O surto de popularidade do meu blog passou. Bem que eu
achava que era algo artificial. Sei lá. Agora não estou chegando a vinte
leitores, mas alcançá-los já é muito bom. O meu texto, embora não considere
complicado de ler, revolve em muito poucos assuntos, mãe, bonecos, inépcia
social, CAPS. É basicamente isso. E minha apatia para todas as coisas que não o
computador. O que mais acho que passou? Deixe me ver, me aventurei nos
videogames ontem, mas não me deu muito tesão, por isso nem joguei hoje. Nem
pretendo.
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12h23. Já voltei do CAPS e do cabeleireiro. Não gostei da
ideia de ser incentivado a pintar, acho que o melhor incentivo é não
incentivar. Deixar a coisa fluir. Se fluir. Me sinto também menos antissocial,
mas não tive prova de fogo em relação a isso ainda, então não posso dizer com
certeza que o ápice desse mal passou. Estava torcendo para haver festa de
Clementine e ela me chamar. Aliás, me convidei para isso nas felicitações de
aniversário que dei a ela. Não vi “Ghost in the Shell” ainda e não joguei mais
Super Mario Galaxy. E perdi a vontade de pintar depois de exprimi-la. E de me
sentir ligeiramente pressionado a produzir pela terapeuta. Essa ideia de
incentivo me soou como uma forma de pressão. Foi como partir um fino e tênue
fio, que era essa vontade de pintar. É uma pena, mas tenho que respeitar os
meus limites e desejos, não vou pintar para agradar os outros. Se o faço é para
agradar a mim mesmo. Senão, não faço. E sob “incentivo”, sinto como se uma
plateia ansiosa esperasse por resultados e essa para mim é uma visão que me
desagrada deveras. Como se pintar me provasse mais sadio, o que não acho que
seja o caso. Aliás, pintar sob qualquer tipo de estímulo externo me adoece.
Sinto já de novo ojeriza pela pintura, uma agoniazinha, um desagrado, um
desprazer por pintar. Foi bom enquanto durou. Não deveria ter trazido isso à
tona. Minha mãe quer almoçar comigo. É cozido. Pretendo agora falar do
Malavestros. Agora que já desisti dele. Vou contar a ela. Eu acho. E falar que
dentro em breve eu terei as informações sobre a Red Sonja. Não sei se falarei
nada disso. Veremos o clima e a minha disponibilidade. E a disponibilidade dela,
principalmente. Mas nem me preocupo muito mais com Malavestros, acho que
aceitei a ideia. Mas perder mais de 180 dólares ainda não me desceu. É muita
grana para ser jogada fora assim. E preciso desabafar isso com ela
especificamente que dá tanto valor a dinheiro e que me motivou a cancelar a
compra em primeiro lugar. Meu último post teve mais visualizações que os dois
anteriores, 30 em vez de 20, é uma grande diferença, como é grande a diferença
para as 60 visualizações que vinha amealhando. E que achava estranho ter
tantas. O aumento súbito. De qualquer forma, é um papo muito chato esse. Eu
estou convencido que estou me tornando um cara muito chato, por isso na maioria
das ocasiões sociais, eu prefiro calar. As minhas chatices guardo para cá, onde
posso quase tudo.
13h57. Não consegui trazer o assunto das estátuas durante o
almoço. Outras oportunidades hão de vir.
18h19. Dormi à tarde, mas o sonho já me escapuliu. Foi um
sonho bom eu acho, não acordei particularmente perturbado, mas de bom astral.
Minha mãe ainda não voltou do médico. Foi pensar isso e ela me ligar dizendo
que tinha ido ao shopping e que toda a demora se deveu ao trânsito cada vez
mais conturbado de Recife. Vai tentar comprar Havaianas para mim e meu cunhado.
Deve querer fazer outras coisas também, se divertir e sentir viva um pouco. Ela
precisa e merece perante todas as agruras físicas que vem passando por conta da
medicação de prevenção ao retorno do câncer. E por ter deixado a reposição
hormonal. Eu acho. Eu acho também que vou tentar fazer outra entrevista com um
cara que é a maior limpeza, só não tem tempo para muita coisa, sobre a sua nova
empresa. Então, me permitam, abrir uma nova página e elaborar as questões.
20h56. Acabei de elaborar as perguntas, 22 no total, e
navegar um pouco no maravilhoso mundo dos bonecos. Ele, o entrevistado, Erick
Sosa, concordou em responder à entrevista. Ele disse que teria a próxima semana
livre. Veremos. Prometeu até me mandar imagens exclusivas. É um bom recomeço.
