terça-feira, 30 de outubro de 2018

ELES NÃO



14h14. Acabada a publicação de um, volto aqui para despejar mais palavras pois elas são o centro da minha existência. Penso palavras, sinto (muitas vezes em palavras) e escrevo, faço uma confissão, um desabafo onde pouco resta de mim não revelado. É o que faço, é o que sei fazer de melhor e, sei, não é muito bom. Dane-se, me preenche. Não tenho mais a gana de ser reconhecido como escritor, não faz mais diferença e nunca fez, em verdade, era fruto de uma vaidade que não mais possuo porque pesa carregá-la, é impossível de concretizar e não levarei tal título para lugar nenhum. Minha mãe veio me perguntar se eu achava certo ter bebido no dia da eleição, respondi prontamente que sim. E se não beberei mais é porque eu não quero e não por causa das ameaças dela. Foi um dia singular e queria extravasar, pronto, passou. A vida segue. Não me arrependo e nem ressaca tive. Foi ótimo, um momento em que transbordei amor quando tudo era ódio e revolta. Foi um bom antídoto para a situação. Especialmente para a situação dentro de mim. E aprendi bastante sobre mim com essa embriaguez. Ela facilita a socialização, mas numa medida menor do que eu supunha. Também a fissura do crack não me veio, não deu nem sinal. Mas não arriscarei. Não preciso. Eu não preciso de álcool, essa foi a minha percepção. Ele dá alegria, ele deixa me deixa mais sentimental e expansivo, mas não é necessário para o meu bem-estar. Não me fará falta. Valeu a pena me conceder esse momento, acho que precisava. Até para fazer essas descobertas. Bom experimento. Desde já tenho vontade de voltar à Vila Edna. Sem álcool. Mas acho que esse assunto já deu. Se não tiver dado, voltará. Não tenho restrições em relação a isso.

14h37. Me sinto sensivelmente mais maduro do que da última vez que tomei um porre, isso me agrada. Aprendi alguma coisa ou algumas coisas ao longo desses seis, sete anos que estava sem beber. Pus minha mãe em modo paranoico porque ela descobriu the hard way que tem menos controle sobre mim do que supunha. Que eu sou mais independente do que ela gostaria. Bom é nesses choques de realidade que as relações se redimensionam, tomam novas formas e direções. Não sei se ela terá mente aberta para isso, creio que não, mas nada posso fazer a não ser seguir o meu caminho da melhor forma que encontro. Que sei e aprendi. Mais com a vida até que com eles, meus pais. A fase de influência formadora deles se esvaiu há algumas décadas. O resto foram experiências, escolhas, consequências e toda a gama de lições que a vida me proporcionou, muitas vezes de formas bem duras. Dei muitas cabeçadas, mas acho que aprendi algo. Tirei lições, me dou mais ao respeito, me respeito mais, me gosto mais também. Eu amo a vida, nunca pensei, depois da infância, que gostaria de ser eu novamente, mas me encontro satisfeito com quem sou. Tenho até um tiquinho de orgulho desse eu que se transmuta e do que já foi transmutado. Vou fumar com café. Me deu um branco agora pensando que darei o meu Nintendo Switch para os meus sobrinhos.

15h04. Mamãe me mostrou charges da oposição a Bolsonaro e as taxou de “ridículas” e fomentadoras da “separação social”. Bom, praticamente metade do Brasil é oposta ao presidente, o que ela queria? Que porque o cara foi eleito, todo mundo iria abaixar a cabeça e aceitar? Todo mundo se abraçar em delirante e desvairada alegria? Muita ingenuidade. Bom, me botou um áudio sobre a situação da Venezuela, onde o estado tomou conta de tudo. Não acho que seja esse o caminho. Não sou comunista nem radical. O que acho é que não podem ser maculados os direitos humanos e a democracia. A oposição e o povo em geral acompanhará mais de perto esse governo do que qualquer outro que tenha havido antes. Ou não, esse movimento pode ser como um carnaval que se dá de quatro em quatro anos. Não sei bem o que falo pois estou em verdade pensando na minha coleção de bonecos no momento. No Batman branco. Em como trazê-lo para cá. Acho que ele vai ser maior do que imagino. Como espero que Bolsonaro seja menor, menos perigoso do que imagino. Tenho minhas dúvidas a respeito do Batman e do presidente. Não aguento mais café por enquanto. Vou tomar uma Coca com gelo. E fumar mais um cigarro.

