. O videogame está em estoque, está tudo igual ao
Mario e a Amazon não envia junto, que se passa? Que se dá? Como assim o Switch
não vem junto com o Mario se pedi para os dois virem numa só encomenda? Tudo
muito estranho. E ainda veio um valor exorbitante de frete no e-mail. Mais caro
que o próprio jogo. Espero que não deduzam isso do meu cartão de crédito.
Espero que mandem o Switch de forma gratuita também. Como foi acordado com o
atendente. Não é possível mais essa arapuca. Só falta eu receber o cartucho, o
controle extra e não receber o Switch. Seria o cúmulo. Acho que o valor
mostrado no e-mail, o shipment total
é o valor do jogo mais a taxa de Massachusetts. Nada mais que isso. Bom, o
console está também com entrega garantida e gratuita para o dia 2. O Mario já
foi avisado que chegaria nessa data, mudando a data anterior que seria hoje à
noite, afinal já é dia 31. Que esdrúxulo. Seria uma massa se recebesse antes de
dormir o alerta do envio do Nintendo Switch. Acho que está mais fácil eu
receber o da outra encomenda que o do console. Hahahaha. Eita, urucubaca dos
infernos. Tomara que dê tudo certo no final das contas. Se brincar, amanhã no
final da tarde, se não receber a confirmação do envio das duas últimas
encomendas, eu entre em contato de novo com a Amazon. Só ter os softwares sem o
hardware para jogar não dá de jeito maneira.
6h31. Escrevi uma carta para o meu irmão de aniversário, mas
não acho que tenha ficado legal. Como todas as mensagens eletrônicas enviadas,
já foi, não dá para voltar atrás.
6h33. Já ia reclamar de novo com a Amazon, perguntar se era
alguma piada e quando cliquei na página do contact
us apareceu que o controle extra estava com o status de “shipping now” o que já me deixou
intrigado e feliz. Mudei para o outro pedido e o Switch tinha mudado para o
mesmo status. Ou seja, boas notícias, ao que parece. Quem sabe amanhã já não
acorde com os e-mails de que os itens foram enviados. Fiquei excitado agora, dá
até vontade de fumar um cigarro para comemorar, mas só tenho quatro, se meu
irmão não sair para fazer compras amanhã, estou ferrado. Preciso que compre
cigarros, duas carteiras para mim. E se possível Coca-Colas. Um monte. Quero
passar esses últimos dias à base de Coca-Cola. Não posso crer que escrevi oito
páginas só de lenga-lenga sobre a compra do videogame. Inacreditável. Esse post
não divulgo mesmo. É um tremendo pé no saco.
6h54. O suco de uva era o melhor de todos que havia na
geladeira. Tomei todo o de cranberry, de laranja e peguei agora o primeiro e
último copo do de uva que acabou de acabar. Devia ter começado por ele. Talvez
meu irmão tenha que sair amanhã para comprar o que beber.
7h01. Deixei um bilhete em cima da mesa para o meu irmão,
caso ele saia antes de eu acordar, o que é bem provável se dormirei tão tarde
hoje. Me lembrei agora dos filmes que ele alugou. Muito ruins. Hahahaha.
Coitado. Coitado também se tiver que sair para comprar coisas. Espero que ele
não saia especialmente para comprar o que lhe pedi. Aí me sentiria culpado.
Bom, o que será, será. Não vou tirar o bilhete da mesa. Meu irmão está menos
solícito, se ele decidiu passar o dia do aniversário dele em casa, ele
certamente sairá. Não vai ser o meu bilhete que o fará mudar de ideia. O
celular deu uma apitada, pensei por um momento ser o e-mail de item enviado da
Amazon, mas era besteira do Facebook. Acho que vou desinstalar o Facebook do
meu celular. Ficar só com o Messenger. Vou deixar por enquanto. Quero ver se
ele aperreia muito com notificações. Essa foi a primeira vez em três ou quatro
dias. Pois é, a bateria durou esse tanto, mas pouco utilizei o aparelho.
Geralmente sou bem mais ativo com ele. Quando há WhatsApp e Uber e a internet
do chip.
7h25. Estou com sono, mas sem vontade de me deitar. Sei que,
se deitar, durmo, mas estou com preguiça de me deitar, o que não deixa de ser
paradoxal ou irônico. Mas é o que sinto. Deitar na cama gelada me desestimula a
deitar. Além do que estou muito bem onde estou. Na frente do computador,
sacando os movimentos da Amazon. Acho que não vai mudar nem tão cedo, acho que
só muda na terça pela manhã agora. Domingo é muito improvável mudar. Dia
primeiro, pior ainda, portanto minhas fichas vão para a segunda. O Mario
Odyssey foi enviado para o carrier datando
do dia 30 ainda, só não sei porque foi me aparecer de cinco horas da matina o
e-mail de confirmação de envio. Pode ser que os outros dois itens – console e
joy-cons extras – também já tenham sido processados no dia 30 só que num
horário mais avançado e não tenham aparecido ainda no sistema da Amazon, sei
lá. Só acredito quando todos os itens aparecerem como enviados. Aliás só
acredito quando aparecerem aqui na porta. Estou duvidando que, além do Mario, o
resto chegará de fato no dia 2. Pode ser que cheguem no dia 3. Aí até acredito.
Mas, ei, tudo é possível. Talvez tenha tudo no dia 2 mesmo. Não sei onde os
itens estão, se aqui em Massachusetts mesmo, o que não é impossível, talvez
cheguem no dia 2 dessa forma. Quem viver, verá.
8h07. Eu ia salvar o link de uma case para o Nintendo
Switch, mas eu só iria usá-lo durante a viagem provavelmente, para isso também
pensei em comprar um cabo USB A numa ponta e USB C na outra, pois poderia
carregar na porta USB do meu assento, mas mudei de ideia em relação a tudo
isso. Ainda estou na dúvida se compro um cabo HDMI mais longo, isso pode ser
necessário para a instalação do console antes e depois da reforma do meu
quarto. Não sei o tamanho do cabo que vem no Switch. Descobrirei na terça, em
teoria. Acho que mamãe é prime na Amazon, então pode escolher envio rápido de
graça. Discuto isso com ela caso tenha mais encomendas a fazer. O cabo é
baratinho. O que queria mesmo – e nem queria tanto – era o Persona 5 para PS3,
mas acho que vou deixar isso para outra ocasião. Quem sabe o final do ano que vem,
ou quando o meu irmão vier. O problema é que não vou poder comprar com o
cartão, só se voltar a ter em estoque na Amazon. Pois da Gamestop eu já sei que
não dá para comprar com o meu cartão. E é o lugar que sei que tem. Primeiro
zerar os dois de Switch, se o Switch chegar, e depois penso no que vou jogar
depois. Acho até que prefiro o MGS 5 Phantom Pain.
9h07. O MGS V para PS3 está por 9 dólares na Amazon! Vou
tentar convencer mamãe a me dar. Se ela concordar em me dar 20 dólares, eu
compro o cabo HDMI e o Phantom Pain.
9h15. Olhei o Instagram e a vontade de comprar o MGS V
passou. Posso me arrepender depois, vamos ver como eu acordo para ter uma ideia
mais clara dos meus desejos. Mas um jogo com nota 9,3 por 9 dólares não é algo
para se desperdiçar. Acho que ainda quero ter o jogo. O cabo HDMI, só olhando o
do Switch. Quando acabar de comer os gelos me deito. Já é dia. E aqui amanhece
tarde. O Facebook disse que hoje era dia de sol em Franklin (cidade onde meu
irmão mora) ele só não sabe que com sol ou sem sol a temperatura é abaixo de
zero por aqui. Hahahaha.
9h27. Daqui a pouco os meninos acordam. Preciso ir dormir.
Estava relembrando aqui o filme com Antonio Banderas. Por que será que ele se
prestou àquele papel? É muito ridículo o filme. Era para ser uma comédia, eu
acho, mas não tem muita graça. Aliás só achei graça em uma cena. Com cerca de
uma hora de filme parei de assistir. Não aguentei. Alguém já acordou, acho que
foi o tio da minha cunhada. Vou me deitar. O gelo acabou faz tempo. 9h40.
9h42. Estou sem saco de ir dormir, vê se pode. Vou me deitar
mesmo assim, acho que se fechar o computador, dar umas baforadas no Vaporfi e
me deitar, pego no sono. Até mais tarde leitor inexistente.
-x-x-x-x-
16h42. Acordei há algum tempo já. Mamãe pediu que elaborasse
alguns dizeres para o cartão de aniversário do meu irmão e ele chegou no mesmo
momento que a visita surpresa que minha cunhada arranjou para ele. Ele parece
muito feliz com a surpresa e está mostrando a casa para casal de amigos, que me
pareceram muito legais, mesmo assim preferi me trancar no escritório-ilha. Sei
que o meu irmão vai compreender. Não sei se os demais irão, mas creio que sim.