Há outro que quero entrevistar, mas acho que só depois de uma feira aí em
Singapura é que ele vai poder responder. Pelo menos esse é o tempo que vou dar
até importuná-lo de novo. Hahahahaha. No mais, minha mãe ainda não chegou do
shopping. Eu fico na esperança que a companhia aérea não reclame da caixa do
Hulk se ela for só um pouco maior que uma bagagem normal. Por pouquinho maior
eu digo 40 cm distribuídos em todas as dimensões. Acho que é demais. E só daria
para trazer quando não houvesse neve. Vou ligar para o meu irmão perguntando.
Embora nem saiba o tamanho da caixa... quando souber, eu ligo e pergunto. Espero
que não seja maior que a do Deadpool, mas acho que vais ser. Se for, aí lascou.
A do Deadpool é que é 40 cm maior que a norma e é um busto menor. Acho que a
caixa vai ser sensivelmente maior baseado na imagem abaixo.
21h17. Eu poderia ter feito o queria fazer se não tivesse
dormido, dava tempo demais. Que pena, mas a noite é uma criança. Mamãe deve
chegar exausta. Eu penso em bater um Mario Galaxy logo mais. E, quem sabe, ver
“Ghost in the Shell” hoje. Ou durante a madrugada. Já disse a mamãe que não
tenho hora para a acordar amanhã. É sábado, afinal. Acho que ela chegou, acho
que ouvi um barulho de porta. Era mamãe, sim. Ela já disse que está cansada.
Imagino. Na rua desde às 16h e são 21h24. Mas parece feliz. Contente ao menos.
Deve ter feito coisas que gostava no shopping. Comprou um vestido para a boneca
da minha sobrinha, veja só. Ela está falando com o meu padrasto que viajou para
o Rio para um encontro dos amigos de colégio. Massa, né? Depois de tantos anos.
Acho que queria participar de um evento semelhante com os meus amigos do
colégio onde estudei mais anos. Eu penso. Seria curioso vê-los adultos, com
mais de 40, pois eu era um ano mais novo que eles. Me pularam um ano no
colégio. Algo que não gostei nem um pouco. Acho que é um trauma de infância,
pelo menos da forma que eu me lembro. Hoje é dia. Tem que ser. E pensei numa
alternativa melhor que a piscina. Por falar nisso hoje choveu. Ainda bem que
não desci. Nem me passou pela cabeça descer, em verdade. Mas quando olhei pela
janela do hall de serviço enquanto fumava um cigarro, vi a rua e tudo o mais
molhado. Descer, só quando esse tempo louco passar e as nuvens derem lugar
novamente ao causticante sol. Tem um leitor, já senhor, pela sua foto de perfil,
que gosta vez por outra de um post meu. Me sinto engrandecido por isso,
principalmente por ser alguém de mais idade e provavelmente com um português
bem melhor que o meu e uma vivência bem maior que a minha, visto que não vivo
muito ou muitas coisas diferentes. Busco ao menos escrever com clareza.
Transmitir exatamente o que me passa na cabeça com o mínimo de censura
possível. Mas certa censura há, senão não precisaria do Desabafos do Vate. Há
coisas que só cabem a mim saber. Como acho que deva ser com a maioria das
pessoas. Há o incomentável. Há segredos na alma de cada um de nós. Indizíveis
pelo menos por ora. Talvez a maturidade me liberte de certos pudores. Vejo a
velhice como me livrar de todas as máscaras, pois eu passarei do tempo de
esconder coisas que ficaram para trás. Por enquanto não sinto essa abertura. Então
mantenho certos assuntos fora daqui. Acho mais sensato por enquanto. E os
textos do outro blog são tão mal construídos, tão desabafados e não revisados
que nem ouso. Acredito que ousarei um dia, quando tiver mais maturidade e
aprender a aceitar o meu ridículo que é maior que o ridículo dessas linhas. Eu
sei, não há limites para o meu ridículo. Ou assim me parece, pois acredito que
já me exponho ridículo aqui. Por isso esses textos ficam longe dos meus amigos
e conhecidos. Por isso não tenho limites para a quantidade de texto por post.
Porque essa é a minha libertação e meu palco. É aqui que se desenrola a
tragicomédia da minha existência, onde a registro e onde existo registrando. É
o meu recanto, meu verdadeiro lar. Não moro no quarto que me rodeia, moro
nessas palavras. Preciosas palavras, mesmo que vãs. Mesmo que fúteis. Mesmo que
redundantes. Poucas são às vezes que mudo um móvel da alma de lugar. Cada vez
menos. Cada vez mais me agrado do meu eu. Me sinto confortável dentro dele. Por
mais que isso gere um desagrado maior das pessoas ao meu entorno. Não posso ou
não quero evitar isso. Ouço o que a minha alma pede e ela pede que seja assim.