15h32. Minha mãe aparentemente foi dormir... de novo. Realmente está de saco cheio de lecionar. Não sei por que não desiste logo. Já deu, já fez demais, está de bom tamanho. Bem, a vida é dela, tem mais chão que eu, sabe o que é melhor para ela. Embora sejamos sempre aprendizes porque a vida nunca para de ensinar, é uma eterna e ininterrupta aula. Isso me dá esperanças de ser alguém melhor para mim com o passar dos anos.

15h37. Estou entediado, isso é um saco. Olhar para o Hulk me acalenta. Vi um rumor de que uma das pessoas cotadas para o ministério da educação tem como um dos planos ensinar criacionismo no colégio. Espero que seja fake news, afinal é inconstitucional, visto que o Brasil é um país laico. Não se pode dar predileção a uma religião em detrimento das demais. Estou com vontade de começar a escrever no “Eu Não Sou Cristão”. Se bem que posso dizer o que penso aqui mesmo, não faz muita diferença o endereço e sim o conteúdo. Não tenho muito deste último, é verdade, mas o pouco que eu tenho acha um acinte tal possibilidade. Ainda mais não sendo cristão.

15h55. Minha mãe me ligou, chamou no quarto e me cortou o Chartreuse. Descobri que o meu lar não é uma democracia. Não para mim. Eu sou tido como alguém de uma hierarquia inferior, um subordinado, alguém a quem é negado o direito de decidir acerca de diversos aspectos da minha vida. É certo que consolidei alguns direitos, mas outros me são vetados. Melhor ficar no meu quarto-ilha e reinar absoluto aqui, dono das minhas palavras. A relação que tenho com a minha mãe aos 41 anos de idade é adoecida e o pior disso é que é assim em grande parte porque o permito. Não sei como consertar isso. Não sei se tem conserto. Ou eu não tenho coragem de consertar, tenho medo como um garotinho tem medo da mãe. Eu acho que ainda sou o garotinho em relação à minha mãe e acho que ela me vê da mesma forma, foi uma relação que não amadureceu, que estancou e isso parece ser cômodo para os dois, por mais que agora me incomode. Ela consegue incutir culpa onde não há razão para tal. Tomei um porre e daí? Não fiz nada de errado, não destratei ninguém, não busquei outras drogas, vim para casa escrever. Passou. Ah, quer saber? Foda-se. Não vou me encher de energia negativa por conta da reação da minha mãe a esse episódio. Vou seguir, mas agora não me sinto bem. Depois do novo ataque dela ao meu ego com essa história do Chartreuse. Se ela vai esperar por arrependimento da minha parte, é melhor jogar o Chartreuse fora. Não me arrependo. Meditei muito sobre o assunto antes de tomar a decisão de beber. Achei que estava seguro e pedi a um amigo que me apontasse se estivesse sendo excessivo em algum momento. Não me excedi. Sepultar esse assunto nesse parágrafo. Já deu. Vou fumar.