Nada mudou no status do Switch, como era previsto. Acho bem difícil ele chegar
na terça, mas tem tudo para chegar na quarta. Vamos ver o poderio logístico da
Amazon para cumprir os seus prazos. Duvido que o faça em menos de 24 horas,
visto que dia 2 é o primeiro dia útil daqui para lá. Isso sinceramente me deixa
com raiva. E se eu tivesse que viajar realmente dia 5? Estaria em maus lençóis
agora. Ouço a esposa do amigo do meu irmão aqui no play room com crianças. Agora, ouço mamãe falando no telefone com a
minha irmã.
17h01. Falei com a minha irmã e desejei feliz ano novo para
a família. Por um momento tive saudades de Munique. É um lugar bastante
aprazível. Olho para a caixa do Zelda e me animo novamente com o Switch. Começo
já a tratar desse assunto, mas, para quem lê e não teve as horas de sono entre
a leitura dos novos parágrafos e os antigos, deve ser um tremendo pé no saco.
Vou ligar a lanterna do celular para gastar a sua bateria de uma vez. A
claridade da lanterna no canto do meu olho me incomoda. Vamos ver quanto tempo
dura. São 17h09. Registrarei quando apagar. Tenho medo que a capa superaqueça o
telefone, não nesse frio, mas no calor do Recife. Parece que ele deixa a parte
que suponho ser as portas de refrigeração abertas. Ou seriam o alto falante,
não sei. Não sei se a capa é feita para o público americano, mas nos EUA há
desde temperaturas congelantes até áreas praticamente desérticas, então mesmo
que a capa seja voltada para o país, ela deve suportar calor. As pessoas estão
se divertindo na sala. Mamãe ao vinho fica sempre muito divertida. Enquanto
isso permaneço aqui no escritório-ilha, cercado das mesmas coisas de sempre.
Acho que os filhos do meu irmão e as filhas de seu amigo já estão enturmados.
Crianças são uma pequena maravilha social. Já o ancião que me torno é o
contrário da criança. 17h21. A lanterna continua ligada. Faltam 6% da bateria.
Que ótimo, antes faltavam 9%. Quem me dera ela durasse assim por pelo menos
dois anos, isso se não for assaltado nas minhas andadas por aí. Sim, pretendo
retomar as andadas, sempre com um objetivo. Quando objetivos faltarem, não sei
o que farei. Começarei o ano com andadas pequenas, até o shopping perto de casa
para comprar os adaptadores de tomada. Que não são mais dois, são três, pois
quero um decente, sem mal contato, para conectar o carregador do Vaporfi, havia
me esquecido disso. Estou com sono ainda. Logo hoje que é o aniversário do meu
irmão e dia de virada do ano. Persistirei, entretanto. Se meu irmão comprou as
Coca-Colas, como comprou e já me deu os cigarros, acho que consigo levar
adiante até às felicitações. 17h28. A bateria descarregou. Acabou não. Faltam
5%. O celular deve ter desativado a lanterna para poupar energia, sei lá. Vou
tirar uma foto para ilustrar esse post.
17h46. Tirei a foto e uma amiga do CAPS disse que uma das
usuárias se matou. Que ozzy. A minha amiga está soltando os cachorros aqui
contra o serviço.
18h20. O celular finalmente descarregou. Massa a bateria
durar tanto. Cantamos parabéns para o meu irmão. Minha cunhada fez um bolo de
banana vegano, mas não colocou canela, um condimento que acho essencial e que
tornava o bolo de banana do CAPS tão delicioso. Ela colocou amêndoas ou outro
tipo de noz triturada. Estão todos ao redor da mesa conversando. Mamãe está
levemente alta, o que é bom, pois a torna bem comunicativa. O casal amigo do
meu irmão também forma um belo par e as meninas são supereducadas. Gostaria de
perguntar ao amigo do meu irmão, que reconheceu a Majora’s Mask na minha camisa
qual o melhor Zelda 3D que ele havia jogado, mas acho que não tenho coragem
suficiente para tanto. Fui lá pegar água para ver se havia brecha para a
pergunta, mas o rapaz está cercado por crianças fazendo truques de mágica para
ele.
18h34. O
“shipping now” da Amazon é de um
agora bastante elástico. Está em shipping
now desde de madrugada. E não deixará de estar nesse estado até terça, na
minha opinião. O pior de tudo é não ter assunto para discorrer aqui, nem
coragem para ir lá fora interagir. Fico nesse limbo existencial no
escritório-ilha. Mamãe fala com o meu padrasto pelo celular, discutem problemas
financeiros do meu irmão.
18h53. Fui lá fora, mas meu irmão está numa conversa muito
empolgada com o seu amigo e a esposa assiste com as crianças algo como as
olimpíadas do Faustão versão americana. Minha cunhada vê o celular e minha irmã
continua a falar com o meu padrasto. Botei “Utopia” para não ficar ouvindo o
papo deles. Estou sem saco de fazer nada. Queria ter a iniciativa de sentar na
mesa e puxar assunto com o meu irmão e seu amigo. Eureka! Eis uma frase que eu
preciso me repetir. Eu tomo a iniciativa.
19h41. Parece que a frase “eu tomo iniciativa” funcionou. Eu
tomei a iniciativa de sentar na mesa e ficar ouvindo meu irmão e seu amigo
conversarem e consegui perguntar ao bróder quais os seus jogos preferidos de
todos os tempos (ele respondeu C&C Red Alert, Goldeneye e talvez Zelda [só
por causa da minha camisa, eu acho]). Me senti feliz por ter me unido a eles.
Me senti menos alienígena entre os homens. Foi bom. Repetirei mais essa frase.
Quem sabe não foi ela a causadora dessa atitude? Eu tomo a iniciativa, eu tomo
a iniciativa, eu tomo a iniciativa, vinte vezes eu tomo a iniciativa. Por
estarmos falando em inglês, fiquei pensando que se escrevesse isso em inglês e
achasse grupos semelhantes ao que divulgo em inglês, talvez alcançasse mais
leitores, mas a realidade dura me atingiu, eu não sei escrever em inglês
direito, seria um desastre. Quando escrevia para o blog de bonecos era
constantemente criticado pela minha escrita errada e confusa. Afora isso, não
teria a mesma fluência que na minha língua mãe. Eu tomo a iniciativa, eu tomo a
iniciativa, eu tomo a iniciativa.
20h00. O status dos meus pedidos mudou de shipping now para preparing for shipment. Não sei por que o anterior me parecia mais
animador que o segundo status, mas que posso eu fazer? Vamos ver se muda desse
para on the way, como o Mario. Não
acredito que mudará hoje, nem sei se a mudança ocorrida é animadora ou
frustrante, pois me parece uma etapa anterior à que estava sendo mostrada
antes. Vai entender a complexa logística da Amazon. Ao menos parece-me que os
produtos já estão de posse da Amazon e que eles estão fazendo alguma coisa com
eles, não está em falta no estoque ou coisa que valha. Já estão reservados para
mim, pelo menos. Ou assim quero entender. Veremos o que acontece no resto da
noite.
20h16. Olhei agora para o meu celular e já estava carregado.
Achei que carregou rápido, o que também me deixa feliz em relação ao aparelho.
Pensei em ligá-lo, mas desisti, não quero contato com ninguém que não esteja
presencialmente comigo.
20h23. O status das duas
encomendas mudou para on the way!
Agora estou confiante de que chegarão na terça. Parece que os joy-cons e o
Switch vem num mesmo pacote, pelo que entendi. Curioso. A logística é mais
inteligente do que imaginava, agrupou duas encomendas separadas para o mesmo
destinatário no mesmo endereço com o mesmo deadline. Não imaginava. Tanto
melhor. Parece que a minha paranoia com o Switch está chegando ao fim. E dentro
do prazo. Vamos ver se o carrier se
garante em trazer para cá em menos de 24 horas. A não ser que trabalhem hoje,
mas meu irmão acha que correios não trabalham aos domingos. Agora não adianta
olhar mais nada, só terça-feira agora.
21h20. A tia da minha cunhada
está preparando um salpicão. Mamãe botou um porco no forno. E eu morrendo de
fome porque não almocei. Vou me esbaldar. Gosto dos dois. Vai ser muito bom. Só
não sei se meu irmão comprou Coca ou não. Estou planejando comprar o MGS V se
mamãe tiver Amazon Prime. Talvez o cabo, se o do Switch for pequeno. A case
acho um despropósito. Seria mais para burlar a alfândega que por qualquer outra
razão. Penso em mulheres bonitas, não sei por quê. Talvez porque sejam as
coisas mais belas da existência. Mais do que neve e mar em ressaca. É bom
pensar em mulheres bonitas e, obviamente, nesse rol, penso na garota da noite,
que é mui bela e interessante. E que caberia bem como a minha namorada, embora
ela não saiba disso ainda. Ou ela acha que não pode me amar, mas eu acho que
ela pode.
21h35. Quase ia ligando o celular
automaticamente, mas me contive antes. É bom não estar conectado a pessoas. Não
consigo, nesse momento estar desconectado da net porque estar nos EUA é
consumir. E eu quero ficar dando espiadelas na Amazon.