Então, que assim seja. Viver para escrever parece tão limitado para muitos. Mas
é uma vida muito rica para mim. Claro, gostaria de namorar bem muito Aurora. Ou
alguém que amasse de verdade e arrebatadoramente. Mais enquanto esse arrebate
não acontece, vivo e sobrevivo aqui das palavras. Me agarro a elas como me
agarraria a uma amante, elas me são receptivas e quentes como os lábios da
pessoa amada. Elas me são e me vem fáceis como um bom dia num dia bom. Elas são
as minhas melhores amigas e embora meu repertório seja limitado, é o suficiente
para compor o show da minha vida, este posto aqui que agora você lê e do qual
mesmo sem perceber participa. Pôxa, não sei nem se o que escrevi faz sentido,
mas me soou melhor do que falar de bonecos. Desculpem-me, estátuas, de
estátuas. Mas vou continuar a chamar de boneco mesmo que é mais fácil para mim,
os dedos já estão habituados a digitar e não tem acento, que no meu teclado
americano fica num lugar meio chato de acessar e mais das vezes me confundo.
Mas foi só pensar nelas que as danadinhas tomam a minha mente. O entrevistado
disse que recebeu o e-mail e que trabalhará na semana que vem para responder.
Se rolar massa, senão, não tem problema. Mas ele cumpre o que promete, mesmo
que demore. Pelo menos essa é a imagem que tenho dele. E como ele já deve ter
passado um olho nas perguntas e não reclamou acho que vai responder.
22h34. Mamãe já vai se retirar, já me deu os meus (seis)
remédios da noite. Já tomei mais. Aliás, quando estava com ideário suicida
muito forte me punham tão dopado que minha própria família estranhava a minha
lentidão em ações e no falar. O interessante é que eu não percebia diferença
alguma, para mim estava falando e agindo na velocidade natural. Acho que foi um
pouco depois dessa época que a minha mais querida psiquiatra até hoje desistiu
de mim e me passou para uma que, não vendo solução, apelou para o tratamento
último: eletrochoques. Ou pelo menos, essa é a sequência que me lembro. Talvez
tenha passado por um psiquiatra que fazia psicanálise e que foi a terapia mais
improdutiva da qual já participei. Eu ficava repetindo que não suportava o meu
trabalho, que odiava trabalhar e odiava a vida e ele não me dizia nada. Era
muito doido, eu deitado no divã, repetindo a mesma cantilena sessão após sessão
e ele mudo ficava, calado permanecia. Até que ele disse a meu pai que se eu
quisesse me suicidar era uma escolha minha, foi quando decidiram trocar de
médico uma vez mais. Acho que aí fui cair nas mãos da Doutora, que conseguiu
controlar a minha depressão, que já havia cedido bastante desde que eu tinha
decidido parar de trabalhar, e desde então estou com ela. Talvez supermedicado,
mas gostando de existir que é o que importa, por mais que a minha vida se
limite muito a esse computador. Sei que há muitas belezas na vida. E que as
perco quase todas ficando aqui. Mas o que ganho em troca, que é paz de espírito,
não tem preço. E aprecio as belezas da vida quando se me apresentam. Ou quando
as busco. O busto do Hulk é para mim uma fonte de indescritível beleza. É algo
que me gera um encantamento tremendo. Sei que pouquíssimos compactuam desse
sentimento, mas minha vida e o que ela me tornou e o pouco que escolhi ser, me
fazem achar beleza nele. Acho uma visão poderosa e impactante. Acho um trabalho
artístico fenomenal, por mais que todos só vejam um boneco feio e mal-encarado.
Eu transcendo isso. Eu sei como é demorado e laborioso o trabalho de esculpir
uma peça como essa. A inspiração que vejo em cada pequeno detalhe escolhido, eu
vejo arte num produto que será reproduzido por chineses e pelo qual eu pagarei
um preço enorme por mandar direto para o Brasil, como tudo indica. Mas para mim
é um investimento. Acho que nunca me cansarei de olhar para ele. Por isso o
quero na entrada do meu quarto. Para sempre olhar para ele nas várias vezes que
entro e saio do quarto para pegar Coca, mas acho que não vou pô-lo mais de
frente para a porta, pois posso assim ocultaria um de seus ângulos que ficaria
virado para a parede. Colocando-o de costas para a parede eu posso observá-lo
enquanto escrevo, pois não pretendo que o meu local do computador mude. Nem da
TV. Mas quero que o lugar onde ficará exposto me permita girá-lo de frente para
a porta sempre que me aprouver para dar um sobressalto em algum desavisado.
