quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Uma pessoa amada




Uma pessoa amada, que lida com os dois, disse que, como clientes, os policiais são muito mais truculentos e hostis no tratar que os bombeiros. É como se esse modo de ser fosse algo aprendido na corporação. Um condicionamento.

Ela também me lembrou de um estigma, dentre os inúmeros, que havia me esquecido de carregar, o de bêbado chato. Doeu. Porque me acertou bem no meio da cara. Me pediu para não agir como um em sua formatura.

Deitei no sofá e imaginei na almofada um colo com femininas pernas, jovens e brancas, muito lisas, desnudas até o joelho, de onde subia um vestido com palmeiras de um marrom esmaecido.

Toda a poesia do mundo podia desabar em mim e isso não me faria mais interessante, porque às vezes sinto o peso de toda a poesia do mundo nas costas e isto não me faz mais interessante. Só para mim mesmo e entre mim e o texto.

Assuntos de morte e separação, assuntos finados, mas não findados, que não sei como lidar. Imobilizado por um torvelinho social e anti-social.

A noite se mostra roxa escura, o vazio é grande. Carnaval, carnaval, me chame, me faça parte da folia, me embriague, me faça cair nos braços de qualquer menina. Carnaval, me beije apaixonadamente, perdidamente. Eu preciso de um beijo extravasante como uma ladeira inteira de Olinda, inebriante como lança-perfume, delirante como as fantasias mais tresloucadas. Eu preciso de um beijo. Um beijo ou nada.

Um beijo preencheria minha noite. Eu preencheria os meus dias com beijos colados de paixão. Bocas ardidas de tanto beijar. Eu gosto desta frase.

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