21h48. Dentro de algumas horas vou passar
o meu primeiro ano novo fora do Brasil. Mas com brasileiros e um americano,
aliás quatro, se contarmos os meus sobrinhos.
22h09. Estão todos na sala. Menos
eu. Meu irmão comprou Coca e só revelou agora. Que danadinho. A Coca ficou na
garagem e está mais gelada do que se estivesse na geladeira. Deliciosa. O
salpicão já está pronto. Só falta o porco de mamãe. Mas temos ainda quatro horas
até a virada do ano aqui.
22h30. Fui fumar um cigarro lá
fora e minha mão grudou na maçaneta da porta, entranho. Não sei que temperatura
está fazendo. Mas não me pareceu assim tão frio, embora tenha perdido a minha
sensibilidade para isso. Não vou ligar meu celular para ver a temperatura e
abrir a caixa de pandora. Vou ver se acho na internet. -16 graus, é, está frio.
Vou só deixar o cheiro de cigarro desimpregnar um pouco de mim e retorno à
sala. Nossa, Coca é muito bom. Sugeri que meu irmão ligasse para Maria, afinal
é seu aniversário e ele me disse que ela já havia ligado para ele pela manhã,
enquanto eu dormia. Ótimo. Disse que amanhã (ou qualquer outro dia), ele
ligaria para falarmos ele e eu com ela. Acho que isso não importa muito agora
que ela falou com o seu predileto. Acho que preciso trocar o atomizer do
Vaporfi, está fazendo bem pouca fumaça com a bateria capenga que acabei de
trocar. Só pode ser atomizer velho. Estou usando esse há cerca de três semanas,
acho que já deu. Vou negociar com a minha mãe as minhas últimas compras aqui.
Se ela comprar o case também, tanto melhor. Mas o que quero é o Phantom Pain
(MGS V) e talvez o cabo. Acho o cabo sempre uma boa pedida. Mesmo que fique de
reserva.
23h09. Faltam três horas para o
ano novo aqui. Já estamos comendo a ceia. Eu particularmente já terminei, mas
torço para que sobre comida, o porco que mamãe fez, pois o salpicão já voou,
para eu traçar durante a madrugada. A comida bateu na minha barriga e junto com
ela, o sono. Todos estão ao redor da mesa. E eu aqui no escritório-ilha quando
a situação se torna desconfortável por algum motivo lá fora. Nem sei qual foi o
motivo dessa vez.
0h01. Já é ano novo em Recife, o
sogro do meu irmão ligou para mostrar a queima de fogos que organizou para a
entrada de 2018. Estão assistindo na sala, pelo celular da minha cunhada. É tão
relativa essa coisa de ano novo para mim agora. Nunca foi tanto. Ainda faltam
duas horas para 2018 chegar aqui em Franklin. É algo curioso para o qual nunca
tinha atentado, mesmo vendo na TV brasileira muitas vezes os anos novos de
outras grandes cidades do mundo se dando antes. A sensação que tenho é que este
não é o verdadeiro ano novo, que o verdadeiro foi o que acabou de passar em
Recife. Que coisa. Não sei se aqui haverá fogos em algum lugar, não sei nem se
se pode comprar fogos de artifício aqui, tamanha a paranoia antiterror, mas se
se compram armas a torto e a direito, em teoria fogos seriam o de menos. Sei
lá, estou meio que concentrado nas falas na sala e em lembrar onde deixei o meu
copo de Coca. Que não tem Coca, pois não tem gelo.
0h12. Coloquei poucos gelos,
ainda estão sendo fabricados e pouca Coca. Ainda falta 1h48 minutos para a
meia-noite. Ainda é o dia do meu irmão aqui. Pelo menos essa parte é válida.
Katamari Damaci é um game incrível, o conceito é simples, mas a sensação de
crescente poder é uma delícia. E a seleção de objetos que são tragados pelo
crescente Katamari e sua crescente gravidade é muito divertida. É outro que
preciso jogar mais. Passei umas três fases dele e me frustrei por não alcançar
o tamanho máximo possível. Botaram uma contagem regressiva em cada fase para
acrescentar tensão ao game. Preferia que não tivesse tal recurso e fosse
possível, se eu quisesse, capturar todos os objetos possíveis da fase. Seria
mais relax e divertido (para mim). Sei que a maioria dos gamers não veem
problema e até preferem o jogo com a constrição de tempo, mas eu não sou a maioria
dos gamers. Deveria haver o timeless mode at least, so that a beginner
(and me) could enjoy the game without any stress, just for fun. A
Coca me dá vontade de fumar. O Switch está a caminho. Meu irmão pensa em trazer
a TV do seu quarto aqui para o escritório-ilha. Mas vou dar a ideia a ele dos
cabos e do videogame guardado no porão. Seria a solução ótima ligar uma TV só
para eu jogar o Switch aqui no quarto, mas eu acho a menos trabalhosa ideal,
por mais que só pudesse jogar depois de as crianças dormirem e se não houvesse
nada a ser assistido na TV, enquanto que com uma TV privativa, eu poderia usar
quando e quanto quisesse. Veremos. Eu vou levar o panfleto da Gamestop que
peguei quando do meu primeiro contato físico com o Switch. Eu adoro levar
lembranças inúteis como essa dos lugares que visito. Acho que precisarei de um
frasco grande para guardá-las à medida que se acumulam. Tenho um cinzeiro e uma
folha de madeira que não sei bem para que serve já repleta de lembranças. A sua
maioria lixo na opinião de qualquer outro mortal. Consultar a arquiteta sobre a
possibilidade de tal frasco, o “memariômetro” (eita, gostei do nome que acabei
de inventar). Vontade e preguiça de fumar. 0h34. Daqui a pouco faltará uma hora
apenas para o nosso ano novo. Daqui a quase meia hora, em verdade. Não é tão
quase assim. Quando o Switch chegar, deixo o meu irmão decidir qual maneira é a
mais fácil de jogar o jogo na opinião dele.
0h52. Uma hora e um pouquinho
para o ano novo dos EUA. Fui na sala e socializei um pouquinho. Estou com sono.
Dormi muito tarde ontem, já era dia firme quando me deitei. Mas já narrei isso
ontem aqui. Acho que não vou revisar esse texto. Está muito grande e chato. Ou
vou. Só para manter o mínimo padrão de qualidade aqui no Profeta, por mais que não
saiba muito de português, acabo pegando um erro aqui e outro ali. Mas não farei
isso hoje. Nem a pau. Hoje só quero escrever e dormir. Revisar nem a pau. Acho
que vou fumar um cigarro dentro em breve. Cigarro no frio eu percebi que
geralmente me desperta. Só me falta coragem. Passar o frio que passei da última
vez não é brinquedo, não.
1h12. O escritório-ilha está mais
frio que o resto da casa. Acho que porque estava perto da lareira na sala. Hoje
está bem frio. -17 graus, sabe-se lá com que sensação térmica. Parece que o
quarto emana frio das paredes, está fogo. Assim perco totalmente a coragem de
ir lá fora fumar. Mas é onde posso fumar se quiser realmente fumar. Acho que
isso é até um processo de associar uma sensação ruim ao ato de fumar. Pena que se
desfará assim que chegar em Recife. E faltam exatos dez dias para isso
acontecer. Nossa, como o tempo voa. Não sei como se passaram dez dias desde que
partimos de Recife.
1h36. Nossa aqui está bem mais
frio que a sala, chega dá um choque térmico. Eu tenho que me aclimatar ao
quarto para daí poder encarar lá fora. Disseram que a sensação térmica é de
-24. Não sei se eu vou fumar agora não. Só em 2018 agora. Faltam 22 minutos.
1h42. Faltam 18 minutos. Eu não
queria fazer as felicitações de ano novo. Tenho vergonha, como de parabéns para
você. Quando faltarem 7 minutos, eu vou.
1h51. Me perdi no Facebook. Falta pouco,
vou para a sala.
2h13. Fumei meu primeiro cigarro
de 2018. Estava frio, mas menos do que eu esperava. O vento estava vindo de
detrás da casa, então ela me protegeu. Ah, feliz ano novo para você, intrépido
leitor que acompanhou esse post inútil até aqui. Minha mão do cigarro está
dormente. O mindinho principalmente. Que esse ano seja bom para todos nós. Que
o mundo seja mais tolerante e pacífico. Mais honesto e feliz. Que esse
movimento comece de mim, de você. Seremos dois, pelo menos, e isso já fará
diferença. Ao nosso redor e dentro de nós. Assim espero. Mais resoluções de ano
novo? Vejamos, continuar gostando de mim. Zerar o Zelda e o Mario. Perder o
bucho. Tomar a iniciativa. Tomar a iniciativa. Tomar a iniciativa. Quem sabe
conquistar a garota da noite. Para mim isso já são metas demais para um ano só.
Ficarei com essas e não sei se conseguirei alcançar sequer alguma. Mas
tentarei. Tentei dar feliz ano novo para a prima da minha cunhada e não
consegui. Acho que ela está meio chateada porque não a felicitei. Ela também
não me felicitou. Mas eu tenho que tomar a iniciativa.