Queria ver minha babá dando de cara com ele. Ele será a minha “carranca”, o
protetor espiritual do meu quarto. Hahahahaha. Em conceito, não difere muito de
uma carranca, um ser poderoso representado em forma de busto ou totem, que
espanta os inimigos. Será que minha mãe já foi dormir? Não quero perder tempo.
23h04. Arrodeei, arrodeei e acabei fazendo uma dissertação sobre um boneco. Mas
serviu para dar uma dimensão do amor que tenho por essas imagens. Algumas mais,
outras menos. O Hulk, sem sombra de dúvida, é o amor da minha vida. Acho que
nenhum boneco me encantará tanto quanto ele. Talvez em segundo lugar ficarão
empatados o Monstro do Pântano e a Red Sonja. Se bem que eles têm o frescor e o
sabor da novidade e essa “juventude” dentro da minha cabeça talvez os faça
especialmente deliciosos. Gosto muito do Man-Thing também. E do Wolverine custom feito no Brasil. Preciso montá-lo
qualquer dia desses. E tirar uma foto para mostrar no maravilhoso mundo dos
bonecos. Com a cabeça do Logan ou com ambas. Duas fotos não fazem muita
diferença num post. É uma figura que vai ficar muito bem na diagonal em que
pretendo posicionar os meus bonecos, uma leve diagonal, talvez uns 15 graus, no
máximo. Talvez deixe apenas as garotas de frente para quebrar um pouco a
simetria. Os homens e monstros ficarão na diagonal.
23h16. Mamãe ainda está acordada ou dormiu com a luz acesa.
Vamos esperar mais meia-hora. Quero jogar e ver o filme ainda hoje. Mas que
está gostosinho escrever aqui, está. É um prazer que nem sei como descrever. É
tão fácil e requer tão pouco esforço. Acho que isso se deve ao meu pai ter
tentado me alfabetizar tão cedo. Essa parte deve ter ficado mais acesa no meu
cérebro por causa disso, as ligações dos neurônios mais fortes, sei lá. Só sei
que é gostoso escrever besteiras. Escrever sobre mim. Criar ficção requer um
esforço que não me agrada, gosto das coisas leves, sem esforço. Sem estresse.
Eu fujo do estresse como o diabo foge da cruz. Estresse, embora seja
inevitável, eu faço o máximo para não ter. 23h27. Acho que mamãe não vai estar
com as luzes apagadas até as 23h30. Só posso assistir e jogar do jeito que
quero depois que ela for dormir e tiver a noite só para mim. É assim que me
sinto e é assim que será. Eu mereço, eu acho. Não que eu mereça muita coisa.
Principalmente já tendo tanto. Eu sou realmente abençoado. E agradeço sabe-se
lá a quem ou a que quase todos os dias. Pela minha curatela, pela minha paz de
espírito, por gostar de existir, passei tanto tempo sem ter essas coisas que
cheguei a desacreditar delas. Achei que minha vida seria um eterno inferno
existencial. E hoje me encontro no quarto que eu amo, com as palavras que eu
amo e quem sabe até fevereiro com o Hulk que eu também amo. Pena que não
poderei expô-lo de pronto, pois não há espaço adequado no meu quarto para
tanto. A cama definitivamente vai ter que ser girada e a TV baixada e posta
mais para a esquerda. Acho que descobri porque o pointer do controle do Wii não
estava pegando, a bancada estava atrapalhando a captação do sensor, botei-o
mais para frente, vamos ver se funciona melhor hoje, pois mesmo assim, devido a
uma diagonal da bancada um dos lados do sensor fica obstruído. Teria que jogar
mais longe da tela e do computador para funcionar perfeitamente e não quero
fazer isso, só se o problema persistir. Eu espero que seja isso e não bug do
emulador do Wii U. Isso foi uma das coisas que me fez não aproveitar tão bem o
jogo. Se usa muito a função de apontar no jogo. E com ela falhando fica muito
mais chato jogar. Veremos. Dentro em breve, espero. Tomara que quando for pegar
o próximo copo de Coca, a luz do quarto de mamãe esteja apagada. Estou comendo
o gelo para pegar mais. 23h46. Quem começa a ficar com sono sou eu. Mesmo tendo
dormido à tarde. Que ozzy.
0h07. Acho engraçado quando cai esse número. Acabei de me
sentar. Estou pensando muito em assistir “Ghost in the Shell”. O som do New
Order me parece muito alto. Queria que tocasse “Superheat” e acabou de começar
a tocar. A Coca está divina. Gelada e dissolvida na medida certa. Muito
refrescante e borbulhante. Terei que sair para pegar mais dentro em breve. 0h11.
Eu quero ver quanto produzo num intervalo menor. Para que eu saiba da minha
produtividade. Que agora não está tão fluida como estava no parágrafo anterior.