16h24. Meu astral está baixo, o convívio com a minha mãe está pesado. Saco isso. Não queria voltar ao tema, mas até me culpar pela sua improdutividade no trabalho colocou em minha conta. É muito drama, chantagem emocional para cima de mim. O pior é que sucumbo. E sucumbido sigo escrevendo sem muito gosto. Meu irmão vem para Recife no final do ano e nem isso me anima, a reforma do meu quarto me apetece mais. Me peguei pensando enquanto fumava que, no meu leito de morte – que espero muito que seja o meu quarto-ilha –, definhando e sentindo as dores do câncer que me carcomerá por dentro, chamarei o filho da fantástica faxineira para escolher as três figuras que quiser da minha coleção, com exceção do Hulk. O Hulk com todos os seus defeitos e humanidade, pois foi esculpido à mão, é a peça mais impressionante que eu já vi e que tenho o orgulho de possuir. Quero que me faça companhia até o meu último suspiro. Pode ser que o meu leito de morte seja num mórbido e impessoal hospital, isso seria deveras triste. Creio na evolução da medicina, entretanto e essa crença me anima, pois me lembra da evolução tecnológica como o todo, da qual sou fiel, e que transcenderá Bolsonaro, eu transcenderei Bolsonaro. A não ser que ele engrosse e cace e mate a oposição, mas acho que não se dará. Falou tanto em democracia. Embora não saiba o que democracia signifique para mente tão estreita. Quero fumar outro cigarro, mas não vivo numa democracia e certamente sofrerei uma retaliação desnecessária se for. Não estou a fim. Prefiro segurar mais meia hora para fumar tranquilo. Estou intranquilo no momento. A constatação de que sou da classe oprimida aqui em casa me causa desgosto, mas não me rebelo, não me sinto preparado para uma revolução. Nem sei se jamais estarei. Porque doerá na minha mãe, ela iria sofrer com a mudança. Não gosto de fazê-la sofrer pois isso me dói. Sou tão codependente desta situação patética quanto ela. Mereço ser oprimido. Tenho quase toda a liberdade que anseio, está de bom tamanho. Aceitar as coisas como são. Ou seja, só vou fumar às 17h. Faltam 15 minutos. Não gosto do estado de espírito em que me encontro. Como mudá-lo? Dando uma olhada no Tinder.

16h55. Nada no Tinder. Li algumas matérias sobre Bolsonaro. Não me agradaram. Tampouco me surpreenderam. 16h59. Estou de baixo astral. Hoje não está sendo um dia bom, preciso de sono, de um novo despertar e um novo amanhecer para me sentir tranquilo. O sono tem essa vocação de amansar os meus demônios interiores. Vou fumar.

17h12. A luz escapa, a noite se anuncia. Estou ouvindo Valsa Brasileira de Zizi Possi e estou ouvindo há tempo demais. Vou botar a lista 6 em modo aleatório. Pronto. Começou bem com Ella e Louis cantando Can’t We Be Friends?, um retrato da maioria das minhas paixões. Não sei porque essa vocação, provavelmente por ser feio. Ou mais especificamente por me achar e me portar como feio. Tenho que largar mão disso. Dar um foda-se para isso também. A vida é muito curta para me privar por me achar feio, mas o Tinder e o Badoo comprovam, nesse tempo que estou disponível nos aplicativos só me curtiram barangas velhas. Sou só opção para isso. As gatas me descartam como eu descarto todas as mulheres feias. A sina da solidão vem se somar ao desgosto da vida que agora me toma. Vai passar, é só um momento em que me desequilibrei emocionalmente. Não se pode estar bem todos os dias.

17h29. Mandei um foda-se para o anjo do Tinder. Não ia dar em nada mesmo. Nem sei se era real. Foda-se. Uma fedelha e eu me desmanchando por ela, tendo ansiedade e sofrendo por sua atenção cibernética. Mereço mais que isso. Mereço ter mais respeito comigo. Não me aguento vou escrever mais coisa para ela. Preciso desabafar.

17h38. Desabafei, me sinto melhor. Adoro passar lição de moral para o anjo do Tinder. Acho que essa foi a última, pois duvido que ela vá puxar papo comigo de novo. Preciso acender a luz, não enxergo mais as letras e não decorei suas localizações nesse teclado USB que uso em substituição ao do notebook, que quebrou. Acho que vou fumar. Que dia mais chato, vixe.

18h03. Fui lá e beijei minha mãe. Ela me beijou de volta. O Badoo estava programado para cobrar automaticamente que ozzy. Só descobri quando recebi o recibo por e-mail. Já desprogramei isso.