2h34. Fui lá e felicitei ela e o
seu namorado. Consegui. Essa frase é poderosa. Eu tomo a iniciativa. Eu tomo a
iniciativa. Eu tomo a iniciativa. Como não pensei nessa antes? Ela sintetiza
várias das outras. E é o que realmente preciso. Posso ser sedutor, legal e
comunicativo com as garotas, mas isso não vai me adiantar de nada se eu não
tomar a iniciativa. Tomar a iniciativa é o mais essencial depois de gostar de
mim e ser feliz honestamente. Nesses dois já estou mais escolado. Estou
conseguindo praticar os dois a contento. Agir e sentir conforme esses dois
comandos. O feliz honestamente digamos que estou atingindo 85% de eficácia. Já
o gosto de mim, eu diria que estou atingindo 97%. Lógico que me batem
inseguranças, ansiedades (bobas), dias tristes, momentos de omissão (o que é
uma meia mentira) etc. Por isso não posso dizer que atinjo 100% nas duas
frases, mas o percentual atingido já me gera profundo bem-estar na maioria do
tempo. Se eu tomar a iniciativa em 70% das vezes, ou nas vezes em que realmente
acho importante tomar a iniciativa, me darei por satisfeito demais. Por falar
em tomar a iniciativa, eu falei com mamãe sobre o cabo e o jogo, não falei do
case para Switch. Ela concordou com os dois primeiros, reclamando que eu tenho
um monte de jogos que eu não jogo. Mandarei o link dos três, entretanto. Se
colar, colou, como dizem. Esse se colar colou não é tão honesto, mas acho que
farei isso com ela mesmo, logo será tranquilo receber o não e não ficarei com
peso na consciência, pois tudo será posto às claras. Perguntei antes na Amazon
se o cabo HDMI é compatível com o Nintendo Switch. Vamos ver se obtenho
resposta até a terça para me decidir se compro o cabo ou não. Eu, não, mamãe,
afinal é ela que tem o Prime da Amazon que possibilita frete grátis com entrega
em dois dias para produtos de quaisquer valores.
3h53. A bolsa que tinha
selecionado, que era a “Amazon’s Choice” não cabia a tomada do Switch. Achei
outra que cabia, por um valor equivalente. Não sei se compre o case, vou esperar o Switch chegar, se
for difícil guardar de volta na caixa original, apelo para o case.
4h09. O primeiro case que escolhi
era mais resistente, porém não cabia a tomada do Switch. O Segundo é um pouco
menos resistente e cabe a tomada. Eu gosto mais do primeiro e é mais barato (eu
posso levar a tomada na mochila), o outro, por outro lado resolve todos os meus
problemas. Vou deixar minha mãe decidir, caso não consiga guardar o Switch na
caixa de novo.
4h14. Eu comi e o sono está
batendo com força.
4h31. Passou mais. Estava
comparando as cases para o Switch e mudei de ideia, acho que prefiro a que cabe
a tomada. Vou ter 9 horas de voo, mais cinco horas de espera no aeroporto. O
Switch viria bem a calhar. Ou não. Não sei se cabe na minha mochila junto com o
casaco de de neve. Acho que sim, mas tudo a se estudar ainda. Acho que acabarei
ficando só com o cabo e o MGS V. Mas só farei os pedidos depois que o Switch
chegar. Mamãe vai acabar pegando a minha outra mala para pôr as coisas delas,
me impedindo de colocar quaisquer bonecos que eu planejava trazer. Planejava
trazer três, o The Thing Maquette, a Rei Creator’s Labo e a Hatsune Miku Racer.
Além do Switch e seus adendos, o “Björk Surrounded”, o New Super Mario Bros.
Wii, o livro da Sideshow, minhas roupas todas e, quem sabe, o casaco que a
minha cunhada me deu. Quando penso nisso, fico achando que o case é uma grande
pedida. Principalmente se mamãe arregar a minha outra mala. Se faz importante
saber com o meu irmão como iremos para o aeroporto para deixar tudo resolvido
desde dessa semana que se inicia. Bem, já estamos em 2018 e pouca coisa mudou.
O principal foi a descoberta do comando “eu tomo a iniciativa”. Mas muitas vão
mudar, principalmente na minha vida de gamer.
Será a mudança mais radical e mais próxima. A mais radical mesmo seria
conquistar a garota da noite, mas preciso de muito treino e autossugestão para
isso, para tomar a iniciativa quando encontrar com ela. Só em pensar, gelo. Por
isso, preciso treinar muito a frase “eu tomo a iniciativa”. E tenho que fechar
a boca uma vez no Brasil para ver se perco parte significante do bucho. 2018
promete. O começo já está sendo diferente de todos os começos que já tive.
Quase todos. Me lembrei que essa não é a primeira vez que viro o ano no
estrangeiro. Quando era guri e viemos conhecer a Disney e parques adjacentes,
também viramos o ano e fizemos aniversário para o meu irmão. Então essa é a
segunda vez que viro o ano nos EUA na minha vida. Um acontecimento raro para
uma grande parte dos mortais, ainda mais quando repetido. Além desse fato é a
segunda vez que venho aos EUA e trago o sistema da Nintendo que está bombando
no momento comigo para o Brasil. Na época da primeira vez, durante a viagem da
Disney, entretanto, quando mamãe nos deu o NES, precisávamos de um aparelho
para converter as imagens NTSC em PAL-M, tinha até um nome a tal peça que me
escapa agora, um transcodificador eu acho. Não lembro o nome direito, mas acho
que meu tio se referia ao aparelho por esse nome. Sei que já tinha me
apaixonado por jogos com o Atari. Enduro para mim é até hoje o melhor, pois foi
o único em que consegui obter sucesso, em segundo vêm empatados Pac-Man e River
Raid. Por falar em Pac-Man, tem um Pac-Man irado para PS3, muito melhor que o
primeiro e um em que fui até longe. Pena que, com tantos jogos e por falta de
conexão à internet me desmotivei a jogar, porque deixava de ganhar troféus que
eu já tinha conseguido, mas precisava da conexão para recuperá-los. Como não
consegui ligar a net para ele, acabei desistindo do jogo. Acho que vou dormir.
Estou aqui caindo pelas tabelas.
5h49. Fui trocar o atomizer e o
líquido do Vaporfi. A geladeira do meu irmão não está mais fabricando gelo como
antigamente, não sei se de tanto uso o negócio está dando defeito. Fato é que
não produz mais na mesma velocidade e quantidade, o que era um dos grandes
diferenciais da casa. O meu irmão me motiva a fazer piadinhas e ironias, acho
que pegou do meu velho pai. Eu um dia já fui bom nisso, agora ele é muito
melhor. Não me importo de ser um cara mais sem graça, antes eu era de perder o
amigo, mas não perder a piada. Antes da criatividade se tornar um pesado
ofício, eu era até que bem criativo, mas a Publicidade – ou como eu via e me
via na profissão – me roubou isso. Não faz tanta falta assim, quando um
motivador forte o suficiente me assalta, como a garota da noite, a criatividade
volta a minha cabeça e me põe a forjar ideias. Pena que o diretor de criação
sou eu, e eu ou tenho autocrítica demais ou não tenho nenhuma. No caso da
garota da noite em especial, acho que me falta autocrítica, mas eu meio que
estou mandando a minha supersevera autocrítica passear um pouco nesses novos
tempos de mim, deixa eu ser bobo e romântico e poeta. Deixa eu ser sincero e
honesto e galanteador. Deixa eu ser um pouquinho sem vergonha, logo eu que
tenho e tive sempre tantos pudores com as mulheres. Deixa eu tomar iniciativas
ao invés de ficar apenas a ruminar, deixa eu partir mais para a ação em vez de
bancar o covarde. 2018 chegou, é um ano de mudança para mim, é assim que quero
moldá-lo. 2017 já foi bom, mas com o meu esforço interior e exterior 2018 pode
ser muito melhor. Ou assim quero crer. Ou assim tenho esperança que seja. Ou
assim vou tomá-lo na mão e fazê-lo. Basta eu ter iniciativa. Iniciativa, taí
uma boa palavra para definir minha visão de 2018. Iniciativa. Ir lá e fazer o
que eu desejo. Desde que seja algo que me faça feliz honestamente e que não me
faça desgostar de mim. São esses os três pilares de 2018, como já havia
mencionado, estou pondo agora só com mais clareza, gostar de mim, ser feliz
honestamente e tomar a iniciativa. Se ficar parado no lugar nada vai mudar, se
eu tomar a iniciativa, pode ser que eu volte para a etapa anterior, mas também
pode ser que eu avance uma casa. Pode ser que eu alcance ela, a garota da
noite, pode ser que eu encare o Switch sem frescuras. Pode ser que eu perca o
bucho. Alguns desses intentos levam mais tempo que outros. Viverei aquele que
está mais próximo, o Switch. Quando voltar ao Brasil, tomarei coragem para
interagir com a garota da noite e quem sabe ir construindo uma ponte, que ela
se sinta tentada a construir também do seu lado do abismo que nos separa, ou
que pelo menos acene de lá para que eu possa fazer a construção até onde ela
está e, uma vez construída, ela queira cruzar a ponte para conhecer o outro
lado, o meu lado das coisas. Sobre o bucho, vou fechar mais a boca, pedir a
Dona Carmelita que faça umas “saladas” sem folhas para eu comer. E andar
algumas vezes por semana. A terapia? Não acho que preciso por ora. A
autossugestão está funcionando em partes cruciais que demoraria muito tempo
para acessar através da terapia. Quero seguir com essa estratégia por enquanto.