Não estou tão em paz com as palavras agora, elas não me vêm com facilidade. É
necessário mais tempo para digitar. Mas enfim, tenho que tomar coragem para ver
“Ghost in the Shell”. Vou ver o filme.
-x-x-x-x-
Fui acometido por um sono muito forte e não vi muito mais
que dez minutos de filme. Precisarei recomeçar do zero, mas a premissa me
pareceu interessante. Dá margem para muitos dilemas existenciais por parte da
protagonista. Vamos ver se o filme vai explorá-los. Não estou com saco de
escrever agora, acabei de acordar, faz uns 40 minutos. 14h16.
Eu queria comprar esse pôster do Zelda Wind Waker, mas eu
sei que mamãe reclamaria e que seria consumismo da minha parte, pois eu não
tenho nem parede para exibi-lo. Estou com a página dele aberta há três dias,
mas finalmente me conscientizei ser puro consumismo, por mais que a imagem seja
joia. Pelo menos ela fica eternizada na parede desse blog, que é onde há espaço
para ela. Queria pegar mais Coca, mas mamãe vai estrilar com o meu consumo. Há
pouco gelo na geladeira, preciso colocar mais para fazer, quando mamãe for
descansar, pois uso água da torneira que é mais rápido e acho que ela
condenaria tal escolha. Preciso trocar o botijão de água, mas também só o farei
quando mamãe for cochilar, pois não costumo lavá-lo quando troco. E mamãe
demanda isso. Se ela fizer a limpeza, eu coloco antes. Fiquei impressionado
como dormi ontem. Foi muito rápido, nem liguei o ar, estava fazendo um
friozinho gostoso com uma brisa agradável entrando pela janela, até que acordei
de 3h30 mais ou menos, para comer e daí liguei o ar e voltei a dormir. Cogitei
ficar acordado quando despertei às 3h30, mas depois concluí que perderia o meu
sábado ou passaria o dia com sono e desisti. Ainda pensando sobre o senhor que
curte os meus posts. E pensando que não tenho a maturidade para ser chamado de
adulto. Tenho-a, em verdade, em alguns poucos aspectos, que nem saberia nomear
quais são. Mas intuo que tenha. Posso estar enganado, entretanto. Não sei, quem
ler isso aqui pode julgar melhor que eu. Eu acho que os adultos de hoje são
ligeiramente mais infantilizados que os de outrora. Tenho essa impressão. Tanto
que me dou bem com os meus colegas e amigos. Não me sinto muito distante de
suas maturidades. São menos caretas que a visão arquetípica que tenho de
adultos, minha mãe, meu pai, meu padrasto, meus tios. Mas sempre haverá essa
lacuna de idade e consequente maturidade, eu creio, entre eu e eles pela
diferença de idade. Gosto de “Superheated” do New Order. Acho que já dá tempo
de pegar outro copo de Coca sem muito alvoroço por parte da minha genitora.
15h18. Ela não reclamou da Coca, mas me questionou o que eu
iria fazer e eu disse que talvez fosse jogar. Ela indagou o que estava fazendo
até agora, respondi constrangido que estava escrevendo e navegando na internet.
Não sei por que me constranjo em dar essa resposta. Acho que porque ela acha
que é um comportamento adoecido. Seria adoecido se me sentisse mal fazendo
isso. Mas é justamente o oposto, é como me sinto melhor na vida. O copo de Coca
praticamente já voou. Tenho que fazer gelo com certa urgência, mas novamente só
quando ela for se deitar ou sair, como ela sugeriu que fosse fazer. Acho que
vou fazer-lhe companhia à mesa, quem sabe falar o que vinha ensaiando sobre
Malavestros. Não sei. Sei lá se em algum momento eu trarei esse assunto à
baila, se ele se faz pertinente ou se faria pertinente em alguma ocasião. Acho
que passou-se a oportunidade de falar dele com a minha mãe. Não traria nenhum
benefício para mim, a não ser o desabafo.
16h12. Almocei com mamãe, mas não tocamos no assunto
bonecos. Ela só perguntou se eu havia comprado mais alguma coisa, seria uma boa
deixa para inserir Malavestros na conversa ou o lançamento provável da Red
Sonja nas próximas semanas, mas não tive coragem de trazer nenhum dos dois
assuntos. Ela vai ao shopping comprar uma calça.