18h12. Me perdi na internet, nada de interessante. Eu estou usando do meu subterfúgio para melhorar meu dia. Aumentei o volume de 10 para 12. Agora está legal. Não aumento mais porque minha mãe reclamaria. E acho que o 12 está perfeito, potente, com clareza, mas não incomoda. Ouvindo Virus, de Björk. O momento pede Björk. Gosto do universo musical para o qual ela me transporta. Acho que preciso fumar. Vou fumar. Não. Esperar dar 18h30. Estou sem inspiração, com mais vontade de pensar do que de escrever. São pensamentos bestas sobre minha mãe achar que eu estou fumando muito. A vida, a existência é fantástica como a enxergo nesse momento, parece mágica, incrivelmente complexa, o universo em que estou inserido do quarto-ilha com seus bonecos é um fantástico cenário. Meu quarto vai ser um fantástico cenário que muito me agradará admirar e ocupar. Sabe o que eu queria? Estar perfeitamente aclimatado com este teclado, pois as letras já estão apagando e eu ainda não as decorei com perfeição. Mas gosto do teclado, pois é bom de dar porrada, teclo com força e certa violência, é mais prazeroso assim. 18h27. Como foram longos esses minutos. Às vezes o tempo se dilata inesperadamente. A percepção do tempo, digo. A espera do momento de fumar, dada a vontade que tenho, faz com que se alooonguem... 18h29. Falta pouco para saciar tal vontade. Deu.

18h36. Enquanto fumava na escada, lembrei da atleta da escada, uma vizinha a quem convidei para um papo, sugerindo interesses afetivos, e me respondeu não convir porque tinha noivo. E, pensando nela, pensei numa ficção. FICÇÃO: estava agora fumando na escada e a atleta da escada apareceu praticando o seu treinamento vespertino de descer e subir degraus. Ao passar por mim parou para me cumprimentar. Eu não tive dúvida e sugeri: “e se a gente se beijasse agora inesperadamente, sem pensar? Seria o nosso segredo e sua oportunidade de experimentar outra boca. Vem cá”. E nos beijamos apaixonada e vorazmente. Ao nos descolarmos eu digo: “filmei tudinho no celular e vou mandar para o seu noivo”. Ela empalidece. Eu digo: mentira, mulher, nem celular tenho aqui”. FIM. Já estou com vontade de fumar outro cigarro, mas só de 19h. Nossa que vontade de fumar. Olhei que alguém me deu like no Badoo, mas, para ver esse like ou eu dou like para aquela pessoa, que não dá para saber quem é, seria obra do acaso-destino, ou assino o Badoo premium. Me contentarei se alguma para quem eu dei crush der chat para mim. É o que me interessa em verdade. Toquei numa parte do meu corpo que me deu desconforto mental, que onda. Não aguento, vou fumar. 18h53. Passou. Vou quando a música acabar. Fantástica, por sinal, New World, de Björk, do filme Dançando no Escuro, de Lars Von Trier pelo qual a cantora islandesa, protagonista, ganhou a palma de ouro de Cannes. O filme mais triste que eu já vi, de longe. Em uma linha o filme trata da incompreensão, pela sociedade, de uma pessoa com caráter perfeito. Vou fumar, enquanto entra Army Of Me, que foi trilha de um filme que de que gosto muito, Sucker Punch. Acho que até o assistiria agora.

19h07. Mudei de ideia, escrever é mais interessante e não sei onde o filme está salvo. Tenho o Dancer In The Dark em Blu-ray. Achei na Alemanha com legendas em alemão. Mas comprei, tenho que o assistir também em algum momento. Agora quero agradecer à existência por me permitir fumar e extrair o prazer que extraio disso. Acho “existência” uma palavra tão bela e tão carregada de complexidade. A miraculosa dança dos átomos que origina coisas como eu, como Björk, como a porra do anjo do Tinder, como esse evento incomensurável que é o agora no universo. É realmente uma das palavras mais preciosas do meu vocabulário e uma fartamente utilizada porque a amo. Ela me possibilita, me permite, me cede parte de si para que eu seja. Não há palavra outra que não gratidão. E amor profundo. Meu humor mudou completamente, volto a estar encantado com a vida, o beijo fez diferença. Nossa, quero fumar outro tomando uma Coca-Cola. Acho que um dia ainda crio coragem para experimentar o meu esperma. Tenho essa curiosidade sobre o seu sabor. Quem o sabia bem era a minha segunda namorada.