Se descobrir que não está surtindo muito efeito e me sentir de mal de mim e das
coisas, eu busco uma terapia sem titubear. Mas por enquanto quero seguir dessa
outra forma. Quero que o meu começo de 2018 seja assim, mais dono de mim, mais
senhor das minhas ações, mais proativo, tomando mais iniciativas visando o meu
bem ou o dos demais. Claro que respeitando os meus limites, não quero me tornar
o meu irmão. Deixa ele ser ele e eu ser eu. Que sejamos com a Lua e o Sol em
perfeita harmonia, cada um à sua maneira. Eu quero jogar Zelda BOTW. Eu quero
ser feliz com videogames uma vez mais. A minha pouca fé nessa possibilidade me
amedronta, me persegue e me aterroriza. Que seja, vou tentar mesmo assim. Não
tenho nada a perder. Só há dois outcomes
para esse dilema que me aflige, para essa possibilidade que se afigura
concreta, ou vou continuar com repulsa a videogames, que é exatamente onde
estou, ou vou me divertir. Então não custa nada tentar. O máximo que pode
acontecer é eu não sair do lugar. Mas não vou ficar num lugar incômodo sem
antes tentar fazer o movimento de tentar sair dele. Dei o primeiro passo que
foi barganhar um boneco pelo videogame. Esse passo já está dado (só falta o meu
irmão me passar as dimensões e peso da caixa do boneco para que eu possa botar
as engrenagens para girar e cumprir a minha parte do combinado). Agora é só
esperar o meu novo filhinho chegar, o caçulinha, botar ele para carregar e jogar
em alguma TV aqui da casa a ser decidida pelo meu irmão. Estou tão indisposto
para tanta coisa que até me espanto. E me espanto que no meio de tanta
indisposição haja a disposição para jogar esses jogos. É um bom indício, mas
quero deixar as expectativas baixas, não quero achar que o Zelda será fenomenal
e me decepcionar achando mais do que é. Melhor ter expectativas baixas e
mantê-las baixas. Que o que vier é lucro. Exatamente como a viagem, para a qual
criei um cenário pavoroso que se mostrou totalmente equivocado. O que era para
ser um pesadelo está sendo um prazer. Um enorme prazer. Os tios da minha
cunhada são uns doces, de convívio superfácil. O cara de convívio mais difícil
sou eu mesmo. E mesmo assim não estou tão arredio quanto me supus. Passo a
maior parte do meu tempo fechado no escritório-ilha, mas saio e interajo
também. Não coma frequência esperada, mas o faço. Pensei que ficaria
enclausurado e oprimido no escritório-ilha, mas não. É só que meu hábito de me
esconder atrás das palavras é muito forte e quando está rolando algum estresse
e eu procuro logo o meu reduto. Mas não me sinto oprimido ou com vergonha de
ninguém. Pelo contrário, me sinto superbem recebido por todos. As crianças,
especificamente os dois menores são os mais arredios comigo, mas não me
importo. São muito pequenos ainda. O menor tem dois ou três anos e o outro tem
uns 4 anos. O mais velho, de seis anos e meio é o mais complicado de todos, de
personalidade mais complexa de todos, mas é muito comunicativo e acho que
guarda um certo carinho por mim. Pelo menos não foge ao me ver, pelo contrário,
por vezes vem aqui no escritório conversar comigo. É uma graça. Pois é, nem os
meninos me atazanaram como imaginei. Foi tudo muito, mas muito melhor do que
esperava. Para ser sincero, tenho a sensação de lar aqui. Da mesma forma que
tenho em Munique. De uma forma que às vezes não sinto lá em casa, onde me isolo
ainda mais do que aqui, pois não há saudades a matar, onde tudo é rotineiro e
conhecido. Por falar em lar, minha mãe já falou mais de uma vez que precisa ir
a um neurologista. Ou uma. Espero que ela vá mesmo, que me permita cobrar isso
dela. Se me lembrar, vou perguntar a ela quando acordar. Nossa, vou ter 17
páginas para revisar, se seguir nessa até o final. Parece que Link fala pela
primeira vez em um Legend of Zelda. Não sei se li certo sobre isso, mas sem
dúvida será algo que me soará muito estranho, eu que joguei quase todos os
jogos e ele não disse palavra sequer. E foram muitos jogos. Um do NES, um do
Super NES, um do GameBoy, dois do Nintendo 64, dois do GameCube, dois do Wii e
finalmente este do Switch. Espero que não me frustre como eu me frustrei com o
Skyward Sword. A história é massa, tem umas quests
legais, mas, overall, o jogo é bem mais ou menos. Acho que eles pegaram tudo o
que não estava legal no anterior e fizeram esse. O negócio de acessar voando
cada trecho do mundo, cada parte como uma entidade separada, como uma fase, não
foi legal. Prefiro um mundo consistente e aberto cheio de coisas para explorar,
é muito mais a minha cara. Talvez, entretanto, os gráficos do Zelda para Wii
sejam melhores que os do Switch. É o que descobrirei na terça. Se forem, é a
vida. Quero apenas consistência visual. Se todo o personagem é feito em
cel-shading, que o mundo inteiro seja. Para que o boneco não fique deslocado no
mundo. Como se fosse um boneco de outro jogo imiscuído num mundo que não lhe
cabe. Mas, novamente a Nintendo não dá ponto sem nó, devo ter pegado uma parte
especialmente destoante do jogo, ou tão aperreado estava que não dei a devida
atenção. Queria também que o boneco fosse maior, não fosse sempre tão pequeno
como na tela que eu vi. Mas se eles querem dar a sensação de grandiosidade do
mundo, de amplitude, nada mais coerente que afastar a câmera do personagem,
deixando a visão mais panorâmica possível. Deve haver momentos em que Link
aparece mais de perto também, não deve ser tudo daquele ponto de vista que eu
vi na Gamestop. Isso faz com que eu fique com expectativas baixas, quanto mais
baixas melhor que o tombo é menor ou a surpresa maior. Será que vai ter baús
com aqueles sons que sempre rolam quando vai se abrir um? Tem que ter. O jogo
não pode ter se desviado tanto da sua estrutura original. Esses baús escondidos
e a fanfarra de conquista são partes essenciais do que fazem Zelda ser Zelda.
Não devem ter tirado isso. Estou com sono. Vou ver se pego o meu último copo de
Coca com gelo e depois dele vou dormir. 7h28.
7h31. Estou na secura de jogar
Zelda, havia me esquecido dos baús e dos dungeons. Só estou meio temeroso em
relação à mecânica do arco e flecha. Para ser sincero, essa é a minha maior
trava com o jogo. De tudo, de longe, o que mais me incomoda é isso. Parece que Link
para no ar quando vai atirar uma de suas flechas e parece que quando faz isso
tem que se mirar com o movimento do controle, não apenas ajeitando a mira com o
stick direcional. Tudo isso me incomoda, pois é novo para mim. Espero que tenha
tutorial para tudo. Quero passar por eles com calma para me aclimatar à nova
mecânica. Zelda em 3D sempre teve um começo onde os comandos são apresentados
aos pouquinhos, um a um, ao jogador. De forma mais ou menos tediosa. O do Wind
Waker é bem divertido. O do Twilight Princess é bem sacal.
7h36. A Sideshow que disse que
iria me pagar dia 30, até agora nada. Mas dia 30 foi sábado. Talvez me paguem
dia 2, aí tudo ficará para o dia 2. Seria uma onda. O dia da minha alegria. A
fanfarra deveria tocar aqui quando eu abrisse as caixas das encomendas e o
e-mail da Sideshow. Hahahaha. Seria um dia glorioso, para ficar na história
tediosa da minha vida se tudo se desse no dia 2. Hoje já é dia 1º há quase seis
horas. Falta pouco para minhas encomendas chegarem. Estamos em 2018. Um ano que
pode ser decisivo para o Brasil por causa das eleições. Veremos.
7h47. Acho que levarei o casaco
que minha cunhada me deu. Ou talvez deixe minha mãe se apossar da minha mala
para guardar as coisas que comprou. O que não extingue a possibilidade de levar
o casaco. Quando a mala chegar, quer mamãe compre uma nova ou não, vou pedir
que ela organize as minhas coisas. Voltando ao Switch, acho que comprar o case
é a forma de liberar mais espaço nas malas. O case iria na minha mochila junto
com o casaco de neve. Acho que cabe. Fica um pouco estufado, mas cabe. Eu
espero. Vou discutir isso com mamãe. De ela usar a minha mala e eu não levar
boneco nenhum ou quase nenhum, talvez dê para levar umas duas pequenas na minha
mala azul se ela colocar parte das minhas roupas na outra, senão não dá.