Eu não sei exatamente como me sinto usando antisséptico
bucal. New Order toca. 16h50. Tentarei levar esse texto sem fazer menções. Um
pouco de vontade de ver o filme. Mais vontade de estar aqui. Aqui é o lugar
mais fácil e que faz mais sentido estar. Aqui eu compreendo melhor. Eu domino
melhor. Eu existo de forma mais fácil. Fluo. Uma brisa flui agradavelmente pelo
quarto. Temperatura agradabilíssima. A cidade ecoa lá fora e a tarde cai, já
desmaiando em noite. 16h53. Pensei que estaria produzindo mais lentamente. Não
vou medir mais para não me decepcionar. Vontade de ver o filme aumenta. Mas um
sentimento ruim sobre ele vem e me atrai de novo para cá, meu lugar seguro. Meu
espaço, meu controle mais completo. E onde realmente me solto e me abro como
ave que plana. “…love is the
air that supports the eagle”, “Thieves Like Us”, New Order. Linda. Vou
colocar para escutar. Será que minha mãe vai demorar? Gostaria que sim.
Pensamentos randômicos e de situações fictícias com a mãe da minha cunhada, à
casa de quem mamãe ou mamãe e eu precisamos ir para pegar uns CDs que meu irmão
me mandou pela tia da minha cunhada que estava há dois ou três meses nos EUA. É
o máximo que trazem, não trazem mais figura nenhuma. É melhor eu trazer figuras
que eu quero exibir aqui ou figuras para tentar vender aqui? Mas já vi que
vender aqui é impossível. A galera só compra coisas baratinhas. Vou ter que
vender no eBay. Está passando uma música que adoro do New Order, “Run 2”, mas
algo em mim tem vontade maior de ouvir SugarCubes.
17h15. Ouvi “Hit” do SugarCubes e me veio uma vontade de
ouvir “Vespertine” de Björk. E pensar no impacto que ela tem para a cultura, a
paixão que desperta, capaz de transformar uma de suas obras em cadeira de uma
instituição de ensino de um país europeu aí. Poucos devem ser os artistas que
têm essa capacidade. E não falo em curso de música, foi num curso todo outro.
Meu amigo da piscina liga para mim, mas não estou para ninguém hoje. Que
acontecimento inoportuno. Perturbou minha alma. Me sinto culpado pelo desprezo.
Mas tem dias em que eu não estou para ninguém. Nem para a Casa Astral eu vou
mais. Hoje estou antissocial. Mas voltando a Björk. E fazer um disco complexo
denso e, por vezes, até incômodo, só de vozes? Acho que há um piano em uma. Na
mais incômoda de todas. “Vespertine” tem momentos etéreos. É a primeira vez que
ouço Björk nesse som. Eu não boto porque mamãe não gosta, acho que ela
relacionou Björk a “Medúlla” e a uma fase de forte depressão minha.
“Vespertine” é fantástico, talvez meu disco predileto dela, por mais que considere
“Medúlla” a obra-prima. Putz, “Pagan Poetry” é mágica, hipnotizante. 17h40.
Resolvi o problema das ligações. Desliguei o celular e botei para carregar. É
mágico esse disco de Björk, putz grilo. Parece cheio de cristais num ambiente
róseo bem clarinho e branco, furta-cor e brilhante na música que passou. Agora,
a mais amada do disco, “Aurora”. Linda, linda. Tão linda que daria esse nome à
minha filha, ou Francisca, não sei, ou Maria, não sei realmente. Sei que ela
também serve de codinome para a minha paixão platônica que me curou do câncer
emocional que era Clementine. Caramba fiz uma com Clementine, no elevador, eu
subi e deixei a coitada esperando o elevador no térreo. Mas eu tinha certeza de
que iria parar no térreo. Por isso não o apertei o “P”, até porque não sabia se
minha estratégia de puxar a porta iria funcionar. É muito branco “Vespertine”,
como a capa sugere. E induz. Capas de disco induzem a minha percepção do disco,
a imagem dá um rosto a alguns discos. A todos eu acho. E foi muito pertinente a
escolha do branco como cor predominante da capa desse disco. 17h59. Estou
viajando no som do disco. Quem sabe eu não crio coragem e assisto “Ghost in the
Shell” com mamãe? Acho que não. Acho que vou assistir aqui. Daqui a pouco.
Espero que ela não chegue antes de eu começar a ver. Quando acabar
“Vespertine”, eu coloco o filme. Eita, acabou “Vespepertine” e botaram logo
“Hyperballad”. Depois de “Hyperballad” eu coloco o filme. 18h17.
18h24. O interfone tocou, aposto que era o meu amigo da
piscina. Não atendi. Vou tomar banho para ver o filme.
20h41. Aparentemente meu amigo desistiu de me importunar.