19h23. Puxa, deve ser uma sensação estranha, se é que Bolsonaro teve essa consciência, que todos os brasileiros passaram quinze dias pensando nele, mesmos os que votavam em Haddad. Parte com devoção cega e parte com medo ou raiva, mas todos pensando em uma só pessoa. Milhões e milhões de pessoas com você na cabeça. É muito doido. Foi um momento muito doido da democracia e pode continuar sendo. Ou não. É uma incógnita. O grande mistério nacional. As expectativas são quase irreais de ambos os lados, gente esperando um golpe militar, uns com anseio, uns com medo. É muito doido. Eu espero tudo com muita curiosidade, estou praticamente blindado da sociedade encastelado no meu quarto-ilha. Mas quando sair com o meu primo-irmão na noite não acho improvável ver, ao menos uma vez, um bêbado puxando a arma para outro. Mas isso por ora é ficção. O Brasil vai ter o que merece, o que pediu, o que demandou com o voto. A vontade do povo se fez. Estupradores serão castrados quimicamente. Entendo a ideia “preventiva”, mas acho desumano demais. O ato do estupro é desumano também (para os dias de hoje, afinal na época da escravidão era praxe brancos estuprarem negrxs e índixs, ou assim tenho para mim, pois até a tortura era permitida e o assassinato). Acho um passo atrás no nosso padrão civilizatório, mas talvez faça o estuprador pensar duas vezes antes de fazer uma vítima. Não sei. Penso nos possíveis inocentes que poderiam ser punidos injustamente. As feministas devem defender tal medida. FICÇÃO: casal briga e se separa. Mulher vingativa, lacera a vagina e o ânus com algo e se agride. Diz que estava sendo estuprada pelo ex-marido, por isso se separou. O cara é condenado, preso, violado e agredido e torturado por todos os outros presos e pela polícia, pois estuprador é repudiado até por marginais, depois é castrado quimicamente. E tudo o que pode fazer é chorar e gritar sua inocência, sem efeito. FIM. Vou fumar. Estou fumando muito hoje. Espero que traga boas ideias.

19h57. Vi parte de uma entrevista de Bolsonaro para o Jornal Nacional, meu padrasto torce para que Moro vá para o STF. Fumando só me veio a garota do último vídeo pornô que eu vi, linda, mignon, namoraria com ela, não parecia vulgar como uma atriz pornô geralmente me parece e, no entanto, foi a forma que escolheu de levar a vida. Ou de levar na vida. Desculpe a piada infame. Estou meio sem ideias. Acho que vou navegar um pouco. Li um texto que parecia sobre alguém com aversão à penetração. Perguntei se podia publicar aqui dando a autoria. Nossa, agora que percebi, estou na quinta página! Me descontrolei. Vou seguir, o blog é meu. Ela permitiu. Vou postar.

“Eles não.

Para tudo se tem uma primeira vez, e nem sempre são boas. Talvez nem as segundas, ou terceiras vezes são. Talvez nunca passem a ser. A culpa não foi sua. Foi minha por não saber dizer não. Se despiu, me invadiu. Fiquei sem reação. Não, eu não disse não. Ninguém viu, nem ouviu. Me senti nada, fiquei sem nada. Para ele não foi nada. E por que ninguém disse nada? Não foi a primeira, nem a segunda, nem vai ser a última. Não foi bom, nem vai ser. Me senti pó. E por isso, hoje, prefiro ficar só. Eles não, dessa vez não.”

Texto: Júlia Comelato, 30.10.18.

Já que tenho o texto, vou encerrar por aqui, revisar e postar porque a autora quer o link. Foi um post repleto de sexo. Curioso. Imagino que reação ela vai ter a respeito da minha colocação. O nome do post será “ELES NÃO” em homenagem a escritora iniciante. E usarei a imagem que ela usou para ilustrar. Curioso. A existência, a existência... cheia de inesperados.

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