8h11. Estou conversando com a
minha amiga do CAPS. Assuntos pessoais que não cabem aqui.
8h15. A pessoa parou de falar. Me
despedi dela dizendo que iria dormir, que é o que pretendo fazer dentro em
breve. Estou com sono. São 6h17 aqui. Daqui a pouco as crianças acordam e minha
mãe me dá mais um esculacho por dormir tarde. Mas está tão bom aqui. Relaxado à
espera do game, na contagem regressiva. Pode ser que chegue na quarta também,
afinal é feriado hoje. Mas se a Amazon botou terça como prazo de entrega
acredito que tenha levado isso em consideração. Eu não gosto da capa do jogo do
Mario. Estou meio com uma repulsa ao jogo. Lá vem essa frescurite de novo.
Tanto melhor, achando ruim, pode ser que ache bom no final das contas. O que
joguei na Gamestop não foi inesquecível. Achei bem menos divertido do que
supunha e com a câmera atrapalhando muito. Acho que só estou sendo ranzinza,
além do que eu não passei pelo tutorial. Já estou jogando areia no negócio
antes mesmo de tentar para valer. Vai ser chato assim na casa de chapéu. Por
falar em chapéu, ele é uma parte essencial do jogo, mas não aprendi os diversos
arremessos dele ainda. Queria não estar com esses sentimentos tão negativos
assim em relação aos jogos. Para ser sincero, eu não estou agora com vontade
nenhuma de jogar videogames. Pode ser o sono, pode ser medo de descobrir que
realmente não gosto mais de videogames. Nossa, essa frase chega me deu um
negócio ruim. Vou fazer o movimento contrário. Vou encarar os jogos para ver o
que é que eu sinto e acho. Tomar a iniciativa de pôr fim a esse jejum de games.
Tirei um ano sabático praticamente, está na hora de voltar com força total. Não
precisa ser com força total, pode ser aos pouquinhos, devagarinho, como quem
não quer nada até me ver fisgado pelo jogo. Começar com o Zelda, jogo do ano,
sem pretensões, indo aonde o jogo me levar. Não adianta, estou com um
sentimento ruim. Espero que acorde melhor. Fato é que estou me borrando de medo
de ter gasto tanto dinheiro em vão. De deixar tudo escanteado para escrever.
Que é a minha vontade real nesse momento. Nem aguento olhar para a caixa do
Zelda que me dá ansiedade, agoniazinha ruim na alma. Por que eu sou assim,
caramba? Fazendo tempestade em copo d’água? Tsunami em copo de cafezinho? O que
será, será, não vou me forçar muito a jogar, vou tentar o quanto der, se tiver
saco para jogar aqui. Se não tiver saco de jogar aqui, não terei saco de jogar
em nenhum lugar, pois o problema não é o lugar. O problema está em mim. De onde
veio isso, eu não sei. Não me lembro como começou. Acho que foi quando cheguei
nas fases impossíveis do Super Mario 3D World e depois emendei com um jogo que
achei bem criativo e bem chato, o do Yoshi para Wii U. Nem dos gráficos eu
gostei. Não gostei e pronto. Já do Mario eu não estava gostando muito, pois
estava jogando mais do mesmo, já o havia zerado uma vez no Wii U na casa da
minha prima à época do lançamento. Alguma coisa se quebrou em mim a partir daí.
Eu me lembro de ficar muito entretido e engajado com o FarCry 3, foi o último
que me cativou. Depois daí foi só ladeira abaixo. Acho que já cheguei no fundo
do poço da minha ojeriza por videogames. Espero começar agora a sair do buraco.
Já ensaiei uma subida com o Captain Toad. Agora vem console novo, com jogo do
ano e o runner-up, pelo menos na IGN,
os dois para eu jogar e me deleitar. Espero tanto isso e acho que esperar tanto
isso é o que está me fazendo mal. Eu estou me tornando um sujeito muito
fechado, muito limitado à escrita. Eu escrevo sobre as impressões dos games
quando jogá-los, pronto. Mas por favor, ó Deus das palavras, me devolva o meu
prazer por videogames. Por favor. Você sabe que eu não sou muito de pedir, pelo
menos não conscientemente... o quê? Se eu prefiro voltar a gostar de jogar
videogame ou conquistar a garota da noite? Claro que prefiro a garota da noite,
não tem nem comparação, mas não faça isso comigo. Me conceda os dois, deixa eu
ter uma vida mais completa outra vez. Bem mais completa outra vez. Agora eu só
tenho a escrita. E isso sinceramente me basta, não preciso de videogames (mas
preciso muito de carinho). Mas mesmo sem precisar de videogames, eles me davam
muita felicidade, de uma maneira diferente que muito me agradava. Eu quero
voltar a ter esse tipo de prazer de novo. O quê? Se prefiro reencontrar o
prazer nos videogames e perder o prazer na escrita? Claro que não também. A
escrita me é muito mais fundamental e prazerosa de uma forma completamente
diferente dos videogames. Eu quero ter o trio, videogames, escrita e garota da
noite. Não necessariamente nessa ordem, mas quero ter os três, eu acho que
mereço. Eu acho que mereço, depois de mais de uma década de solidão, depois de
tanto sofrer com esse meu fastio de games, eu mereço. O que tinha que pagar eu
acho que já paguei em vida, não paguei não? É ano novo, tempo de ânimos
renovados de descortinar novas metas e novas formas de gozar a vida, mesmo que
seja redescobrindo antigas paixões como os games e construindo novas, como a
garota da noite. É pedir muito? Será que mamãe está tão conectada comigo que se
formou um elo psíquico através, sei lá, do inconsciente coletivo e a sua
vontade de que eu não me divirta mais com games, sua expectativa que isso se dê
esteja me influenciando? Aí já é delírio do sono. Não tem por que eu achar que
mamãe torce por isso em primeiro lugar. Segundo, é tudo coisa da minha cabeça.
9h04. Repeti o comando “eu vou
voltar a gostar de jogar videogames com o Switch” e isso me aliviou um pouco
alma convoluta com essa questão idiota dos videogames. Sinto uma certa vontade
de jogar o Zelda outra vez. O poder da autossugestão me impressiona. E seu eu
dissesse “eu gosto de jogar videogames”? Isso para mim é muito abrangente e
mentiroso para eu aceitar. Não tenho saco para outros jogos que não os dois do
Switch que levarei dos EUA. Se gostar realmente o Zelda, acho que o MGS V pode
vir depois do Mario como jogo a ser jogado. Nossa, já estou na 19ª página, isso
está um saco. Que seja, não vou divulgar mesmo. E não posso ficar tão ranzinza
e limitado a ponto de só gostar de escrever. As palavras são o meu ofício,
minha vocação, minha catarse, mas há catarse também no amor e em um bom
videogame. Não quero abrir mão de nenhum, aliás, quero agarrar com todas as
forças os dois que me faltam. E quem sabe coisas mais como “Black Mirror” e
“The Walking Dead”. E as idas ao cinema com o meu amigo jurista. Tendo tudo
isso e com uma relação boa em casa com mamãe e meu padrasto, acho que minha
vida estará completa. Eu sei que a vida nunca estará completa (a não ser com o
advento de uma Singularidade Tecnológica boa, do bem), mas para mim já será uma
vida maior e mais completa do que jamais sonhei. Ah, e tem as saídas com o meu
primo-irmão. Quem sabe eu também não possa contatar o meu primo urbano para uma
saída? Coisas a se ver. Meu primo urbano não é muito de sair e estou
infelizmente muito distanciado de sua turma. Que costumava ser a minha turma.
Talvez voltar a frequentar a Vila Edna. Assim aparecendo sem perguntar mesmo?
Para isso preciso trabalhar mais a minha iniciativa e autoconfiança. Só de
pensar me dá frio na barriga. O game é algo muito mais acessível a mim que a
Vila Edna. Que bom, que eu vejo o jogo como uma coisa menos repulsiva e
intimidante que outra coisa que também amo, mas da qual me distanciei e não sei
se terei coragem de reatar os laços assim de supetão. Chegando quase como um
intruso. Acho que tenho que falar com a minha amiga primeiro, filha dos donos
da Vila Edna e começar a aproximação por aí. Mas antes disso ainda, tenho que
retomar as saídas com o meu primo irmão. Não posso começar dando um passo maior
que as pernas, é uma jornada, um passo de cada vez. 2018 apenas acabou de
começar. Não é preciso pressa. É preciso gozar da caminhada, que o destino
final todo mundo já sabe qual é, a fusão com a Singularidade. Hahahaha. Vou
pegar mais um copo de Coca – agora é o último mesmo – e ir dormir.
9h29. Ai, ai, como ando confuso e
indisposto com as coisas, acho que tenho que elaborar uma lista da coisas que
quero conquistar em 2018 e organizá-la do mais fácil para o mais difícil. Vou
tentar.