Aparentemente o “Ghost in the Shell” tinha em vista o mercado asiático e foi
produzido em parceria com a investidores chineses. Achei o filme melhor do que
o esperado e os dilemas existenciais até que bem explorados. A interpretação de
Scarlett Johansson deixa muito a desejar, na minha opinião. Quiseram fazê-la
robótica demais. Mas você que veja e tire suas conclusões. Gostei da densidade
psicológica da personagem principal. Era mais do que esperava por conta de um review que vi por cima, o que foi bom,
pois me preparou para uma coisa um pouco mais boba. O visual do filme é
bastante interessante, as cenas de ação são fracas, depois de ver John Wick
Chapter 2 talvez tenha ficado mal-acostumado. Um filme que eu acho que veria
agora é “Guerra dos Mundos” em 1080 p. Vou ver se tem. Tive 53 visualizações do
post anterior, realmente não sei o que acontece. Já é tarde para ir para a Casa
Astral. E não estou no astral de ir. O que quero? Ouvir música e escrever. Vou
fechar a porta e botar “Vespertine” para rolar meio alto de novo.
20h58. “Vespertine” é muito bom. Melhor que “Volta”, que
acho menos inspirado, mais tradicional, eu diria. Eu gosto do “Volta” também. Eu
gosto de todos ou quase. Mas acho ainda que o que mais gosto é esse que agora
ouço. Tem dois que são meio inacessíveis para mim que são “Biophilia” e
“Drawing Restraint 9. Lançaram um boneco novo e eu só descobri agora, então
perdi a boquinha de divulgá-lo nos meus recantos. Que foram tomados por outros.
Dane-se. Acho que é o fim dos tempos para links afiliados no mundo maravilhoso
dos bonecos. Tentei uma última tática para divulgar o boneco, dei entrada na
página de fãs do game ou sei lá o que seja, em que o boneco é baseado. Mas acho
que não passarei no teste das perguntas que me mandaram para poder entrar no
grupo. A última era onde vou encontrar o “Golden Throne” e eu respondi “in
heaven” que é o único lugar onde eu acho que tem, mas obviamente é uma pergunta
baseada no universo do jogo ou do que seja lá o que for. Então, não passarei e
não poderei divulgar o boneco lá. Veremos. Dei entrada no segundo mais popular
também, com astronômicos 20 mil fãs. O primeiro tem 40 mil usuários. Não é
possível que, se aceitassem a minha publicação, alguém não comprasse. Mas
talvez os tubarões tenham tido a mesma ideia. Novamente, veremos. Não tenho
pressa. Minhas mãos estão geladas. Estou com frio nas mãos. Que coisa mais
estranha. Hahahahaha. Tem um disco ao vivo de Björk no Spotify que nunca ouvi.
Não sei se uma recordação minha existiu ou foi um sonho. Que não sei quem disse
para outro não sei quem que soluço pode ser problema cardíaco e não sei quem
respondeu que precisava de uma notícia boa não de um problema desses. Não
consigo dar rostos às pessoas que disseram isso e por ser tão vaga a memória
não sei se sonhei isso ou presenciei de fato a cena. Minha memória anda
péssima. O que é um ponto crucial do filme que assisti, mas não faz duvidar da
minha humanidade ou das minhas origens, tenho ainda um bom arcabouço de
memórias que dão para traçar um arco geral sobre a minha vida. Pena que haja
tantas lacunas nele. Talvez se tivesse tirado mais fotos na vida eu me
recordasse de mais coisas. Mas sempre fui avesso a elas por desgostar da minha
aparência. Sempre não, desde a adolescência. Mas não escapei de algumas. E
agora sou filmado, fazendo o que faço que é isso que você lê. Como o mundo dá
voltas. Não, não estou sendo filmado agora. Mas nova oportunidade se dará, não
tenho dúvidas. Eu levarei a câmera para filmar na Alemanha. Nossa, a data para
partirmos galopa em nossa direção, menos de um mês, vinte e dois dias, eu acho.
Hoje a minha porção antissocial está bastante acentuada. Mas não temo a viagem
mesmo assim. Tampouco quero pensar nela. Hoje tem um evento que começa dentro
de 11 minutos, que é o aniversário de sete anos da banda do meu amigo
baterista. Mas meu primo urbano disse que não iria. Então sozinho também não
vou. Ainda mais para aquele local. Parece que há usuários robôs no Facebook,
que coisa curiosa. Não imaginava que o código do Facebook permitisse algo
assim. É o preço da sofisticação e do sucesso. Por isso estavam me pedindo
quando postei a mesma coisa duas vezes que me identificasse. Isso é um
incômodo. Pelo menos para mim. Letras superdifíceis de decifrar para serem
digitadas. Um saco. E preciso divulgar no máximo de locais possível os meus
blogs, pelo menos. Por falar em Facebook saí dele, estava me sentido exposto
com ele aberto. Alguém poderia me contatar. Estava na minha página brasileira e
não quero estar em nenhuma no momento. A Red Sonja vai ser mostrada no próximo
Sideshow Live. Isso não é bom. Só é bom pois mata a minha curiosidade de ver a
boneca se não for só um vídeo de preview,
que já dá uma ideia, mas não é como quando levam a peça para o programa. Estou
ouvindo “Volta” ao vivo. Incrível que não se ouve plateia. Isso é tão estranho.
Como será que eliminaram a plateia? Bom, tecnologia é isso aí. Gostaria de
ouvir a plateia aplaudindo entre as músicas. Parece até que estão gravando o
ensaio. Acho tão estranho isso. Não parece um disco ao vivo, mas um com
arranjos e interpretações diferentes. Pode ser que tudo tenha sido tocado ao
mesmo tempo, mas não sei se foi ao vivo, na presença de público, ou não. Mas
Björk é dada a essas esquisitices. Fiquei com vontade de ver outro filme.
Talvez “Alien Covenant” ou “Guardiões da Galáxia Vol. 2”. Mamãe bem que poderia
querer ver algum comigo. Gostei do “Volta” “ao vivo”. Mas sou fã, é difícil ser
imparcial. Estou ouvindo “Drawing Restraint 9”. A primeira música é cantada por
um homem, até muito bem. O arranjo é meio doido e não parece em harmonia com o
vocal. Mas parece uma sequência do “Vespertine” de alguma forma. Não sei se
veio realmente depois. Vou descobrir. Foi depois do “Medúlla” e agora na
segunda música percebe-se isso claramente. Parece retirada do “Medúlla”, da
parte agoniante do “Medúlla”, com uma mulher que faz uns sons meio guturais,
animalescos com a voz, meio desesperadores mesmo. Não colocaria nunca no meu iPod.
Vou ouvir algo mais palatável, “It’s In Our Hands” do “Vespertine Live”. Dá
vontade de ouvir a original, mas irei até o fim. Pelo menos nesse se ouve a
plateia. Pelo menos entre músicas. O que já dá uma vibe. É uma música que tem
muito a ver com as viagens boas de cola que eu tive. Quando ainda me lembrava
dos delírios e tinha prazer em vivenciá-los. Traz uma memória ou sentimento bem
vívido do que sentia sobre o efeito da cola, o que via. Não me dá saudade de
usar. Aliás saudade me dá, não dá vontade. Lembro que já foi bom. Não mais. E
me vem logo a cara de um dos internos perenes do Manicômio. A versão de
“Hyperballad” com o Brodsky Quartet é fabulosa. É muito louco esse disco de
remixes dela. A música ficou irreconhecível. “Enjoy”. Nunca saberia que era
ela.
23h00. Tomei os meus remédios. Perguntei a mamãe se ela
queria ver “Alien Covenant” ou “Guardiões...” e ela optou pelo segundo. Talvez,
só talvez, assistirei o Alien hoje. Estou com mais vontade de jogar um Mario
Galaxy. É o que vou fazer agora.
23h43. Joguei e peguei duas estrelas no jogo. Me bastou. Não
consigo muito mais que isso. Não tenho paciência ou disposição. Não sei nem se
veja o filme, está tão tarde.
0h03. Mamãe pediu para eu comer. Determinou que eu comesse
na minha cabeça. Ainda não estou com fome. Talvez em breve. A noite é uma
criança e hoje não estou acometido do sono que me assolou ontem. Meu ombro direito
está exausto de tanto esforço repetitivo de digitar e de jogar Wii. Será que
terei o mesmo problema de mamãe e terei que por parafusos nos ligamentos do
ombro? Espero muito que não. Revisei esta parte do texto. Rapidamente. Vou
pegar Coca.
0h11. Não tenho muito mais a escrever, mas não quero fazer
outra coisa. Tomara que esteja certo e a estátua da Red Sonja tenha mesmo um
sorriso de Mona Lisa. Essa foi a parte mais incrível que achei na figura. Verei
na quarta, possivelmente. Foi triste cancelar o Malavestros. Mas acredito que
necessário também. E acho que é necessário também compartilhar o meu luto com
mamãe. Ou não? Basta compartilhá-lo aqui? Acho que vai ficar contido apenas
nessas palavras. Mas chega de choramingar sobre isso. Já o faço há uns dois
posts.
0h17. Mesclei os textos. Deu exageradas nove páginas de
Word. Fico por aqui e começo outro. Vou revisar para postar.
1h11. Postarei amanhã. Hoje acabei de comer, liguei o ar, o
quarto já está geladinho me convidando a dormir. Penso na Red Sonja. E no Hulk.
Vou dar uma olhada neles antes de dormir. Boa noite.
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