- Jogar Switch (Zelda depois
Mario, depois Metroid Prime)
- Praticar os comandos (eu gosto
de mim, eu sou feliz honestamente, eu tomo a iniciativa)
- Sair com o meu primo irmão
(garota da noite?)
- Hipnose (primo-irmão)
- Caminhar (shopping [tomada],
hospital de olhos [exame de vista para óculos novo], lojinha que vende bonecos
[vê se vendo os meus bonecos lá], Agamenon [Sundae], Marco Zero [ver o mar e
quem sabe alguma exposição])
- Cinema com o meu amigo jurista
- Seriados (Black Mirror e The Walking Dead)
- Perder peso (e bucho.
Vigilantes do Peso?)
- Vila Edna (falar com minha
amiga no Facebook)
- Conversar com a garota da noite
(tomar a inciativa; ser desenrolado, sedutor e legal)
- Marcar saída com primo urbano
- Acabar de digitar o diário do
Manicômio
Está bom de metas para um ano só. Se conseguir fazer metade,
já me dou por satisfeito. Se não empacar em nenhuma, eu não preciso de terapia.
Não sei se a ordem de dificuldade está certa, pois acho o mais difícil de todos
conquistar a garota da noite. Mas isso não importa. Quando chegar em Recife eu
imprimo e vou riscando o que conquistei. Alguém já acordou por aqui e está pela
casa, aposto que é o tio da minha cunhada. Meu Switch chega amanhã.
Provavelmente amanhã à noite, se é que entregam à noite. Ou talvez depois de
amanhã. Mas estou com minha alma toda preparada para amanhã. Não sei se meu
irmão trabalha nessa terça, queria alguém que memorizasse bem como o videogame vem
arrumado. Eita, bem lembrado, eu posso fotografar. Eita, mais bem lembrado
ainda, eu posso comprar o case. Mas é bom fotografar por via das dúvidas. Esse
negócio do case, eu tenho que conversar com mamãe. Não vai ser assim fácil
convencê-la, nem sei se é a forma mais segura de levar o Switch, mas eu acho
que é. A única coisa que vai dentro da mala é o dock do console e os cabos HDMI. Se a alfândega parar, eu digo que
levei o console para jogar com o meu irmão, para ele se decidir se vai ou não
comprar o dele. Eu sei que isso não é ser feliz honestamente. Que isso é o
velho jeitinho brasileiro, que não sei se os caras da alfândega vão engolir.
Tomara que não me parem! Vou sugerir a mamãe que use a minha outra mala em vez
de comprar uma quarta. Não levo bonecos dessa vez. Ou levo o que couber na
minha única mala. O amigo de meu irmão, que é formado em game design, achou o
Switch extremamente caro, no entanto, tinha um iPhone do mais novo, eu acho.
Era um com augmented reality. E acho
que só o celular mais novo da Apple tem isso. Não deixa de ser dois pesos e
duas medidas. Mas ele deve entender da tecnologia e do preço da tecnologia que
vai em um e em outro. Eu que sou leigo acho o preço dos celulares um absurdo.
Cada um com seu cada qual. Se ele soubesse que é mil reais mais caro o Switch
no Brasil, aí é que ficaria chocado. Se a caixa do Switch for pequena, eu levo
na caixa mesmo. Eu sei lá, eu nem estou raciocinando mais direito. Vou discutir
isso com mamãe. Depois que o Switch chegar. Preciso ver o tamanho do cabo para
ver se encomendo um maior, mas novamente, ter um cabo longo extra é bom, ainda
mais quando se trata de reformas. O cabo e o MGS V são duas compras garantidas
que eu faço, a case, eu estou na dúvida. Mas se fosse para uma praia, alguma
coisa assim, seria a melhor forma de transportar o Switch. Se bem que daqui que
eu vá para um lugar desses, eu talvez já tenha zerado dos jogos. De qualquer maneira
seria a forma de transporte mais segura e prática para o Switch, disso não
tenho dúvida. Uma última vez, discutirei com mamãe depois de o console chegar.
Meu irmão já acordou, bem como um dos filhos, que acredito
ser o mais velho. Acho que o mais velho. Não estou a fim de dormir hoje, assim
dormirei mais cedo de hoje para amanhã. Não estou com sono. Se bem que se
deitar eu durmo. Não tenho muito mais o que dizer. Acho que vou tentar dormir.
10h59. Não consegui dormir, minha mãe me chamou e deduziu
que eu tinha acabado de ir dormir não sei como e decidi me levantar. Fui fumar
o meu cigarro matinal e pedi a minha amada genitora que me preparasse um café,
esqueci de dizer forte. Estou mais instigado a jogar o Zeldinha. Estou menos
instigado para o Mario. Bom, o Mario vem depois de qualquer forma, e tem o
tutorial antes de começar o jogo mesmo. Não preciso ficar adivinhando os
controles. E jogar o Mario numa tela grande, da distância certa como fiz na
casa do meu amigo jurista é uma coisa linda. Eu preciso zerar os dois jogos sob
pena de vender todos os meus videogames. Não vou vender os meus filhinhos. Vou
jogar e jogar e jogar. Essa frescurite em relação a games é coisa passageira,
estou ansioso com a chegada do meu caçulinha, para calibrá-lo todo, deixá-lo
todo preparado para encarar o Zelda e, quando carregar encará-lo. Um Zelda novo,
ah, há quantos anos não jogo um? Desde de o Skyward Sword que descobrirei agora
de que ano é ou foi... 2011. Faz agora 7 anos, pois estamos em 2018, caso o
leitor tenha esquecido. É muito tempo sem uma nova aventura da franquia. É
certo que joguei o remake do meu adorado Wind Waker, o que não devia ter feito,
pois o achei menos espetacular que da primeira vez. É algo que não farei mais,
jogar jogos que achei inesquecíveis novamente. Quando jogar tudo o que quero
jogar de Wii U, acho que vou passá-lo ao meu irmão pois há dois Zeldas (três se
contarmos o Skyward Sword do Wii que roda no sistema) para ele jogar, afora a
miríade de outros jogos que tenho para o console e para o Wii. Daqui a dois anos.
Os meninos vão estar maiores, poderão jogar o Mario 3D World sem problemas,
construir fases no Mario Maker, jogar o Starfox, o Yoshi, o Donkey Kong, o
Kirby, enfim, fazer bom proveito do console. Dois ou três anos, pois aí o filho
caçula vai ter seis anos e poderá jogar também. Não é possível que em três anos
eu não jogue tudo o que quero no console. Três anos é um tempo muito grande,
vai ser 2021. As TVs 4K talvez sejam o padrão e os jogos parecerão serrilhados,
mas a diversão é a mesma. Se bem que vi o Mario Odyssey numa 4K e não achei
serrilhado, isso me deixou perplexo. Talvez eu não tenha olho para perceber o
serrilhado, ou então o Mario tem anti-aliasing que disfarça o serrilhado, ou a
resolução 4K é maior do que o ser humano consegue perceber, mas acho que essa
última não é verdade, pois olhei a TV de perto e notei os pixels ainda.
11h37. Pois é, voltarei com três grandes jogos para o Brasil,
os melhores dos melhores, The Legend Of Zelda: Breath Of The Wild, Super Mario
Odyssey e Metal Gear Solid V: The Phantom Pain (vulgo MGS V). Nomes grandes
para grandes jogos. O outro que eu queria ainda está muito caro, deixo ele para
depois. Tenho muito o que jogar já. Mamãe está certa, não precisa desse
desespero todo para ter jogos se tenho um belíssimo acervo de games. Só não dá
para perder a conclusão da série Metal Gear com 82% de desconto. O último jogo
da franquia feito pelo legendário Hideo Kojima. Preciso até perguntar ao meu
amigo jurista se ele jogou o game. Vou ver se ele está online.
11h49. Não está online há 17 horas. Está curtindo a praia e
faz muito bem. Para que Facebook e WhatsApp nas férias? Deixa essas porcarias
para quando voltar a neurotizante rotina da urbe. Ele não precisa desses
escapes lá, precisa, sim, escapar deles. Nossa, estou zumbi aqui.
11h52. Acho que vou começar a revisar esse monstrengo para
publicar. Ainda não. Quero dizer mais. O medo de não gostar dos jogos se
transformou em excitação, especialmente pelo Zelda. O Mario ainda me vem
relutante, mas isso foi porque não o joguei da forma certa e consegui até
morrer pulando de uma beirada do mundo e torcendo para ser que nem Mario Galaxy
onde a gravidade me atrairia para a parte de baixo, mas não é assim que as
coisas funcionam no Odyssey, pelo menos não nessa fase, ou melhor, não nessa
parte da fase. O jogo me parece ser cheio de surpresas. Sempre pronto a
surpreender com alguma criativa e divertida novidade. Encontrei um personagem
que devia dinheiro a outro preso dentro de um bloco de gelo que não consegui,
sendo Mario apenas, destruir. Acredito que o leão de pedra que meu amigo
jurista abduziu e dirigiu nessa fase sirva para quebrar essas pedras maiores de
gelo. Mas não vou dar spoilers aqui. Cada um que descubra as moons por conta própria. Falando assim,
vai me dando vontade de jogar o Mario também. Mas o Mario vai ser, como disse a
sobremesa, o prato principal é o Zelda. Ambas as refeições são deliciosas, cada
uma à sua maneira. Mas prefiro começar com o Zelda. Preferia era dormir agora.
12h09. Meu sobrinho mais velho fez um cartão para mim. Vê
que fofo. Certamente vai para o memariômetro, já guardei na mochila.
12h11. Vou pegar água. E gelo. Estou muito zumbi aqui.
12h13. A água gelada e o papo com a tia da minha cunhada,
que passarei a chamar agora de vozinha, que é como os meninos a chamam, para me
poupar palavras, me despertaram um pouco. Mas acho que não vou aguentar. Estou
sentindo isso, se for revisar essa aberração textual, cairei no sono em cima do
teclado. Vozinha disse para eu dormir, mas acho que mamãe não iria gostar da
ideia e, embora não me acordasse, guardaria um belo sermão para quando eu despertasse.
Melhor ir levando que vai chegar um momento em que o corpo e a mente vão
entender que não vou dormir e vão despertar mais. Talvez neste estado de
sonolência profunda a repetição dos comandos chegue ao subconsciente de maneira
mais fácil e profunda. Vou repetir a minha nova descoberta, eu nem me lembro
mais a frase. Ainda bem que a transcrevi.
12h23. Repeti duas e quase dormi em cima do teclado. Entrei
em alfa. Espero que as frases tenham entrado no meu subconsciente. Mamãe entrou
aqui no quarto procurando um QR code da sua amostra de DNA. Disse estar com a
cabeça ruim com uma cara de choro e desespero.
12h30. Dei uma cochilada legal agora na mesa. Acho que não
vou resistir, vou dormir só um pouquinho.
12h32. Tomei mais água com gelo e isso me despertou. Não sei
por que esse efeito. Se fosse Coca, eu ainda entenderia. Mas água com gelo.
Estou muito estranho, esgotado, cansado, só o bagaço. Não estou no meu estado
de consciência normal. Tico está todo dormente e Teco está completamente
apagado.
12h39. As fotos que tirei do cartãozinho que meu sobrinho
fez para mim ainda não chegaram no meu e-mail. Curioso que para você elas já
estejam postadas aí em cima né? O seu tempo é diferente do meu o seu agora é o
meu depois e o meu agora é o seu antes. Deu para entender? Também não, mas é
algo por aí. Você está dentro da minha mente agora, projetando as minhas
palavras de acordo com a sua imaginação. Lá vem o fura-dedo! Quem se lembra
dessa figura aterrorizante que passava pelas ruas furando os dedos das crianças
para pegar uma gota de sangue a fim de realizar algum tipo de exame de saúde?
Não lembro para que doença(s), só sei que eu me pelava de medo do fura-dedo.
Para mim, doía bastante a minúscula furada, que não achava minúscula. Para
minha mão de cinco anos de idade. Estou tendo alucinações visuais, juro. Vejo
as teclas cercadas por linhas laranja fluorescentes que formaram um Galactus
que se movimentou um pouco e desapareceu, depois vi outro Galactus, só a cabeça
dele na área do touchpad. Cinza dessa
vez, bem 3D que também evanesceu quando me concentrei nela. Que coisa mais
curiosa. Será que é flashback de alguma porcaria que tomei no passado ou só
sono mesmo? Morrerei com essa dúvida. Estou muito zumbi mesmo, capaz de eu me
levantar daqui e sair querendo comer carne humana. Hahahaha. Vou botar o
casaco. Está fazendo sol, mas está frio. A luz daqui me lembra a luz de Areias.
Não sei bem por que, acho que porque seja um céu limpo e sem nuvens como o de
lá. Sei que Munique tem uma luz bem peculiar no outono, muito agradável também,
por mais que um tanto cinzenta. Mas gosto da luz de lá. A luz de Recife acho,
via de regra, a mais banal de todas, talvez porque viva lá, mas acho uma luz
sem poesia. Se bem que há certas tardes e crepúsculos que me agradam. Acho que
já-já vou fumar outro cigarro. Qualquer coisa para me manter acordado. “Utopia”
rola no Spotify para massificar mesmo e se tornar a trilha dessa viagem. Quando
chegar em casa e for jogar o Zeldinha e o Mario vai rolar só a lista Nintendo
Switch que criei para tentar capturar o som que ouvia nos anos 90 quando jogava
sozinho em Boa Viagem. Só não eram tempos bons porque estudava. Tive pesadelos
durantes anos em que estava estudando, seja no colégio, seja na faculdade.
Sempre acordava aturdido e sentia um tremendo alívio quando descobria que tudo
tinha passado. Nunca tive, quando parei de trabalhar pesadelos em que estava
trabalhando, acho que meu cérebro bloqueia, seria tão apavorantes que nem meu
subconsciente é liberado de manifestar tais sonhos. Sei que pesadelos em que
estudava me causavam profunda aflição. E eu pensava, isso não acaba nunca? E
despertava. Ozzy. Nunca gostei de estudar. Só estudava o necessário para passar
de ano, nem mais, nem menos.
13h12. Me debrucei sobre a mesa e apoiei minha cabeça nos
braços cruzados e comecei a sonhar, lembrar do sonho é que é difícil. Não sei
nem direito o que estou escrevendo. Vai ser difícil continuar acordado até as
21h00. Não passo disso também. Só se me despertar ao longo do dia por algum
desses bugs do organismo humano. Desse cérebro tão peculiar. Dessa maravilha
que é capaz de conjurar palavras e criar um computador que ajuda a desenhar
computadores cada vez mais avançados. O iPod do meu lado me dá vontade de mudar
a trilha sonora, mas não vou. “Utopia” vai ser a trilha da minha epopeia para
conseguir o meu Switch na minha estadia nos EUA.
13h27. Estou tirando microcochilos e bocejando sem parar.
Talvez seja hora para mais água e gelo.
13h42. Fui fumar um cigarro, fiquei mais desperto. Coloquei
também mais um copo de água com gelo. Meu irmão está ajudando minha mãe a fazer
alguma coisa no computador, estão tendo dificuldades por causa da memória de
mamãe. Isso me preocupa bastante. O pior é que vou no mesmo caminho. Não sei
porque a escrita não me estimula a memória. Vai ver que não é um exercício
mental do estilo que estimule o cérebro. Sei lá. Sei que todas as zebras são
listradas, a não ser que haja zebras albinas. Deve haver. Eu já vi um cavalo
albino. Era bonito mesmo que maltratado. Cavalos são animais bonitos e
imponentes. Vou tentar começar a revisar esse texto. Mãe, você leu até aqui? Te
amo ainda mais se fez isso. Hahahaha.
20h36. Comecei a revisar mas o sono foi tanto que tive que
tirar um cochilo. Foi rápido, pois a família combinou de sair para almoçar.
Fomos num local perto do estádio do time de futebol americano Patriots, no qual
joga o marido de Gisele Bündchen, que por sinal mora relativamente perto do meu
irmão. Comemos uma comida italiana honesta e depois fomos no que o meu irmão
descreveu como o pesadelo de qualquer vegano, uma loja totalmente voltada à
caça e à pesca. Me arrependi de não ter levado a GoPro, o lugar era imenso e
ricamente decorado com animais empalhados. Via-se alces e ursos empalhados aos
montes por toda a loja, além de veados, raposas, gambás etc. Vendia-se desde
iscas de pescas, centenas de tipos, à espingardas e revólveres, passando por
todo o tipo de indumentária, cabanas, jangadas quadriciclos e lanchas. Era
impressionante e todo decorado rusticamente como uma gigantesca shack. Até os elevadores eram revestidos
de madeira. Acho que deve ser o paraíso para os pescadores. E um pesadelo para
o meu irmão que disse que era a última vez que iria com a família lá. Era meio
mórbido mesmo. E ao mesmo tempo muito aconchegante e eye catching. Mais do que com os animais, fiquei chocado com a
quantidade de armas à venda, centenas, dos mais variados tipos, mas só armas de
caça, nada como armamento militar pesado. Mesmo assim a armas têm cheiro de
morte. Minha querida cunhada tirou uma foto comigo ao lado de um urso empalhado
e uma com os meninos na frente do aquário. Vou ver se ela me manda por e-mail
para colocar uma das duas ou as duas aqui. Vou recomeçar a revisar porque não
me lembro onde parei. Ah, mamãe anda tão desligada que perdeu o item que
comprou na loja, parece que era uma correia para prender os óculos. Ainda bem
que nada de muito valor. Mas perdeu, não sabia onde tinha colocado. Isso me
deixou preocupado. E não só a mim.
20h56. Falei com a minha cunhadinha, ela vai me mandar as
fotos por e-mail assim que possível. Massa. Com 24 páginas para revisar, ela
pode demorar o tempo que quiser.
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